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História Hogwarts,o recomeço - Natal (parte II)


Escrita por: Clarklaura

Notas do Autor


Agora que entrei de férias, vou tentar agilizar mais os capítulos. Perdão pelos atrasos. Espero que continuem acompanhando e gostando da história. Por favor, não desistam de mim! (Rsrsrs drama básico)

Capítulo 19 - Natal (parte II)


-Não tá em lugar nenhum!- disse a si mesma Rose, que estava chateada por não conseguir encontrar seu livro, Mistérios e Segredos sobre Animagos.

-Mãeeee! – gritou a garota descendo as escadas apressada- Hugo pegou meu livro e não quer devolver.

-Até parece! Pra quê eu ia querer seu livro? – disse Hugo descendo logo depois os degraus, de dois em dois, aos pulos.

-Parem vocês dois! - disse Hermione sentada à mesa, revisando uns papéis - Ainda é muito cedo pra isso – respirou fundo e continuou- O que aconteceu exatamente? – falou se distanciando do que fazia para dar total atenção à nova confusão - E, por favor, um por um. Quem vai começar?

-Eu começo – disse Rose.

-Sempre tem que ser você...

-Eu fui a prejudicada, então vou começar.

-Parem! – gritou Rony, que estava sentada num dos sofás da sala, ambos se calaram.

Apesar de Rony ser mais bem humorado e estar sempre fazendo graça, quando se zangava podiam ver um lado totalmente oposto, que não chegava aos pés da bronca de Hermione.

-Eu não quero nem saber o que aconteceu, subam pro quarto agora e quando souberem conversar que nem gente, eu e Hermione ouvimos vocês– disse ele encarando de Hugo para Rose – Entendidos?

-Sim, senhor! – disseram em uníssono.

Ambos subiram as escadas calmamente e quando já estavam mais distantes começaram a discutir ao que Rony disse:

-Eu ainda estou olhando!

Os dois continuaram o caminho em silêncio, até o quarto.

Harry olhou para Rony surpreso:

-Sempre achei que quem dava as broncas era Hermione – disse ele carimbando alguns documentos do Ministério, também sentado à mesa.

-O que quis dizer com isso? – ela ergueu a cabeça em sua direção.

-Nada – disse ele agrupando as folhas - É que a sua personalidade... um tanto... forte, assusta algumas pessoas...

Hermione não aguentou a pose e caiu na gargalhada.

-Você tinha que ver! Fez a mesma cara de quando eu te mandei ir dormir no baile do quarto ano. Você mal conseguia se explicar!- disse ela aos risos.

-É verdade cara, eu tava lá nas escadas essa hora, você fez igualzinho... – disse Rony, se aproximando, rindo.

-Ainda bem que essa fase acabou porque era uma droga ter que ficar ouvindo vocês brigando o tempo todo- disse Harry.

-Onde eu estava essa hora? – perguntou Gina, que estava em pé, próxima a pia.

-E eu é que vou saber? Nessa época você não era tão próxima- disse Rony, que puxou uma cadeira e sentou-se também.

-Mas eu me lembro- disse Hermione- Estava dançando com Neville, acho que foi seu par.

-Verdade!- disse Gina, lembrando-se.

-Parece que você foi uma das últimas a sair do Salão, pelo que eu soube- falou Hermione.

-Eu sempre gostei de uma boa música- admitiu Gina – Pena que esse aqui não suporta dançar – disse fazendo referência ao marido, que confirmou ser um desastre com os pés.

-Sabe do que eu lembrei agora? Aquela fase em que o Harry estava insuportável. Você não sabe o esforço que a gente fazia pra aguentar seus coices- falou Rony.

-Foi no quinto ano- disse Harry- Não foi um momento muito agradável pra mim também...

-Bons tempos – disse Hermione.

-O que? – questionou Harry.

-Digo, no geral, tivemos bons momentos juntos. E o que seria da gente se não tivéssemos passado por tudo isso? São nossas histórias, parte de quem somos. Talvez isso tudo tenha servido para amadurecermos mais rápido.

-Acho que não funcionou com o Rony então! – brincou Gina.

-Muito engraçado, Ginerva – disse o irmão fingindo rir.

-Mas talvez fôssemos pessoas mais normais sem tudo isso- sugeriu Rony. 

-Com mais alegrias, menos sofrimento e talvez até menos pessoas mortas conhecidas – disse Harry, lembrando-se de tudo rapidamente, de todos os acontecimentos dolorosos que teve de suportar.

-Você ainda pensa sobre essas coisas? –perguntou Hermione cautelosamente.

-Não tem como não pensar. É um tipo de coisa que a gente nunca esquece. Como uma marca, ironicamente, como uma cicatriz. A mente fica lá, relembrando cada momento de medo... – lembrou-se Harry de todas as vezes que teve que lutar sem ter escolhido carregar aquele fardo, todas às vezes que teve medo de descobrir a verdade, medo de não ser diferente daquele que tentava derrotar, medo de que podia ser o fim ou do que podia acontecer no fim, medo quando não sabia o que fazer ao certo, como agir, medo de falhar e prejudicar mais pessoas, medo de perder aqueles a quem amava...

- De desespero- completou Gina, abraçando o marido, relembrando a perturbação que o diário lhe causara, quando não podia contar a ninguém, ou quando pensou que Harry havia morrido, ao vê-lo estendido sobre os braços de Hagrid ou ainda quando viu ao seu redor todas aquelas pessoas com as quais ela convivera anos, morrerem aos seus pés.

-Angústia – lembrou-se Hermione de quando suas suspeitas se confirmaram e assim abraçou Harry fortemente pelo que seria a última vez, antes dele se entregar ao Lorde das Trevas na Floresta Proibida, ou quando teve que apagar a memória de seus pais e se afastar deles e ainda ter que relembrar, pelos locais que passara com os garotos, memórias que guardava sobre seus pais em sua companhia, ou até mesmo quando Rony fora embora depois da briga com Harry e ela decidira ficar, sentindo falta e preocupação por ele a todo o momento.

-Tristeza – disse Rony ao lembrar-se principalmente da perda do irmão, mas também de todos aqueles que se foram tentando ajudar na luta contra o mal, Lupin, Tonks, Moody...

- E culpa, muita culpa! – disse Harry que nunca se sentira livre de todas essas lembranças, pois apesar de ter noção das coisas que fazia para ajudar, o sentimento de impotência em certas ocasiões o perturbava, havia perdido muitas pessoas ao longo dos anos, e tudo que mais queria era poder poupá-las. Cedrico, a primeira das mortes impactantes, um garoto muito amado pelo pai, querido pelos colegas e excelente aluno; Sirius, a pessoa mais verdadeira e guerreira que ele conhecera; Dumbledore, um senhor extremamente sábio e gentil que sempre ajudava com seus profundos conselhos de vida; Dobby, o ser mais confiável e leal que cruzou seu caminho e Snape, que nem sequer teve a chance de mostrar quem realmente era, mas que mesmo assim foi extremamente corajoso e fiel enquanto esteve vivo, algo que Harry nuca esqueceria. 

-Ei- disse Gina movendo o queixo de Harry para que ele a olhasse- Não fica pensando nessas coisas. Você é uma pessoa maravilhosa e não tem culpa sobre tudo isso. Você fez a sua parte, você tentou. Eles também queriam fazer a parte deles e ficaram felizes em ajudar e por isso morreram da forma mais digna possível. Tem quem pensar no presente agora. Você tem uma família linda, que te ama!

-Nós todos temos! – disse Gina dirigindo-se também a Rony e Hermione- É neles que devemos pensar agora.

-E por falar neles... – disse Rony, deixando escapar um sorriso ao ver Rose e Hugo, descendo novamente, dessa vez, sem discussões.

-E então? Estão prontos pra falar agora? – perguntou Rony, tentando parecer firme novamente.

-Sim- responderam eles.

-Então comece. Rose. – disse Hermione levantando-se.

-Por que tem que ser ela? – questionou Hugo.

-Já vai começar? Porque eu sou mãe de vocês e quero que ela comece. Enquanto isso, calado, Hugo. Depois você fala.

-Tá bom- disse ele ligeiramente emburrado.

-Bom, eu fui procurar hoje pela manhã o livro que a senhora comprou pra mim sobre animagos. Eu trouxe pra terminar de ler aqui, só que quando fui procurá-lo pra ler, logo depois que acordei, não o encontrei. E tenho certeza que não perdi, já que só pensei em ler hoje. Só toquei no livro na hora de fazer as malas.

-E o que tem a dizer, Hugo?

-Não fui eu! –insistiu o garoto.

-Fazer esse tipo de coisa é a sua cara.

Nesse instante, desceram para o café da manhã, Tiago, Alvo, Fred, Lucy e Louis.

-O que tá acontecendo? – perguntou Fred ao ver Hugo e Rose lado a lado em pé, de frente para seus pais.

-Vá tomar café, Fred. É assunto de família- disse Gina, próxima a bancada.

O garoto obedeceu a tia e se sentou à mesa, assim como os outros, que ainda estavam com cara de sono. Louis e Lucy que sentaram coincidentemente um de frente pro outro, ficaram novamente constrangidos, lembrando-se do mal entendido que acontecera na madrugada.

-Como foi à noite? Dormiram bem? –perguntou Harry puxando assunto.

Louis e Lucy se sobressaltaram.

-Que pergunta é essa, tio? Não teve nada, foi tudo tranquilo – disse Louis nervoso, desconfiando da pergunta de Harry, que possibilitava uma dupla interpretação na sua cabeça.

-Normal – acrescentou Lucy.

-Acho que sei o que tá pegando- disse Fred, ao que Louis deu um chute, porém havia acertado outra pessoa.

-Ai! – gritou Tiago.

-O que houve? –perguntou Harry assustado com o grito repentino.

-As costas- desconversou Tiago, que nada entendera sobre o chute, enquanto Louis o encarava, pedindo pra inventar alguma coisa- Ai! Acho que dormi de mau jeito...

Fred pegou a deixa, entendendo que o chute era pra ele e ficou de boca calada.

-Foi mal, Tiago! – disse Louis de supetão, só depois se deu conta - Foi mal pelo... colchão. Você queria trocar, falou comigo mais cedo, e eu não quis, foi mau cara.

-Falei? Ah, sim. Falei! Falei! – disse Tiago depois que Fred o cutucou discretamente para afirmar a frase.

Harry ficou olhando de Tiago para Louis achando tudo aquilo muito estranho.

 -Eu já estou satisfeita- disse Lucy, aquilo já estava desconfortável demais para ela.

-Mas você mal comeu! Acabou de se sentar... – disse Alvo, que esperava em pé por um espaço na mesa.

-Tudo bem, sério, mais tarde eu como de novo... – disse ela ao se retirar da mesa.

-Aposto que foi o Tiago! – disse Rose, que estava a poucos passos da cozinha.

-O que fui eu, agora? – disse Tiago levantando-se.

-Você que deu ideia pra esse aí- afirmou ela.

-Agora tudo o que acontece eu sou o culpado, minha credibilidade deve tá boa mesmo!- disse Tiago sarcástico- Mas a culpa não é minha se não cuida das suas coisas e se seu irmão é esperto o suficiente pra fazer suas próprias armações- disse antes de subir as escadas.

-Escuta aqui, Tiago, eu te conheço, sei muito bem que você faria uma coisa dessas- disse ela seguindo-o escada acima.

-Faria. Mas não fiz. Tem que ser mais esperta, Rose. Seu próprio irmão te passa pra trás... Chega a ser triste e olha que você é a mais velha. Engraçado que você só usa a inteligência pra algumas coisas...

-Foi você!

-Nunca ouviu que não se deve acusar ninguém, sem provas?

-Mas eu sei que foi você- acusou ela.

-Blá Blá Blá... – disse ele cantarolando.

-Deixa de ser infantil!

-Eu estou sendo infantil? Tá, você quer me ver ser infantil, vai ver agora.

-Você me irrita! – disse Rose, gritando, com raiva.

-Estou escutando uma abelha zunindo?

-É impossível falar com você! – disse ela entrando no quarto e fechando a porta na cara dele.

-Começou tão cedo hoje! – disse Alvo em tom de lamento, vendo o que teria que aturar, mas dando graças por não estar em Hogwarts, caso contrário, aguentaria sozinho.

-Posso subir? – perguntou Hugo para a mãe.

-Eu sei que foi você, Hugo. Então acho melhor parar de mentir e devolver o livro da sua irmã. Aposto que não gostaria se fizessem isso com você!

-Se fossem livros, pelo contrário, poderiam levar a vontade – disse o menino.

-Hugo, Hugo... Vai já lá pra cima! Mas deixa sua irmã em paz. Quero que reflita um pouco sobre o que fez. Sobre o livro, quero na minha mão até a meia noite. Está me ouvindo?

-Tudo bem! - disse ele contrariado.

                                                                                  ***

-Almoço! – gritou Angelina da cozinha para que os jovens descessem.

A mesa que continha 12 lugares estava recheada das mais deliciosas comidas.

-Você está bem? – perguntou ela carinhosamente ao marido que se sentou a seu lado.

-Está tudo bem – confirmou Jorge – Pra falar a verdade, acho que meu apetite está voltando ao normal, porque estou varado de fome.

Molly, Vic, Conor, Ted, Thiago e Fred desceram.

-Onde estão os outros? – perguntou Hermione.

-Acho que não estão com fome. Melhor pra nós, a gente come a fartura e eles o resto. – disse Tiago.

-Tiago! – Harry chamou-lhe a atenção.

-O quê? Mas é verdade, a vida é uma competição, segundo a teoria da evolução só os mais fortes sobrevivem. Espera aí, de onde é que veio isso? – surpreendeu-se com sua própria fala.

-Eu já ouvi algo assim... É aquela teoria que os trouxas acreditam sobre como o mundo é regido... – respondeu Molly, lembrando-se.

-O mais incrível de tudo isso é o Tiago saber disso – brincou Fred e risos ecoaram pela cozinha.

-Muito engraçado, Fred – disse Tiago sério - Cada vez me surpreendo mais com o seu nível de humor, já dá pra trabalhar na Gemialidades.

-Sem ofensas, tio – concluiu o garoto.

-Tudo bem, você tá certo, esse é o conceito da loja...

-Mas enfim, como estão as coisas na escola? – perguntou Rony curioso pelas fofocas que poderiam surgir.

-Tá tudo bem... - respondeu Tiago sem se estender.

-Tudo tranquilo – completou Fred, os outros nada disseram.

-ok... - disse ele tentando pensar em outra coisa para puxar assunto, já que a maioria das pessoas permanecia em silêncio – Ah! Como vocês estão? – não poderia ter feito pergunta mais infeliz ao casal recém-separado.

Ted que estava sentado a sua esquerda respondeu:

-Não estamos mais juntos na verdade, tio – Vic nada acrescentou.

Um silêncio abrupto se fez. Harry sentiu-se desconfortável. Fred cutucou Tiago como que perguntando se ele sabia ao que o garoto fez um não discreto com a cabeça. Rony ficou abismado com a notícia e Gina e Hermione se olharam como que conversando telepaticamente, enfim descobriram o que estava se passando com Vic e o porquê do silêncio por parte dos dois na mesa, até então.

-Mas quando isso aconteceu? Vocês pareciam estar tão bem! – disse Rony entretido.

-Acho que eles não querem falar sobre isso... – disse Gina da forma mais discreta que pôde.

-Tudo bem. Desculpa. Só queria entender! – disse ele.

-Alguém tem mais alguma outra novidade? – perguntou Rony depois que o silêncio retornou – Sei não, mas parece que as coisas eram mais movimentadas na nossa época...

-Tem uma sim – disse Fred lembrando-se ao olhar para Tiago, que estava sem entender.

-Parece que tem uma menina a fim do Tiago – disse ele para testar a reação dos tios.

-Tiaguinho se dando bem! – disse Rony contente pelo garoto.

-Quem é essa garota? Você nunca disse nada... – perguntou Gina.

-Ela é só uma colega. Fred tá aumentando a história...

Fred riu do constrangimento do primo e Tiago o encarou:

-Você me paga! – disse o garoto em voz baixa, só para Fred.

                                                                                         ***

Logo após o almoço, Angelina, preocupada com Vic, se aproximou da garota para entender melhor o que se estava passando. Vic estava com uma cara péssima desde o primeiro dia na Toca.

Angelina chegou sorrateiramente e sentou-se ao lado da garota no sofá.

-Sabe, em certos momentos da vida, principalmente na adolescência, eu diria, achamos que somos pessoas horríveis, sentimos nojo de certas coisas que fazemos e tentamos nos afogar cada vez mais em uma angústia que nos consome aos poucos, mantendo-nos culpados.  Eu só quero que saiba que você pode sair dessa Vic. Erguer a cabeça e continuar... Você é uma menina forte, inteligente, determinada, você é maior do que essa tristeza... Não deixe que isso atrapalhe a sua alegria.

Vic levantou a cabeça e olhou para a tia:

-Como sabe de tudo isso?

-Todo mundo já se sentiu assim na vida, e por mais que não achemos no momento, todos podemos superar. Todo mundo erra, Vic. Não deve se sentir incapaz por isso.

-A maioria das pessoas deve achar que estou assim pelo término, mas não é só isso. Como você acertou? Tudo o que disse é basicamente o que estou sentindo e ninguém até agora foi capaz de compreender...

-Existe uma habilidade mágica...

-Já sei. Você é uma legilimente.

-Acha que invadiria todos os seus pensamentos sem sua permissão? – perguntou Angelina calmamente.

-Tem razão.

-Na verdade trata-se de uma habilidade mágica recém-descoberta. Muitos atrelam a uma certa sensibilidade, intuição, habilidade telecinética ou a uma crença trouxa relacionada a mediunidade. É uma forma de percepção avançada. Muitos trouxas possuem essa capacidade, mas poucos se deixam levar por ela ou dão importância. Estudos recentes começaram a tentar entender essa sensação que nunca havia sido explicada claramente até então, uma sensação de que você sabe o que o outro está passando, quase como uma decifração da alma, uma forma muito grande de empatia na qual consigamos entender o que o outro está sentindo, mas não externamente, e sim como se estivéssemos na própria pele da pessoa, como se fôssemos a pessoa. Citei os trouxas, porque as pesquisas se desenrolaram a partir deles, já que isso é muito mais tratado e discutido por eles, em uma ciência relacionada a neurologia e psicologia, se não me engano. Descobriu-se que essa percepção aflorada, descoberta através de estudos sobre as oscilações de ondas cerebrais, trata-se de uma habilidade especial, porque nem todas as pessoas conseguem ir tão fundo na compreensão do outro e também por não surgir do mundo comum, trouxa, e sim, do mundo bruxo. Mas é claro, que apenas nós sabemos disso. A maioria dessas pessoas que são trouxas e possuem essa habilidade, na verdade, possuem laços de sangue com bruxos de uma certa linhagem, mesmo de longa data. Dessa forma, pudemos saber que também possuímos isso, devido às semelhanças de movimentação das ondas, quando alguns de nós fomos convidados a passar por esses testes nas máquinas dos trouxas, através de incentivos do hospital St. Mungus, o que significa que claramente trouxas e bruxos possuem mais coisas em comum do que se imagina. Agora todos os bruxos que suspeitam dessa habilidade, podem confirmá-la fazendo os testes assim que completarem 16 anos.

-Uau! Mas como isso acontece? Como você consegue?

-É difícil explicar. Não é como ler mentes ou usar a adivinhação.  Na verdade, não há uma técnica, não tem como aprender, é algo que faz parte de você. Todos possuem percepção, sem exceção, mas apenas alguns bruxos e trouxas, ambos descendentes de Ravenclaw a possuem de forma mais aflorada do que o normal, o que é algo bom e ruim ao mesmo tempo, porque possibilita que você possa ajudar melhor as pessoas, possa entendê-las, mas também faz com que você absorva muitos sentimentos negativos que os outros carregam. Em geral, quem a possui, aprende a lidar com essa habilidade, bloqueando aquilo que não quer pra si. Mas como eu disse anteriormente, só quem já tem, porque é impossível alguém desenvolver ao longo da vida, só se pode nascer com ela.

-Que interessante! Então significa que você é parente de R. Ravenclaw... Isso quer dizer que a inteligência descrita pela casa Raven também poderia estar relacionada à percepção e não só a inteligência linguística ou lógica?

-Exatamente.

-Mas porque eu sou da Raven e não possuo essa habilidade? E você possui e pertenceu a Grifinória?

-Você poderia pensar que o sistema do chapéu seletor não é 100 % funcional, mas a verdade é que o chapéu funciona da seguinte forma: ao analisar você, ele relaciona suas características às casas existentes e tenta encaixa-la naquela que mais parece com você. Não é por conta dessa única habilidade que me faz próxima da casa Raven que eu iria necessariamente para lá, se eu tenho diversas outras que me aproximam mais da Grifinória. O mesmo se aplica a você, o fato de não ter a habilidade, não te desqualifica para sua casa, se você possui outras semelhanças.

-Faz sentido!  Nossa! Deve ser incrível ter isso.

-É sim. Mas mais incrível é ver que você se alegrou um pouquinho...

-Obrigada tia!

-Não se esquece do que conversamos hoje, você é maior que a sua tristeza e pode superá-la na hora em que quiser.

-Posso! – afirmou a garota, se sentindo ligeiramente melhor.

                                                                                  ***

Enquanto isso, Molly e Lucy conversavam em pé, perto à porta de entrada, observando a vista externa. Louis e Olívia trocavam carinhos deitados no gramado. Alvo,Tiago, Fred, Connor e Ted brincavam com as crianças, correndo pelo extenso quintal, todos muito alegres, principalmente Hugo e Li.

-Vem cá, porque trouxe o Connor?

-Somos muito próximos, afinal ele é meu melhor amigo. Achei que gostaria de vir.

-É só isso mesmo? – perguntou Lucy – porque as pessoas comentam...

-Nós não temos nada, somos só amigos. Vai dizer que não tem amigo homem?

-Na verdade, meu melhor amigo é um garoto.

-Viu? Não tem nada demais nisso. As pessoas que gostam de falar.

-Mas se tivesse. Você me diria não é?

-Claro! – disse Molly com o cenho franzido, sem encarar Lucy, e observando Connor.

                                                                                ***

-Você tá ocupado? – perguntou Vic se aproximando aos poucos do irmão, que estava na cozinha buscando um copo de suco para levar a Olívia, no quarto.

-Não muito, mas pode falar– disse ele dando total atenção à irmã.

-Eu sei que estamos meio distantes, sem se falar direito... e eu queria me desculpar por isso. Eu sinto muito a sua falta, de verdade – disse ela contorcendo as mãos, insegura.

-Vic, tá tudo bem. Não precisa pedir desculpa. Eu continuo aqui, sou seu irmão, ou você achou que ia se livrar de mim tão rápido?

Nessa hora, Vic não se conteve e foi chorando até os braços do irmão que estavam estendidos para um abraço.

-Eu tava muito preocupado com você, nunca tinha te visto assim, mas eu também não queria invadir seu espaço e ser chato.

-Não, você fez bem, eu precisava de um tempo pra clarear a cabeça – disse ela se soltando, para enxugar as lágrimas.

-No que você precisar, pode contar comigo, beleza? – disse Louis a ela, que confirmou com a cabeça e voltou a abraça-lo – Sempre deu certo. Lembra daquela vez que você perdeu a joia da mamãe porque adorava mexer nas coisas dela e eu disse que a culpa tinha sido minha pra você não levar bronca? Ou então, quando você puxou minhas orelhas pra eu não arrumar confusão com os garotos que me provocavam no segundo ano, porque senão minha detenção seria no horário do meu jogo de quadribol e ainda disse que se precisasse ia dar umas duras neles...

-Lembro sim– disse ela rindo - Obrigada!

-Queria que a mamãe e o papai estivessem aqui - disse ela depois de respirar fundo.

-Também, mas no próximo Natal eles provavelmente não estarão viajando.

-Ainda preciso falar com outras pessoas também... –disse Vic depois de alguns minutos em silêncio, mais para si do que para Louis.

-Boa sorte! E não se preocupa com a Dominique. Ela é uma garota muito forte, tenho certeza que pra ela tá tudo bem.

 Vic agradeceu outra vez o apoio do irmão e subiu as escadas em direção ao quarto das garotas.

                                                                                ***

A cozinha já estava totalmente pronta para que todos se reunissem a meia noite em uma deliciosa ceia de Natal.

Fred, Tiago, Rose e Alvo conversavam em um canto da sala sobre pelúcios. Jorge, Angelina, Rony e Hermione estavam sentados na cozinha, todos fingindo rir das piadas de Rony, exceto Jorge que falava na cara dele o quanto ele era ruim. Harry, Gina, Arthur e Carlinhos conversavam sobre os recentes acontecimentos do mundo bruxo, incluindo o desaparecimento de dragões que não eram considerados raros.

Li e Hugo jogavam, no meio da sala, xadrez de bruxo incrivelmente bem para quem aprendeu há pouco tempo.  Olívia e Louis namoravam no outro canto da sala. Lucy, Molly, Connor e Roxanne conversavam sobre suas futuras profissões.

Enquanto Dominique beliscava discretamente uns doces antes da hora sobre a estante, Vic aproveitou para falar com a garota.

-Tudo bem, Dom?

Ao perceber a presença de Vic, Dom virou-se.

-Tudo, sim. Só não vai dizer que sou eu que estou comendo os doces, por favor – disse ela levemente preocupada.

-Pode deixar – riu Vic – Vou até pegar um também. Qual você sugere?

-Esse aqui – apontou ela para um doce de cor escura, coberto por um pó branco adocicado. É o melhor de todos.

-Está muito bom- disse Vic depois de comer um pedaço.

-Não quero ser rude, mas porque você está conversando comigo?

-Como assim? Nós somos irmãs – disse Vic em um tom suave.

-Isso nunca pareceu fazer diferença pra você, a não ser quando éramos mais novas, uns sete anos atrás eu acho.

-Isso te incomoda? O fato de não falar tanto com você nos últimos anos como antes?

-Não, só quis dizer que hoje é quase incomum a gente conversar por muito tempo.

-Eu queria que a gente pudesse voltar àquela época. Eu sinto falta disso. Você é minha irmã, desde pequenininha eu tomava conta de você, sinto como se eu fosse responsável por você, por te proteger e é por isso que eu queria me desculpar por esses anos. Estava tão preocupada comigo que não percebi que te deixei sozinha, que passei a não te dar atenção, não queria te deixar no escuro durante todos esses anos, Dom. Eu amo você!

-Não precisa se preocupar com isso. No fim foi algo bom, eu aprendi a me virar por conta própria... Não sei se sabia disso, mas eu sempre te admirei muito, não só por ser a mais velha, mas pela sua maturidade, sempre tentando fazer a coisa certa, para não magoar ninguém e ao mesmo tempo mostrar que é forte, que é capaz de resolver seus problemas por si só, pela sua bondade, e por cuidar da gente, principalmente de mim, quando só era poucos anos mais velhas. Você também é super dedicada, sempre correu atrás do que queria, sempre conquistou o que sonhou e ainda conseguiu ter vários amigos e ser linda. Você sempre foi um exemplo pra mim, e tenho orgulho de ser sua irmã, e também não gosto de te ver triste como nesses dias. Eu percebi. Só não sabia como ajudar.

-Não sei nem o que dizer, Dom. Eu também tenho muito orgulho de você. Você é tão forte e independente e ao mesmo tempo tão delicada e humilde. Você é a melhor irmã que eu poderia ter. Eu precisava falar isso...

- Só quero que saiba que não precisa se culpar pelo nosso afastamento.

-Tudo bem, eu não vou. Estou tão aliviada por você não estar zangada ou com raiva de mim... Você não faz ideia... Então a gente pode começar do zero a partir de agora?

-Sim – disse Dominique e imediatamente Vic a abraçou.

-Como você é fofa, Dom. Muito obrigada por isso! – disse Vic - Eu prometo tentar ser a melhor irmã que eu posso ser.

                                                                             ***

-Pessoal! – gritou Arthur Weasley – Meia noite, Natal!

Todos se felicitaram, até mesmo Vic e Molly que por pouco não lembraram que não estavam se falando direito devido aos últimos acontecimentos. Logo depois, todos se encaminharam para a cozinha, onde se sentaram e apreciaram o delicioso cardápio tradicional de Natal da família Weasley.

-Não está esquecendo nada, Hugo Weasley? – perguntou Hermione com um ar inquisitivo ao garoto.

-Tá bom. Eu vou pegar! – disse ele resmungando.

Alguns poucos minutos depois ele desceu as escadas trazendo o livro de Rose.

-Toma! – disse ele praticamente jogando o livro pra irmã.

-Não tem nada pra dizer? – questionou Hermione encarando Hugo.

-Desculpa, Rose. Eu não deveria ter pegado seu livro...

-Tudo bem. Obrigada! – disse a garota.

-Acho que eu mereço um pedido de desculpas também! Vivi pra ver esse dia. Isso vai ser inédito – disse Tiago animado.

-De novo não! – disse Alvo baixinho, temendo o que viria a seguir.

-Eu até ía pedir, mas antes de você começar a fazer gracinha. Agora vai ficar sem, porque não tá merecendo.

-Fala sério, Rose. Você me acusou sem saber e eu não tô merecendo?

-Dá pra pedir desculpa de uma vez pra gente poder comer em paz? – disse Alvo.

-Tudo bem, então – disse Rose não gostando de ser pressionada, mas acatando ao pedido.

-Foi tão fácil. Vou te usar pra persuadir a Rose nas próximas vezes. Valeu, Alvo.

-Isso não foi por você, foi basicamente por mim e pelas outras pessoas que não merecem ficar ouvindo essa falação – respondeu Alvo a Tiago.

-Não é por você, mas vamos lá. Desculpa, Tiago, por ter te acusado injustamente – disse Rose sem empolgação- Satisfeito?

-Não muito, faltou mais sinceridade, mas eu vou deixar passar.

-Mais sincera que isso, impossível.

-Vamos brindar então? – sugeriu Arthur e todos levantaram suas taças.

                                                                               ***

O clima em Hogwarts também estava extremamente prazeroso, apesar de menos pessoas presentes. Lysander e Lorcan saborearam o banquete de Hogwarts ao lado da mãe, que teve permissão para sentar-se junto a eles. Os outros professores apreciavam tanto a comida, como a decoração e a alegria dos alunos sentados em suas cadeiras reservadas na parte mais alta do Salão Principal. Jamie sentou-se em companhia das colegas Elise e Grace, ambas da mesma casa e ano de Jamie. Já Laurel se juntou a sua amiga Kate, na mesa da Lufa, ambas enfeitadas com tocas de Natal. Spencer e seus dois amigos, por sua vez, aproveitavam o Natal tramando contra Lorcan.

-A melhor forma de ser importante e respeitado é ser temido, já dizia meu pai – disse Spencer – Eles precisam saber com quem estão lidando. Se eles acham que podem me desafiar e sair ilesos estão completamente enganados. Eu só preciso achar uma forma...

-Mas acontece que eles aparentemente não têm medo de você, então vai ser difícil.

-Cala boca, Colin – disse Spencer ao amigo.

-Não tá mais aqui quem falou.

-Acho que eu já sei como resolver isso, como colocar eles nos seus lugares. E vou desestabilizar os dois, de uma única vez.  Só preciso tirar a Lucy de circulação por alguns instantes. Ela é o ponto forte dele. Sem ela, Lorcan vai acabar explodindo e sabemos que ele está com cartão vermelho na diretoria. Pelo que sei McGonagall não vai ter escolha senão expulsá-lo.

                                                                             ***

Logo após o jantar na casa dos Weasley’s, as pessoas se dispersaram. Alguns foram dormir, outros foram para o quarto conversar, outros retornaram à sala. No fim das contas, só estavam de pé Gina, Hermione, Carlinhos, Louis, Olívia, Fred, Roxanne, Connor e Molly.

Roxanne que estava sentada no sofá, ao lado de Fred aproveitou para puxar assunto com Connor que estava em pé, sozinho, apoiado sobre a bancada. 

-E aí, Connor? – disse Roxanne tentando parecer descontraída, mas sem saber o que falar ao certo.

Aquela era sua chance, não podia desperdiçar. Não que ela nunca tivesse conversado com ele, mas o fez poucas vezes e aquela era uma grande oportunidade de aproximação.

-Tudo bem, Roxanne? – disse Connor simpaticamente.

-Tudo sim. Gostou de passar o Natal aqui? – perguntou a garota pra não deixar o assunto morrer.

-Foi bem bacana. Vocês são muito animados e a família é bem grande, isso é legal. Na minha casa, por exemplo, só moram, além de mim, meu pai, minha mãe e minha irmã. Lá o Natal não é grande coisa.

-Entendo. Que bom que gostou, foi bom ter você aqui também!

Depois de alguns segundos em silêncio, Roxanne tomou coragem e deu um passo adiante.

-Escuta, eu tava pensando...

Nesse instante, Molly retornou do banheiro e passando pela bancada, em direção ao sofá, Connor a chamou.

-Achei que não ía sair mais desse banheiro- disse ele rindo, puxando-a pela mão para onde ele estava.

-Você não consegue ficar cinco minutos sem mim, não é. Você tem que saber sobreviver sem mim, Connor – disse ela irônica - Como vai ser próximo? A gente não vai estar mais em Hogwarts.

-Quer dizer que quando acabar a escola, você vai me abandonar? – disse ele fingindo drama.

-Vou pensar no seu caso, se você continuar grudento, provavelmente... – disse ela brincando.

Roxanne percebeu que estava sobrando ali, então decidiu se retirar. Fred que observava os outros, sentado no sofá, percebeu a irmã sair triste e imediatamente a seguiu escada acima.

A garota entrou no primeiro cômodo desocupado que viu e sentou-se encostada à parede, ao lado esquerdo da porta. Logo em seguida, Fred deu dois toques na porta, que estava entreaberta. A garota virou-se e ao perceber que era o irmão, perguntou:

-O que você está fazendo aqui? – disse ela com a voz embargada.

-Posso entrar? – perguntou ele calmamente.

-Eu quero ficar sozinha. Vai embora! – disse ela aumentando o tom de voz.

Fred pensou em se retirar, mas no fim decidiu ignorar o que  Roxanne havia dito e entrou no quarto. Sabia que ela era explosiva às vezes e que geralmente não gostava de pedir ajuda, ainda mais para ele, que segundo ela, era só um moleque sem responsabilidade e que levava tudo na brincadeira. Fred nunca se importou muito com o jeito com que Roxanne o tratava, na verdade nunca ligou muito para a opinião de qualquer um que falasse dele. Conhecia-a tão bem, que sabia que era só uma forma de autodefesa e um mecanismo para parecer forte. Isso fez com que ele decidisse entrar, pois sabia que por mais que ela dissesse que não precisava da ajuda de ninguém, ela precisava, como na maioria das situações.

 Ele sentou- se ao lado esquerdo dela, e ficou em silêncio por alguns minutos, enquanto a irmã fungava baixinho.

-Eu vi o que aconteceu... – disse ele por fim.

-Duvido. Você não presta atenção em nada que não for do seu interesse – disse ela ríspida.

Ele respirou fundo, nem sempre era fácil conversar com ela.

-Eu tô tentando te ajudar, ok?

Respirou fundo outra vez e depois de alguns instantes em silêncio falou:

-Você gosta dele, não é? Do Connor.

Roxanne surpreendeu-se com o comentário do irmão e pela primeira vez, levantou a cabeça, o encarando.

-Como você percebeu?

-Na verdade, não precisa ser nenhum detetive pra perceber. Seus olhos estavam brilhando quando você estava conversando com ele e então sua expressão mudou do nada quando a Molly chegou. Faz tempo que você gosta dele?

-Uns dois anos, por aí.

-É um bom tempo. Eu só acho que você não deveria dar tanto valor pra alguém que te ignora, porque definitivamente...

-Ele não gosta de mim, eu sei. Acho que eles se gostam, Molly e Connor, embora não admitam. Sabia que eu estava a ponto de usar a Amortentia? – disse ela tentando rir da ideia que agora julgava a mais estúpida de todas.

-Nem brinca com isso. Não vale a pena. Imagina só, você ficaria com alguém que não sente o mesmo que você, como se estivesse mendigando o mínimo de amor que a poção pode te dar, sem haver qualquer reciprocidade verdadeira. No fim das contas, você só teria uma pessoa amarrada a você...

-Acho que não aguentaria isso, pelo menos depois de um tempo... – disse ela sincera.

-Vai aparecer alguém, você vai ver...  – disse ele dando tapinhas em suas mãos, carinhosamente.

-Não acredito que estamos tendo esse tipo de conversa – riu ela, agora verdadeiramente.

-Se você não acredita, imagine eu – disse Fred também rindo.

-Não sabia que podia dar conselhos, também...

-Eu tenho meus talentos secretos – brincou ele.

-Só você pra me fazer rir. Obrigado, Fred, de verdade- disse Roxanne ao abraça-lo - Se você precisar contar alguma coisa assim, eu tô aqui. Mas acho que vai demorar pra você se apaixonar por alguém, você é bem desprendido...

-Provavelmente, é muito melhor ser pé no chão, do que se levar por essas coisas.

-Espero que não cometa os mesmos erros que eu, mas você ainda vai entender isso, de se apaixonar. 


Notas Finais


Comentários são bem vindos! Até o próximo capítulo...


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