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História Hold Me Tight - .crave you


Escrita por: ninalogi

Notas do Autor


merhabaaaaaa!

finalmente consegui postar um capítulo no prazo, uma salva de palmas para mim por favor.

antes de começar o capítulo, queria antecipar que vai praticamente >>>impossível<<< postar o próximo semana que vem, porque dessa vez eu vou estar muito ocupada mesmo. eu ganhei um concurso de artigos blablabla, resumindo vou viajar para são paulo pra fazer um seminário numa fucking faculdade de sociologia. me desejem sorte. e leitores de sp que quiserem me assistir pagar mico semana que vem, estão muito bem-vindos. então, infelizmente só vai ter capítulo na outra semana :(

aviso: eu não faço a mínima ideia da reação que vocês vão ter a esse capítulo. podem me odiar ou me amar, mas provavelmente vão querer me matar (pq vocês estão sempre querendo me matar, né). então, estejam avisados.

enfim, sem mais delongas.

boa leitura~~

Capítulo 24 - .crave you


Com os ensaios dos artistas terminados e as apresentações cada vez mais perto, Taehyung havia voltado a ter as tardes de quarta livres para o que quer que quisesse fazer — o que, naquela semana, significava uma única coisa: estudar até desmaiar.

Bem, pelo menos, esse era o plano inicial. Um plano que, desde o começo, não conseguiu seguir tão estritamente quanto pretendia. Para começar, havia rumado para o Namjin’s antes que conseguisse evitar, logo após deixar Yoongi e Hoseok em suas respectivas casas, e acabara ficando por lá por muito mais tempo do que pretendia.

Eles ainda não haviam voltado a se falar da maneira certa. As conversas nunca fluíam como deveriam fluir, e alguém sempre acabava ficando desconfortável depois de alguns minutos. Eles apelavam para um silêncio estranho e tenso, hábeis a ficar no mesmo ambiente, mas nunca dizendo nada importante. Eles trocavam bom dias e adeuses, alguns sorrisos aqui e ali, mas isso era tudo.

Tae só havia achado cruel deixar que Hobi e Yoongi continuassem sendo obrigados a pegar o transporte público em dias tão gelados como aqueles.

— Vocês querem uma carona para casa hoje? — ele havia perguntado na sexta-feira da semana anterior, pouco antes do início da primeira aula do dia. Yoongi havia arqueado as sobrancelhas em surpresa, e Hoseok apenas sorrira com facilidade.

Os dois haviam concordado.

— Obrigado, Tae — Yoongi murmurara, e era a mesma coisa que, com um sorriso doce, ele sempre dizia quando Taehyung parava em frente a sua enorme casa dos Min.

Hoseok não agradecera antes de Taehyung rumar para seu novo lugar no canto da sala — perto o suficiente das janelas para que ele pudesse olhar para a chuva e espairecer —, mas estava óbvio em seu sorriso o quão feliz e agradecido ele havia ficado com o convite.

E havia voltado a ser um hábito, mas a atmosfera ainda era estranha entre os três. Yoongi sempre se sentava na frente, comentando coisas aleatórias — “Você cortou o cabelo?”, “Estudou para a prova de Geometria Espacial?”, “Dormiu bem hoje?” — quando o silêncio começava a se tornar insuportável. Ele parecia realmente se esforçar para fazer tudo ficar menos estranho, e Taehyung, apesar de apenas dar respostas vagas e vazias, sentia-se agradecido por ser justo Yoongi tentando fazê-lo se sentir bem.

Hoseok havia comentado algo sobre eles terem de tomar uma providência quanto ao som ruim do carro, porque ele não aguentaria viagens sem música. Taehyung prometera que eles resolveriam o problema assim que tivessem tempo.

E as coisas iam, muito lentamente, se ajustando milímetro por milímetro. Hoseok e Yoongi nunca se aproximavam muito um do outro quando Tae estava por perto, mas ele queria dizer que eles não deveriam agir assim — que não deveriam se sentir pressionados a esconder nada. Porém, as palavras ficavam sempre presas em sua garganta.

Sentado à mesa de sempre no Namjin’s, Taehyung sorria bem de leve, aproveitando o calor humano do lugar cheio numa quarta-feira à tarde e a melodia calma de uma música italiana no jukebox.

E, pela primeira vez em alguns dias, ele definitivamente não esperava receber uma ligação de Jeon Jeongguk.

Não esperava ter que pagar a conta às pressas, dando uma desculpa esfarrapada quando Namjoon questionou sua aflição, e dirigir como louco para um hospital do outro lado da cidade, com o coração tão fundo no peito que era difícil respirar.

O que também não esperava, ao estacionar freneticamente na entrada de um hospital simples e comum, encontrar Jeon Jeongguk encharcado e abatido na sala de espera, mas sem nenhum arranhão a vista.

A preocupação esmaeceu todos os outros sentimentos quando Taehyung colocou os olhos sobre Jeongguk, sentado a apenas alguns metros de distância. Ele ainda sentiu-se ameaçado pela própria falta de controle, pela saudade de estar o mais perto possível de Jeongguk, mas tudo isso era desbotado em comparação ao receio que tomava Taehyung. E se Jeongguk estivesse machucado? E se algo grave houvesse acontecido?

Ele parecia pálido e abatido naquela sala branca. Seus olhos estavam tão úmidos quanto seus cabelos escuros, mas nenhuma lágrimas escorria por seu rosto claro. Não havia nada que indicasse qualquer ferimento. Nenhuma atadura, nada de gesso, nem mesmo um curativo. Ele não parecia fisicamente machucado, mas as linhas de seus ombros demonstravam que havia algo errado.

Jeongguk estava num mundo tão distante que só reparou na presença de Taehyung quando este apressou-se até ele, parando imediatamente a sua frente colocando a mão sobre um de seus ombros tensos.

— Taehyung — ele surpreendeu-se, piscando várias vezes. Num tom boquiaberto, murmurou: — Você está aqui. Você... veio.

O peito de Taehyung se aqueceu com o tom completamente perdido de Jeongguk. Ele quis abaixar-se e abraçá-lo, livrá-lo de qualquer que fosse aquilo que estivesse o deixando daquele jeito. Taehyung nunca vira Jeongguk tão esparso, tão perdido em pensamentos.

— Vamos sair daqui — ele sugeriu, desesperado para levar Jeongguk dali e enrolá-lo em cobertores quentes para espantar todo o frio que fazia seus dedos tremerem tão obviamente. — Você está todo encharcado. Vamos embora, Jeongguk.

— Não quer saber o que aconteceu? — O outro perguntou, os grandes olhos focados nos de Taehyung tão intensamente que ele quase se sentiu pressionado a olhar para o chão.

Taehyung estendeu um braço para tirar a franja molhada do rosto de Jeongguk, e percebeu o outro encolhendo-se de leve com a ação. Ele suspirou e abriu um sorriso tão suave que era quase imperceptível.

— Quero — admitiu. — Mas está óbvio que você precisa sair daqui primeiro.

Jeongguk baixou os olhos ao se levantar. Taehyung segurou mais uma vez o impulso de abraçá-lo e apenas sorriu mais uma vez, esperando que fosse o suficiente para confortar o outro apenas um pouco.

— Obrigado — Jeongguk murmurou. — Por vir até aqui.

Taehyung apenas assentiu uma vez. Ele foi com Jeongguk até o carro, com o capuz levantado para evitar se molhar mais do que o necessário. Seu peito era um misto bagunçado de emoções contrastantes. Parte dele queria envolver os braços ao redor de Jeongguk e abraçá-lo até que ele melhorasse. Outra sentia-se retesada, querendo mas temendo se aproximar.

E nenhuma parte de Taehyung queria se afastar. Nem por um segundo lhe passou pela mente a possibilidade de não estar lá naquele momento, auxiliando Jeon Jeongguk mesmo sem saber exatamente no quê, ou para quê. Ele apenas estava ali, esperando ser capaz de fazer o seu melhor para ajudar.

— Para onde? — Taehyung perguntou, o carro ligado no ponto morto enquanto Jeongguk ajustava o aquecedor, colocando-o no máximo.

O outro piscou.

— Eu não sei. Não tenho um lugar para ir ou para ficar.

Taehyung engoliu em seco todas as perguntas que vieram em sua garganta. A última coisa que queria era fazer Jeongguk se sentir desconfortável e pressionado com um milhão de perguntas, então ele apenas desviou os olhos para o estacionamento e disse:

— Para a minha casa, então.

Eles fizeram silêncio a viagem inteira, as mãos inquietas mas as bocas caladas. Taehyung sentia toda a preocupação empalidecendo aos poucos, deixando todos os outros sentimentos óbvios demais para serem ignorados agora. Mas, ainda assim, ele procurou focar no trânsito. Contou semáforos, postos de gasolina e lojas de conveniência, apenas para evitar a gritante percepção de que Jeon Jeongguk estava bem ali ao seu lado.

Como sempre, a mãe de Taehyung estava ocupada no trabalho. Já era perto das sete da noite, e a chuva havia amenizado quando eles pararam em frente à casa de Tae. Ainda sem dizer uma palavra sequer. Eles andavam a pelo menos trinta centímetros de distância enquanto passavam pela sala já conhecida pelos dois, e paravam no meio do cômodo, ambos meio incertos sobre o que fazer em seguida.

— Você está bem? — Taehyung perguntou, quebrando o silêncio hesitantemente.

Era óbvio que não, mas ele precisava perguntar.

Jeongguk abriu um sorriso tão mínimo que era doloroso. Taehyung adicionou aquele na lista de sorrisos que ele desejava se lembrar apenas para que, no futuro, pudesse garantir que faria de tudo para nunca ver tal tristeza na expressão do outro.

— Eu estou bem — Jeongguk respondeu. — Só... com muito frio.

— Você está todo encharcado — Taehyung apontou, e Jeongguk olhou para baixo, parecendo notar apenas agora o estado de suas roupas. — Hum, você pode tomar um banho quente se quiser. E, se conseguir achar alguma coisa no meu guarda-roupa que caiba em você, fique à vontade para usar.

Jeongguk assentiu várias vezes antes de se virar. É claro que ele sabia onde ficava o quarto de Taehyung e o banheiro, e não levou mais de cinco minutos para logo ouvir-se o barulho do chuveiro ligado.

O que diabos eu vou fazer agora?, Taehyung fechou os olhos com força, as mãos enfiadas nos próprios cabelos. Ele tentou pensar num motivo para aquela situação toda, algo que pudesse ter levado Jeongguk àquele hospital sem que fosse ele a pessoa machucada.

Mas nada lhe passou pela cabeça, então Taehyung resolveu apenas esperar. Ele despencou sobre o sofá da sala, encarando as lâmpadas fluorescentes — sua mãe era fissurada por economia de energia — e montando um cenário onde Jeongguk saía do banheiro cheirando a rosas apimentadas e eles voltavam a ser os mesmos de antes, como se nada houvesse acontecido.

Jeongguk demorou quase quarenta minutos, e, quando voltou para a sala, cheirava a shampoo e não rosas. Taehyung ajeitou-se no sofá, dando espaço para o outro sentar e tentar não se sentir tão triste sobre o quanto suas roupas — que eram sempre largas demais em seu corpo magro — ficavam quase apertadas em Jeongguk. Ele procurou não notar quando o outro sentou ao seu lado e seus ombros se tocaram, e ignorou o fato de que seus batimentos ficaram ainda mais descompassados.

— É a minha mãe — Jeongguk disse, sem olhar para Taehyung. Suas mãos estavam apertadas juntas, os cotovelos apoiados sobre as coxas. Ele parecia tenso, não muito diferente de antes, exceto pelas roupas agora secas.

Taehyung, piscou, levando apenas um segundo para entender do que Jeongguk estava falando. Ele se virou ligeiramente no sofá para olhar para o garoto cabisbaixo a seu lado, e seus dedos formigaram para envolver as mãos de Jeongguk protetoramente.

Vai ficar tudo bem, ele queria dizer.

— Ela está bem? — perguntou, hesitante demais. — O que aconteceu?

— Ela está... fisicamente bem, eu acho — Jeongguk respondeu, soando tão oscilante quanto o próprio Tae. — Foi uma concussão, mas ela vai ficar lá pela noite. Só para observação, você sabe.

Taehyung assentiu. Ele temia fazer a próxima pergunta, mas temia mais ainda já saber a resposta.

Como ela ganhou uma concussão?

Ele se lembrava perfeitamente bem de como Jeongguk havia soado frágil e sincero ao contar sobre como sua família tinha uma relação complicada. Lembrava-se dos detalhes sobre a personalidade desprezível do padrasto de Jeongguk, e de como ele e sua mãe viviam sobre a constante influência dele.

— Ela não se lembra muito bem do que aconteceu — Jeongguk contou, como se lesse a pergunta na expressão de Taehyung. — Mas é óbvio que foi ele.

Taehyung assentiu. Ele não sentia que havia algo além disso para acrescentar, e se limitou a apenas ficar ali, ao lado de Jeongguk. Ignorando todas as sirenes que o alertavam do perigo, Taehyung inclinou-se e envolveu a cintura de Jeongguk com os braços, puxando-o para perto e não recebendo nenhuma relutância do outro. Jeongguk soltou uma longa respiração e se aproximando de Tae, apoiando a cabeça sobre o ombro dele.

Taehyung relaxou, sentindo a respiração de Jeongguk em seu pescoço. Mas estava tudo bem, porque tudo o que ele queria era confortá-lo. A mente de Taehyung continuava repassando todos aqueles sorrisos que ele não queria ver no rosto de Jeongguk, e a vontade de fazê-lo esquecer das coisas ruins apenas crescia em seu peito.

— Como você está se sentindo? — arriscou perguntar, com os dedos passando pelos cabelos úmidos de Jeongguk.

— Péssimo — o garoto confessou. — Mas não quero pensar sobre isso... por favor.

— Tudo bem — Taehyung respondeu, o mais suavemente que pôde. — Vai ficar tudo bem, Jeongguk. Confie em mim, ok?

E, no meio de um silêncio aconchegante, ele perdeu a conta dos minutos que eles passaram daquele jeito: uma das mãos de Taehyung perdida nos cabelos de Jeongguk e a outra o segurando perto; Jeongguk deitado sobre um dos ombros de Taehyung, com os braços apertando sua cintura e as pernas entrelaçadas.

Era bom estar perto de Jeongguk sem sentir que precisava se afastar o mais rápido possível. Soava até apropriado o modo como suas respirações acabaram entrando em sincronia, como se ter Jeongguk em seus braços naquele momento fosse a coisa mais certa do mundo.

Taehyung só notou que um bom tempo havia se passado quando Jeongguk se pronunciou mais uma vez, quebrando a atmosfera calma. Sua voz era baixa e seu hálito no pescoço de Tae fez sua coluna estremecer.

— Preciso te dizer uma coisa.

Alguma coisa no peito de Tae alertou que algo estava por vir. Ele engoliu em seco, tentando prolongar aquele momento. Fechou os olhos e respirou fundo, absorvendo o cheiro do cabelo de Jeongguk e a sensação de tê-lo tão perto apenas para o caso de a situação real deles acabar se intrometendo naquele breve, porém encantador, instante.

— Sou todo ouvidos — Taehyung respondeu, não ousando abrir os olhos ou mover um músculo.

De olhos fechados, ele sentiu Jeongguk tomar uma grande respiração. Sentiu seus músculos se contraindo de leve enquanto as palavras iam inevitavelmente despencando de sua boca.

— Eu suportei essas últimas semanas, Taehyung, mas eu juro que não aguento mais — sua voz era um murmúrio nervoso, e o aperto de suas mãos na cintura de Tae tornou-se quase imperceptivelmente mais forte. — Está bem óbvio agora que eu preciso de você, e quase não me importa como. Mesmo que seja só como um colega, um conhecido, ou até o cara com quem você toma café de vez em quando, eu quero estar com você, quero estar na sua vida.

Taehyung abriu os olhos quando Jeongguk mudou de posição para olhar para ele. Sempre que olhava para o rosto de Jeongguk, para os traços tão únicos de sua personalidade e para sua voz tão doce, lembrava-se de N motivos para ter se apaixonado tão trágica e perdidamente pelo garoto. Ninguém poderia evitar se perder em Jeon Jeongguk, e Tae ainda estava no processo de decidir se arrependia-se ou não de ter depositado tanto em seus sentimentos pelo garoto de cabelos pretos.

Ele, porém, não teve a chance de falar antes que Jeongguk o interrompesse. O outro estendeu um dos braços e acariciou a bochecha de Taehyung com as pontas dos dedos, os olhos acompanhando lentamente cada movimento de sua mão.

— Eu quero poder ter a certeza de que você me quer na sua vida, que eu vou poder te ver de novo — Jeongguk murmurou, passando os dedos levemente sobre o canto dos lábios de Taehyung e parando ali —, que eu vou poder ouvir sua voz, que você vai responder minhas mensagens e atender as minhas ligações. E, a esse ponto, eu sequer me importo com todo o resto. Eu não me importo se minha vida está uma bagunça, se eu não posso voltar para casa e se tenho medo dos meus próprios sentimentos. Eu sequer me importo com o fato de que o que eu sinto por você é sufocante, porque apesar de toda essa dor você é a minha última esperança de sentir algo bom de verdade agora.

O coração de Taehyung estava afundado na mais pura brandura. Ainda com os dedos de Jeongguk sobre seus lábios, ele abriu um sorriso que era minúsculo, mas o mais sincero que havia oferecido nas últimas longas semanas.

Usando a mão que acariciava os cabelos de Jeongguk, Taehyung puxou-o levemente pela nuca, deixando seus rostos mais próximos. Era um impulso que ele não conseguia — e nem sequer queria — mais obrigar-se a reprimir.

— Você pode me mandar mensagens e eu juro que vou atender suas ligações — ele murmurou, os olhos passeando pelo rosto corado de Jeongguk, arquivando cada pequeno pedacinho dele. — Jeongguk, eu não quero deixar você sozinho, não agora, e provavelmente não em um bom tempo. Eu vou parar de me esforçar tanto tirar você da minha vida, de te obrigar a me tirar da sua. É só que... Você precisa de um amigo agora.

Jeongguk ergueu os olhos, parecendo prestes a dizer alguma coisa, mas Taehyung o calou, acrescentando com mais delicadeza:

— E eu preciso de você.

Antes que Tae sequer pudesse pensar em reclamar, os lábios de Jeongguk já estavam sobre os dele. As mãos do outro o puxavam pela cintura, trazendo Taehyung para cada vez mais perto, e Tae mais uma vez deixou que suas mãos se perdessem nos cabelos macios — e agora secos — de Jeongguk sem hesitação. Sentiu algo arrebentar em seu peito, uma ânsia que havia se tornado dolorosa a cada dia. Ele não tinha controle do próprio corpo, guiado apenas pela noção de que aquele era Jeon Jeongguk o puxando para perto, o beijando, e nada além disso importava.

Suas respirações eram curtas, entrecortadas, desesperadas, mas seus beijos eram intensos e profundos, como Tae nunca havia sentido antes. Ele sequer percebeu como foi parar sobre o colo de Jeongguk, as pernas ao redor do outro, tão perto quanto era possível no sofá estreito. Taehyung mal notou quando Jeongguk se levantou, puxando-o consigo, e só percebeu que eles estavam em seu quarto quando Jeongguk quebrou o beijo apenas o suficiente para colocar Tae sobre a cama.

Ele ficou zonzo por um momento. Jeongguk estava ali, sólido e tórrido sobre si, com os lábios percorrendo a linha de seu maxilar enquanto tudo o que Taehyung conseguia fazer era arfar, os olhos apertados juntos para aproveitar a sensação de ter Jeongguk fisicamente tão próximo.

A parede daquele devaneio só se quebrou ao redor de Taehyung quando ele abriu os olhos e notou os pingos de chuva na janela. Tae piscou, ainda imerso nas mãos de Jeongguk, e a realidade o abateu com uma força robusta.

Ele praguejou a si mesmo por ser tão obviamente fraco quando se tratava de Jeon Jeongguk.

— Não — Taehyung conseguiu arranjar forças de algum lugar para sussurrar, empurrando as mãos de Jeongguk que subiam sob sua camisa, acariciando suas costas. — Jeongguk, não podemos fazer isso. Não agora. Não assim.

O garoto de cabelos pretos sobre Taehyung, ficou imóvel, limitando-se a apenas olhá-lo com surpresa. Havia uma aura escura e ávida de ânsia em seus olhos de mármore negro — ânsia por Taehyung — que fez algo no peito de Tae inchar, querendo desesperadamente corresponder àquela ambição no mesmo nível, querendo beijar Jeongguk do jeito que ele queria ser beijado e tocá-lo do jeito que Taehyung queria ser tocado.

Mas ele não podia ignorar todas as outras coisas. Não podia ignorar o mundo real.

E Jeongguk, apesar de tudo, pareceu entender isso imediatamente no tom insatisfeito de Tae. Ele suspirou e virou o corpo, despencando ao lado de Taehyung na cama estreita. Eles encararam o teto, igualmente ofegantes e igualmente confusos. O corpo de Taehyung estava quente, sua cabeça uma bagunça, e ele odiou o fato de que, agora, apenas seus ombros tocavam os de Jeongguk. Soava como uma tremenda injustiça.

Taehyung engoliu em seco.

— Você está confuso porque sua mãe está no hospital e sua vida acabou de virar de cabeça para baixo — murmurou, virando-se de lado para olhar para Jeongguk, tentando colocar toda a sinceridade em seu tom de voz, embora ele mesmo não quisesse acreditar no que dizia. — Você disse que não tem um lugar para ir, e é claro que você pode ficar aqui por hoje, Jeongguk, mas eu não quero te confundir mais ainda.

— Mas eu não estou confuso — Jeongguk respondeu imediatamente, virando o rosto para Taehyung. — Não quanto a você.

A respiração de Tae travou bruscamente. Não havia nada no mundo em que ele quisesse acreditar mais do que na hipótese de Jeongguk finalmente ter seus sentimentos quanto a Taehyung esclarecidos, mas ele não podia ser tão ingênuo assim. Não quando Jeongguk estava tão abatido, e não quando os corpos de ambos estavam tão quentes e ofegantes.

— Apenas descanse, Jeongguk, você precisa disso — ele disse, tentando ignorar sua vontade de seguir adiante e perguntar se as dúvidas de Jeongguk haviam sido finalmente apagadas. Tentando colocar um tom de humor na voz para quebrar a atmosfera tensa, ele acrescentou: — E eu vou estar aqui se precisar de um abraço.

Jeongguk o encarou, sério.

— Eu preciso de um abraço.

Taehyung sorriu, balançando a cabeça, mas não negou. Ele encolheu-se ao lado de Jeongguk, aconchegando-se no calor que ele emanava, e sequer se importando com o fato de que ainda eram oito e alguma coisa da noite. Taehyung envolveu os braços ao redor do outro, mais uma vez o trazendo para perto, e agora era Jeongguk quem suavemente acariciava seus cabelos.

Não era o ideal, e estava longe de ser. Conforme observava Jeongguk cair no sono lentamente ao seu lado, pensou no quanto queria voltar a beijá-lo — e a ser beijado. Devaneou sobre uma realidade em que eles poderiam corresponder aos toques um do outro, dizer todas as coisas que queriam dizer em sussurros entrecortados por respirações e arfares. Queria os lábios de Jeongguk em sua boca, em seu rosto, em seu pescoço e em seu corpo inteiro, e era frustrante — porém afável — poder apenas abraçá-lo, com todas aquelas camadas de roupa os separando e o frio os obrigando a encolher-se mais e mais.

Ele, porém, obrigou-se a se contentar. Taehyung concluiu que apenas abraçar Jeongguk era melhor do que não tocá-lo de modo algum, e fechou os olhos, perdido no aroma característico daquele ao seu lado.

Não queria dormir, porque tinha medo de perder um segundo sequer daquele momento. Mas, depois de longos minutos — ou talvez horas — observando cada centímetro do corpo de Jeongguk com nada além da luz da lua para ajudá-lo, Taehyung acabou sucumbindo ao cansaço.

E seus sonhos estavam lotados de Jeon Jeongguk, mas ele não lembrou-se de nenhum deles durante a manhã, quando acordou, mais uma vez, para uma cama vazia.


Notas Finais


..........

eu não vou comentar nada, ok? apenas saibam que eu senti uma felicidade muito estranha escrevendo esse capítulo. até eu tava ansiosa pelas interações e pelos beijos taekook, como a boa shipper que eu sou.

se vcs tiverem qualquer ameaça de morte, é só dizer nos comentários kdjfdkfjdkfj muitas pessoas vêm me perguntando sobre o meu @ no twitter (porque eu vivo trocando, sou indecisa), então vou dizer logo aqui que o atual é @yugyeown (amém kim yugyeom inventor da dança e do chris brown). é isso aí. sintam-se livres pra me perturbar lá sempre que quiser porque minha vida realmente é um tédio.

beijos e até o próximo!!!


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