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História Homophobic. - Sozinhos.



Capítulo 26 - Sozinhos.


Fanfic / Fanfiction Homophobic. - Sozinhos.

Palloma R. Padovesi.

Estava na hora de irmos embora, todos nos despedimos da família de Eliott e rapidamente fomos para o carro. Por algum motivo senti que não queria ficar agarrada a ninguém que não fosse meu irmão então antes mesmo de Eliott entrar chamei Tyler.

- O que foi? – Ele me olhou enquanto segurava a porta.

- Você pode se sentar aqui do meu lado? Não estou me sentindo muito bem... – Meu irmão olhou para Eliott e rapidamente entrou no carro, deitei a cabeça em seu ombro e rapidamente senti seu braço ao redor de meus ombros, não me lembro o que aconteceu no resto da viagem porque eu dormi.

- Palloma? – Tyler me acordou e assim que saímos do carro ficamos parado na frente de casa com nossas malas em mãos.

- Então... vamos? – Olhei para o céu uma última vez e ele estava nublado, ia chover.

No momento que pisei em casa eu senti como se minhas pernas estivessem sido cortadas, rapidamente eu fui ao chão e sem mais nem menos eu estava chorando ali na porta. Ty me olhou e tentou me ajudar, mas por um momento ele também se sentiu fraco e eu fiz questão de olhar para onde ele olhava, papai estava deitado no sofá como se estivesse dormindo, mas estava tudo tão calmo que eu e Tyler sabíamos que ele não estava dormindo.

Antes mesmo que eu pudesse dizer alguma coisa meu irmão gritou dentro daquela casa vazia, a dor que ele sentia era tão enorme que ele foi até o corpo de nosso pai e ficou o xingando, ele estava com medo, estava sozinho, e eu não conseguia me levantar.

Peguei meu celular no bolso e liguei rapidamente para Melissa, ela me atendeu.

- Alô? – Jurei que ouvir a voz dela iria me acalmar, mas não me senti calma e sim mais aflita.

- Meu pai está morto. – Mordi meu lábio inferior tentando conter as lagrimas.

- O que? Palloma isso não tem graça. – Isso me irritou tanto que eu consegui me levantar.

- EU NÃO ESTOU BRINCANDO PORRA! MEU PAI ESTÁ MORTO, MORTO ALI NO SOFÁ! QUE PORRA! – E sem pensar duas vezes eu taquei o celular na parede e vi ele se quebrando.

Passei as mãos nos cabelos, eu estava perdida e não estava conseguindo entender o que estava acontecendo. Antes de sairmos ele estava super bem, não hesitou em momento nenhum em nos dizer tchau e agora estava morto na nossa frente.

Tyler pegou seu celular e ligou para a ambulância, sem mais nem menos disse que nosso pai estava morto.

Nós dois nos sentamos no outro sofá e estávamos encolhidos ali, o olhando dormir eternamente.

- Se não tivéssemos saído... – Tyler começou.

- Está dizendo que a culpa disso tudo é minha? – O olhei, eu sabia que ele não havia dito aquilo, mas minha mente não estava trabalhando direito, eu estava destruída.

- Eu não disse isso... para onde você vai? – Eu havia me levantado e pude sentir a mão gelada de Tyler segurando a minha, eu não estava pensando direito.

- Eu vou para a casa do Lucas, já que eu sou o problema aqui. – Me soltei e peguei um casaco qualquer dentro da mala e sai correndo, estava chovendo já, o céu chorava pelos gêmeos órfãos.

Cheguei na rua de Lucas e lá estava os problemas daquele lugar drogados, estupradores e tudo o que você pode imaginar de ruim em um ser humano.

- Olha só quem está de volta. – Fiz questão de olhar para um dos seres que me rodeava.

- Eu quero falar com meu irmão e vocês estão me atrapalhando. – Cruzei meus braços e tentei continuar andando, mas fui empurrada.

- Que eu saiba vocês dois nem são irmãos. – E sem pensar duas vezes eu soquei a cara do infeliz e subi em cima de seu corpo.

- Repete o que você falou! – Levantei meu punho e sem pensar eu continuei socando até me tirarem de cima dele.

- Vem Palloma eu te levo até o Lucas. – Um dos amigos do meu irmão me levou até a casa dele, Lucas não me perguntou nada apenas me entregou um cigarro e seu isqueiro e ficamos ali em puro silêncio, enquanto eu me odiava ele se odiava por não poder me ajudar.

O silencio estava se tornando algo que me incomodava, então após pedir outro cigarro olhei para Lucas.

- Ele está morto.

- Quem? – Lucas estava triste, seu olhar dizia isso, e claro que ele estava triste sua irmã quase matou alguém de tanto socar o rosto do indivíduo e chegou em sua casa toda molhada.

- Meu pai... – Senti uma lagrima saindo de meu olho direito.

Lucas não disse nada, ele não sabia o que dizer, e novamente ficamos no silencio. Me levantei do sofá e me sentei no meio das pernas de meu irmão deixando ele me abraçar e beijar minha cabeça, e sem pensar duas vezes eu estava chorando e sofrendo de novo.

Tyler Potter.

Meu pai estava morto! Isso não podia estar acontecendo comigo, não, se eu tivesse ficado em casa ele estaria aqui ainda, me culpei. Eu estava completamente desnorteado, e como se isso já não machucasse o bastante Palloma me deixou sozinho. 

- Que droga pai, você não podia ter feito isso comigo. - Cheguei perto do corpo constatando pela milésima vez que ele não estava respirando. - Quem vai cuidar de mim? - Falei o que eu nunca pensei que diria um dia. 

Tinha que reconhecer que mesmo sendo tão independente sentiria saudades dele...dos dias que ele me acordava, eu odiava acordar cedo! Mas isso era preocupação, algo que ninguém mais teria comigo. 

E então eu me senti sozinho, meu pai era minha família, cuidou de mim, do jeito não tão normal dele, mas eu nunca pediria que fosse diferente, pois ele era assim, eu amava meu pai mesmo não demonstrando isso a maior parte do tempo. Chorei pensando se ele sofreu muito enquanto estava sozinho, será que ele sentiu enquanto morria? Que pesadelo! Agora eu era um garoto órfão. Meio confuso guardei meu celular no bolso e saí de casa. 

Essa dor no peito não vai passar nunca? Pensava enquanto torcia para o Eliott me atender, eu precisava de um abraço. "Você está sendo encaminhado para caixa de mensagens", a voz eletrônica falou do outro lado da linha.

-Esquece. - Guardei o celular e continuei andando. 

As pessoas estranhavam o jeito que eu andava meio atrapalhado no meio da chuva ainda chorando, mas eu não ligava. Que se dane, falei comigo mesmo, quem era importante para mim estava morto, todo o resto era indiferente, a chuva, as pessoas, tudo. Menos a pessoa que estava indo ver. Toquei a campainha do Eliott e acendi um cigarro automaticamente, dei duas tragadas mas não estava ajudando então apenas joguei fora no mesmo instante que ele abriu a porta. 

- Tyler? Você está bem? 

Não respondi, apenas abracei meu namorado sufocando ele com o aperto, eu estava desesperado e só me dei conta disso quando voltei a chorar nos braços dele. 

Eliott me puxou para o sofá me olhando preocupado, eu parecia um maluco mesmo, respirei fundo encarando ele, era hora de contar. 

- Meu pai está morto. - Falei percebendo que ele me olhava estranho, acho que ainda não tinha entendido. 

- Como? Ty, é verdade? 

Assenti com a cabeça, se eu respondesse terminaria chorando de novo. Eliott puxou meu rosto fazendo com que eu me aconchegasse no seu peito, voltei a me agarrar nele sentindo ele afagar minhas costas e meus cabelos. 

- Sinto muito. - Eliott sussurrou beijando meus cabelos. 

Segurei mais forte nele me sentindo confortado, eu precisava que ele cuidasse de mim, e eu me seguraria nele sempre para deixar aguentar esse sofrimento, precisava dele e sabia que o seu amor me ajudaria a superar.

Palloma R. Padovesi.

Eu e Lucas começamos a beber sem parar, e a cada copo de vodca era um cigarro que ia junto.

- Não seria engraçado se a gente chamasse alguém para beber com nós dois? Vamos acabar morrendo aqui sozinhos. – Ri, eu não estava mais com a mente no lugar e certamente só queria encontrar meu pai em algum lugar que ele estivesse.

- Se você quiser é só chamar alguém que eu estou pagando. – Lucas era mais forte que eu em qualquer coisa que ele bebia, eu nunca ganhava.

Peguei o celular de Lucas e digitei o número dela, encostei a cabeça no ombro do meu irmão e acabei rindo de nada, eu estava completamente fora de mim.

- Alô?

- Mel! Venha visitar a gente! Precisamos de mais alguém para beber. – Olhei para Lucas.

- Palloma? Você está bêbada?

- Não! Estou completamente bem, venha para cá e vamos ficar completamente loucas juntas. – Sorri para Lucas e ganhei um beijo na testa.

- Ok, eu vou ir ai, vou pedir para meu pai me levar... Não saia daí. – Ela desligou e eu peguei mais um copo.

Meu irmão e eu ficamos uns dez minutos sozinhos até Melissa chegar, ele abriu a porta e ela andou até mim com um olhar completamente assustado, como se de repente eu tivesse virado um fantasma.

- Palloma você vai passar mal se continuar assim... – Olhei para ela e arqueei a sobrancelha.

- Meu pai está morto e a única coisa que eu posso fazer é fumar e beber, e a senhorita perfeita com dois pais quer vir me falar o que eu não devo fazer? Eu te chamei aqui para festejar comigo e não me dar lição de moral, porra! – E sem pensar duas vezes eu peguei a garrafa e joguei em sua direção, mas ela conseguiu desviar.

- Palloma, relaxa, para de desperdiçar as coisas, vai ficar tudo bem. – Lucas se sentou ao meu lado e me abraçou, rapidamente eu comecei a chorar de novo, ele tinha ido embora e eu nunca mais ia vê-lo.

Melissa se aproximou de mim e se sentou em meu colo, me abraçando em seguida, deixei meu rosto escondido em seu ombro e a abracei.

- Mel... Você vai morrer também? – Apertei ela no abraço e pude sentir seus lábios em meus cabelos.

- Não, eu vou ficar com você para sempre. – Parei de esconder meu rosto em seu ombro e tomei os lábios de minha namorada, mesmo que Lucas estivesse ali eu precisava daquilo amor, algo que eu não tive e que de repente em um piscar de olhos foi completamente roubado. – Você quer ficar aqui? Você pode dormir lá em casa se quiser... A gente leva o Lucas também.

- Ok... – Mel se levantou e me ajudou, Lucas nos acompanhou até o carro do pai da Melissa e eu fiquei quieta por todo o percurso.

Assim que pisamos na casa de Melissa eu fiz questão de me sentar no sofá e me encolher ali.

- Eu posso conversar com sua namorada um instante? Você e o irmão dela podem ir arrumar o quarto para vocês dormirem ok? – O pai de Melissa olhava para mim com uma certa dor, Bjorn conheceu meu pai e certamente iria me falar algo sobre ele.

Melissa e Lucas subiram as escadas e Bjorn se sentou ao meu lado, olhei para ele e ele estava sorrindo.

- Leon era completamente insano... eu nunca vi alguém como ele, antes de nós dois nos separarmos nossa amizade era perfeita... tanto que eu não tive coragem de acabar com a vida dele quando ele levou minha filha de mim... – Ele suspirou. – Antes de ele ir, ele me ligou, mas eu juro que eu não sabia que ele estava indo embora... ele me perguntou se eu sentia orgulho do futuro que eu tinha dado para ele e também se eu achava que você e o seu irmão amavam ele... e eu respondi que sim, ele ficou rindo por uns minutos no telefone e simplesmente disse que amava você e Tyler, e depois desligou. – Eu podia ver as lagrimas sendo formadas nos olhos de Bjorn, e as minhas já estavam correndo pelo meu rosto. – Eu sei que eu não sou a melhor pessoa para dizer isso, mas Leon foi uma pessoa problemática, mas ele tinha um bom coração, ele amou você e Tyler mais do que amou a mim, e eu espero que você e seu irmão consigam superar essa dor, seja para o que for eu, Josh, Blair e Stan estamos aqui por vocês.

- Por um momento da minha vida eu achei que tinha achado o meu lugar..., mas eu acho que o perdi e eu estou completamente sozinha... – Senti os braços de Bjorn me contornarem e lá estava eu, chorando como um bebê nos braços do pai da minha namorada, não me lembro muito bem o que aconteceu depois disso...



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