História Home - Newtmas - 8

3 Anos atrás...

- Vem logo, Newtie. - o menor ouviu a voz de Thomas no fim do corredor. Ele fechou sua mochila e pôs sobre suas costas, seguindo para perto do maior - Achei que tinha ficado plantado lá dentro.

Newt sentiu suas bochechas corarem. Era algo involuntário em seu corpo, e o loiro já devia ter se acostumado com essa ação, mas de alguma forma aquilo nunca era possível. As sensações eram sempre novas, ao mesmo tempo que pareciam tão iguais, por isso seu corpo nunca se acostumava.

O moreno sorriu com a reação do loiro. Em todos esses anos de convivência, Thomas nunca cansou-se de ver o menor corar. Era maravilhoso saber que causava tais reações no mais novo, e de certa forma o moreno sentia algo novo, um novo sentimento que não sabia explicar.

- Pronto... Podemos ir? - a respiração do loiro parecia um pouco descompassada naquele momento. "Provavelmente um efeito de correr rápido demais", pensou o menor ao parar em frente a Thomas.

O moreno bagunçou levemente as mechas loiras de Newt, um ato que se tornará comum com todos os anos de convivência.

Os dois andaram pelos corredores do casarão, saindo no extenso pátio da frente, onde várias brincadeiras fantasiosas e fantásticas foram feitas quando menores. Enfim, os dois garotos se dirigiram para o segundo dos dois ônibus que se encontravam fora do orfanato.

O loiro estava ansioso. Afinal, essa era uma das poucas vezes em que podiam sair do orfanato. Pelo menos, uma das poucas legalmente, já que o maior sempre levava Newt a alguns lugares que conhecia, graças a pequena passagem do grande muro do local em que viviam.

Está pronto para acampar, Newtie? - a pergunta do maior saiu junto de um pequeno sorriso sincero. Um dos mais lindos que o menor já havia visto.

XXX

O local do acampamento era fora da cidade. Em uma das florestas que eram encontradas em certos arredores de Londres.

Era um lugar calmo e natural; sons relaxantes e inspiradores eram soltados por pássaros e outros animais que viviam ali.

O segundo veículo amarelo e preto parou atrás do último, quase no fim da estrada de terra que os levava a rodovia. Os órfãos saiam animadamente para o ar livre, todos com mochilas nas costas e barracas nas mãos.

- Muito bem, pequenos. - a voz da loira ressoou nos ouvidos dos jovens assim que o último órfão desceu dos ônibus. Ava sairá calmamente de seu carro prateado. Alguns entortaram os olhares com o apelido da mais velha. Já não eram pequenos seres espoletas que corriam pelo orfanato e sujavam os locais que passavam - As regras são as seguintes: - todos do local voltaram a atenção para a loira, ansiosos para serem liberados para explorar o local - Vocês ficarão em grupos de quatro pessoas, deverão escolher um local próximo a esse ponto em que estamos, não será tolerado agressão e piadas de mal gosto, nos dois dias que ficarem aqui serão obrigatória a presença na fogueira central em todas as refeições e não se afastem de seu grupo, principalmente a noite. - por fim, a loira suspirou, tomando um pouco de ar e lançando um sorriso para os seus pequenos - É isso pequenos, podem explorar.

Logo após o pequeno monólogo da loira, as crianças e adolescentes correram para os arredores, em busca dos melhores lugares para que pudessem armar suas barracas. Eram vário quartetos espalhando-se pelas grandes árvores e rochas. A loira sorriu ao ver Newt e o moreno se dirigirem para um pequeno lago perto dali, junto de outras duas pessoas.

XXX

O loiro levantava a pequena barraca que Thomas havia trazido consigo. Ele atravessas as varas de metal pelos pequenos laço de pano, tornando o grande pano em uma barraca completamente erguida, com um forte esqueleto de metal a segurando. Já o moreno usava um pequeno martelo para poder fixar os pés da barraca ao chão, uma prevenção para que ela não saísse voltou com algum vento.

- Prontinho. - declarou Thomas ao dar a última martelada em uma das extremidades da barraca - Agora só precisamos do colchão.

O jovem se direcionou para uma outra sacola que havia trazido, retirando de lá um grande objeto - uma bomba de ar -, e em seguida um grande amontoado azul, que parecia ser apenas um grande plástico mole e murcho para Newt. O maior acoplou o pequeno cabo da bomba no colchão e começou a bombear, inflando-o em pouco tempo devido a força aplicada.

Em questão de alguns minutos os garotos terminaram de arrumar sua barraca, assim como os dois jovens que os seguiram também fizeram. Minho e Chuck terminaram de a arrumar segundos depois dos dois garotos.  

Os quatro conversaram por algum tempo; Newt já conhecia os dois, apesar de não falar muito com Chuck, que era alguns anos mais novo que os três, e por tal motivo tinha horários diferentes no orfanato. Mas depois de algum tempo, o vento frio começara a soprar entre as árvores da floresta, fazendo com que o loiro se encolhesse um pouco.

Thomas o abraçou de lado, em uma tentativa de passar seu calor corporal para o menor. Mas aparentemente só aquilo não era suficiente no momento, pois Newt continuava a tremer de frio, mesmo que agora fosse apenas levemente. Então, o moreno retirou seu casaco, revelando os braços com alguns músculos em desenvolvimento, mas que mesmo assim causaram arrepios internos no loiro; arrepios diferentes dos de frio. Arrepios calorosos e gostosos de sentir.

Ele ofereceu sua peça de roupa para o menor, que insistiu em estar bem naquele momento, mesmo que seu corpo provasse o contrário. Por isso, Newt se assustou quando Thomas começou a colocar o casaco em si, aproximando ainda mais seus músculos da visão do menor.

O calor lhe invadia rápido nesse momento, como se nem precisasse do casaco do outro para que tal calor surgisse. Era algo mais intenso, mais incontrolável - principalmente na presença de Thomas -, o loiro só precisava descobrir o que era... Mas talvez ele já sabia, restava apenas admitir para si.