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História Holografia e pedras preciosas. - Parte I de II - Âmbar


Escrita por: wonhui

Notas do Autor


Pra ser sincera, nem sei direito o que é isso. Já desisti de procurar explicação no que escrevo mesmo, então preciso parar de dizer isso.

Capítulo 1 - Parte I de II - Âmbar


Lembro que Krystal tem uma mania estranha de pintar as unhas no escuro. Passava o dia descascando o esmalte da unha, aí chegava em casa e quando estava no quarto escuro, começava a pintar a unha de outra cor. Faz isso pelo menos uma vez na semana. Gosta de esmaltes com efeitos holográficos, se encanta pela mudança de cor e brilho conforme a luz. Eu ligava a luz, para que ela não ficasse com as mãos borradas. Ela resmungava quando percebia na claridade que tinha manchado a mão, ou que resquícios do antigo esmalte ainda restavam no cantinho das unhas.

“Porque você simplesmente não usa acetona?”

“Não gosto do cheiro.”

As vezes, quando não tinha restos do antigo esmalte ou quando ela não pintava mais a mão do que as unhas, ela acabava estragando de um outro jeito: me abraçando e passando a mão no meu cabelo curto; borrava tudo nas mãos, e eu ficava com pequenos marcas de brilho holográfico na camiseta e nas minhas mãos. Eu mal sabia, mas esmalte não é fácil de sair da roupa. Ou talvez eu que não saiba bem lavar roupas, tanto faz nesse ponto, eu só sei que tem uma camiseta minha que ainda tem um pouco do esmalte esbranquiçado holográfico dela. Pedacinhos de cristal. Um pedacinho da Krystal. Mais como uma pincelada borrada. Ela esqueceu que pintou as unhas. Ela sempre esquece. E mesmo ela sendo uma pessoa tão “transparente”, eu não percebi.

Quando as pessoas esquecem da gente antes de a gente esquecer delas, é horrível. Mas acontece o tempo todo. Preciso lembrar que as vezes eu também sou a pessoa que esquece, e não a esquecida. Eu já deixei algumas pessoas para trás também, é claro. Todos somos feitos de chegadas e partidas, de abandonos e fugas. Me pergunto se ainda lembram de mim, e fico triste quando eu mesma lembro que não lembro de todas essas pessoas.

Saber de tudo isso não me impede de perder horas e horas dos meus dias pensando se por acaso ela ainda lembra daquela música que nós gostávamos de escutar juntas, daquela banda que apresentei, de quando eu pegava na sua mão, se ela ainda se lembra de qualquer coisa que remotamente lembre-a sobre mim, e se lembra com carinho.

Se ao menos eu soubesse que sou uma boa lembrança, ao menos eu me consolaria. 



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