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História Hold Me Tight - .'cause you're mine


Escrita por: ninalogi

Notas do Autor


merhaba, amores da minha vida <3 demorei mais do que o comum, mas vamos fingir que está tudo normal...

leiam as notas finais! boa leitura~

Capítulo 27 - .'cause you're mine


Para Taehyung, a semana havia passado mais rapidamente do que o normal. Ele fazia seu caminho para casa agora, esparramado sem muita preocupação nos bancos traseiros do Jeep, rindo enquanto Hoseok cantava alguma música americana com seu péssimo inglês — eles haviam finalmente consertado o rádio do carro na terça-feira — e Yoongi dirigia em silêncio, com um sorriso contido no rosto. Estava frio do lado de fora, mas o aquecedor do carro estava ligado e as mãos de Taehyung estavam quentes o suficiente.

Era sexta-feira mais uma vez, e o último dia de aulas antes do recesso de fim de ano havia acabado. O inverno havia oficialmente chegado naquele dia, às 10:44 da manhã. Porém, nada parecia especificamente diferente para Taehyung. O frio havia se antecipado naquele ano, então as árvores nuas de folhas e a atmosfera congelante não eram surpresa alguma para ele.

Aqueles últimos sete dias em si haviam sido gélidos, mas ele sequer percebera. Passara a semana enfiado em salas de aula, fazendo provas finais, almoçando com Yoongi e Hoseok no refeitório e conversando sobre tudo e nada. Gastara horas e horas no telefone com Jeongguk, o encontrando vez ou outra no Namjin’s, para conversar ou simplesmente tomar frappuccino. Havia gastado a tarde toda de quarta-feira com Namjoon no centro da cidade, também, ajudando-o a escolher um presente de Natal para Jin. A semana havia sido de risadas mornas, beijos delicados, serenos gelados e reconciliações graduais, e Taehyung não poderia estar mais satisfeito.

— Ah, eu vou sentir saudades de vocês — Taehyung choramingou antes de entrar para casa, apertando os braços ao redor de Hoseok e Yoongi, o rosto pressionado entre os dois. — Prometem que vão me ligar? E que vamos juntos ao Namjin’s quando estiverem de volta? Não se esqueçam do meu aniversário!

Eles haviam parado na calçada em frente à casa de Taehyung, protegidos da chuva rala por um toldo. Ele fizera questão de que Hoseok e Yoongi descessem para receberem abraços decentes.

Incapaz de soltar-se do abraço de urso do garoto, Yoongi riu.

— São só duas semanas de recesso, Taehyungie — ele lembrou, ajeitando os óculos finos com a mão livre. — E podemos nos falar todos os dias, só basta ligar.

Taehyung fez um bico.

— Eu já fiquei tempo demais afastado de vocês — suspirou, finalmente soltando os outros dois garotos. E era mesmo verdade. Ele olhou para Hoseok, que sorria, depois para Yoongi, e em seguida para as mãos entrelaçadas dos dois, o que fez um sorriso surgir instantaneamente em seus lábios. — Aproveitem o feriado por mim, ok? Espero que seja muito melhor do que o do ano passado... E do que todos os outros anos.

O sorriso grande de Hoseok amenizou para um suave curvar de lábios enquanto ele dizia:

— É o que sempre dizemos.

— Mas esse ano vai ser melhor — Yoongi replicou, sorrindo com seus olhos escuros e brandos. — Pra valer.

Taehyung estava apenas ali parado, observando os dois com um sorriso no rosto. Ele não poderia imaginar nada melhor do que duas das pessoas que ele mais amava no mundo se apaixonando uma pela outra. Taehyung sabia que Hoseok fazia bem a Yoongi e vice-versa, de um jeito que nem mesmo ele, o melhor amigo dos dois, poderia fazer. Apesar de todas as coisas ruins que eles precisavam suportar — famílias caóticas, sentimentos machucados, pretéritos imperfeitos —, apenas o fato de eles terem um ao outro já era o suficiente para reconfortar Taehyung.

Ele havia ensinado a si mesmo a superar a história toda entre os dois. A falta que sentia da amizade de Yoongi e Hoseok havia ajudado, mas ele conseguia enxergar que as mentiras haviam feito muito mal aos dois também — e, mais do que isso, podia ver o quanto estavam verdadeiramente arrependidos. Então ele cedera. Achou que seria difícil voltar ao normal, mas era óbvio que os três estavam mais do que prontos para serem melhores amigos de novo. E também, era inútil esperar que voltassem a ser exatamente os mesmos depois de tanta coisa ter mudado. Taehyung convenceu-se de que eles eram pessoas diferentes dos pré-adolescentes inseparáveis que costumavam ser, e que não havia mal algum nisso — pelo contrário. Ele precisava se adaptar àquilo, e pela primeira vez, estava convencido de que as mudanças não eram de todo ruim.

Além do mais, sabia que os fins de ano eram sempre os piores para Hoseok e Yoongi. Taehyung sabia que, para eles, ter a família reunida era sinônimo de recaída — Hobi bebia mais dissimuladamente, e Yoongi perdia o controle dos remédios. Ele fazia o que podia para manter os dois no mundo real, puxando-os para que não se afogassem em suas próprias dores, mas era árduo e exaustivo. Agora, porém, Hoseok tinha Yoongi, e Yoongi tinha Hoseok. Eles poderiam se apoiar. Ali, tudo parecia pintado com um pouquinho de esperança, mesmo para um mero expectador como Taehyung.

— Onde você vai passar o Natal, Taehyung? — Hoseok perguntou, tirando o garoto de seus devaneios.

— Em casa — ele respondeu num tom alegre. — Com a minha mãe. Ela tirou férias para o recesso e nós vamos poder passar algum tempo juntos, finalmente.

— Isso é ótimo! — Yoongi exclamou. — Podemos passar por aqui na próxima semana para vê-la, então. Prometemos que vamos ligar no Natal, também. Vamos estar de volta antes do seu aniversário.

Yoongi e Hoseok passariam uma semana na casa de campo dos pais do mais velho. Eles haviam convidado Taehyung, mas ele não tinha intenção alguma de passar sete dias preso numa casa velho, tendo como única companhia um casal jovem e inevitavelmente cheio de hormônios. Definitivamente, não, obrigado. Ele preferia ficar em casa, bebendo chocolate quente com sua mãe e assistindo ao especial de fim de ano na TV.

— É bom que estejam mesmo — Taehyung estreitou os olhos, fingindo desconfiança.

Com um suspiro, ele pulou sobre os dois mais uma vez, abraçando ambos ao mesmo tempo. Hoseok gargalhou, e Yoongi apenas sorriu.

— Tenham uma ótima viagem — Taehyung desejou. — Liguem todos os dias e sejam felizes. Vou sentir saudades.

— Nós também, TaeTae — Hobi respondeu, apertando Taehyung com a mesma afeição. — Já estou sentindo saudades.

Quando os dois voltaram para o carro, havia algo de extremamente afável em seus sorrisos, no modo como trocavam breves olhares sorridentes. Taehyung sentiu seu coração afundar de felicidade no peito. Amava tanto seus melhores amigos, e queria mais que tudo que os dois conseguissem ser tudo o que o outro precisava.

Enquanto Taehyung acenava para o carro que seguia pela rua — e Hoseok acenava de volta pela janela, jogando alguns beijinhos na direção de Taehyung —, ele era preenchido pela mais absoluta certeza de que aquele era o tipo de momento feliz do qual ele se lembraria para sempre.

Ele girou nos calcanhares quando o Jeep desapareceu na próxima rua e entrou em casa. O minúsculo hall de entrada estava escuro, mas não silencioso, e ele passou direto para a sala de estar iluminada. Foi instantaneamente atingido pelo aroma doce de chocolate e o som de uma conversa entre duas vozes muito familiares e uma terceira não tão familiar assim. Depois de largar a mochila em algum ponto do chão e o sobretudo sobre o sofá — ele era um pouco bagunceiro —, encaminhou-se para a cozinha com as sobrancelhas franzidas.

Como esperava pelas vozes que ouvira, Taehyung encontrou sua mãe e Jeongguk sentados à mesa de jantar, ambos segurando xícaras e conversando. Ele não se surpreendeu com Jeongguk ali, já que os dois haviam combinado de ir ao cinema depois da aula. O que Taehyung não esperava, porém, era encontrar uma mulher desconhecida, também segurando uma xícara e conversando, mas parecendo ligeiramente deslocada e desconfortável em relação aos outros dois na mesa, apesar do sorriso agradável que tinha no rosto.

Quando Taehyung apareceu, os três fizeram silêncio e olharam para ele — Jeongguk e sua mãe sorriam, mas a mulher não.

— Ah. Oi, olá — ele se inclinou numa reverência muito breve, sentindo-se ligeiramente desconfortável com a expressão de surpresa da mulher ao vê-lo. — Hm...

— Taehyung-ah, você chegou! — sua mãe levantou-se, indo abraçá-lo e deixando um beijo em sua bochecha com um sorriso. — Estávamos te esperando, venha, sente-se.

Taehyung segurou uma risada enquanto obedecia, sentando-se ao lado de sua mãe, de frente para Jeongguk e a mulher. Era engraçado o fato de que Kim Yuri, sua mãe, sempre ficava extremamente carinhosa com o filho quando havia outros adultos por perto.

— Oi, Taehyung — Jeongguk sorriu brevemente para ele, e Taehyung poderia jurar que alguma coisa em seu coração derreteu instantaneamente com o rápido sorriso.

Antes que ele pudesse responder, porém, sua mãe interrompeu inofensivamente, apontando para a mulher desconhecida e dizendo:

— Querido, essa é Jeon Jiyeon, mãe do Jeongguk. Jiyeon-ssi, esse é Taehyung, meu filho.

Taehyung teve que fazer muito esforço para não demonstrar sua surpresa, mas arregalar os olhos foi inevitável. A mulher fez uma pequena curvatura na direção de Taehyung, que levantou-se rapidamente para se curvar também, sussurrando uma porção de “olá, senhora, olá, olá” enquanto se apresentava, desajeitado.

Ele lançou um olhar aterrorizado para Jeongguk, mas o outro apenas balançou a cabeça com um sorriso, como se dissesse “Está tudo bem”.

A mãe de Jeongguk era tão bonita quanto o filho, mas de um jeito mais triste e pálido. Ela parecia jovem, mas seus olhos eram pesados, pretos e soturnos — como os de Jeongguk costumavam ser, mas muito piores. Seu cabelo era negro demais contra sua pele branca, suas mãos delicadas como as de uma artista. Ela era uma versão esquálida e menos reluzente do próprio Jeongguk, mas com a mesma elegância contornando seus olhos misteriosos.

— É um prazer conhecê-lo, Taehyung — ela falou, e sua voz era contida, como se ela quisesse dizer uma porção de coisas, mas estivesse se limitando a roteiros. — Jeongguk... me falou bastante de você antes de virmos aqui.

Taehyung olhou para Jeongguk e para sua mãe, confuso e surpreso, desesperado por algumas explicações. Não era desse jeito que ele pretendia conhecer a mãe de Jeongguk. Havia até mesmo imaginado um jantar comemorativo, com muita carne de porco e chá, onde eles compartilhariam as coisas que tanto amavam em Jeongguk e se conheceriam melhor.

Não tinha nada a ver com a expressão quase severa de Jeon Jiyeon e o nó de desconforto em seu estômago.

— Fui eu que pedi a Jeongguk para trazê-la — sua mãe explicou, parecendo captar a dúvida de Taehyung. — Achei que seria bom se conversássemos um pouco.

Taehyung mordeu o interior das bochechas. Com sua mãe passando tanto tempo longe, no trabalho, ele havia acabado por esquecer o quanto ela era prática — prática demais. Para Kim Yuri, não havia outro momento para se resolver problemas e esclarecer mal-entendidos senão o agora. Quando Taehyung era mais novo, lidando com pessoas maldosas na escola, ou basicamente com qualquer outro problema pessoal que tivesse, fazia de tudo para evitar que a mãe ficasse sabendo. Resumindo, Yuri era um pouquinho intrometida quando se tratava da vida do filho — o que talvez fosse perfeitamente normal, mas não vinha ao caso —, e foi por isso que ele não se surpreendeu quando ela disse que aquela pequena reunião havia sido sua ideia.

Ao invés de reclamar, porém, ele simplesmente segurou um suspiro e abriu seu sorriso mais convincente.

— Bem, é realmente um prazer finalmente conhecê-la, senhora Jeon — falou, assentindo na tentativa de parecer confiante, mesmo que estivesse pensando em sair correndo. — Jeongguk fala muito da senhora.

A mulher arqueou as sobrancelhas, parecendo surpresa.

— Fala, é? — questionou, olhando para Jeongguk.

— Sim — Taehyung respondeu, sorrindo. — Coisas boas.

— Oh — ela piscou, desviando os olhos para sua xícara de achocolatado. — Isso é... uma surpresa.

Pelo modo como Jeongguk desviou os olhos também, era óbvio que os dois não eram exatamente próximos. Pelo menos, não do modo que Taehyung era próximo de sua mãe. Ele sabia que a relação dos dois era complicada — todos os conflitos e ressentimentos pareciam quase palpáveis entre os dois —, mas ele esperava que aquele tempo longe da vida caótica com o padrasto de Jeongguk fosse capaz de aproximá-los.

— Bem, Jiyeon, agora que Taehyung chegou, acho que já podemos seguir para o assunto de verdade — Yuri falou, parecendo notar o desconforto dos outros dois. — Nossos filhos estão juntos.

Se também estivesse bebendo achocolatado, Taehyung teria engasgado com ele. Depois de tanto tempo trabalhando num escritório, sua mãe havia se tornado excessivamente direta, muito mais do que já era antes. Não havia subintendências quando o assunto era sério, e Kim Yuri era do tipo que ia direto a ele.

Para o alívio de Taehyung, porém, Jeon Jiyeon não pareceu nem um pouco surpresa, embora suas sobrancelhas tenham arqueado. Ela bebeu um breve gole de sua bebida e assentiu. Para a preocupação dele, porém, ela também não parecia exatamente feliz com a ideia exposta ali.

— Sim — a mulher confirmou. — Já suspeitava dessa parte. Não havia imaginado... alguém como Taehyung, mas suspeitei que havia alguém.

Taehyung e Jeongguk trocaram um olhar ligeiramente preocupado. "Alguém como Taehyung" significava um garoto. Ele tentou ignorar o sentimento ruim que fez um nó em sua garganta, e viu uma expressão culpada no rosto de Jeongguk, como se ele quisesse pedir desculpas por aquilo, mas Taehyung rapidamente desviou os olhos, sabendo que não era culpa dele.

— E há algum problema em não ser alguém como você imaginou? — Yuri questionou, parecendo mais curiosa do que defensiva. — Algum problema em ser assim? Taehyung com Jeongguk?

Taehyung teve que segurar um sorriso. Sua mãe era um pouco intrometida, e com certeza era direta demais, mas ele a amava por ser exatamente do jeito que era.

A mãe de Jeongguk olhou para Yuri com uma expressão quase cansada. Ela suspirou.

— Por mim? Não, nenhum — respondeu, soando sincera, mas magoada por algum motivo. — Eu quero que Jeongguk se sinta bem, que esteja feliz, porque ele merece. Nós dois sabemos como foi... difícil. Mas não é segredo pra ninguém o quanto o mundo é cruel para os que são diferentes em qualquer aspecto. Como uma mãe, senhora Kim, você deve entender quando eu digo que não quero que ele sofra mais do que já sofreu. E Jeongguk já sofreu muito por minha causa.

O nó na garganta de Taehyung apertou, e ele sentiu seus olhos queimarem. Olhou para Jeongguk, preocupado, mas o outro olhava para a mãe, com os olhos quase sempre tão resignados agora embaçados por lágrimas que não caíam.

— Mãe... — ele começou, num tom baixo.

— Está tudo bem, Jeongguk — Jiyeon sorriu. Era um sorriso pequeno e doloroso, mas sincero. Seus olhos estavam limpos, e ela afagou a mão de Jeongguk sobre a mesa. — Não quero que vocês se afastem, muito pelo contrário, mas também não quero ser otimista demais aqui.

— Eu compreendo, Jiyeon — Yuri afirmou, com veemência. Ela abriu o seu sorriso mais convincente, não o que usava no escritório, mas o que usava quando era apenas a mãe de Taehyung. — Sei muito bem que o mundo em que vivemos não é perfeito, mas não podemos desencorajar a felicidade de Taehyung e Jeongguk. Você mesma disse que não quer que ele sofra, e fazê-los sentirem-se culpados por algo tão simples quanto serem quem são seria o pior dos pecados da nossa parte.

Jiyeon piscou. Taehyung achava admirável o fato de que ela não parecia ser afetada pelas palavras de Yuri, por mais realistas que fossem. Jiyeon não aparentava ser fria, mas sim o tipo de pessoa que já ouviu todas as coisas cruéis do mundo dirigidas para si, e nada mais era capaz de pegá-la de surpresa.

— Queria que as coisas fossem assim tão simples — ela murmurou lentamente, parecendo falar mais consigo do que para qualquer outra pessoa enquanto olhava para Jeongguk. — Mas não são. Nunca são, e nunca vão ser.

Era realmente assustador o quanto os dois se pareciam, desde os fios negros, passando pelos olhos escuros e o rosto belo, até a pele pálida e as mãos delicadas. Até mesmo as expressões nos rostos de ambos era quase idêntica.

— Mãe — Jeongguk falou novamente, mais confiante dessa vez, surpreendendo os outros três presentes.

Ele hesitou por apenas um segundo, sua mão ainda entrelaçada com a da mulher sobre a mesa. Taehyung mordeu o lábio, sentindo a hesitação do outro. Era óbvio que Jeongguk não tinha muitas palavras para expressar o que quer que fosse que queria dizer à mãe, e Taehyung se sentiu mal pela relação ressentida dos dois.

— Eu sei que deveria ter dito alguma coisa antes — Jeongguk continuou, o rosto corado. — Agora eu posso até pensar que facilitaria as coisas, mas eu sempre... sempre soube que apenas tornaria tudo mais difícil do que já era.

Taehyung sentiu-se um intruso naquela conversa, mesmo que fosse essencialmente parte dela. Ele queria desviar os olhos ou se levantar, na esperança de dar o máximo de privacidade possível aos dois, mas seus olhos se mantiveram presos, focados nos Jeon enquanto Jeongguk falava, e Jiyeon apenas ouvia.

— Quando nós estávamos lá, eu fazia de tudo para simplesmente me isolar de vocês, me envolver o mínimo possível, e sequer ficava em casa, a não ser que fosse para dormir — Jeongguk prosseguiu, seu tom ficando menos impassível a cada palavra. — Eu já estava cansado de tentar e tentar e tentar, e tudo continuar o mesmo.

— Jeongguk...

— Espere, eu não terminei — ele pediu, suavemente. — Me desculpe por não ter dito tudo, ou melhor, por não ter dito absolutamente nada, nunca. Eu só... eu estava tão convencido de que era só eu contra o resto do mundo, contra vocês. Me acostumei demais a essa minha necessidade de isolamento.

Pegando Taehyung de surpresa, Jeongguk virou o rosto em sua direção, um sorriso reprimido em seus lábios curvados, e os olhos brilhando agora, mas sem sinal de lágrimas.

— E Taehyung me ajudou a perceber que eu não quero ficar sozinho, nem preciso — ele virou-se novamente para Jiyeon enquanto ele terminava: — Eu preciso que você entenda que eu não me importo com o que o resto do mundo pensa sobre nós dois, mas agora... eu preciso do seu apoio. Realmente preciso.

Taehyung achou que iria acabar chorando ali mesmo. Ele olhou para Jeongguk, seu rosto sincero e receoso, com aquela velha mágoa reprimida agora espalhada em todas as suas palavras e expressões — mas ainda havia aquela confiança em seus ombros e em seu minúsculo sorriso, como se ele estivesse esperançoso de que aquela conversa teria um final feliz.

Jiyeon, por outro lado, parecia realmente tocada pelas palavras de alguém pela primeira vez desde que Taehyung chegara. Seus olhos estavam muito ligeiramente marejados, a boca aberta como se ela não soubesse o que dizer, e os ombros tensos, encolhidos.

— Acho que vocês precisam de um tempo sozinhos — Yuri se pronunciou de repente, já se levantando e puxando Taehyung pela manga do suéter. — Fiquem à vontade. Vamos lá, Taehyung.

Taehyung concordou sem hesitar. Ele queria ficar ali, garantir que ficaria tudo bem com Jeongguk, mas sabia que eles precisavam de privacidade agora. Antes de se virar para sair, ele trocou um olhar com Jeongguk, tentando transmitir que logo estaria de volta, que ele se sairia bem. Jeongguk retribuiu o olhar com um sorriso que parecia agradecer por alguma coisa que ele não conseguiu interpretar antes de desaparecer pela porta, puxado por sua mãe.

— Uau, isso foi intenso — Yuri falou, piscando, enquanto sentava-se no sofá da sala pesadamente. Ela olhou em volta, para a mochila jogada de Taehyung e seu casaco esparramado no sofá. — Kim Taehyung, seu bagunceiro...

Taehyung riu, sentando-se ao lado da mãe. Da sala não era possível escutar a conversa dos Jeon na cozinha, já que eles falavam baixo. Ele abraçou a mãe e encostou a cabeça em seu ombro, respirando o cheiro familiar de shampoo cítrico e café.

— Eu te amo, mãe — falou de os olhos fechados. — Obrigado por ser a melhor mãe do mundo.

Yuri riu suavemente, passando os dedos pelo cabelo desarrumado de Taehyung de um modo maternal.

— Não sou a melhor mãe do mundo, TaeTae — falou, baixo. — Só sou uma pessoa decente. Não precisa me agradecer por nada.

Taehyung assentiu, mesmo que discordasse. Ele precisava agradecer à mãe por um milhão de coisas, mas principalmente por nunca ter desistido dele. Mesmo quando ele era uma criança triste e um pré-adolescente depressivo. Mesmo quando o próprio Taehyung havia desistido de si mesmo, sua mãe havia o convencido de que valia a pena. Havia sido graças à ela — e, principalmente, por causa dela — que ele havia superado, ou melhor, aprendido a conviver com todos aqueles pensamentos ruins, sendo sempre o mais otimista possível, se convencendo de que, se o hoje era ruim, então o amanhã seria melhor.

— Você poderia ter me avisado que a mãe de Jeongguk estaria aqui — Taehyung falou, sem realmente ressentir qualquer coisa. — Eu teria me preparado melhor.

— Desculpe, querido — Yuri pediu, beijando sua testa. — Jeongguk ligou para cá para falar com você, dizendo que seu telefone estava desligado, e nós acabamos conversando...

— Ah — Taehyung piscou, tentando se lembrar do motivo de seu celular estar desligado. — Passei o dia tirando fotos com Hoseok e Yoongi na festa de Natal da turma, minha bateria acabou. Mas como você chegou à conclusão de que precisava conversar com a mãe de Jeongguk?

— Por algum motivo, começamos a falar sobre o seu aniversário — sua mãe deu de ombros. — Eu comentei que deveríamos ir para algum lugar, você sabe, comemorar, e que ele deveria chamar os pais. E foi aí que Jeongguk deu a entender que a mãe dele não sabia de vocês dois, então eu sugeri essa conversa e, pra minha surpresa, ele concordou depois de pouca insistência. Não tive como te avisar antes.

Taehyung assentiu, entendendo. Depois de um tempo, acrescentou com um murmúrio ligeiramente temeroso:

— Espero que ela fique bem com tudo isso. Não deve ser fácil... saber desse jeito.

Yuri balançou a cabeça.

— Mães sabem dessas coisas, Taehyung — ela contou, suave. — Simplesmente sabemos, algumas pessoas só... têm mais facilidade em admitir para si mesmas. A mãe de Jeongguk vai se acostumar uma hora ou outra, apenas tenha paciência. Por agora, ela conseguirá conviver com isso porque sabe que Jeongguk está feliz, e não vai demorar muito para apoiá-lo completamente.

Taehyung suspirou. Em parte, ele estava feliz por ver que Jeongguk estava disposto a melhorar sua relação com a mãe agora, tornar as coisas claras. Era tão bom vê-lo se abrindo mais, menos amedrontado quanto aos próprios sentimentos. Fazia mais de uma semana desde que Jeongguk e sua mãe haviam saído do apartamento do padrasto daquele jeito meio catastrófico, e, pelo o que ele dissera a Taehyung muito vagamente, Jiyeon estava a procura de um advogado barato para dar entrada no processo de divórcio.

Foi então que um pensamento ocorreu a Taehyung.

— Mãe! — falou, alto, num tom subitamente animado. — Tive uma ideia.

— O quê?

— Você trabalha pro senhor Hong, não é? — perguntou, surpreso por se lembrar do nome do chefe da mãe, que quase nunca via. — Aquele advogado rico e super caro?

— Bem, sim...

— A mãe do Jeongguk precisa de um advogado para dar entrada no processo de divórcio com o padrasto canalha dele.

Yuri suspirou, um sorriso suavizando sua expressão.

— Ora, posso resolver isso depois, então. Estamos de férias agora. Espere o Ano Novo passar, e então eu estarei mais do que feliz em ajudar.

Taehyung sorriu amplo.

— Tudo bem. Obrigado, mãe.

Enquanto Taehyung e a mãe conversavam sobre o último dia de aulas e a festa de Natal da escola, Jeongguk e Jiyeon saíram da cozinha, surpreendendo os dois. Eles estavam parados no vão da porta, ambos parecendo hesitantes e ligeiramente abalados. Taehyung poderia jurar que Jiyeon havia derramado algumas lágrimas, mas Jeongguk estava obviamente aliviado, com um sorriso quase imperceptível nos lábios. Vendo-os lado a lado, ficava claro o quanto os dois eram altos e elegantes, embora Jeongguk fosse pelo menos uns dez centímetros maior que a mãe.

— Foi um prazer, Taehyung-ah, Yuri-ssi, mas acho que preciso ir embora agora — Jiyeon falou primeiro, curvando a cabeça. Taehyung se levantou para cumprimentá-la, e, enquanto ele apertava sua mão, baixo o suficiente para que apenas Taehyung ouvisse, ela acrescentou: — Obrigado por se importar tanto com o Jeongguk.

Taehyung não respondeu. Ele sorriu e se curvou por alguns segundos, e Jiyeon assentiu, como se entendesse. Ela cumprimentou Yuri e abraçou Jeongguk antes de se virar para sair, prometendo que manteria contato e ordenando que o filho estivesse em casa antes da meia-noite. Jeongguk apenas riu, como se fosse uma piada, e Taehyung sorriu, porque era a primeira vez que ouvia falar da mãe de Jeongguk dando qualquer ordem a ele — e, de certo modo, era até satisfatório.

— Bom, é isso — Yuri suspirou quando Jiyeon já havia fechado a porta, as mãos juntas na frente do corpo. — Jeongguk, espero que vocês tenham acertado as coisas.

— Temos muito o que acertar — Jeongguk apertou os lábios, olhando para a porta pela qual sua mãe havia saído. — Mas estamos chegando lá, graças a você, senhora Kim. Muito obrigado, de verdade.

— Ora, não me agradeça — ela dispensou o agradecimento com um aceno da mão. — Agora, vocês crianças podem fazer o que quer que estavam indo fazer. Não quero atrapalhar. Divirtam-se, tenham juízo e, como Jiyeon disse, voltem antes da meia-noite. E, Jeongguk, você dorme na sua casa hoje!

Antes que Taehyung ou Jeongguk pudessem responder qualquer coisa, Yuri virou-se e foi em direção ao próprio quarto nos fundos, deixando os dois sozinhos para trás.

Taehyung sorriu, distraído por um momento. Era bom ter sua mãe ali para dar ordens, também, mesmo que ele quisesse passar a noite com Jeongguk de novo.

— Taehyung? — Jeongguk chamou sua atenção, sobressaltando-o.

Ele virou-se para olhar para o outro, e foi atingido por algo pesado e amargo no peito ao ver o rosto de Jeongguk molhado. Ele tinha lágrimas nos olhos, escorrendo por seu rosto. Seus olhos estavam sensíveis e haviam uma enxurrada de emoções despejando junto com as lágrimas.

— Oh, Jeongguk — Taehyung apressou-se para apertar os braços ao redor de Jeongguk, puxando-o para perto para colocar sua cabeça sobre o ombro dele e garantir que Jeongguk também o abraçasse. Suas mãos estavam geladas, e Taehyung entrelaçou seus dedos na esperança de aquecê-las. — O que aconteceu? Você está bem?

— Eu não sei — Jeongguk estremeceu. — Acho que é isso que acontece quando você guarda coisas demais. Estava sempre empilhando minhas emoções dentro de um cômodo apertado na minha cabeça, e, agora que eu deixei uma brecha da porta aberta está tudo simplesmente... vindo. Eu não estou triste, só preciso colocar tudo isso para fora.

— Ah, Jeon Jeongguk — Taehyung beijou suas bochechas geladas pelas lágrimas, secando-as. — Não precisamos ir ao cinema hoje. Podemos ficar aqui, assistir um filme velho ou qualquer coisa. Está frio demais lá fora, de qualquer jeito...

— Eu só quero ficar aqui — Jeongguk sussurrou, seus braços apertados ao redor do de cabelos castanhos. — Só quero ficar com você.

Taehyung assentiu, concordando em silêncio com um sorriso terno. Ele entrelaçou as mãos nas de Jeongguk mais uma vez, cuidadosamente puxando-o na direção do quarto. Sabia que eles não poderiam fazer muita coisa para se aquecer com sua mãe logo no quarto ao lado, mas poder abraçar Jeongguk por algumas horas teria que ser o suficiente para si.

E foi isso que Taehyung fez. Pegou cobertores felpudos extras, ligou a TV num desenho animado qualquer e empilhou uma porção de almofadas e bichos de pelúcia para que pudessem ficar confortáveis. Taehyung sentou-se no colo de Jeongguk, com o rosto apoiado em seu ombro, uma das mãos perdida nos cabelos negros e os braços dele ao seu redor. Esse era o mais perto que eles haviam chegado desde a última sexta-feira, quando haviam caído no sono juntos. Eles haviam acordado no sábado ainda abraçados, mas tudo ainda havia ficado ligeiramente hesitante entre os dois depois daquela noite.

Taehyung não sabia como chamar aquilo. Jeongguk era tão cauteloso, tomando cuidado para não apressá-lo, mas ao mesmo tempo tão intenso. Suas palavras eram calmas e pacientes, mas sua voz parecia refletir todas as coisas que queimavam dentro do próprio Taehyung — o modo como ele queria desesperadamente ter Jeongguk por perto, o mais perto possível, e como as horas passavam em tons maçantes de cinza quando não havia sinal do outro. Taehyung estava convencido a dar um tempo a si mesmo, e o fazia bem sentir toda a reciprocidade nos toques de Jeongguk, o modo como seus beijos, mesmo os mais delicados, sempre correspondiam os sentimentos de Taehyung, às vezes até mais intensos e aflitos, querendo mais, mas se retesando apenas porque era o que Tae havia pedido.

Ele sabia que nada daquilo era invenção de sua cabeça, e fazia tão bem ser correspondido daquele modo. Aos poucos a ideia fazia mais sentido em sua cabeça, formando uma certeza quase sólida em seu peito: Jeongguk era só dele.

— Jeongguk? — chamou, baixo.

O de cabelos negros, que estivera prestando atenção no que se passava na televisão, virou o rosto para olhar para Taehyung, deixando os lábios um do outro perigosamente perto.

— Sim? — o outro perguntou, no mesmo tom.

— Você quer conversar sobre alguma dessas coisas que precisa colocar para fora?

Jeongguk olhou para ele por longos segundos, os olhos baixos e escuros pela pouca iluminação, tão intensos que fizeram Taehyung corar. Jeongguk, porém, balançou a cabeça negativamente, enterrando o rosto em seu pescoço.

— Não. Agora não — disse, e sua respiração no pescoço de Taehyung fez com que sua pele se arrepiasse instantaneamente. — Vamos só ficar aqui por enquanto.

Taehyung assentiu, concordando. Ele queria que Jeongguk falasse, dissesse tudo o que precisava dizer, mas entendia que o outro teria o próprio tempo. Quando quisesse — quando estivesse pronto —, Jeongguk diria tudo voluntariamente.

Quando Taehyung não disse mais nada e voltou a olhar para a TV, foi a vez de Jeongguk se pronunciar:

— Posso perguntar uma coisa, Taehyung?

O de cabelos castanhos piscou, surpreso.

— Hum? Sim, claro que pode.

Jeongguk hesitou por longos segundos, com o rosto ainda escondido na curva do pescoço de Taehyung.

— Nós estamos mesmo juntos?

Taehyung abriu um sorriso involuntário com o tom inseguro de Jeongguk. Ele pensou sobre o assunto. Afinal, o que eles eram?

Durante a semana, o pensamento em que Taehyung focara era que eles eram apenas duas pessoas tentando fazer dar certo. Agora, porém, quando parava para pensar, esse título já parecia ultrapassado demais. O modo como ele queria, como simplesmente precisava de Jeongguk não era tão brando quanto o título que ele inventar sugeria. Era algo muito mais intenso, mais forte que uma simples tentativa.

Era como se, mesmo que evitasse essa possibilidade, mesmo que tentasse manter o controle, Taehyung já estivesse completamente entregue, de qualquer jeito. E o pior de tudo era que ele não se importava. Nem um pouquinho.

— Você disse que me convenceria de que eu estava errado sobre nós não podermos dar certo. Que nós realmente valemos a pena. Que o que temos é tão legítimo quanto possível — falou, cuidadoso e sincero. Ele apertou mais os braços ao redor de Jeongguk, sorrindo. — E você conseguiu, Jeongguk, mesmo que eu não tivesse percebido antes. Achei que ainda estávamos indo devagar, mas acho que depois de hoje é bem óbvio o que nós somos... e não somos duas pessoas indo devagar. Nossas mães até já se conhecem.

Jeongguk riu fraco, acariciando o cabelo de Taehyung.

— Eu nem mesmo te pedi em namoro — ele falou, soando desapontado.

— Você não precisa — Taehyung virou-se, ficando de frente para Jeongguk, suas testas coladas, os olhos fixados um no outro e as pernas de Taehyung ao redor dos quadris do outro. O de cabelos castanhos puxou Jeongguk, deixando um selar intenso em seus lábios antes de prosseguir: — Mesmo eu tentando evitar, já sou todo seu.

Taehyung esperava arrancar pelo menos uma risada de Jeongguk, mas o outro pareceu ter outra ideia. Jeongguk simplesmente o puxou pela nuca, fazendo seus lábios chocarem-se de uma maneira não exatamente gentil. Taehyung arquejou, deixando que as mãos quentes de Jeongguk o puxassem ainda mais para perto, pedindo passagem para aprofundar o beijo. A cabeça de Taehyung era um vazio preenchido unicamente por Jeon Jeongguk enquanto ele afundava os dedos nos cabelos negros do outro, exatamente como tanto adorava fazer, e um braço de Jeongguk apertava sua cintura.

Demorou pelo menos cinco minutos para que Taehyung conseguisse pensar com clareza de novo, inebriado demais pelo gosto de Jeongguk em sua boca e pelos sons maravilhosos que saíam da garganta do outro. Taehyung se afastou apenas para que pudesse suspirar, sua respiração ofegante, e sorriu para os lábios avermelhados de Jeongguk.

— Minha mãe está em casa, Jeon Jeongguk. Se comporte.

Jeongguk fez um barulho descontente enquanto deixava um selinho delicado nos lábios de Taehyung, as mãos apertando as coxas dele.

— Eu sei. Só estou com saudades de você.

— Nos vemos a semana toda — Taehyung lembrou.

— Mas não é de te ver que eu estou com saudades.

Taehyung riu, dando um tapa no ombro de Jeongguk enquanto deslizava para o lado, deitando ao seu lado. Entendia o que Jeongguk queria dizer. Também sentira falta de beijá-lo e tocá-lo de todas as maneiras que podia durante os últimos dias, mesmo que se esforçasse para reprimir essas vontades. Agora era sua vez de afundar o rosto no pescoço de Jeongguk, deixando beijos leves atrás de sua orelha, aproveitando os suspiros do outro.

— Você vai comigo à apresentação do Jimin amanhã? — Jeongguk perguntou, acariciando a bochecha de Taehyung com o polegar.

— Eu adoraria — Taehyung respondeu automaticamente, mais animado do que achou que estaria.

Jeongguk sorriu, satisfeito, levando Taehyung a sorrir também. Eles fingiram voltar a atenção para o desenho animado na TV mais uma vez, mas, julgando pelas mãos do outro massageando suas costas sob a blusa e os beijos aleatórios que Jeongguk espalhava pelo rosto de Taehyung vez ou outra, ele duvidava que qualquer um dos dois estivesse realmente interessado no que passava na TV.

— Quer dizer que estamos realmente namorando agora, uh? — Jeongguk perguntou, soando tão convencido que Taehyung teve de gargalhar.

— Acho que sim — Taehyung riu. — É, sim. Estamos.

Jeongguk riu também, e a alegria em sua voz fez algo inflar dentro de Taehyung. 

Com o rosto pressionado contra o material macio do suéter de Jeongguk, ouvindo os batimentos acelerados do garoto enquanto o abraçava, Taehyung sentiu aquela mesma convicção em seu peito, parecendo mais concreta que nunca agora, sólida e aconchegante, sem deixar espaço algum para imprecisões. Ele não queria pensar sobre o trabalhoso processo — que muitas vezes fora doloroso — que o levara até essa tão aguardada percepção, mas Taehyung sabia agora. Mais do que isso, ele sentia. Sentiu enquanto beijava Jeongguk, e enquanto era beijado de volta, seus toques retribuídos com a intensidade dobrada, o fazendo sentir-se mais do que desejado — amado.

Ele sabia agora: Jeon Jeongguk era de Taehyung, e só dele, do mesmo jeito que Taehyung era única e exclusivamente de Jeongguk.

E nenhum dos dois tinha planos de negar-se diante dessa verdade inevitável.


Notas Finais


ah, conseguem sentir o finalzinho chegando?

esse não é o último capítulo ainda, mas eu tenho uns 60% de certeza de que o próximo será (*cries*), e depois teremos apenas o epílogo. eu pretendo postar muito em breve, essa semana ainda se min yoongi quiser. como entrei de férias, vai ser mais fácil escrever, e talvez a fic já esteja concluída até o próximo domingo... eu sei, tbm tô tristona. mas é a vida, meus amores.

não vou falar de despedidas aqui ainda. vamos apenas aproveitar o que ainda falta ser contado de HMT, e deixemos o tchau pra o final, tudo bem?

espero que vocês tenham gostado! eu temi que esse capítulo pudesse parecer meio apressado demais (??), porém, do mesmo jeito que não quero acelerar nada, tbm não quero enrolar. então, deixem a opinião de vocês nos comentários c: falando em comentários, amanhã vou ter o dia livre depois das cinco da tarde, então vou responder tudo o que eu puder!! isso mesmo, me desculpem por ser a autora mais negligente do mundo, mas saibam que eu leio (e amo do fundo do meu coração) cada um dos comentários que vocês deixam, e que nenhum é em vão, porque sempre melhoram meu dia em 100%. vocês são maravilhosos demais pra mim, sério. não mereço leitores tão amáveis e carinhosos, vocês realmente são os melhores <3

ironicamente, eu estou ouvindo hold me tight enquanto posto isso. amém kim taehyung!!! e até o próximo, amores. beijos no coração sz


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