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História HOPE by Lolita - Ii


Escrita por: CarolSaturno

Capítulo 2 - Ii


Pov. Ramona

~futuro on

Eu estava deitada na sua cama, fumando. Agora eu passava mais tempo na casa dele do que na minha. Já me sentia a vontade de fazer tudo, nada importava mais, eu já não era a mesma garota politicamente correta que um dia eu tinha sido.

Ele se deita do meu lado, e eu, apenas de camiseta e calcinha. Um dia isso teria me incomodado, mas hoje é algo extremamente natural. Ele desliza suas mãos em minhas coxas, fazendo todo meu corpo se arrepiar, até apoiar toda sua mão em cima de minha calcinha. Ele sabia como isso me deixava excitada.

Com ele, eu não era uma criança, podia ser eu mesma, e isso me deixava mais viva do que qualquer outra coisa. Eu pulo em cima dele e começo beija-lo, seus lábios são mil vezes melhores do que os dos garotos que eu beijava antes, até porque aqueles eram apenas garotos.

-Eu te amo, Ramona – ele sussurra em meu ouvido, e volta a beijar meu pescoço.

~futuro off

      Ethan era um cara legal, mas não tinha certeza sobre o que fazer em relação a ele, era um homem mais velho e desconhecido, e embora meu pai tenha falado que era uma boa pessoa, sabia que ele, nem minha mãe gostariam de saber que eu tinha ficado sozinha no apartamento de um estranho.

      É óbvio que eu havia aprendido, tanto na escola, tanto em casa, sobre os perigos dos estupradores e abusadores de crianças, mas Ethan não faria isso. Também não tinha importância, percebi quando me peguei pensado sobre ele.

Minha rotina era pura correria, com a escolas, aulas particulares, curso de piano e ballet. Eu não tinha tempo para nada. Meus pais sempre quiseram que eu fosse a melhor, e é isso que eu seria. Minha mãe odiaria me ver acabar como a primeira filha da filha pai: Cassandra, tem 25 anos, ela largou a escola e começou a estudar por conta própria, foi quando eles a expulsaram de casa, soube que ela se mudou da cidade vizinha para outro estado, agora ela faz parte de movimentos sociais ou segundo minha mãe: faz parte do grupo de vagabundos baderneiros.

Sabia que a existência de Cassandra era algo que minha mãe preferia ignorar, realmente deve ser difícil saber que seu marido tem uma filha que é apenas 5 anos mais nova que você. E ela não poupa insultos, falando que a menina foi um completo acidente, diferente de mim e de meus irmãos, e que tão poucos quer receber notícias delas, diz que se souber mais uma das invenções hippies de Cassandra, vai mandar meu pai deserta-la. Ás vezes, fico pensando como seria se ainda fossemos amigas, pois além de tudo, ela é minha irmã, mas mamãe nunca me deixou ter muito contato, e eu nunca fui de contrariar.

O motorista de meu pai me largou em frente ao prédio depois da aula piano, estava ansiosa para chegar em casa, pois no outro dia teria uma prova de história, e mesmo tendo estudado bastante, sempre gosto de dar uma boa revisada no dia anterior.

- Boa tarde Jorge! – eu disse ao porteiro – tudo bem?

-Ramona! Tudo ótimo! Que bom que chegou, recebi uma carta para você.

Apanhei a carta e depois de me despedir subi para meu apartamento. Estava curiosa e antes de tirar o livro de história da mochila resolvi abrir o envelope para ver do que se tratava.

A carta vinha de Montevidéu, e era de Cassandra, mais ou menos a cada 2 meses ela mandava cartas para mim, contando suas viagens, aventuras, coisas que aprendeu, pessoas que conheceu. Ela disse que estava fazendo parte de um movimento feminista latino americano, ela me explicou sobre a questão da violência doméstica e genocídio. E no meio da explicação disse para eu não ter medo do papai, mesmo nas noites quando ele bebe demais e fica agressivo, também disse para mim não hesitar em pedir ajuda, que caso algo acontece eu teria que ser forte e não deixar ele machucar a mim, ou a mamãe.

Eu senti meus olhos se enxerem de água, mesmo não entendo muito bem porque, mas não tinha tempo para aquilo, fechei novamente o envelope e quando estava indo para o banheiro limpar o rosto dei de cara com meu irmão.

-Ui, estava brigando com o namoradinho é? – Perguntou Dean.

-Não enche.

//

Dois dias depois eu estava na sala, lendo O Assassinato no Expresso do Oriente de Agatha Christie, quando minha mãe gritou furiosa:

-Ramona, o que é isso? – Perguntou balançando a carta de Cassandra.

Fiquei sem reação, o que eu poderia dizer?

- Você a deve achar fantástica, não é? Não entende? Essa menina feministinha, esquerdista não bate bem da cabeça, está me ouvindo? Aposto que foi para o Uruguai só para poder fumar maconha! Essa garota não tem futuro Ramona, vai terminar como uma mulher peluda e solteira que vai morrer sem neurônios já que já vai ter fumado todos! Isso que ela diz é idiotice, não quero mais você recebendo cartas dessa garota nunca mais!  Olhe só, agora ela quer se meter no meu casamento? Ela acha mesmo que conhece alguma coisa de seu pai?

Ela falava sem parar, gritando, tão alto que eu mal podia pensar nas respostas de suas perguntas.

- Já chega, vou avisar os correios, para não recebermos mais cartas dela, é o fim!

-Desculpa mãe, eu ia jogar fora a carta assim que a vi, só fiquei curiosa, me desculpe.

Sabia que ela não aceitaria minhas desculpas, ela nunca aceita. Então antes que tivesse tempo para responder alguma coisa disse que já estava atrasada para a aula de Ballet, peguei a mochila que estava no meu quarto, e sai de casa.

Quando abri, Ethan estava com o ouvido colado atrás da porta. Ao me ver ficou se reação, balbuciou um pedido de desculpas, mas eu não tinha tempo para aquilo. Simplesmente ignorei e sai, pensando o até quando minha capacidade de segurar as lágrimas iria aguentar.



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