História Hold My Hand - Prólogo

2008 |  Manhattan 

 E mais uma vez ele saí daquela sala de estar frustrado, acabara de brigar com seu pai por mais um motivo que em poucos minutos já fora esquecido. Era sempre assim, ele pensa. Sempre que se dedica e tenta conseguir o reconhecimento de seu adorado pai, acaba em briga. Ele está magoado, intrigado por nunca conseguir fazer seu pai sentir orgulho dele.

 Já sua mãe, ah, pobre senhora. Desde os quinze anos de seu filho, vem presenciando cenas assim, seu filho chega da faculdade e já arruma briga com seu marido. Isso a deixa frustrada, na verdade essas discussões entre eles deixam todos daquela grande casa frustrados e estressados.

 O loiro saí pela porta da sala de sua casa e entra em seu carro, segue rapidamente pelas ruas de Manhattan até parar em frente um prédio, o prédio da garota que ele está a “ficar”, nada sério quanto a ele. O mesmo saí de seu carro e vai andando até o Hall do prédio, entra no elevador e aperta o número do andar da garota, em poucos minutos ele se encontra com a morena em seus braços, ela tem um rosto angelical, e um cabelo sedoso e macio quanto a ele. Ela olha em seus olhos e sorri, e ele a retribuí.

  –  Estava com saudades meu amor –ela sorri

 –  Eu também – ele sorri

 Talvez ele sinta algo por ela, não amor como ela sente por ele, ou algo relacionado a isso. Para ele, é apenas carinho pela garota, há um tempo atrás ele pode ter sentido algo mais forte por ela, mas agora? Agora o que ele mais quer é curtir. E no fundo, ele espera que ela não sinta algo tão forte por ele.

 – Que tal esse final de semana sairmos?

 Ele diz se sentando no sofá do grande apartamento dela

 – Para onde?

 Ela se senta em seu colo

 –  Paris? New York? Maldivas? – ele ri

 –   Vou para onde você quiser  Justin

 Ela enrosca seus braços ao redor do seu pescoço e o beija

 –  Pode escolher Selena, estando longe desse lugar eu vou – ele ri fraco

 – Brigou com seu pai?

 Ele suspira cansado e apenas assente. Os dois se enroscam um no outro e mais uma vez passam horas fazendo amor, de acordo com ela.

  –  Você tem que ir mesmo?

 Ela pergunta, ainda deitada no sofá vendo ele vestir as roupas.

 –  Tenho.

 Quando ele termina de se arrumar dá apenas um selinho nela e se dirige ao hall do prédio, ele cumprimenta o porteiro brevemente e entra em seu carro.

 O garoto estava em outro mundo, seu cérebro pensava o porque de nunca conseguir fazer seu pai sentir orgulho dele, era sempre desse jeito, os pensamentos matando ele.

 Quando ele chega em casa por volta de umas dez da noite, vai para o seu quarto e decide tomar um banho, que em sua mente o fará relaxar. Quando termina seu banho volta para o quarto e se arruma para dormir. Ele está apertando freneticamente o botão do controle para mudar de canal, pois nada chama sua atenção, ele escuta duas batidas na porta do seu quarto e quando olha encontra Mary, a empregada mais simpática que sua mãe já contratou. 

 –  Boa noite Mary – ele sorri

 –  Boa noite menino, vi que você não jantou, quer que eu faça um lanche?

 –  Não Mary, obrigado pela preocupação – ele sorriu

 Ela apenas assente com a cabeça e sai do quarto, o deixando sozinho.

 Sozinho, essa pequena palavra define sua pacata vida, ele pode ter tudo. Dinheiro; mulheres; amigos. Mas sempre vai se sentir assim. Sozinho.

 Já no dia seguinte, no meio da tarde houve uma outra discussão com seu pai.

 –  Por quê o senhor  não consegue enxergar? Eu estou me esforçando, estou fazendo aquela droga de faculdade para lhe agradar, para que você possa sentir orgulho de mim!

 O garoto diz já vermelho e sentindo seus olhos marejarem

 –  Eu não pedi para me agradar, Justin

  Ele olha incrédulo para o seu pai e saí do escritório do mesmo com a cabeça quente, quando chega no estacionamento da empresa de seu pai ele sobe em sua moto e coloca o capacete.

 Enquanto está correndo pelas ruas ele sente as lágrimas molharem seu rosto.

 Como ele pode? Eu sou o filho dele, que tipo de pai ele é? Ele gosta de me ver assim? Sempre me humilha e pisa em mim, eu faço de tudo, tudo mesmo e é isso que eu recebo. Nem a merda da faculdade de engenharia  que eu queria fazer eu posso, só estou fazendo essa faculdade de Administração por que ELE queria, tudo que estou fazendo, é porque ele queria. Eu me mato de estudar só para escutar uma merda de  “não pedi para me agradar, Justin” – ele pensa

 E mais uma vez ele saí correndo pelas ruas de Manhattan, uma chuva fraca começa, que em poucos minutos fica forte  e com direito a trovões e buzinas de carros.

 Ele não liga e continua a correr.

 E quando pisca ele sente alguma coisa forte e grande o jogar para fora da moto, quase desacordado ele sente suas costas baterem contra algo que o mesmo não identifica. Ele fica ali no chão, quando olha para o lado vê sua  moto vindo em sua direção, seu cérebro tenta reanimar o corpo, e dizer que ele precisa sair dali, ele move as pernas e quando está quase se levantando ele sente o baque de sua moto pesada sobre suas costas, e sem pestanejar ele fecha seus olhos apenas sentindo a dor se intensificar e o sono bater.