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História Honey Bunny - Capítulo 1.


Escrita por: BabyK

Notas do Autor


Pra galerinha que não manja dos ingreis:
"Honey Bunny" é uma maneira carinhosa de você chamar alguém que é muito querid@~
e "Bunny" é coelho em inglês.... Então fica aí o trocadilho q

Ai, tá bem bobinha a fic, sem sal, tosca... Não era nem pra ficar grande desse tamanho, mas todas ficam, né. Não sei fazer OS pequena, daí como essa aqui, até agora, passou dos 11k, decidi dividir porque né~~
Mas nem esperem muito dela s:

Eu... Acho que acabei de parir uma fanfic não planejada????
Tudo culpa deum doujinshi yaoi que eu li que o boyzinho usava um moletom com orelhas de coelho, e no final, ELE TINHA MESMO orelha E rabo de coelho. E minha mente tá tão apodrecida em ontae que eu imaginei o Taemin desse jeito e BAM! A cagada tava feita.

Gente eu ainda tô na dúvida se tem que classificar fics desse jeito como "zoofilia" ou não, mas vou deixar em aberto né, sei lá. Qualquer coisa ceis me respondem no final q

Capítulo 1 - Capítulo 1.


Ele estava cansado.

Ele estava mesmo tão cansado.

Jinki suspirou enquanto corria os dedos pelos cabelos morenos do garoto que dormia docemente em seu colo no sofá. A televisão ligada da sala iluminava o ambiente escuro com diferentes cores que dançavam pelas paredes conforme as cenas daquele filme se sucediam. Jinki sentia os olhos arderem a cada vez que cores brilhantes e claras apareciam, e tinha a necessidade de fechá-los em seguida, esperando aliviar a queimação por breves instantes. Levou o nó do indicador esquerdo até os olhos, massageando-os por cima das pálpebras. Quando abriu-os novamente e fitou a televisão, tudo estava embaçado. Talvez isso tenha sido bom, já que agora as cores brilhantes não mais lhe irritavam a visão como minutos atrás.

Talvez tenha sido mais do que bom, pois as formas embaçadas fizeram-no distrair do filme que se passava e focar apenas no ponto de luz vermelha embaçado do standby do velho DVD. O mais velho piscou os olhos, sentindo alívio por milésimos de segundo antes de abrí-los novamente. Piscou outra vez. Sua mente, àquele ponto, começou a bloquear os sons vindos da televisão e do mundo lá de fora.

Ele estava tão cansado... Com profundas e escuras olheiras como resultado de inúmeras noites sem conseguir dormir. A insônia que desenvolveu ao longo dos anos estava sugando sua força vital pouco a pouco; dia a dia; e não havia muito que fazer sobre isso. Relaxantes musculares já não funcionavam, e calmantes se tornaram arriscados demais, já que o faziam perder o horário das aulas matinais toda santa vez que os tomava, devido ao sono excessivo. Jinki simplesmente acabava apagando pelo cansaço.

O mais velho não raciocinou quando fechou os olhos e deixou a cabeça cair por alguns segundos, mas logo a ergueu novamente apenas para voltar a cair. Ele estava tão perto da terra dos sonhos... Faltava tão pouco...

Tão pou-

 

“NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA!”

 

O som distinto, repentino e alto de uma vinheta de jornal fê-lo pular do sofá, tirando-o a força de sua terra dos sonhos.

 

“O deputado fugitivo acaba de ser encontrado e preso pela polícia federal-“

 

O coração ainda estava disparado em seu peito pelo susto, e seus olhos tentaram se ajustar como podiam à claridade da televisão.

 

“E em seu gabinete foram encontrados projetos da Operação Animália. Já faz quase vinte anos desde a última informação descoberta sobre a operação-“

 

-Ahrg... Tomar no cu – Jinki bufou, tomando o controle remoto em mãos e trocando o canal para um infantil – Já tem quase quarenta e cinco anos que essa merda aconteceu. Que diferença vai fazer agora?

 

Operação Animália.

Até hoje, ninguém sabe ao certo o propósito disso.

Foi o maior desastre biológico que a humanidade já presenciou. As autoridades não souberam explicar como isso se espalhou pelo mundo; e se souberam, preferiram não divulgar. Foi com uma explosão em um laboratório dado como ‘desativado’ no norte da África que tudo começou. Claro que a notícia da explosão logo se espalhou pelos jornais do mundo, já que, teoricamente, o laboratório deveria estar desativado; e, com ela, logo vieram as informações.

Dossiês de pesquisas ultrassecretas de origem desconhecida.

Resquícios de anotações de pesquisas sobre armas biológicas.

Experimentos com mutações de DNA animal abandonados.

 

Rapidamente o governo local ordenou que a área fosse isolada. Outros países cederam peritos e equipamentos para examinarem a existência de radiação local. Foi como se algum sadista tivesse resolvido fazer um remake do desastre nuclear de 1986.

Para o horror da humanidade, um ano depois, vários recém-nascidos em redor do mundo vieram com mutações crônicas pelo corpo. Foi como se tivéssemos regredido no tempo e voltado à época em que se tentava fazer alquimia e criar quimeras.

 

Mas a natureza é suprema.

 

No curto período de vinte anos, as mutações se modificaram e se adaptaram ao corpo humano de modo a não prejudicar seu desenvolvimento. Muito pelo contrário. Foi preciso refazer os livros de biologia e inserir uma nova espécie na linha da evolução. O Homo sapiens animália tornou-se agora detentor do mesmo status que o Homo sapiens sapiens na cadeia alimentar.

Ainda não se sabe quais as condições para que as mutações se manifestem. Sabe-se apenas da existência de um percentual de 23% de chance de ocorrência em cada concepção de um ser humano.

De certo modo, foi como se histórias em quadrinhos tivessem ganhado vida.

 

 

O mais velho suspirou cansado, já aceitando que talvez não conseguisse mais dormir aquela noite. Baixou os olhos para o rapaz que ainda dormia em seu colo e sorriu ao ver as orelhas negras que saíam do topo da cabeça. Correu os olhos pelo corpo do garoto e segurou uma breve risada quando avistou a bolinha de pelos macia em seu quadril se mexer.

 

Taemin era o nome do garoto. Ou Honey Bunny, como ele brincava de vez em quando. Seu colega de apartamento. E ele tinha uma mutação leporídea que – até o próprio Jinki admitia – era encantadora. Já Jinki não teve tanta sorte de acabar entre a pequena parcela da população com orelhas peludas, mas isso não o fazia sentir menos especial, afinal, ele também tinha suas próprias particularidades.

 

Jinki pousou o cotovelo sobre o braço do sofá, e apoiou o queixo sobre a palma da mão, esperando a noite se transformar em dia, na certeza de que sua insônia o venceria aquela noite.

 

 

•ᴥ•

 

 

O mais velho torceu o nariz, e logo em seguida, uma abafada e contida risada vinda do garoto mais novo soou.

Taemin cutucou o nariz do outro com o dedo indicador novamente, divertindo-se com as reações do mais velho adormecido no sofá. O dia havia começado a amanhecer e os primeiros raios de sol que penetraram pela porta de vidro da sala já foram suficientes para acordar o jovem coelho. Mas o moreno não teve coragem de acordar o mais velho; não quando despertou no aconchego de um abraço amigável, e menos ainda por saber da insônia do outro.

 

O garoto sorriu enquanto observava caladamente o mais velho a dormir depois de vê-lo passar tantas noites em claro.

Encontrar Jinki foi a maior sorte que o garoto poderia ter tido depois de se mudar para a capital, quando decidiu fazer faculdade fora de casa.

Os meio-coelhos são, sim, adoráveis e paparicados pela maior parte da população. Mas como quase tudo nessa vida não são flores, havia de ter um lado ruim: não era apenas parte da aparência animal que se herdava das mutações, uma vez que era uma fusão de DNA. Herdava-se certos traços comportamentais da espécie também.

Meio-coelhos tendem a ser hiperativos; bagunçados demais ou organizados demais; ariscos num primeiro momento, mas quando ganham intimidade, tornam-se excessivamente pegajosos; mas o aspecto principal é o apetite sexual latente funcionando como uma bomba relógio que ninguém sabe quando vai explodir.

Não. Meio-coelhos não são uma máquina de reprodução em massa, mas o estereotipo foi inevitável, dada a espécie com o DNA mutante. E por causa disso, Taemin fora rejeitado com muita dor no coração pelos últimos quatro possíveis colegas de quarto. Quando foi conversar com Jinki, já antecipava a visível mudança de expressão quando este abrisse a porta e se deparasse com um meio-coelho.

Sim, Jinki arregalou bem os olhos naquela hora, mas manteve-os focados nas longas orelhas negras, em surpresa, antes que o garoto pigarreasse. Taemin se recorda que assim que entrou no apartamento, pensou que talvez fosse melhor agilizar o processo, do que ser levado para um tour numa casa na qual ele nem viria a morar.

“Olha, eu sei que eu sou um meio-coelho... E...-“

“E daí?”

Taemin se lembra com carinho do resto das palavras do mais velho aquele dia.

“Você não é do jeito que as pessoas dizem que coelhos são, certo?”

 

Realmente... Taemin tirou a sorte grande.

 

 

*Beep beep beep beep!*

 

O garoto esticou as orelhas no mesmo instante, girando-as para os lados, procurando achar e distinguir de onde, e o quê, fazia aquele som abafado.

*Beep beep beep beep!*

*Beep beep beep beep!*

 

Taemin arregalou os olhos em realização.

-Jinki – Cutucou o ombro do mais velho com delicadeza. Não queria assustá-lo logo de manhã, especialmente quando ele estava dormindo – Jinki, o despertador – Mas tudo o que ele recebeu foi um murmúrio e o próprio Jinki enterrando o rosto mais afundo no encosto do sofá. Taemin inflou as bochechas – Jin-Ki! – Desta vez, deferiu um cutucão a cada sílaba – O despertador! Você vai se atrasar!! – E foi diante do silêncio como resposta pela quarta vez que o garoto ficou bravo – YAH!! Lee Jinki!!

E, desta vez, Jinki pulou do sofá, colocando-se sentado num sobressalto e fitando o garoto com os olhos arregalados.

-O que-O quê? – O mais velho gaguejou, completamente perdido.

Taemin apenas apontou com o indicador em direção ao quarto do mais velho, com as bochechas novamente infladas e as sobrancelhas franzidas.

-Vai! Tá na hora! Vai se trocar – O mais novo ordenou.

-T-Tá, tá! – Jinki balbuciou, levantando-se do sofá e caminhando aos tropeções, ainda sonolento, em direção ao próprio quarto.

Taemin observou o corredor por onde o mais velho havia sumido, e suspirou, balançando a cabeça para os lados e, por fim, estalando a língua. Como Jinki sobrevivera a todo esse tempo morando sozinho, ele não sabia dizer. Mas o garoto logo abriu um sorriso e soltou uma breve risada divertida, pulando do sofá e correndo alegremente até o quarto.

 

 

•ᴥ•

 

 

Entravam na faculdade pelo portão que dividia o campus ao meio, por insistência de Jinki para que pudessem ir juntos. Toda vez, o mais velho perguntava se almoçariam no restaurante da faculdade e, como de praxe, Taemin sempre assentia alegremente, e despediam-se logo ali, uma vez que os prédios dos cursos de ambos ficavam em lados opostos: biologia e fotografia.

Jinki, sendo o mais velho, já estava em seu mestrado, especializando-se em biologia marinha e atuando como estagiário no grande aquário da cidade. Enquanto que a maior parte dos graduados de seu curso via oportunidade de ascensão salarial e profissional especializando-se na parte genética, sonhando em fazer parte de algum projeto de pesquisa do governo na tentativa de criar algum soro reversivo utópico, Jinki preferiu uma vida mais tranquila, estudando o que realmente gostava, a se aproveitar de desdobramentos do velho desastre biológico.

Taemin, por sua vez, gostava de capturar momentos da vida. Sempre gostou.

Gostava de relembrar memórias, fossem elas boas ou ruins. Para ele, fotos não era reviver o passado, mas lembrar com carinho de coisas que passaram e que estão alojadas em um lugar especial no coração. Era congelar o tempo. Guardar fragmentos de história. Gostava de capturar detalhes que passavam despercebidos na vida corriqueira e apressada do mundo, como um brotinho de flor lutando contra o cimento da calçada para viver. Gostava de encontrar pequenas belezas escondidas e de capturar a naturalidade das pessoas quando menos esperavam. Gostava de capturar multidões vibrando ou vaiando. O garoto dizia que era possível registrar sentimentos num pedaço de papel, e estava disposto a deitar no chão sujo e frio, ou escalar um quente e áspero penhasco, para tirar a melhor foto que pudesse.

Quando Taemin desceu as escadas de seu prédio, na intenção de ir até o restaurante combinado, ao final de sua última aula naquele período, surpreendeu-se ao ver Jinki encostado na porta do lado de fora, observando o céu. Franziu o cenho.

-O que você tá fazendo aqui? – Perguntou arrumando a alça da bolsa que passava sobre o peito.

Jinki girou o rosto para ele e abriu um sorriso, desencostando-se da porta.

-O professor da última aula faltou. Não queria ficar te esperando sozinho no restaurante, daí eu vim pra cá te buscar – Também arrumou a alça da mochila sobre o ombro.

Taemin riu soprado, balançando a cabeça para os lados. Enganchou seu braço no do mais velho e saiu correndo em disparada ao prédio do restaurante, arrastando um Jinki que corria aos tropeções tentando acompanhá-lo.

-Hey, hey, Taemin! Vai com calma!! Taemin, eu vou cair! Mais devagar!!

-Vaaaamos, hyung! Eu detesto pegar fila naquela coisa!

 

 

•ᴥ•

 

 

Pegaram uma fila mediana, mas nada que os matasse de esperar. Encheram suas bandejas de comida – a de Taemin, naturalmente, contendo mais verduras – e puseram-se a procurar alguma mesa; Jinki quase trombando com um meio-alce pelo caminho e desviando dos pequenos chifres.

Foi quando o mais velho exclamou ter encontrado um lugar vago que as orelhas do mais novo captaram algo. Taemin girou o rosto para onde o som vinha, e soltou um gemido sofrido, encolhendo as orelhas e escondendo-se atrás de Jinki.

-O que aconteceu?! – Jinki preocupou-se imediatamente.

Mas Taemin limitou-se em erguer seu braço por cima do ombro do mais velho e apontar o par de amigos que se aproximavam: um meio-coala e um meio-cachorro.

Jinki não conteve uma risada quando percebeu quem eram, e afagou brevemente os cabelos do mais novo por cima do ombro.

-Minnie, são o Minho e o Jonghyun – Ele sorriu – Você conhece eles.

Taemin resmungou em resposta.

-Eu gosto do mais baixinho, mas aquele grandão me assusta.

-Mas o Minho é inofensivo!

-Tem certeza disso?! Eu nunca vi esse cara sorrir na vida! E eu sinto arrepios toda vez que el-

-E aí, gente?! – Jonghyun cumprimentou alegre, acenando uma das mãos para os dois, enquanto Minho apenas ergueu uma mão, mas Taemin já havia se encolhido atrás do mais velho novamente quando percebeu que o meio-coala também havia se aproximado. Jonghyun estalou a língua – Tá vendo? Você assustou ele de novo – Olhou de maneira acusadora para o mais alto ao seu lado – Qual é o seu problema em dar um minúsculo sorrisinho?!

-A-A culpa é minha?! – Ergueu uma sobrancelha, perplexo com a acusação. Revezou olhares entre o meio-coelho assustado e seus dois amigos. Por fim, suspirou derrotado, estendeu a mão para o meio-coelho, na intenção de um amigável aperto de mão, e abriu o melhor sorriso que pôde. Sorriso macabro este que apenas piorou a situação e fez com que Taemin se agachasse no chão, com as orelhas encolhidas, segurando a bandeja de comida por cima da cabeça, como se aquilo lhe servisse de alguma proteção.

-Taemin! – Jinki se colocou agachado ao lado do garoto no mesmo instante, mas por mais que tentasse, não conseguia conter a risada – Hey, tá tudo bem – Pousou a bandeja no chão, afagou a cabeça do garoto de maneira reconfortante com uma mão, enquanto a outra abafava a risada.

-Meu Deus, Minho, você é terrível! – Jonghyun bufou, gesticulando as mãos para o alto em completa decepção.

-Mas eu não fiz nada!!

-Esse é o problema!

-Mas isso nem faz sentido, Jonghyun!!!

-Ele te odeia. Você sabe disso, né? – Jonghyun cutucou o peitoral do amigo, rindo enquanto o provocava.

Minho deixou a cabeça cair e fingiu um choro em meio a risada.

-É, eu sei.. – Correu os dedos pelos cabelos cinza. Suspirou derrotado – Ah... Acho que eu deveria tentar dar algum mimo pra ele antes de tentar contato fí... – Mas quando voltou os olhos para Jonghyun, o meio-cachorro já tinha sua atenção voltada para outra coisa bem diferente. E as orelhas empinadas e o rabo que abanava constantemente, junto com o sorriso bobo do rosto, já poupavam Minho de ter o trabalho de adivinhar o quem era. Comprimiu os lábios num deboche e cruzou os braços – Ele veio almoçar aqui hoje?

-Hm? – Jonghyun olhou para o amigo com os olhos arregalados, completamente alheio à conversa.

-“Hm?” – Minho repetiu, debochando outra vez – Kim Kibum, seu amor platônico. Vai logo falar com ele que esse seu rabinho abanando de Golden Retriever tá me deixando constrangido.

E pela segunda vez, Jonghyun arregalou os olhos, desta vez um enorme rubor no rosto. Imediatamente segurou a própria cauda que teimava a querer balançar. O meio-cachorro olhou para os lados, pensativo quanto ao que fazer, mas em questão de segundos saiu em disparada pelo corredor do restaurante.

-Kibuuuummm!!

Minho revirou os olhos.

-E lá vamos nós... – Murmurou sem sequer se despedir de Jinki e Taemin, sabendo que talvez não fosse a melhor das ideias. Sabe-se lá o que o meio-coelho faria.

 

 

-Como você pode gostar desse cara?! Ele é medonho! – Taemin reclamou manhoso, segurando cada orelha do lado do rosto, tentando cobrir-se com elas, já que, a essa altura, já tinha colocado a bandeja no chão para que não a derrubasse.

-Ah, Minho é um cara legal, Tae. Você só... Precisa conhecer ele...

-Como ele pode ser daquele jeito?! Ele é um coala!! Coalas são... – Taemin soltou as orelhas e apertou as bochechas de Jinki – São pra serem fofinhos e... Pequenos e abraçáveis!! – Taemin flexionou os dedos das mãos, imitando uma criança quando quer pegar alguma coisa, na tentativa de enfatizar o quão abraçáveis são coalas – Não aquele poço de... Frieza e seriedade!!

-Taemin, você não acha que tá exagerando um pouco? – Jinki riu novamente – Você também vivia fugindo de mim no primeiro mês. Dá uma chance pra ele – Ele piscou, e Taemin apenas fez um bico nos lábios, sabendo que o mais velho tinha razão – Agora vem – Jinki se levantou e estendeu a mão – Não vai comer no chão, no meio do corredor, né?

Taemin arregalou os olhos, rapidamente se levantando, pegando a bandeja em mãos e voando para a mesa mais próxima.

 

 

•ᴥ•

 

 

Foi naquela noite, quando ambos sentaram no sofá e decidiram que assistir ao tão aclamado “Tróia” era uma boa ideia, que as coisas ficaram estranhas pela primeira vez.

 

~~

 

Nem bem era o começo do filme, e o protagonista Aquiles, melhor guerreiro de seu exército, fora convocado para lutar com o melhor guerreiro do exército inimigo, e quem vencesse, venceria também a batalha, e assim pouparia a vida dos dois exércitos.

-Caralho, olha o tamanho daquele cara!! – Taemin arregalou os olhos e empinou as orelhas, completamente surpreso com o porte físico e altura do guerreiro do exército inimigo. Levou uma pipoca inconscientemente à boca.

-Será que é algum truque de câmera, montagem digital, ou pegaram um cara desse tamanho mesmo pra filmar? – Jinki perguntou, talvez mais para si mesmo do que para o garoto.

-Eu sei que o Aquiles é grande, mas aquele cara é um monstro! Vai ir metade do filme só ni- Mas em questão de segundos, Aquiles enfincou a espada no pescoço do adversário, e este caiu de joelhos no chão – Caraaaaalho!!

-Whoooooaaaaaa!!!

 

~~

 

Era a cena na qual a Princesa Helena e o Príncipe do exército inimigo decidem fugir juntos.

-Ah, não! – Taemin estalou a mão em sua própria coxa, incrédulo – Não me diga que esses dois idiotas vão fazer uma besteira dessas – Apontou para a televisão, mas fitando Jinki, como se exigisse alguma explicação.

O mais velho apenas deu de ombros.

-A guerra de Tróia tem que acontecer de alguma forma, né?

 

~~

 

A aquela altura, depois de tanto tempo de filme, Taemin já havia tombado a cabeça no ombro de Jinki, e, vez ou outra, gostava de roçar o queixo ali. O mais velho não se importava com as demonstrações de afeto, afinal, para coelhos era normal demonstrar afeição quando ganhavam intimidade, por isso Taemin vivia abraçando-o.

O mais novo já começou a desentender a narrativa e se esforçava para tentar ligar uma coisa à outra, mas ele não fazia ideia de como aquela escrava foi para na tenda de Aquiles; muito menos porque de repente eles começaram a tirar as roupas um do outro.

Taemin enterrou o nariz no pijama do mais velho. Talvez não se sentisse tão confortável vendo esse tipo de cena quanto pensou que estivesse. Sentiu seu coração acelerar ao primeiro gemido que escutou. E os que seguiram apenas fizeram a situação piorar. Taemin não soube dizer quando prendeu a respiração, achando que isso fosse normalizar seus batimentos cardíacos. Quando percebeu, sentia dificuldades para respirar e tudo em seu redor começou a girar.

-Vou tomar um copo d’água antes que eu durma – Mentiu enquanto se levantou e rumou para a cozinha tomar o dito copo d’água, não dando o mínimo de chance para Jinki lhe perguntar qualquer coisa.

Debruçou-se sobre a pia e agarrou a beirada com força. Tentou focalizar suas mãos, mas a visão embaçada e o suor que pingava não o deixavam ver com clareza. Decidiu, então, abrir a torneira e lavar o rosto.

Não voltou para sala enquanto sua visão não melhorou.

 

~~

 

-Demorou – Jinki ajeitou a almofada do sofá para que o mais novo pudesse sentar ali novamente – Tá tudo bem?

-Tá. Tá, sim – Taemin sorriu – É que eu acabei acordando mais cedo hoje por causa dos gritos da vizinha, daí o sono tá batendo agora. Lavei o rosto. Acho que agora melhora – Quando ergueu os olhos para a televisão, percebeu que Jinki pausara o filme – Aaah! Você me esperou! – Deu alguns pulos no sofá, sem sair do lugar.

 

~~

 

-Aaaaah, não!! Ele não se atreva!! – Taemin estava prestes a avançar na televisão ao final do filme, quando o Príncipe estava mirando com seu arco e flecha em Aquiles.

-Taemin, cuidado pra não derrubar a pipoca.

-Ele não vai atirar essa flecha... FILHO DA PUTA, ele vai atirar a droga da flecha!!!

-Taemin, a pipoca!!!

-AH, ELE ATIROU A FLECHA!!!

-TAEMIN, A PIPOCA!!!

 

Naquela noite, foi parar pipoca até debaixo da estante da sala.

 

 

•ᴥ•

 

 

Foi numa manhã de sábado, quando Taemin acordou pouco depois das oito, devido a tamanho barulho que suas sensíveis orelhas captaram, que ele se deparou com uma cena inusitada.

Taemin estava parado na divisória do corredor com a sala, e, aos poucos, parava de coçar os olhos com os nós dos dedos e percebia a enorme bagunça que estava o apartamento. Os sofás todos espalhados, o tapete dobrado, almofadas jogadas, livros que antes ficavam na estante da sala, agora espalhados pelo sofá e pelo chão, e o potinho de vidro que guardava várias quinquilharias fora revirado por cima da mesa de vidro de centro da sala. O garoto nem teve a chance de perguntar o que havia acontecido quando, surgindo por detrás de um dos sofás, Jinki ergue uma mão segurando a chave do apartamento.

-Achei!! Oh? Taem? Eu te acordei? Desculpa – Levantou-se, limpando a poeira da roupa e transferindo a mochila de cima do balcão da cozinha para o ombro – Eu já tô atrasado pro estágio. Deixa a casa como tá que eu juro que quando eu voltar eu arrumo!! Até depois do almoço!

Taemin não conseguiu nem responder. Apenas ficou lá, parado feito bobo com a mão levantada e balançando levemente.

Levou os olhos lentamente pela sala, reanalisando cada detalhe, e, a medida que seus olhos corriam pela bagunça, começou a bater o pé no piso de madeira incessantemente pela ansiedade.

Taemin bufou, dando-se por vencido e se atirando no meio da bagunça, já colocando os sofás no lugar e recolhendo as almofadas do chão.

-Por que ele não pediu as minhas chaves emprestadas, então? – Resmungou.

 

 

Quando Jinki chegou depois do almoço, deparou-se com Taemin ajeitando meticulosamente os livros de volta na estante.

-Você... Limpou tudo...

-Mas é lógico!! – Taemin revirou os olhos, com os livros ainda em mãos – Eu sou um maldito coelho, lembra? Se eu gosto da casa arrumada, ela vai ficar arrumada. Se eu gosto dela bagunçada, eu vou arrumar ela pra que pareça bagunçada do jeito que eu gosto, nem que eu tenha que mover montanhas pra isso! Agora me ajuda que eu já não lembro mais qual livro vem depois desse, e tudo o que eu ponho tá parecendo errado!!

Jinki jogou a mochila no sofá e sentou-se em seguida, apoiando os cotovelos nas coxas e escondendo o rosto nas mãos, abafando uma gostosa risada.

-Desculpa. Eu vivo esquecendo que você é um coelho.

-Bem, eu espero que essas duas – Ele apontou para as orelhas – E esse aqui – Virou de costas e fez questão de abanar o pompom de pelos – Possam te lembrar. Agora vem me ajudar, Jin!

E Jinki não teve como dizer não para aquele bico maravilhoso que o mais novo fazia quando inflava as bochechas. Com um sorriso no rosto, Jinki se levantou e caminhou até o resto dos livros, pegando um em cada mão e sugerindo-os para o mais novo.

 

 

•ᴥ•

 

 

-Aaaahh! Eu tô tão cansado hoje!! – Taemin exclamou, tombando a cabeça para trás e fechando os olhos enquanto subia com bastante esforço a rua íngreme de volta para casa, junto a Jinki.

-A gente podia pedir pizza hoje, que tal? Eu tô sem forças pra cozinhar.

-Eu acho uma ideia maravilhosa – Pararam na esquina da rua do apartamento – Quase lá~! – Taemin deu o primeiro passo em direção para mais perto do apartamento quando suas orelhas captaram algo, mas antes que pudesse sequer verificar o que era, Jinki saiu em disparada.

-Hey!! – O mais velho saiu correndo rua abaixo, atrás de uma garotinha com orelhas de coelho e vestido, que, por sua vez, corria atrás de uma bola vermelha que saiu rolando – Garotinha!!

-Jinki!! – E fora o moreno agora que saiu correndo atrás do mais velho. De onde Taemin podia ver, aquilo tinha tudo para dar errado – Jinki, eu sou mais rápido! Pega ela que eu pego a bola!! – E em pouco tempo, Taemin ultrapassou o mais velho com facilidade, seguindo em linha reta até a bola e desviando dos obstáculos pelo caminho.

Quando Jinki finalmente alcançou a garota, pegou-a no colo, e a primeira coisa que fez foi procurar pelo mais novo. Taemin estava a menos de vinte metros da bola, e por um momento, seu coração parou quando escutou uma buzina de carro e rodas derrapando.

Ele podia jurar que viu tudo acontecer em câmera lenta: Taemin pulou exatamente quando o carro começou a frear. Voou por cima do capô, mas Jinki não soube dizer se Taemin conseguiu desviar ou não, porque metade do carro ficou escondida pelo muro da esquina, e o mais novo não conseguia ser visto em nenhum lugar.

-TAEMIN!! – Jinki berrou do fundo dos pulmões, e não soube dizer se desmaiaria de alívio ou de choque quando, por detrás do carro, Taemin veio andando com a bola nas mãos, e um sorriso convencido no rosto, completamente ileso – Eu continuo esquecendo que aquele filho da mãe é um maldito coelho... Oh! – Jinki tampou os ouvidos da menina no mesmo instante – Você não deve ouvir esse tipo de coisa. Não repita, ok? É muito feio.

Taemin aproximou-se rindo da expressão de choque do mais velho.

-Eu te odeio, sabia? – Jinki pousou a garotinha no chão e esperou que Taemin entregasse a bola a ela, mas o moreno, por algum motivo, relutou. O mais velho percebeu o sorriso forçado que ele dera e a hesitação na hora de devolver a bola. Apenas não soube entender porquê. Mas preferiu deixar isso de lado, e levar a garotinha de volta para casa. Talvez depois ele perguntasse – Me diz, onde você mora? – Ele estendeu a mão para que a garotinha meio-coelho a tomasse. E como resposta, ela apenas apontou para o alto da rua íngreme.

-Jinki – Taemin puxou a manga da jaqueta o mais velho – Eu acho que ela sabe voltar sozinha pra casa... Certo? – Forçou outro sorriso para a garotinha.

-Que que cê tá dizendo? – Jinki franziu o cenho – Vamos levar ela pra casa.

-Ela não é tão pequena, Jin. Ela sabe voltar.

Jinki olhou-o incrédulo.

-A gente vai levar ela.

-Mas-Argh... Tá – Taemin cedeu, por fim, mesmo a contragosto. E pelo caminho todo, ele seguiu atrás dos dois de cara emburrada e cabisbaixo. Calado – Jinki, a gente já subiu a rua toda. Ela sabe voltar o resto sozinha. Eu tô cansad-

-Qual é o seu problema, Taemin?! – Jinki virou-se de repente para o mais novo. Desta vez, pegou a garotinha no colo – Quer voltar pra casa?! Tudo bem, vai! Eu vou levar ela – Ele afagou brevemente os cabelos da garota que, agora, já havia escondido o rosto em seu pescoço.

Taemin permaneceu parado por breves segundos, olhando diretamente nos olhos de Jinki enquanto seu pé começou a bater no chão, e, percebendo que aquela era a palavra final do mais velho, o garoto grunhiu zangado, deu as costas e voltou pisoteando para casa, e com orelhas caídas.

Quando Jinki voltou para casa naquele início de noite, Taemin já havia ido dormir.

 

 

•ᴥ•

 

 

Na manhã seguinte, Jinki acordou esperando que fosse encontrar o mais novo pelo café da manhã, e que talvez pudessem conversar sobre o que aconteceu porque, honestamente, aquilo era estranho. Mas quando pisou na cozinha, deparou-se com a mesma posta. As fatias de pão estavam em seu prato, o pote de manteiga fechado e uma faca sobre ele, um copo de leite e a embalagem de achocolatado com uma colher ao lado, mas nenhum sinal do meio-coelho.

A pia e algumas louças do escorredor estavam molhadas; sinal de que Taemin passou por ali. Mas para o menino chegar ao ponto de preferir levantar mais cedo a encará-lo pela manhã, alguma coisa tinha que estar errada. E o fato de não fazer a menor ideia do quê, perturbava-o.

Naquela manhã, Jinki tomou o café sozinho, como não fazia há dois anos.

 

 

•ᴥ•

 

 

Cada um dos dois seguiu a manhã de uma maneira diferente. Enquanto que Jinki prestava mais atenção em como prosseguir seu mestrado, Taemin passou o tempo todo pensando e repensando no ocorrido, costumeiramente batendo o pé repetidas vezes no chão e até rangendo os dentes. Chegou a um ponto que foi necessário que o professor lhe chamasse a atenção, porque o próprio Taemin já estava deixando os alunos em seu redor inquietos.

Era ridículo.

Taemin sabia que era ridículo, mas ele não conseguia se controlar.

Não fazia por mal.

Apenas... Acontecia.

 

E ficava ainda com mais raiva por Jinki não perceber o que ele havia feito. Que espécie de biólogo charlatão ele era, afinal?

 

E foi quando chegou o horário do almoço que o meio-coelho entrou em pânico. Primeira coisa que Taemin sabia, era que ele detestava almoçar sozinho. Ou melhor, detestava almoçar sem Jinki naquele restaurante lotado até o teto, repleto de gente olhando para ele. E o mísero pensamento de os amigos de Jinki virem cumprimentá-lo, especialmente aquele coala, fê-lo estremecer.

Segunda coisa que Taemin sabia, era que por mais que ele quisesse almoçar com Jinki, ele não queria almoçar com ele. E foi inevitável que ele inflasse as bochechas e projetasse aquele beicinho nos lábios por pensar no mais velho de novo. Taemin ainda estava bravo.

E entre a incerteza de querer almoçar com Jinki e a insegurança de almoçar sozinho em um lugar lotado, decidiu que almoçaria em casa.

 

Talvez se Taemin soubesse o quanto Jinki se sentiu perdido, procurando por si por entre a multidão e se encontrando sozinho, ele se sentisse mais feliz.

 

 

•ᴥ•

 

 

-Ei? Eeeei? Jinki?! – Jonghyun estalava os dedos repetidas vezes na frente do amigo, esperando chamar sua atenção – JINKI!! – E como último recurso, Jonghyun achou mais eficaz puxar a ponta de seu nariz que estalar os dedos.

-Ouch! Que isso Jonghyun?! – Jinki reclamou, cobrindo o nariz com as mãos.

Deu certo~.

-Você tá aqui, mas você não tá aqui – Apontou com o queixo para o assento vago ao lado de Jinki – Cadê o garoto?

Jinki soltou um pesado suspiro.

-Eu não sei – Correu os dedos pelos cabelos, tirando-os da frente dos olhos – Ele nem tomou café comigo hoje. Saiu antes até de eu acordar.

Jonghyun esbugalhou os olhos e franziu o cenho, enquanto que Minho, ao seu lado, limitou-se apenas em erguer uma sobrancelha.

-Aconteceu alguma coisa pra ele fazer isso? – Jonghyun arriscou.

Jinki balançou a cabeça para os lados.

-Não – Ele deu de ombros – Pelo menos não no meu ponto de vista. Ontem a gente pegou uma bola que tava rolando rua abaixo pra uma garotinha, e eu achei mais seguro levar ela de volta pra casa. Daí ele surtou e não quis que a gente levasse ela. Quer dizer, como assim?! Era uma criança! Daí eu fiquei bravo. Disse que se ele quisesse voltar pra casa, ótimo, mas que eu ia levar ela pra casa. Ele simplesmente virou as costas e voltou bravo.

-Talvez ele não goste de crianças...? – Jonghyun tentou abrir um sorriso, mas nem ele mesmo acreditou no que acabara de dizer.

-Sério, Jonghyun? – Minho revirou os olhos – O garoto não é de fazer essas coisas. Geralmente, ele... – O meio-coala apontou o indicador para Jinki – Se esconde atrás de você... – Relembrou com pesar todas as vezes que Taemin fizera isso.

-Sabe... – Jonghyun continuou – Você vive esquecendo que essas coisas existem – Jonghyun apontou para as próprias orelhas e para as de Minho – Já pensou se tem algo a ver com isso?

E Jinki ergueu uma das sobrancelhas em seu momento de epifania, olhando estupefato para o meio-cachorro.

-Eu não pensei nisso... – O mais velho murmurou baixinho.

-Aaaarrghhh, que tipo de biólogo charlatão você é, hein?! – Jonghyun apontou acusadoramente com o garfo para o mais velho.

-Eu vou...- Jinki tentou se levantar, mas Minho puxou-o de volta para seu assento no mesmo instante.

-Nu-uh. Sem desperdício. Termina de comer primeiro.

-Você só tá dizendo isso porque ainda tá na metade da refeição... – Jonghyun murmurou, expondo uma das características da espécie mutante de Minho.

-Se você reclamar de novo, eu vou demorar mais ainda~.

E os outros dois grunhiram em protesto.

 

Mas no pouco de tempo que sobrou entre o almoço e o começo das aulas de tarde, Jinki correu para a biblioteca, vasculhar a sessão de biologia.

 

                                                      

•ᴥ•

 

 

Quando o mais velho voltou para casa, Taemin já havia chegado da faculdade, e estava em seu quarto. Mas já era de se esperar, afinal, Jinki demorara mais tempo que o previsto. A única indicação de que Taemin ainda estava acordado eram as luzes acesas do quarto escapando pela fresta da porta.

Calmamente, Jinki entrou em seu quarto, deixou a bolsa na cadeira da escrivaninha e decidiu tomar um banho, antes de tudo. Vestiu-se em seu pijama e buscou um pequeno saquinho de presente de um dos bolsos de sua mochila. Um saco bem pequeno, pouco menor que a palma da mão, com um singelo laço de fita.

Parou em frente à porta do quarto do mais novo e, com o nó dos dedos, bateu duas vezes na madeira.

-Honey Bunny? – Chamou-o pelo apelido que nunca falhava em deixá-lo vermelho – Posso entrar?

Sua resposta veio no formato do barulho da porta sendo destrancada, mas ninguém a abriu. Quando Jinki colocou a cabeça para dentro do quarto, Taemin estava sentado em sua escrivaninha de novo, mexendo em cores de fotos pelo Photoshop. Ele nem sequer olhou para si. Jinki respirou fundo. Bem, já era esperado...

Caminhou silenciosamente até a cama do garoto e sentou-se ali.

-Tae? – Chamou com a voz mansa, e Taemin congelou seus movimentos. Passou dois segundos encarando a tela do notebook, antes de respirar fundo e decidir girar o rosto para o mais velho. Jinki deu dois tapinhas no lugar vago ao seu lado, sinalizando que gostaria que o meio-coelho sentasse ali – Por favor.

Como de costume, Taemin começou a bater o pé repetidas vezes no chão, ponderando a resposta para aquele pedido. Mordeu o lábio inferior, mas, por fim, cedeu, levantando-se da cadeira e sentando-se ao lado de Jinki.

Taemin não gostou daquela situação. Encolheu-se, passando um dos braços na frente do corpo. Sabia que tinha errado, e que Jinki também tinha, mas não queria que o mais velho fosse o primeiro a se redimir. Sentia-se como uma criança fazendo birra. Não que isso não fosse verdade em certo ponto, mas Taemin tinha seus motivos. Por isso, antes que Jinki falasse qualquer coisa, o mais novo tomou fôlego e decidiu ser mais rápido.

-Me desculpa... – Fitou o chão enquanto falava baixo – Eu não deveria fazer essas coisas... Pareço uma criança.

Jinki sorriu, passando seu braço sobre os ombros do garoto e trazendo-o para perto.

-Tá tudo bem – Falou manso – Você não tem culpa. Eu deveria prestar atenção em certas coisas também. Desculpa ter te deixado chateado... – Apoiou o queixo sobre a cabeça do garoto e roçou-o ali.

Taemin, em resposta, passou os braços pela cintura do mais velho e afundou o nariz no pano do pijama do outro.

-E... – Jinki mostrou o saquinho de presente – Eu trouxe uma coisinha – Taemin abriu um dos olhos, focalizando o saquinho de presente com um pequeno laço de enfeite, e logo se sentou, empinando as orelhas e mexendo o nariz, completamente interessado no embrulho.

Taemin olhou para Jinki, esperando confirmar se o presente era para ele. Jinki apenas sorriu e encorajou-o, sacodindo o saquinho que emitiu som de sininhos. Os olhos avermelhados do meio-coelho automaticamente dobraram de tamanho e ele, rapidamente, tomou o saquinho da mão do mais velho e o abriu, tirando dali de dentro um pequeno chaveiro de telefone de um sino japonês.

Minúsculo, simples, mas com a melhor das intenções.

Taemin sorriu, balançando o chaveiro.

Aquilo foi o bastante para que o mais novo abraçasse Jinki com força, e escondesse o rosto na curva de seu pescoço, roçando alegremente seu queixo ali, como de costume.

Jinki abraçou-o de volta e repetiu o gesto com o queixo sobre a cabeça do garoto, e tentou abafar a risada quando, como canto dos olhos, avistou o pompom peludo abanar.

-Quer ir sábado ao aquário? Acho que eu consigo cortesia pra gente.

E Taemin colocou-se sentado num sobressalto. Os olhos arregalados, orelhas empinadas e nariz mexendo.

-É serio?!

Jinki deu de ombros.

-Hm – Confirmou – Como funcionário, acho que eu tenho direito a isso.

 

Próxima coisa que Jinki soube, foi que Taemin o abraçou tão forte que, por pouco, não caíram da cama.

 

 

No livro de biologia que Jinki folheou na biblioteca estava escrito:

“Alguns coelhos ficam extremamente zangados se acariciarmos um à frente do outro; sentem-se insultados.”


Notas Finais


É, tá bem bostinha, mas acho que tá bonitinho~ (ACHO)
Tô terminando de escrever o resto e ... Bom, se for ver por esse capítulo, podia parar por aqui já que realmente nem tem plot, MAS COMO EU TÔ DE GREVE, NÉ!

Falei de Tróia, mas eu nem sei se o que eu escrevi tá certo porque já faz AAAAANOS desde a última vez que eu vi. Veio uns flashbacks na minha cabeça e eu falei "Ah, vai isso mesmo". Mim disgurpem a porcaria :'(

Tiau :')


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