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História Homophobic. - Claustrophobic.



Capítulo 3 - Claustrophobic.


Fanfic / Fanfiction Homophobic. - Claustrophobic.

[ Capitulo 3 – I’m Claustrophobic ]

Gary H. Knox

Abri meus olhos mais não conseguia enxergar um palmo a minha frente, por que está tudo tão escuro? Pensei...comecei a tatear as paredes, onde foi parar a porta? O desespero começou a tomar conta, não, não, NÃO, tem que ter uma saída, cadê? As paredes eram frias e não havia por onde escapar...

-SOCORRO. – Comecei a gritar desesperado esmurrando as paredes. – Eu quero sair daqui, por favor... – Supliquei.

E quanto mais eu gritava menor o espaço ia ficando, senti que as paredes iriam me esmagar a qualquer minuto quando... 

-Calma Gary, calma, você só teve um pesadelo. – Meu pai, Ashton, falou me segurando pelos ombros, eu estava tremulo. 

Olhei ao redor e percebi que eu fiz uma pequena bagunça, meus cobertores estavam espalhados pelo chão e o pequeno abajur que ficava ao lado da minha cama estava completamente estraçalhado, eu era assim, sempre que me via em lugares fechados ou apertados eu surtava. 

- Volta a dormir filho. – Meu pai beijou o topo da minha cabeça e deixou o quarto. 

Quando encostei novamente no travesseiro percebi o quanto meu coração estava acelerado, era sempre assim, todas as vezes que eu tinha pesadelos, as vezes eram caixas, salas escuras, poços, eu sempre me encontrava preso nesses lugares e nunca havia uma saída, era um ciclo que parecia interminável, eu só queria me livrar desse medo para ser um garoto completamente normal. 

[...] 

-Aconteceu de novo? – Meu pai Austin perguntou preocupado. 

-Sim Austin, mais um daqueles pesadelos. 

A porta do meu quarto foi encostada, meus pais saíram aos sussurros e eu voltei a pegar no sono, mas dessa vez para a minha tranquilidade eu não sonhei. 

[...]

Acordei bem cedo para as aulas, o dia estava bonito e quente, tomei um banho rápido para despertar e me troquei para ir ao colégio. 

-Bom dia meus amores. – Falei animado para meus pais e minha irmã que já estavam tomando café na mesa. 

O trauma do sonho já havia passado, agora eu só queria sair e aproveitar esse dia bonito. 

-Queria entender como você consegue ter tanto ânimo a essa hora da manhã. – Lucia falou. Dei de ombros sorrindo e peguei uma torrada.

Eu apenas observava enquanto comia meu café da manhã, meu pai Ashton não tirava os olhos do meu pai Austin, ele gostava muito dele, eu sei disso por que vejo o jeito que meu pai olha para ele, não que meu pai Austin também não ame ele, mas eu não enxergo a mesma intensidade que vejo nos olhos do meu pai Ashton. Não demorei muito para terminar meu café, quando eu estava pronto para sair meu pai Austin me pediu para espera-lo que ele iria me levar. 

[...]

-Tenha uma boa aula filho e não se meta em confusão. 

-Pode deixar pai. – Falei descendo do carro e indo de encontro com os meus amigos. 
Cumprimentei um de cada vez mais quando cheguei no Oliver ele me olhou "diferente"? Deve ser besteira da minha cabeça o Oliver não iria me olhar dessa maneira, eu sou todo desajeitado e ainda tem esse meu problema com lugares pequenos e fechados, eu sempre acabo entrando em pânico como nos meus pesadelos. 
-Está fugindo de quem Eliott? – Louise perguntou fazendo com que toda a atenção do grupo se voltasse para ele. 

-De ninguém. - Falou com as bochechas vermelhas. 

-Não para de olhar para os lados, parece até um fugitivo. - Completou Melissa. 
O sinal soou e cada um foi para a sua sala, Matheus e eu éramos da mesma classe, mas ele e eu não conversávamos muito, eu não tinha com o Matheus a mesma intimidade que tinha com os outros. Ele ficava calado prestando atenção na aula enquanto eu tentava entender o que o professor estava tentando nos ensinar, genética, eu me embaralhava inteiro com essa história de dominante e recessivo.

-Matheus? - Cutuquei o garoto que estava sentado na minha frente. 

-Diga Gary. - Ele ditou cada palavra lentamente se virando para mim, Matheus era muito calmo. 

-Eu não entendi muito bem essa matéria. - Falei coçando a nuca meio sem jeito. Matheus me olhou pensativo e quando ele ia me explicar... 

-Matheus, virá para a frente. - O professor Harry ordenou. 

-Depois eu te explico Gary. - Matheus falou se virando de novo. 

-Psiu, Gary. - Me chamaram baixinho. 

Virei para trás para saber quem me chamava e fui acertado com uma bolinha de papel no rosto. Um grupinho no fundo ria da minha cara de espanto, infantis, ignorei e voltei para aquele exercício de outro mundo, no fim eu acabei desistindo, não consigo compreender essa matéria, é impossível. 

[...] 

Meus amigos conversavam em uma roda no intervalo e eu fui de encontro com Matheus do meu lado me acompanhando. 

-Porra Oliver para de falar besteira, quanta viadagem. - Eliott falou revirando os olhos. 

-Olha quem fala, não tira os olhos do Tyler e agora "fingi" que não gosta. - Melissa falou provocando. 

- Eu já disse que não gosto dessas coisas Mel. - Eliott falou perdendo a paciência. 

Eu fiquei só observando a "quase" discussão dos meus amigos, olhei para o Oliver e percebi que ele não tirava os olhos de mim, não encarei por muito tempo e logo desviei meus olhos para o lado, no começo era só para não ter que encarar os olhos do Oliver, mas depois eu estava realmente prestando atenção em um grupo de garotos que olhavam para mim e cochichavam, o mesmo que me acertou uma bolinha de papel hoje mais cedo. 

[...]

As aulas finais passaram voando e quando dei por mim já era hora da saída, peguei meu material e segui para fora...caramba eu estou apertado, corri para o banheiro, me aliviei, eu precisava fazer xixi se não acabaria explodindo, lavei as mãos e segui a caminho da saída, os corredores já estavam vazios, acho que os meus amigos já foram embora, e eu também teria ido se não fosse por um pequeno imprevisto. 

-Ei baixinho. – O garoto da bolinha de papel me chamou. 

Ele abriu um sorriso maldoso e correu na minha direção com mais dois garotos, apertei o passo correndo feito louco mas acabei tropeçando nos meus próprios pés e caí de cara derrapando no chão liso daquele corredor imenso. 
Senti os garotos me carregando, eles me arrastavam enquanto eu me debatia, eles olharam para os lados se certificando de que éramos só nós naquele corredor e me jogaram no armário de vassouras aos risos, puxei a maçaneta, mas a porta não abria. 

-ABRE POR FAVOR. – Gritei o mais alto que eu podia. 

Ouvi as risadas se afastarem até não se ouvir nada além do silêncio sufocante, estava cada vez mais difícil de manter o controle, eu sentia meu coração martelar no meu peito, isso não podia estar acontecendo, esmurrei a porta desesperado, mas ela não cedia, minha cabeça já não funcionava direito eu só pensava em sair daquele sufoco, mas como? 

-Pelo amor de Deus alguém me tira daqui. – A essa altura eu já estava chorando igual a um condenado, por que estavam fazendo uma coisa dessas comigo? 

Voltei a esmurrar a porta e percebi que as minhas mãos estavam sangrando, gritei até minha garganta doer, eu estava sufocado, minhas pernas tremiam tanto que eu perdi a sustentação do corpo, caí inerte, tentar sair de lá era inútil e meu pavor me dominava enquanto as esperanças de sair de lá desapareciam...



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