História Hold On - Descobertas.

Britney Butler

O tempo foi passando e nossos encontros foram ficando cada vez mais frequentes. Estamos agora em outubro, mais especificamente, se passaram três meses e apenas Samantha sabe do nosso envolvimento. Não assumimos nada perante ninguém. Somos apenas duas pessoas que gostam de passar o tempo juntas e se amando.

Em três meses meu coração ganhou um novo morador. Não tive como fugir a esse sentimento. Justin me cativou desde o primeiro momento. O “você é minha agora” que saiu de sua boca naquela noite sempre fez sentido. Só eu é que não tinha percebido isso ainda. Nossos corpos juntos parecem ser apenas um, devido ao encaixe perfeito que fazem, e nossas bocas o molde uma da outra. Tudo nele me fascina e sempre que estamos juntos minhas bochechas chegam a doer de tanto que sorrio. Minha pele queima e minhas pernas ficam bambas. Eu nunca pensei que fosse dizer isto mas, definitivamente, eu estou apaixonada pelo Justin.  

Me remexo, sentindo um cafuné gostoso em meus cabelos, o que me faz sorrir. Abro meu olhos mas logo pisco repetidamente pelo ardimento, causado pela luz do sol que preenche o quarto, o que faz o Justin soltar uma pequena gargalhada antes de beijar a minha bochecha.

Ele roda, ficando por cima de mim e me encara. Meu sangue sobe para o rosto ao lembrar que devo estar de cara amassada, descabelada e principalmente com mau hálito mas ele parece não se incomodar. Apenas sorriu fazendo suas ruginhas junto dos olhos aparecerem e sussurra um elogio como faz todos os dias quando acordamos juntos.

– És tão linda. – E logo depois me beija.

Remexo meu quadril friccionando meu corpo contra o seu quando sinto sua ereção matinal. Ergo minha perna esquerda após o seu dedão começar a massajar meu clitoris e separo nossos lábios para jogar minha cabeça para trás e gemer. Seus lábios marcam território no meu pescoço mas depois descem para os meus seios e logo sinto sua língua deixar rasto pela minha aréola antes de começar a chupar. Mordo meus lábios para controlar os gemidos e quando se dá por satisfeito, Justin leva sua mão até minha nuca e me beija.  

Sinto-o deslizar lentamente para dentro de mim, me arrancando um gemido fraco entre o beijo e em seguida, circundo meus braços em volta do seu pescoço, gemendo contra seus lábios devido às suas fortes investidas. Ergo um pouco meu quadril para conseguir um maior contato mas Justin logo definiu um ritmo mais lento para prolongar o nosso prazer. Estava sendo tão gostoso.

Não havia melhor maneira de acordar. Acordar do seu lado tem melhorado muito mais os meus dias. Justin poderia ter os seus defeitos, assim como todo o mundo os tem, mas ele continuava sendo imperfeitamente perfeito. Perfeito para mim. Ele se preocupa comigo, me dá carinho e o mais importante, ele me faz feliz. Me faz sentir amada. Não poderia ter aparecido melhor pessoa em meu caminho. Sempre falam que depois da tempestade vem o arco-íris e Justin Bieber é, sem dúvida alguma, o meu arco-íris.

Levo minha mão até seu rosto e o acaricio fazendo-o fechar seus olhos por breves segundos. Um sorriso bobo aparece em meus lábios e quando o vê, Justin cobre minha mão com a sua, a segura e beija minha palma antes de aproximar seu rosto de depositar um selinho demorado fazendo meu estômago se contorcer e minhas batidas cardíacas aumentarem. Ele sorri percebendo isso e me puxa pra ele, colando nossos corpos e dá início a um beijo lento.  

Depois de várias carícias trocadas,  resolvemos nos levantar para tomar nosso café da manhã. Caminhei até ao pequeno sofá que ali estava, quando vi camisa social que Justin tinha utilizado no dia anterior, e a vesti. Dobrei as mangas em três quartos e segui para a porta quando vi Justin já com uma cueca boxer vestida e uma bermuda moletom. Foram poucos os passos que eu dei naquele imenso corredor até dar um gritinho quando, inesperadamente, Justin me pegou no colo. Dei um tapa em seu ombro, quando o vi gargalhando do meu pequeno susto mas logo estava rindo junto devido à sua risada contagiante. Beijei seus lábios e descansei minha cabeça em seu ombro, me deixando ser carregada até à cozinha.

Chegados lá, ele me sentou em cima da mesa antes de seguir para a geladeira e decidir qual iria ser nosso café da manhã. Achei aquilo estranho.

– Marie não vem trabalhar hoje? – Ele negou enquanto retirava o suco e mais algumas coisas de lá.

– É dia de folga dela por isso, hoje, chefe Bieber, entrará em ação. – Gargalhei o vendo fazer pose.

– Coloca o avental, amor. – Falei quando o vi pegar a frigideira do armário.

– Ah sim, verdade. – Ele abriu a gaveta e o retirou de lá. – Espera... – Ele se virou e caminhou na minha direção sorrindo. – Do que você me chamou? – O olhei confusa mas quando dei conta do que lhe tinha chamado, baixei meu rosto sentindo o sangue subir.

Mas Justin não se deu por vencido e começou a depositar beijos em meu pescoço e ombro, traçando um caminho entre ambos, o que chegava, por vezes, a fazer cócegas. Ele já conhecia e dominava bem o meu corpo.

– Jay, para. – Gargalhei fraco.

– Então repete. Eu quero ouvir, baby. – Suas duas mãos vieram para o meu rosto. Ergui meu olhar e olhei em seus olhos castanhos.

– Eu te chamei de amor. – Sorri fraco e coloquei minha mão por cima da sua a acariciando. – Você é o meu amor, Justin.

Sua feição se alterou em segundos. Seus olhos começaram a brilhar e um sorriso começava a nascer em seus lábios. Ele parecia meio que emocionado e eu não estava muito diferente. Sem que eu conseguisse conter, uma lágrima escorreu do meu olho direito. Justin logo a beijou e, de seguida, juntou nossos lábios de um modo, quase que, desesperado. Coloquei meus braços em volta do seu pescoço, tentando colar os nossos corpos o mais possível enquanto tentava depositar todo o sentimento que eu sentia naquele beijo, para que ele percebesse que me tem por inteira.

– Senhor Bieber… – Assim que ouvi uma tosse falsa, separei rapidamente nossos rostos para ver de quem se tratava.

Quando olhei pro lado e vi que era um dos seguranças e que me encarava sem nenhum pudor, abracei a mim própria e virei a cara sentindo o sangue subir.

– Mark! – Justin falou entre dentes e se colocou na minha frente tentando me tapar. – Eu já não falei que não quero que ninguém fique andando dentro de casa sem minha ordem, porra?

– Desculpe, mas é que eu liguei pro senhor e como não atendeu a chamada resolvi entrar.

– Vá para o meu escritório que eu já lá vou ter. Espero que seja importante! – Vi de canto do olho o segurança assentir e se retirar em seguida. – Eu volto já. – Me deu um selinho antes de sair da cozinha.

Fiz um coque em meu cabelo, desci da mesa e resolvi começar a preparar o nosso café da manhã. Parece que afinal não será hoje que o chefe Bieber se apresentará.

Neguei rindo dos meus pensamentos e me aproximei da bancada vendo os ingredientes que ali estavam. Resolvi colocar a frigideira para esquentar um pouco quando vi o bacon. Aproveitei para ligar a cafeteira e enquanto o bacon não estava no ponto, mais propriamente crocante, como Justin gostava, comecei a fazer a massa para as panquecas.  

Antes de começar a preparar, retirei o bacon da frigideira e coloquei a mesa. Fui na geladeira pegar o suco de laranja e iogurte também. Coloquei o bolo de chocolate que Marie tinha preparado na noite anterior e peguei no café já pronto. Me dirigi ao fogão e despejei um pouco do preparado numa outra frigideira. Aos poucos a massa líquida ia desaparecendo e o monte de panquecas aumentando.

Quando estava retirando a última da frigideira, um par de braços rodeou minha cintura e um beijo foi depositado na minha nuca me arrepiando. Sorri pegando no prato e me afastei dele pra colocar as panquecas na mesa. Justin se sentou à mesa e quando me ia sentar também, me lembrei que estava faltando algo. Peguei o xarope de ácer e fui no armário pegar a geleia e a nutella. Gargalhei quando vi o prato do Justin cheio de panquecas e bacon. Ele regou com xarope e em segundos já estava de boca cheia.

Peguei na jarra e despejei suco no meu copo e depois no do Justin, mesmo sabendo que ele não passaria sem o seu café, e logo senti suas mãos me puxarem para sentar em seu colo. Sorri quando senti seu nariz fazer um carinho gostoso em meu pescoço e seu braço me apertar mais contra si. Coloquei duas panquecas em meu prato e passei bastante nutella antes de comer. Peguei numa tirinha de bacon e levei à boca enquanto ouvia Justin falar sobre a campanha publicitária que estava organizando para a Calvin Klein e que lhe iria render milhares de dólares e uma boa visibilidade da empresa no mercado por ser uma marca bem conhecida.

Quando me dei por satisfeita, descansei minha cabeça em seu ombro e levei minha mão até sua nuca, passando de leve minhas unhas. Ele estava tão animado que não parava de falar um segundo sequer, o que me fazia rir do seu entusiasmo. Beijei seu ombro descoberto e fiquei admirando toda a feição daquele homem. Meus olhos bateram na sua tatuagem “patience” e franzi o cenho ao ter a estranha sensação de já ter visto algo parecido em algum outro lugar mas logo afastei esses pensamentos quando vi seus lábios irem de encontro com os meus. Apesar de ser costume ir trabalhar aos sábados de manhã, naquele Justin resolveu não ir para ficar comigo o que lhe rendeu muitos outros beijos pelo seu rosto.

Depois de arrumar a mesa, subi para o seu quarto com intenção de tomar um duche. Quando estava quase terminando, Justin entrou no box e acabamos por fazer amor mais uma vez, naquela manhã.

Após secar meus cabelos, entrei no closet ainda sorrindo e na intenção de pegar uma roupa cheirosa do Justin. Eu amo seu cheiro e vestir as suas roupas dava uma sensação de conforto. Parece até que estou envolvida em seus braços. Mas logo voltei para o quarto quando ouvi o celular apitar. Varri o meu olhar o procurando e vi em cima do criado mudo junto com o do Justin. Ri por nunca ter dado conta de que ambos era da mesma cor e carreguei no botão de um, para que a tela acendesse. Era o do Justin e era ele quem tinha recebido a mensagem. O nome Mallory na tela me fez franzir o cenho. Era a secretária dele. Apertei forte a toalha contra mim, me sentindo nervosa, e rapidamente abri a mensagem.

“Oi docinho, porque não veio para a empresa hoje? Me deixou triste. Pensei que fôssemos repetir a foda maravilhosa que tivemos na sua sala. Não foi por causa daquela sua peguete sem sal né, Juju? Deixa ela e passa lá em casa mais tarde. xoxo, Lory”

Larguei o celular sentindo meu coração se apertar. Sei que não temos nada oficialmente mas ele não podia ter feito isso comigo. Ele jurou que não me faria arrepender de nada.

Levei minha mão até meu rosto quando senti meus olhos marejarem e respirei fundo antes de tentar engolir o choro. Mais uma vez eu fui uma idiota. Apressei meu passo até ao closet e procurei alguma roupa de Justin que me ficasse razoavelmente bem em tamanho e que fosse confortável, já que eu não tinha nenhuma peça de roupa minha aqui.

Estava tudo sendo tão maravilhoso mas agora eu vejo o tão iludida eu estava. Eu apenas estava focada nele e não enxergava mais nada em volta. Eu estava cega. Cega de amor por Justin.

Estava sentindo como se o meu coração tivesse sido esmagado. Eu me sentia sufocada. O ar estava me faltando e minha garganta doendo por prender o choro.

Por dentro eu estava chorando, gritando, me descabelando. Mas por fora eu estava em modo automático e decidida a ir embora. Eu fui muito idiota em achar todo este mar de rosas normal. A vida não é assim. Ela prega partidas, muitas rasteiras fazendo tudo a qualquer momento mudar pelas mais variadíssimas razões. A vida não é perfeita como eu estava achando que a minha estava sendo.

Fui em direção as calças moletom e retirei a que estava por baixo pois era onde eu chegava. E, infelizmente, eu tive a confirmação de outra mentira quando umas fotos junto de uns papéis caíram aos meus pés fazendo todas as minhas antigas suposições serem esclarecidas.