História Hope - Capítulo I

- Mamãe!

Acordo com um pingo de gente pulando em cima de mim como uma pulguinha louca, um sorriso logo se forma em meus lábios com a animação dela, percebo a  presença de outra pessoa perto de minha cama e sei que é Jack, com certeza ele havia a colocado na cama para a mesma me acordar, a preguiça me dominava e tudo que eu queria era dormir mais um pouco, porém sabia que iria ser impossível com Angel animada assim. Mesmo sabendo que a luta já estava perdida puxo as cobertas para cobrir meu rosto.

- Eu quero dormir gente.

Mal termino de falar sinto as cobertas serem jogadas longe.

- Acorda querida, está ensinando sua filha a ser preguiçosa dessa maneira.

Bufo ao ouvir o que ele diz e me sento na cama passando as mãos pelos cabelos tentando controlar um pouco a bagunça.

- O que tem de tão importante para me acordarem ás...

Olho para o relógio em cima do criado mudo para ver as horas, e eram apenas 08:00 da manhã.

- 08:00 horas! É sério isso pai?

Me jogo na cama bufando e olho para o pingo de gente me olhando com um olhar sapeca. Abro os braços para ela sorrindo e a mesma volta a pular sobre mim rindo.

- Porque me acordou tão cedo My Angel?

Ela coça os olhinhos e sorri para mim da forma mais doce.

- Ela cozinhou pra você!

Arqueio minhas sobrancelhas ao ouvir o que meu pai diz.

- Ela acordou e disse que queria me ajudar a fazer o café da manhã. Não pode me culpar, a culpa é dela e desses olhinhos lindos que ela tem. A ideia também foi dela de lhe acordar.

Reviro os olhos ao ouvir o que meu pai diz, ele sempre faz o que Angel quer, ele ainda vai estragar ela um dia, eu vivo dizendo isso a ele, só que ele nunca escuta. Me sento com minha anjinha em meu colo e começo a perceber que ela está com os cabelos todo branco de farinha e seu rosto melado de algo vermelho, passo o dedo em seu rosto levando o mesmo a boca e sinto o gosto de cereja.

- O senhor vai banhar ela.

Olho séria para meu pai que começa a rir e pega Angel de meu colo já começando a andar com ela até a porta do quarto.

- Desça logo para podemos comer.

Fico o observando sair, ao ouvir passos nas escadas me jogo na cama fechando os olhos por uns segundos antes de me levantar. Caminho até a escrivaninha e pego uma pequena agenda em cima da mesma a abrindo e pegando uma pequena chave que havia dentro dela, suspiro e abro uma das gavetas com a chave e olho o conteúdo que estava ali dentro, fecho os olhos e viajo pela minha mente até aquele dia.

" Sua arma estava apontada  para mim com um sorriso sádico brincando em seus lábios , um sorriso que eu nunca havia visto na minha vida e o ódio que estava contido em seus olhos direcionados a mim, doía mais que qualquer tortura."

Fecho a gaveta de forma brusca voltando a tranca-la novamente, abro meus olho e passo meus olhos rápidos pelo meu reflexo no espelho, não precisava me olhar demais para saber a minha situação naquele momento. Volto a guardar a chave novamente dentro da agenda e a deixo em cima de outros papéis que ali estava e caminho para a porta respirando fundo para não deixar transparecer nada para meu pai e minha pequena.

Assim que chego na cozinha paro na porta observando meu pai dando o café da manhã para Angel e conversando com ela como se ela entendesse tudo que ele falasse. Se bem que eu não poderia o culpar, ela só tem dois anos, mas muitas vezes parece que entende tudo.

- Mamãe.

Sorrio ao ouvir o gritinho de minha filha me chamando, era o som mais doce para meus ouvidos, ela é meu maior presente. Caminho até ela sorrindo e me sento na mesa olhando para meu pai.

- Acho que está na hora pai.

Meu pai ergue seus olhos na minha direção enquanto tira Angel da cadeirinha e a pega.

- Tem certeza ?

Olho para Angel brincando com os cabelos de seu avô rindo e balanço a cabeça confirmando.

- Já se passou mais de 3 anos Papai, acho que já está na hora, quero retomar minha vida, meus projetos e já me inscrevi na academia.

- Já se inscreveu? Quando? Você não me disse nada Hope.

Meu pai me entrega Angel e vai até o balcão pegando um prato já pronto para mim.

- Surpresa?

Sorrio sem jeito para ele, e volto minha atenção para Angel começando a brincar com a mesma para evitar os olhares sérios de meu Pai.

- Coma!

Ele coloca o prato e um copo de suco na mesa e logo pega Angel de meu colo novamente.

- Okay.

Levanto minhas mãos em sinal de rendição e começo a comer as panquecas e o bacon que havia ali.

- Vou ligar para a corretora e começar a procurar uma casa então.

Balanço a cabeça confirmando enquanto como rápido. Assim que termino meu café da manhã me levanto e pego Angel de meu pai já indo em direção as escadas.

- Depois conversamos melhor pai.

Subo rápido para evitar a conversa que eu sei que estava martelando na cabeça dele. Assim que entro no quarto ponho Angel na cama e começo a retirar seu pijama e a levo para o banheiro.

Ponho ela no chão por um instante enquanto abro a torneira para começar a encher a banheira. Nada era melhor nesse momento do que um bom banho para limpar tudo por fora e clarear meus pensamentos.