Britney Butler
– Eu estou tão animada! – Caitlin falou batendo palminhas. – É hoje que vou escolher meu vestido!
– Não fique desiludida se não achar o seu vestido ideal. É sua primeira prova. – Falei. – Por isso é normal após ver tanto vestido achar tudo semelhante e não gostar de nenhum.
– Você sabe que eu queria que você o desenhasse, né? Eu confio plenamente em você.
– Meus rascunhos ficaram horríveis, não queria te entregar algo que nem eu mesma gostasse. – Suspirei derrotada.
– Tudo bem, não se preocupe, Britney. Tenho certeza que nesse enorme salão irei encontrar algum magnífico! – Ela sorriu tentando me reconfortar.
– Não vem ninguém da sua família para lhe ajudar na escolha?
– Você quer dizer atrapalhar, né? – Soltei uma risada. – Mamãe queria vir mas eu falei que queria que meu vestido fosse uma surpresa para todos. Muitas pessoas escolhendo algo gera conflito e o casamento é meu logo eu quem decido. E uma pessoa da família basta.
– Deveremos esperar então?
– Não sua boba. Estou falando de você mesma, cunhadinha. – Assenti sorrindo. – Vamos lá! Por onde começamos?
– Vamos dar uma olhada nos vestidos em stock e caso nenhum lhe agrade veremos umas revistas. – Cait concordou e logo seguimos para a sala de vestidos. – Escolha alguns, eu irei escolher outros para sugestão e depois seguiremos para a sala de prova, tudo bem? – Assentiu se aproximados dos vestidos e logo fiz o mesmo.
A manhã foi passando e após fazer as provas, Caitlin, infelizmente, não achou nenhum que fosse “o tal”.
– Experimenta este, Cait. Tem detalhes rendados pela manga e é estilo princesa tal como você falou que gostaria seu vestido fosse. – Ela torceu a boca quando estendi o vestido na sua direção mas depois se rendeu e resolveu experimentar.
– Caitlin já escolheu algum? – Samantha apareceu do meu lado.
– Infelizmente não. Ela já experimentou uns 20 mas nenhum deles a agradou por completo.
– Posso ajudar?
– Agradeceria caso você já tiver terminado com a cliente pois não queria que Cait saísse daqui desiludida por não ter encontrado o vestido. – Sorri fraco.
– Quais são as exigências dela?
– Bom, ela quer algo estilo princesa, mas não muito exagerado, e com detalhes em renda. – Sam soltou um gritinho.
– Eu sei de um e tenho quase certeza que ela irá amar! – Nem deu tempo para eu abrir a boca que ela saiu apressada.
– O que você acha? – Caitlin perguntou assim que saiu do provador segurando a barra do vestido. Mordi meu lábio. – O vestido é muito bonito mas… – Deu um suspiro. – Não é o ideal e nem combinava comigo.
– Infelizmente tenho que concordar. – Cait se jogou no sofá que ali estava.
– Eu nunca pensei que seria tão difícil assim. – Bufou. – O dia mais importante da minha vida é daqui a sete meses e eu queria que fosse tudo perfeito mas nada está saindo como esperado. – Choramingou. – Primeiro a cerimonialista desistiu do contrato, agora o vestido…
– Cait. – Me aproximei dela. – Essas coisas acontecem. Sete meses é tempo de sobra pra ter tudo pronto até ao dia do seu casamento. Tudo dará certo! – Abracei e ela agradeceu pelo suporte.
– Maldita tpm, me deixa super sensível. – Gargalhei concordando.
– Vou falar ao Ryan para ele te levar sorvete quando for na sua casa mais tarde. – Ela abriu um sorriso.
– Já falei que tenho a melhor cunhada do mundo? – Ri. – Aham, tenho mesmo.
– Olhem o que eu trouxe aqui. – A voz de Samantha soou atrás de mim. Assim que me virei, arregalei meus olhos ao ver o saco de proteção descartável em suas mãos. – Quero que experimente este vestido, Cait. Tenho certeza de que irá gostar. – Sam falou animada.
– Tudo bem. – Suspirou pegando no saco e seguiu para os provadores.
– Sam! – A repreendi. – Você não podia ter feito isso.
– Algum dia você teria que o mostrar para mais alguém além de mim. – Dei de ombros. – Cait irá gostar, o vestido é lindo demais, Britney! – Suspirei.
– Brit – Olhei para o lado e vi Caitlin com minha criação. Meus olhos marejaram de emoção.
– Você não gostou, né? Não se preocupe, iremos ver algumas revistas e… – Cait me interrompeu.
– É este o vestido. – Bateu palminhas e Sam soltou um gritinho. – Eu amei! Tudo nele é perfeito! Será este, definitivamente! – Falou enquanto passava delicadamente a mão pelo tecido branco.
– Oh meu Deus! – Sentia uma emoção tão grande que quase não conseguia conter as lágrimas. Cait me olhava confusa.
– Britney quem desenhou esse vestido, Caitlin! – O sorriso presente em seus lábios aumentou e logo de seguida fui acolhida pelos seus braços.
– Eu sabia que você não me desiludaria nunca, Brit! O vestido é belíssimo e seu irmão irá pirar quando eu entrar na igreja! – Explodimos em gargalhadas. – Obrigada!
. . .
– Boa noite. – Saudei o porteiro e o mesmo repetiu o processo antes de eu seguir para o elevador.
Quando as portas iam se fechar, ouvi alguém pedindo pra segurar e assim o fiz. Bryson entrou e, assim que me notou, sorriu.
– Oi, Britney! – Beijou meu rosto. – Você está encantadora hoje. – Sorri pelo seu jeito galanteador.
– Obrigada, Bry. – O observei melhor e o mesmo estava com terno azul escuro. Possivelmente acabara de sair do emprego assim como eu. Subi meu olhar e logo reparei em seus cabelos, agora curtos. – Meu Deus, você cortou seus cabelos! – Ele riu.
– Estavam ficando grandes demais. E dar uma renovada de vez em quando é sempre bom. – Deu de ombros.
– Oh, sim. – Concordei. – E ficou ótimo! – Agradeceu. – Como vai?
– Bem e você?
– Dentro dos possíveis. – Sorri fraco.
– Aconteceu algo? Se precisar pode contar comigo, você sabe.
– Não é nada demais, somente uma dorzinha de cabeça boba. – Menti. – Tomo uma aspirina e melhoro na hora. – Bry pareceu acreditar. As portas do elevador se abriram e saímos os dois daquela caixa metálica.
– Está precisando se distrair. – Falou.
– Estou mesmo, estes dias têm sido cansativos. – Vasculhei minha bolsa à procura das chaves.
– Quer jantar comigo? – Rapidamente ergui meu olhar e vi Bryson sorridente.
– Hum, não sei, Bry… – Eu estava precisando sair um pouco, mas seria uma boa ideia ir nesse jantar? Algo me dizia que não...
– Vamos, Britney. Faz tempo que não falamos. Vai ser bom. – Suspirei rendida.
– Tudo bem, me dê uma hora para me poder arrumar. – Bryson sorriu ainda mais e beijou meu rosto antes de se virar e caminhar até sua porta.
– Uma hora hein, senhorita. – Gargalhei fraco e ele piscou antes de entrar e eu logo fiz o mesmo.
– Com quem você estava falando? – Deu um pulo assustada.
– Que susto, seu idiota! – Ele riu e eu dei-lhe um tapa no braço quando me aproximei. – Estava falando com Bryson.
– Ok. Estou indo para casa da Caitlin.
– Como se fosse alguma novidade, né? – Ri fraco. – Já comprou seu terno?
– O que eu mais tenho é terno, pra quê que eu compraria outro?
– Talvez pro seu casamento, não sei.
– Ainda falta sete meses, Britney. Tenho mais que tempo pra arranjar um depois. – Revirei os olhos.
– Só não deixa pra última da hora, hein. E não esqueçe, pelo amor de Deus!
– Claro que não irei esquecer, é meu casamento! – Falou como se fosse óbvio.
– Você não seria o primeiro nem o último noivo a esquecer. Só estou te lembrando.
– Ok, senhorita. Obrigada por me relembrar. Agora vou indo. – Depositou um beijo no meu rosto.
– Aconselho você a levar sorvete e uns chocolates talvez. – Falei enquanto me dirigia para as escadas.
– Porque ta falando isso? – Ri.
– Quando você lá chegar saberá. – Entrei no meu quarto e segui pro banheiro. Tenho que me arrumar rápido.
. . .
– Ah, para vai. – Falei assim que cessei minha risada. – As pessoas estão começando a nos olhar, Bry.
– Eu não me importo com isso. Prefiro ouvir sua risada. – Sorri meio sem graça. – O que você acha de ir até um barzinho? Conheço um bar hotel fantástico aqui perto. – Assenti.
– Seria legal. – Sorri fraco. Bryson pediu a conta e em poucos instantes já estávamos entrando no seu carro.
– Já ouviu falar no Bar Larmont? – Neguei. – É na cobertura do hotel e tem um ambiente muito agradável. Você irá gostar, tenho certeza.
– Você já lá foi várias vezes?
– Umas três vezes eu acho, em reuniões não tão formais. É sempre bom tentar agradar os clientes de alguma forma. – Gargalhei.
– Ata, tinha esquecido que estava falando com o renomado advogado Bryson Bell. – Ele sorriu negando.
– Vamos entrar?
– Claro! – Saimos do carro e, antes de entrarmos, Bryson parou do meu lado e eu enlacei meu braço no seu.
Seguimos caminho para o elevador e, só quando o mesmo fez o famoso barulhinho indicando que havíamos chegado, é que a música penetrou meus ouvidos.
Enquanto caminhávamos em direção a um sofá que, no momento, se encontrava vazio, eu observava cada canto daquele local. Era realmente algo bem agradável e com um toque elegante.
– Vou pegar alguma bebida. Tem alguma preferência?
– Somente algo com pouco teor de álcool, por favor. – Ele assentiu.
– Volto já. – Falou sorrindo e logo se dirigiu para o bar.
Descansei minhas mãos sobre minhas pernas e olhei em volta. Várias pessoas conversavam descontraidamente em volta de uma mesinha de centro e outras simplesmente dançavam. Festejei mentalmente por ter a ideia de ter trazido o meu vestido preto. Era simples mas totalmente apropriado para a ocasião.
– Aqui sua bebida. – Bry me entregou o copo com um conteúdo vermelho antes de se sentar do meu lado. Beberiquei um pouco para tentar descobrir o que era.
– Nossa, isso aqui é muito bom! Qual o nome?
– Cosmopolitan. Toda a mulher gosta, incrível. – Olhei debochada para ele que começou a gargalhar antes de me puxar para si e beijar meu rosto.
Beberiquei um pouco da minha bebida e, quando meus olhos bateram no loiro a alguns metros de mim, quase botei tudo para fora. O mesmo segurava um copo na mão esquerda enquanto que a outra se encontrava no bolso da sua calça social, e conversava com um grupo de homens engravatados. Porra, porque Justin tinha que estar logo aqui? Suspirei frustrada fazendo Bell me olhar.
– Tudo bem?
– Aham, tudo ótimo! – Virei o resto da bebida e Bryson me olhar espantado. – Tem mais alguma divisão aqui?
– Sim. Tem a área exterior e umas salas mais reservadas.
– A vista deve ser magnífica! Vamos lá fora um pouco? – Ele torceu a boca.
– Estamos no trigésimo quarto andar, Britney deve de estar um gelo.
– É quase certo que terá aquecedores exteriores. Caso não tenha sempre podemos nos esquentar um ao outro. – Falei brincando mas Bry soltou um risinho sugestivo e na hora me arrependi de ter falado aquilo. Não quero que ele interprete errado. – Vamos, Bryson. – Fiz biquinho enquanto juntava minhas mãos e assim que ele assentiu, me levantei na hora.
Seguimos em direção à passagem para a saída exterior quando alguém esbarrou seu ombro no meu. Fechei meus olhos em busca de paciência quando vi de quem se tratava.
– Me desculpe, senhorita Butler, não a tinha visto. – Falou debochada e logo seguiu seu trajeto.
– Vagabunda. – Sussurrei baixo.
A acompanhei com o meu olhar e Mallory parou exatamente ao lado do Justin. O mesmo ergueu seu olhar para ela com um sorrisinho após ela ter dito algo ao grupo e foi nesse preciso momento que seus olhos se fixaram em mim. Fazia exatamente uma semana desde que ele tinha ido lá no salão e até hoje não tentara mais nada. Espero que continue assim.
– Quem é ela? Você a conhece? – Desviei meu olhar para Bryson.
– Ninguém importante que mereça nosso desperdício de tempo. – Dei de ombros. – Vem. – Segurei sua mão para que me seguisse e em segundos já estava observando toda aquela vista maravilhosa de Los Angeles. – Meu Deus, que lindo! – Apoiei minhas mãos na barreira de segurança.
– Tem cuidado, Britney. – Senti suas mãos descansarem na minha cintura. Assenti.
– Assistir o nascer do sol aqui deve ser maravilhoso! – Assim que senti a corrente de ar bater contra o meu rosto fechei meus olhos e respirei fundo, mas logo os abri quando seu queixo repousou no meu ombro.
– Podemos esperar se você quiser. – Ri. – É sério, Britney.
– Só se você quiser ficar com uma hipotermia porque eu não quero não. – Ele riu e eu abracei meus próprios braços tentando me esquentar um pouco pois já estava ficando com frio.
– Está com frio? – Ele me apertou em seus braços mesmo antes de lhe responder, o que me fez olhar para ele sorrindo.
– Você é incrível. – No momento seguinte, fui pega de surpresa quando senti seus lábios colados nos meus. Rapidamente me afastei antes que aquilo fosse longe demais. – Você está confundindo as coisas, Bryson.
– Você… Eu… – Gaguejou um pouco atordoado. – Eu gosto muito de você, Britney e pensei que… – O interrompi.
– Você é uma pessoa maravilhosa e um ótimo amigo, Bryson. Me desculpe se em algum momento dei a entender algo mas eu não o fiz intencionalmente até porque eu não o posso retribuir esse sentimento da mesma forma que você.
– Me dê uma oportunidade, Britney. Eu prometo não a desperdiçar e que tentarei de todas as maneiras possivel te fazer a pessoa mais feliz desse mundo. Prometo cuidar de você como até hoje ninguém cuidou e te fazer sentir pessoa mais amada. Eu só preciso de uma chance. – Meus olhos marejaram e minha garganta começou a doer por tentar segurar o choro.
– Bryson… – Parei pois qualquer outra palavra que saísse da minha boca abriria a alavanca para que as lágrimas começassem a percorrer meu rosto.
– Você não ouviu o que ela disse? – Automaticamente meus olhos procuraram pelo dono da voz e logo engoli o choro quando vi que se tratava de Justin.
– Não se mete, cara. Você não tem nada a ver com isto. – Justin começou a se aproximar.
– Aí é que você se engana. E se fosse a você... – Interrompi-o.
– Para, Justin! Já chega. Vai embora. – Bryson riu.
– Eu só vou se você vier comigo, Brit. – Me olhou esperançoso.
– Sai logo daqui. Você não ouviu o que ela disse? – Bryson repetiu as palavras ditas anteriormente por Justin o fazendo travar o maxilar e fechar seu punho. Oh, merda.
– Bryson, para com isso, por favor.
– Repete. Volta a abrir essa boca se você tem coragem, seu bosta. – Justin rosnou. Bryson continuou com seu sorriso irônico no rosto e quando ia falar, Justin acertou seu punho no rosto dele, me fazendo soltar um gritinho.
– Este é por você só falar merda. – Falava dando uma sequência de socos. – Este por se atrever a beijar a minha mulher… – Comecei a tentar chamar à atenção de Justin o tentando parar.
– Justin, para, por favor, para com isso! – As lágrimas já desciam abundantes pelo meu rosto por ver Bryson apanhar por minha causa. – Para! Eu vou com você mas tem que parar, por favor! Para agora! – Justin logo parou e depois se levantou ajeitando a sua roupa como se nada tivesse acontecido momentos atrás.
Olhei para Bell e meu coração apertou por o ver estendido no chão, gemendo de dor, com o nariz e o supercílio sangrando. Tudo culpa minha.
– Me desculpe, Bryson.
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