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História Hope - Capítulo 30


Escrita por: n0ah

Notas do Autor


yay gnt, olha quem voltou ~0~

Enfim, avisos:

- sim, já tinha postado um capítulo 30, mas exclui. Tava uma porcaria e reescrevi todo, então ignorem aquilo lá

"ah mas era só editar, pra q excluir?"
eu exclui pq quis, e pronto.

- Não vou me justificar pela demora, cs sabem q eu atraso mesmo.

- Leiam com atenção, e carinho, sério. Tá muito mara esse capítulo.
E não foi betado porque o @a1den me trocou por LoL

Mas enfim....

Enjoy, flores!

Capítulo 30 - Capítulo 30


Noah mordia o lábio inferior, exalando um aparente nervosismo, enquanto os olhos cor de âmbar percorriam a extensa lista afixada em um mural. Estava rodeado por outros adolescentes ansiosos, muitos comemorando a aprovação do último ano escolar. O castanho bufou, já que se perdia naquelas letrinhas miúdas diversas vezes.

Estava mentalmente exausto. Tinha focado tão intensamente em estudar, tirar notas satisfatórias para que seus pais não o enxessem o saco, que mal conseguia dormir. Suas olheiras arroxeadas davam um estranho contraste na tez pálida, e os cabelos em desalinho demonstravam o desleixo com a aparência.

Noah suspirou pesadamente, e se afastou alarmado da mão em seu ombro. Se virou, os cantinhos da boca subindo levemente ao ver seu novo amigo, Liam Jones.

Sua amizade com o rapaz de cabelos loiros platinados começara de uma forma bem esquisita. Noah não parava de visitar a biblioteca da escola, o local no qual Liam trabalhava nos períodos da tarde.
O moreno sentia olhos azuis o perseguindo para onde quer que fosse, e ouvia diversos resmungos baixos quando colocava livros em lugares errados.
Em um certo dia, Liam o xingara por pôr um livro de Física na prateleira de Ed. Física, e assim nasceu uma amizade.

Mesmo sendo sarcástico e irritante, além de verborragico, Noah se sentia feliz pela constante companhia do rapaz, que o auxiliava na procura de livros e na preparação de pesquisas.
Mesmo sendo um pouco fechado, Liam conquistou um espacinho na vida do moreno.

- Conseguiu achar seu nome? - a voz grave do loiro fazia a tranquilidade se instalar novamente em Noah, que negou com a cabeça. - Vou te ajudar.

Permaneceram alguns minutos centrados no quadro, casualmente encostando os ombros devido aos diversos alunos que o cercavam. Noah mordia o lábio com força, enquanto descia os olhos até a letra E.

- Achei, cacete! - o grito fez Noah sobressaltar, mas logo o moreno leu o que estava sendo apontado pelo loiro.

Seu coração deu um salto ao ler " Evermore, Noah - Aprovado", e um sorriso orgulhoso surgiu em seu rosto, e todo o cansaço pareceu sumir, dando lugar a uma alegria contida. Queria pular de alegria, soltar altos berros de "Porra eu consegui!", e soltar fogos de artifício pelo peito no estilo Katy Perry.

Se afastou do mural, esbarrando em alguns colegas de sala, que o parabenizaram, já que Liam estava gritando sobre sua aprovação para Deus e o mundo ouvir.

Mal conseguia acreditar que, finalmente, algo estava dando certo, que todo o tempo se sacrificando, merda, que todas as semanas sem um beijo, um olhar ou uma conversa com Aiden tinham valido a pena.
Sorriu largo, deixando o orgulho ocupar todo seu ser.

Liam se aproximou, os olhos verdes pareciam brilhar, competindo com o sorriso brilhante, e o puxou para um forte abraço, enquanto o parabenizava diversas vezes. Mesmo o moreno não sendo um grande fã de contato físico, entrelaçou os braços na cintura de Liam, já que sem a ajuda do garoto não teria conseguido nada.

- Eu te disse que conseguiria! - o sussurro inflou o ego de Noah, que se afastou do rapaz, dando de ombros.

- Noah, você é um acéfalo? É a quarta vez que te explico essa teoria! - engrossou a voz, numa falha tentativa de imitar uma das inúmeras broncas que levava. O loiro gargalhou, mesmo um pouco envergonhado pela atitude. - Mesmo assim, obrigado, Liam.

Trocaram um sorriso cúmplice, e resolveram ir embora da escola, já que estavam dispensados das aulas. A formatura se realizaria em duas semanas, e a instituição precisava se organizar para a cerimônia.
Enquanto caminhavam até a saída, combinavam de fazer alguma espécie de comemoração, afinal,  Noah merecia e muito uma pequena festa.

- Vou mandar mensagens para Léo e Jenny, espera aí.

Tirou o celular do bolso do moleton vermelho, e ao desbloquear a tela seu coração desembestou, batendo cada vez mais rápido. A saudade voltara com uma força avassaladora, fazendo os olhos do moreno marejarem.

A foto de papel de parede era uma sua com Aiden, o moreno com uma careta surpresa e Noah com um sorriso discreto nos lábios, encostado num tronco de árvore.Se lembrava desse dia claramente, e de como um Aiden manhoso era difícil de se aguentar.
O mais velho insistia em tirar diversas fotos de Noah, que apenas negava terminantemente. Mas ao implorar com um bico nos lábios rosados pela enésima vez, o garoto se deixou levar, puxou Aiden para junto de si e tirou a maldita fotografia.

- Esse aí é o famoso Aiden? - a voz grave o despertou, e Noah notou que estava fitando o celular bobamente.

- Sim.

- Quando eu vou conhece-lo?

Noah deu de ombros, enquanto digitava mensagens curtas para os gêmeos.
Foi até o contato de Aiden, e mordeu o interior da bochecha com força, ao ver diversas mensagens ignoradas pelo namorado.

- Vou tentar leva-lo até sua casa hoje, ok? - Liam assentiu, dirigindo um olhar de pena ao moreno fragilizado.

- Irei passar no mercado, comprar alguns salgadinhos e bebidas para mais tarde. - se aproximou do moreno, o abraçando, e dirigindo um sorriso encorajador para Noah, se despediu do amigo.

Evermore suspirou, resignado, e guardou o celular no bolso.

Será que o moreno havia ficado muito magoado por ter sido trocado, e estava devolvendo o "gelo"? Ou Aiden estava ocupado com assuntos mais importantes?
Diversas dúvidas surgiam na mente do garoto, que caminhava até sua casa cabisbaixo, chutando algumas pedrinhas na calçada com a ponta do All-Stars sujo.

Toda a recém adquirida felicidade havia se dissipado, como se um vento o tivesse apanhado numa lufada. A tristeza no olhar do castanho era tão palpável, e quem quer que o olhasse, caminhando pelas ruas, sentia a solidão e a saudades encravadas no seu coração.

Estava se aproximando do jardim dianteiro de sua casa, quando notou algo diferente na residência ao lado: a garagem aberta, uma moto modelo Harley Davidson estacionada num ângulo esquisito.

Noah reconheceria o veículo em qualquer lugar: era a moto de Aiden, ou seja; o amado estava em casa.
Com uma pontinha de esperança em seu peito, mudou sua trajetória e pulou a pequena cerca dos Abadeer, pensando em diversas desculpas para justificar sua presença lá.

Bateu na porta com delicadeza, enquanto tentava assentar os fios castanhos, e verificou se estava com mau hálito. A porta se abriu, e sua ansiedade foi embora ao dar de cara com Melanie.

- Olá Noah, quanto tempo.

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Era estranho estar na sala de estar dos Abadeer sem a presença de Aiden, e com sua antiga amiga Melanie, que desaprovava o namoro com vigor, o perguntando educadamente sobre sua vida.

- Aiden foi a farmácia, daqui a pouco ele volta. - completou com um sorriso agradável.

Melanie estava sentada em uma poltrona de chintz vinho, as pernas brancas cruzadas elegantemente. O vestido preto a deixava com uma aparência de boneca de porcelana, e lhe dava um belo contraste com os cabelos azulados numa trança lateral.

Noah estava inseguro, sem saber o que fazer. Uma parte do seu corpo queria ficar e esperar Aiden, mas a outra implorava para ele manter distância da garota.

- Você deve ficar bem preocupado com ele, não é? Devido as circunstâncias. - seu tom era casual, com uma pontinha de maldade surgindo em cada palavra.

Noah arqueou as sobrancelhas, confuso.

- O que quer dizer com isso?

A garota sorriu, como se fosse partilhar um segredo bem óbvio.

- Oras Noah, não se lembra de uma das nossas conversas, no qual te avisei sobre os vícios do meu irmão? Claro, você me ignorou por séculos e começou a namorar, mesmo consciente de todos os riscos.

Noah bufou, a irritação se formando. Sua consciência começava a odiar cada vez mais Melanie e suas acusações sem sentido.

- Melanie, chega! É ridículo você agir assim, como uma garota mimada tentando deixar todos infelizes. Eu amo Aiden, e ele me ama, e seu irmão parou de se drogar faz meses! Ele é totalmente limpo agora. Então cresça e aceite nosso relacionamento, droga!

Soltou o ar que tinha prendido, sem perceber. Estava irritado, cada vez mais estressado, e seu dia parecia ficar cada vez pior.

Melanie mantinha a máscara de indiferença, mesmo após ouvir a torrente de palavras saída da boca do antigo amigo. Queria gargalhar alto, ensandecida, e dizer o quanto Noah era burro em confiar nas palavras de Aiden.

- Você realmente confiou nas promessas do meu irmão? Não achava que fosse tão ingênuo. - a garota se levantou, acariciando as porcelanas artisticamente organizadas na cristaleira ao seu lado.

- Nada que você inventar vai me fazer parar de confiar no meu namorado. - a voz rouca soou firme, confiante, e Melanie por um segundo, quase vacilou em seu objetivo.

Era tão perceptível o amor que Noah sentia pelo seu irmão, que lhe dóia trazer mais sofrimento para a vida do rapaz. Mas devia continuar, aproveitar essa chance de ouro que lhe estava sendo dada, e livrar o amigo de sofrer mais ainda nas mãos de Aiden.

- Quando eu era mais nova, com uns oito ou sete anos, meus pais foram viajar para Yorkshire, levar meu irmão para alguma Convenção de Arte, ou algo do gênero. Sempre tiveram isso em comum, o gosto por quadros e pinturas modernistas.

Suspirou, saudosa, enquanto as lembranças surgiam nítidas em sua mente. Noah se manteve calado, ansiando por mais.

- Aiden prometera para mim que iriam voltar logo, e completamente bem, mesmo sendo época de chuvas fortes e muitos acidentes nas estradas. Mesmo com pouca idade, ele era capaz de me fazer sentir feliz e segura.

Noah bebia cada palavra da garota com avidez, ansiando por mais. Sua cabeça chegava a doer, já que imaginar Aiden confortando Melanie era quase impossível.

- Eu confiei tanto nele, e fui para a casa de uma tia, passar algum tempo com ela. Enquanto isso, meus pais discutiam se iriam viajar ou não, já que chovia demais, e mesmo Yorkshire sendo perto, era perigoso. - a garota sentou ao lado de Noah, e riu baixinho, amargamente. - Mas é claro que iriam fazer as vontades dele, como sempre fizeram com o favorito. No dia seguinte, eu esperei meus pais me buscarem, mas acabei recebendo a visita da polícia, me informando que meus pais estavam mortos, mas Aiden estava vivo.

Algumas lágrimas desciam pelo rosto da garota, que as secou rapidamente. Noah se mantinha parado, sem saber o que fazer. Seu coração se apertava, e sua mente dava voltas e voltas, enquanto digeria toda a história impactante contada por Melanie.

- Confiei em uma promessa de Aiden, e olha o que aconteceu comigo, Noah. Não pensa que eu queira ver você infeliz, mas as promessas do meu irmão são todas vazias.

Noah fechou os olhos, suspirando. Melanie soava tão correta do que dizia, e porque ela mentiria? O que a garota iria ganhar com isso?

Afinal, teria sido tão precipitado confiar nas palavras de Aiden? O vício era forte, rotineiro, e seria difícil o moreno se libertar assim, tão fácil.

Negou, num aceno com a cabeça, tentando apagar tudo que havia pensado. Quem ama, confia. E era seu dever acreditar nas palavras do namorado, e dar valor em todo o esforço que Aiden fizera em nome do amor que sentia.

Se levantou, decidido a tentar consolar Melanie e mostrar que confiava no amado. Mas a garota segurou em seu braço, repentinamente, e uma lágrima descia por sua bochecha. Toda a resolução de Noah se transformou em pó.

- Se não acredita em mim, vá até o quarto dele.

Seu coração perdeu um compasso, devido a seriedade da situação. Assentiu, ignorando sua mente que gritava para ele se afastar dali, de Melanie, daquela casa, de tudo.

Mas Noah ignorou, e subiu as escadas de madeira, que rangiam a cada passo. A porta do quarto do namorado estava entreaberta, e cautelosamente a abriu, o coração batendo desembestado em seu peito, quase atravessando a caixa tóraxica.

O quarto estava num caos: gavetas da cômoda jogadas no chão, roupas, folhas de papel, livros e outros objetos espalhados no chão, desordenados. Parecia que alguém - possivelmente Aiden - tinha feito toda a bagunça num acesso de fúria.

Notou um objeto conhecido na cama bagunçada; a mochila negra de Aiden, a mesma usada na viagem a Hangleton.

Se aproximou, desviando de algumas esculturas em pedaços no chão, e empurrou as cobertas para longe, e sentou no colchão, pegando a mochila e colocando a no colo.

Abriu um dos zíperes, o do compartimento maior, encontrando alguns cadernos de desenhos. Abriu o segundo, e os olhos se arregalaram, em choque.

Diversos sacos pequenos de plástico, devidamente lacrados e numerados. Todos cheios de pó branco.

E não precisava ser um gênio da química para adivinhar qual era o conteúdo nos saquinhos.

Tirou um por um, os olhos marejados, e notou que um estava mal fechado, e tinha menos cocaína que o resto. Com certeza, Aiden estava usufruindo desse.

E aquele remendo tão forte que havia sido colocado no coração de Noah, após a morte de Logan, se partiu em incontáveis pedaços.
Assim como toda a confiança que tinha depositado no moreno tatuado.

Flash's de dezenas de situações que Aiden estava estranho, aéreo, quase flutuando, os acessos de hiperatividade, ou seja, todas as vezes que Aiden se drogava, surgiam em sua mente, num loop infinito.

Tinha sido tão ingênuo, tão burro, confiando que o amor superava todas as barreiras.
O amor não curava doenças, e tampouco mentiras.

Existiam limites que Noah suportaria por Aiden, mas mentir todos esses meses? Fingir que estava curado, bem, enquanto se escondia num banheiro e cheirava aquela droga avidamente?

Mal percebeu que estava chorando cada vez mais alto, os soluços tão fortes que faziam seu corpo sacudir. As lágrimas desciam como cachoeiras pela bochechas avermelhadas, e era uma cena de doer o coração, ver Noah tão quebrado, destruído emocionalmente.

O garoto estava tão imerso em si, no próprio sofrimento, que mal notou os gritos vindos do andar abaixo.

- SUA VADIA, QUE MERDA VOCÊ TÁ DIZENDO AGORA? - a voz rouca soou forte, num grito tão feroz que Melanie se encolhera.

A garota tinha rastros de lágrimas na bochecha, e tinha se fragilizado ainda mais ao ouvir os soluços de Noah, que ecoavam pela casa. Se arrependia, um pouco, mas era um mal necessário: Noah não merecia sofrer.

- Foi o que você ouviu: ninguém mais vai sofrer pelo seu egoísmo. - sua voz soou baixa, e mal tinha se calado, um soluço forte e um baque soara no outro andar.

Aiden olhou para as escadas, a testa se franzindo. Suas mãos grandes se abriam e fechavam, o moreno segurando o impulso de agredir novamente a irmã.
Mas se ela tivesse feito o que ele pensava, Melanie se arrependeria muito.

Subiu as escadas velozmente, e seu corpo estacou ao ver a porta do quarto arreganhada, e choro seguidos de fungadas e soluços o deixaram ainda mais furioso.

A droga ainda agia em seu organismo, e tudo estava distorcido em sua mente, não via nada com a lucidez.

Adentrou o cômodo, fitando um Noah de olhos vermelhos, corpo encolhido, chorando como se alguém tivesse morrido. A mochila preta permanecia no colo; e os saquinhos de cocaína rodeavam o garoto.

A fúria subiu rapidamente, e um grito forte, enraivecido e irracional saiu de sua garganta:

- QUE PORRA VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?

E Noah ergueu o olhar, o coração se partindo pela última vez.

Sim, estava chorando como se alguém tivesse morrido, mas não perdera ninguém importante.

A única coisa que tinha morrido, e Noah pranteava, era o amor que sentia por Aiden.

Continua...


Notas Finais


se ficar formatação escrota, AVISEM, postei pelo celular e tal

se tiver erros AVISEM tb, vou arrumar e tal

Comentem, tá? É meio sacana eu atrasar e ainda pedir comentarios, mas né, apoio é bacana pzkzzpza

Brigado por ainda lerem Hope, cs são muito mara <3

Bejos de luz, nos vemos nos comentarios <3

xoxo


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