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História Hold On (Dramione) - Pretend


Escrita por: karistiel

Notas do Autor


Oi meu povo. Desculpa o atraso, estou tendo um inferno de uma semana e não tive cabeça de aparecer por aqui! Mas o capítulo de sexta sairá normalmente amanhã, então fiquem tranquilos.
Obrigada pela paciência, pelos 200+ comentários e todos os favoritos. Vocês são maravilhosos ♥

Capítulo 25 - Pretend


Draco não queria descer para o café da manhã mas Blaise insistiu, de forma não muito educada, de que ele precisava se alimentar. Por isso, lá estava ele, sentado na mesa da Sonserina enquanto tentava ignorar todas as conversas à sua volta.

“Draco?” chamou uma voz feminina. Draco suspirou, mas virou-se para Daphne Greengrass.

“Sim?” respondeu.

“Você está bem?” ela perguntou com cautela.

Naquele momento, a maioria da atenção dos seus amigos estava nele. Draco ergueu uma sobrancelha para ela, irritado.

“O que te faz pensar que não estaria?” perguntou azedo.

“Eu poderia fazer uma lista com todas as coisas que parecem estar erradas com você nos ultimos anos mas ela seria muito longa.” Ela riu debochada mas ao ver sua expressão mortal, suspirou resignada. “Você está com uma cara péssima.”

“Não dormi bem.” Respondeu simplesmente.

“Perceptível.” A loira debochou novamente. Draco bufou e fez menção de se levantar, mas Blaise o puxou de volta para o assento.

“Você ainda não comeu.” Ele acusou baixinho. Felizmente as atenções já estavam em outro lugar.

“Eu não preciso de babá, Blaise.” Retrucou Draco. “Não estou com fome.” Insistiu.

Mas seus protestos foram abafados pelo burburinho que acabara de começar no Salão. Draco seguiu os olhares de todos os demais, assim como Blaise. Hermione estava entrando no Salão, abraçada com Ronald Weasley, em quem ela parecia querer se esconder atrás.

“Eu sugiro que vocês voltem para suas comidas.” Mandou a diretora e o Salão caiu em um ligeiro silêncio.

Agora todos conversavam entre si, obviamente sobre todo o acontecido da noite passada. Draco ainda observava o casal e viu quando Hermione agradeceu à diretora com um aceno envergonhado e voltou a caminhar em direção a mesa da Grifinória. O olhar de Draco caiu sobre a mão do casal entrelaçada e seu peito apertou. De repente, ele não conseguia respirar e o Salão parecia muito cheio e pequeno.

Com um único pensamento, o de sair dali o mais rápido possível, ele deixou o Salão sob os olhares indagadores de algumas pessoas e, o pior de todos, o culpado de Hermione.

Ele andou o mais rápido que podia para o único lugar que sabia que não teria companhia, o único lugar onde ninguém ousava ir, a Torre de Astronomia.

A Torre estava congelante àquela hora da manhã mas ele não se importava. O frio ajudava a não pensar e acalmava sua fúria aos poucos. Draco sentou no chão parcialmente congelado e escorregadio e deixou a cabeça cair nos joelhos. Por que diabos estava agindo assim? Merlin, ele estava uma bagunça de emoções. Forçou-se a respirar mais calmamente e pensar coerentemente. Depois de alguns minutos, sentia-se melhor.

Quando finalmente conseguia respirar normalmente, puxou, com as mãos trêmulas e geladas, do bolso, um maço de cigarros e o isqueiro. Colocou um cigarro na boca e o acendeu. A primeira tragada era sempre a que fazia mais efeito. Permitiu-se relaxar um pouco e encostou-se à parede, a cabeça caída para trás, os olhos fechados em apreciação daquela maldita droga trouxa.

Sua paz foi atrapalhada pelo som de passos. Draco abriu os olhos, pronto para estar de frente com o motivo de ter perdido a cabeça minutos atrás, mas tudo o que viu foi Blaise.

Draco suspirou, parte aliviado, parte irritado.

“Você sabe, se pretende continuar fingindo que não tem nada acontecendo, precisa se esforçar mais. As pessoas estão começando a perceber e logo começarão a fazer a conexão.” O moreno sentou ao lado do amigo e fez uma careta quando a fumaça bateu em seu rosto. Se Blaise tinha algo a dizer sobre tê-lo encontrado fumando, estava guardando suas queixas para mais tarde.

“Eu não pretendo nada, Blaise.” Draco tragou mais um pouco do cigarro enquanto dava de ombros. “Não há nada acontecendo.”

Blaise sacudiu a cabeça, sua expressão mostrava incredulidade.

“Merlin, você me dá dores de cabeça.” Ele suspirou. “Tudo poderia ser tão fácil, eu não consigo entender o porquê de tantos empecilhos.”

Draco riu sem humor e ignorou o amigo.

“Você poderia só, sei lá, falar com ela.” Continuou Blaise. Finalmente Draco o encarou e gargalhou.

“Você só pode estar brincando.” Ele riu mais um pouco, desacreditado.

“Nunca falei tão sério, Draco.” Resmungou Blaise decepcionado. “É simples do jeito que é. Vocês só precisam aceitar isso.”

“Vocês?”

“Você não está sozinho nesse lance, Draco, eu já disse que vejo a forma como ela olha pra você. E já disse que é da mesma forma que você olha para ela.”

“Ela está com o Weasley.” Retrucou ríspido e grosseiro.

“Sim, ela está. Mas poderia estar com você.”

Blaise levantou do chão e sacudiu a sujeira da roupa, cortando qualquer resposta que Draco pudesse ter. Ele não tinha.

“Você sabe que essa coisa pode te matar não é?” Blaise apontou para o cigarro em sua mão. Era mais para provocar do que qualquer outra coisa. Vindo de Blaise, Draco diria que era quase uma bandeira de paz.

“Já ouvi isso antes.” Ele murmurou indiferente.

Blaise sacudiu a cabeça e o deixou sozinho.

Xx

Hermione deixou o Salão Principal mais cedo do que pretendia. As pessoas à sua volta não paravam de sussurrar e isso estava começando a dar-lhe dor de cabeça. Como contribuição, o olhar ferido de Draco Malfoy ao deixar o Salão, não saía de seus pensamentos.

Perdida em pensamentos, Hermione esqueceu completamente o ruivo que a observava atentamente enquanto caminhavam, agora pelo corredor do quinto andar.

“Um galeão pelos seus pensamentos.” Ele brincou, chamando a atenção de Hermione de volta para o planeta Terra.

Ela sorriu amarelo e diminuiu a velocidade, finalmente parando em frente à porta do seu dormitório.

“Nem por um milhão de galeões e uma casa na praia.” Ela respondeu sincera mas sorria.

Ele riu e parou ao seu lado. Os dois se olharam rapidamente, sem saber o que dizer ou fazer, até Hermione começar a falar a primeira coisa que vinha em sua mente.

“Hum, temos aquele trabalho de Herbologia para fazer, não quer entrar e hum... quem sabe fazermos juntos?” ela apertou as mãos umas nas outras, nervosa.

Ele coçou a cabeça, meio atrapalhado, mas por fim respondeu.

“É claro, eu vou só hum... pegar minhas coisas e podemos trabalhar... juntos.”

“Ótimo.” Ela murmurou.

“Ótimo.” Ele murmurou de volta enquanto dava meia volta e fazia o caminho para a Torre da Grifinória.

Hermione respirou fundo e entrou no dormitório. Foi diretamente para seu quarto onde estava guardado seu material. Pegou a mochila guardada dentro do armário e respirou fundo de novo. Ouviu duas batidas suaves na porta e botou a mochila no ombro fechando a porta do quarto atrás de si. A cama ainda estava uma bagunça, deixando visível que duas pessoas haviam dormido ali. Ela não queria que Ron visse nada daquilo. O quanto pudesse fazer para não magoa-lo, ela faria.

Tirando essas coisas da cabeça, caminhou até a porta e a abriu. Atrás dela estava um Ron parecendo incerto e sem jeito. Ela suspirou. Seria sempre assim entre eles? Ele entrou e ela se jogou no sofá descansando a mochila no chão enquanto ele fazia o mesmo.

“Aquela porta ali é uma biblioteca, caso queira consultar algum livro, ou algo do tipo.” Ela falou e ele assentiu.

“Harry e Ginny disseram que virão aqui mais tarde.” Ele falou como se tivesse acabado de lembrar-se de supetão.

“Tudo bem.” Ela respondeu.

Os dois continuaram em silêncio pela próxima hora, tirando apenas as vezes em que Ron pedia alguma ajuda à Hermione como nos velhos tempos. Após um tempo, estavam no meio de uma briga sobre Hermione não querer deixar Ron dar uma olhada no seu trabalho quando as batidas na porta vieram.

Hermione levantou do sofá onde estava sentada e foi até a porta. Ginny e Harry sorriam para ela do outro lado do quadro. Sem pedir licença, os dois entraram.

“O que os dois pombinhos estão fazendo?” Ginny perguntou risonha.

Em resposta, Ron levantou o pedaço de pergaminho meio manchado de tinta. Ginny bufou enquanto Harry sentava no sofá.

“Vocês dois não sabem mesmo como um namoro deveria ser.”

Hermione e Ron coraram e Harry riu baixinho.

“Não somos como vocês que ficam se agarrando sempre que têm chance.” Hermione retrucou e Ginny riu.

“Eu sei.” Ela sentou-se ao lado do namorado e jogou a mochila que carregava na mesinha de centro fazendo a mesma bambear com o peso. “Passamos na cozinha antes de vir pra cá e conseguimos algumas coisas pra vocês comerem.”

Ron rapidamente soltou a pena e o pergaminho e se dirigiu para a mochila.

“Ei, deixa um pouco pra Mione, Ron.” Brincou Harry e os outros riram.

“Tudo bem, Ron, não estou com fome.” Hermione respondeu. “E obrigada gente.”

"Sem problemas." Respondeu Ginny.

Os três observaram por longos minutos enquanto Ron aparentemente se deliciava com as frutas que Ginny e Harry haviam pegado da cozinha. Harry pigarreou fazendo todos olharem para ele.

“Eu não queria ser estraga prazeres mas temos treino em dez minutos.” Falou Harry olhando para Ron.

"Ninguém me avisou." Murmurou Ron de boca cheia. Hermione balançou a cabeça enojada.

"Estamos avisando agora." Retrucou Ginny.

“Pois é, conseguimos o horário de hoje pra treinar para o próximo jogo.” Respondeu Harry.

Ginny bateu palminhas parecendo animada.

“Ah, com toda essa confusão esqueci de parabenizar vocês pelo jogo de ontem.” Hermione sorriu.

“Sem problemas Mione, você estará no próximo pra ver a gente ganhar.” Disse Ron.

“Bem, então acho melhor vocês irem logo para não se atrasarem.” Comentou a castanha.

“Você vai ficar bem aqui sozinha?” perguntou Ron. Hermione revirou os olhos.

“Claro que sim, Ron. Agora vá e treine bastante pra que eu possa vê-los ganhar no próximo jogo.”

“Tchau, Mione, nos vemos no jantar?” perguntou Ginny.

“Talvez.” Ela deu de ombros.

“Tchau Mione.” Falou Ron e aproximou-se para um beijo.

Após os três saírem, Hermione jogou-se no sofá. Suspirando, ela começou a juntar seu material, afinal, já havia terminado o trabalho.

Voltou para o quarto para guardar as coisas e arrumar toda a bagunça deixada no aposento. Ao abrir a porta do armário para colocar a mochila dentro, seu olhar pairou sobre o caderno grosso e negro meio escondido no meio das suas roupas. Colocando a mochila de qualquer jeito no armário ela o pegou. Há quanto tempo não o lia? Ela vasculhou em sua mente a última passagem que havia lido. Fazia tanto tempo.

Esquecendo a bagunça que estava sua cama, sentou-se de pernas cruzadas no meio dela e abriu o caderno. No interior do caderno, Hermione reconheceu a caligrafia que já estava se tornando familiar. Ela folheou algumas páginas e releu alguns trechos. Finalmente, havia descoberto onde parara. Mary Anne tinha ido para uma viagem na Inglaterra onde conheceu John...

“15 de outubro, 1976.

Querido diário,

Estou completamente despedaçada. Faz dois dias que deixei a Inglaterra e John para trás. Todos pensam que estou doente pois não tenho forças pra me levantar da cama. Estou tão triste. Meu coração dói tanto que as vezes sinto vontade de arrancá-lo. Katherine veio ao meu quarto mais cedo e parecia incrivelmente preocupada. Ameaçou contar para mamãe o que havia acontecido se eu não voltasse a ser eu novamente. Mas como eu poderia voltar a ser eu novamente quando não me sinto assim?

Mary Anne.”

Hermione suspirou triste.

20 de outubro, 1976.

Querido diário,

Meus pais sabem. Katherine contou tudo o que havia acontecido nas férias para mamãe e papai. Mamãe gritou comigo por quase uma hora seguida e depois se debulhou em lágrimas. Mas isso eu já esperava, era típico dela. Foi papai quem me decepcionou. Ele veio até mim e gritou, gritou aos quatro ventos que eu estava manchando a reputação dos puro-sangues, reputação essa que nossas famílias haviam levado séculos para construir. Nenhum dos dois falam comigo há dois dias e a dor no meu peito está ainda maior.

Mary Anne.”

22 de outubro, 1976.

Querido diário,

Hoje Amon veio me ver. Devo admitir que foi um alívio muito grande ver alguém de confiança em um momento como esse. Eu não contei para ele o motivo de estar assim, apenas disse que havia pego uma gripe forte. Não penso que ele tenha acreditado, ele é mais inteligente que isso, mas ao menos não tocou no assunto. Ele me perguntou sobre a viagem e nós conversamos o resto do dia. Papai pediu para que ele ficasse para o jantar e ele me fez descer e encarar os olhares acusadores de toda minha família. Mais uma vez, Amon não fez qualquer comentário. O jantar ocorreu sem maiores incidentes. Mamãe e papai pareciam gostar demais de Amon para arruinar um jantar por minha causa.

Mary Anne.”

10 de novembro, 1976.

Hoje os pais de Amon vieram para o jantar aqui em casa. Parece que o Sr. Cavali e papai estão fazendo negócios. Katherine disse que os ouviu dizer que em dois anos eles poderiam finalmente fechar negócio e assinar o contrato. Provavelmente deve ser algo que leva bastante tempo pra fazer. Talvez eles estejam construindo alguma coisa, eu não faço ideia e papai não fala de negócios com a gente. Ao menos parece que todos esqueceram o ocorrido do mês passado pois os ânimos na casa voltaram ao normal.

Todos, menos eu. Ainda sinto aquela dor no peito. Ainda sinto falta de John.

Mary Anne.”

Hermione sentiu-se tão triste, como se tudo aquilo estivesse acontecendo com ela. Depois de tanto tempo refletindo, ela finalmente levantou da cama ao ouvir as batidas na porta. Olhou para o relógio em seu pulso e constatou que a hora havia passado rapidamente. Já passava da hora do jantar. Ela correu e abriu a porta vendo dois ruivos e um moreno amontoados no portal.

“Jantar?” perguntou Ron.

Hermione assentiu e fechou a porta atrás de si.


Notas Finais


O capítulo é curto mas espero que vocês gostem. Até amanhã :)


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