História Hold my hand - Don't cry.

Eu acordei com minha mãe me chacoalhando em pleno domingo, ás nove horas da manhã. Ela disse que Caleb estava lá em baixo e precisava falar comigo. Eu fiz um coque alto e desci correndo, pulando no colo dele, dando-o vários selinhos, sorridente. Ele me disse que precisávamos conversar, eu fiquei preocupada e meu sorriso se desmanchou no mesmo segundo. Minha mãe saiu da cozinha para que pudessemos conversar sozinhos. Então ele disse: -Amor, o meu pai...ele..ele recebeu uma proposta irrecusável de emprego no Brasil. E..ele só falou comigo sobre isso ontem a noite. Ele quer que eu vá com ele, eu tentei convencê-lo a me deixar ficar, mas ele não quer deixar de jeito nenhum.- ele me puxou para perto, me abraçando forte e fazendo carinho no meu cabelo, enquanto as lágrimas insistiam em rolar pelo meu rosto. Sério, logo agora que estamos felizes, bem um com o outro, em um relacionamento? Ele limpou minhas lágrimas e continuou: -Eu vou ir amanhã cedo. Mas eu vou continuar vindo te ver, pelo menos uma vez por mês. Você...você acha que consegue manter esse relacionamento mesmo a distância?- ele me olhou, com os olhos lacrimejando e eu chorei mais ainda. Eu não sabia o que dizer. Eu nem ao menos sabia se ia conseguir ficar tanto tempo sem vê-lo. Minhas lágrimas não paravam de rolar pelo meu rosto e ele foi até o meu quarto comigo e se deitou, me abraçando. No final, nem ele conseguiu prender o choro. Eu amo demais aquele garoto. Ele me faz bem, eu preciso dele aqui comigo. O Brasil é longe daqui. Moramos na Pensilvânia, é muito, muito longe. O que eu iria fazer? Eu estava desnorteada, sem noção nenhuma de como deveria agir naquela situação. Eu queria dizer pra ele que não o deixaria ir, mas seria inútil, o pai dele jamais ia querer que ele ficasse aqui, sozinho, ou melhor, comigo. Não só o pai dele, mas a mãe, nunca, nunca tinham ido com a minha cara. Será que era só por isso que iriam se mudar? Por não me acharem boa o suficiente para o filho deles? Eu comecei a me sentir culpada por tudo aquilo. Eu não podia perdê-lo. Aquele realmente seria o nosso adeus? Para sempre? Eu queria que ele não desistisse de mim, mas como é que eu iria conseguir manter um relacionamento com quilômetros nos atrapalhando? Eu não sei se conseguiria. Mas, por ele, eu faria o esforço que fosse preciso. Meu amor é maior que qualquer barreira.