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História Hope - Harry Styles (LIVRO UM) - Beijo


Escrita por: sunzjm

Notas do Autor


Enquanto eu escrevia A New Life (a segunda temporada de Hope), decidi que Daniel Sharman ficaria bem legal pra intepretar o Henry. Então, quem quiser imaginar algum famoso, eu escolhi o Daniel Sharman :)

Capítulo 10 - Beijo


Fanfic / Fanfiction Hope - Harry Styles (LIVRO UM) - Beijo

Pelo que parecia, era tarde da noite e eu não me encontrava em casa. Era a floresta daquele mesmo abismo, só que daquela vez o abismo não estava lá. 

Na verdade, no lugar dele havia uma casa. Ela era muito familiar pra mim. Havia uma grande quantidade de pássaros ao vento e a brisa era arrepiante. O meu cabelo dançava na mesma melodia que as folhas das árvores, o cheiro do ar me lembrava os cemitérios pelo qual eu já havia andado, o céu não continha estrelas e o único personagem daquele infinito azul-escuro sobre a minha cabeça era a lua, que me ajudava a enxergar.

Assim, respirei fundo e fui me aproximando do local, que me puxava de alguma forma. Eu tentava lembrar de quem pertencia aquela casa, mas nada me vinha à cabeça. Era como se algo me bloqueasse, sempre que eu estava prestes a saber da resposta. Era uma espécie de amnésia. Algo estava errado, mas eu não conseguia saber o que era. 

Então, quando eu já estava na varanda da tal residência, me coloquei a bater na porta. Fiz aquilo por pelo menos um minuto, só que ninguém me atendeu. Por isso, com a mesma coragem que tive de ir até a varanda, abri a porta, coberta receio. 

Sem novidade nenhuma, vi tudo desarrumado e desagradável pros meus olhos, juntamente com um cheiro insuportável de sangue. De longe, percebi apenas a luz de uma vela que se encontrava em cima de uma mesinha no centro da sala de estar. Ao seu lado, havia a mesma faca que tinha aparecido misteriosamente no meu carro naquele dia. Imagens daquela mesma casa apareceram na minha caixinha de lembranças, me trazendo a tontura, e foi então que eu percebi.

Eu já sabia onde estava, pois lembrei nitidamente que ali era a residência dos Styles. No entanto, pro meu azar, vi um dos proprietários aparecer: Harry, com o mesmo sorriso cínico, porém com algo de diferente. As suas roupas estavam rasgadas – a que ele usava quando esteve internado no hospital –, o seu rosto estava coberto de sangue e toda a sua pele exposta estava machucada, com marcas de corte, como se alguém tivesse cortado todo o seu corpo com uma faca. 

— Sentiu a minha falta, querida? — lhe ouvi perguntar, com uma voz bem mais rouca do que o normal, e eu me assustei, sentindo calafrios na espinha. Como uma tempestade tímida, o vi se aproximar da faca que estava ao lado da vela e então senti algo na minha costela. Olhei pro Harry e ele já estava muito próximo de mim, com um ódio no olhar e segurando o meu rosto com a mão esquerda. — Já está na hora, Melissa. 

Foi a última coisa que eu consegui ouvir. Tudo então ficou escuro e eu não senti mais nada, apenas a dor da lâmina entrando no meu corpo várias vezes.

Subitamente, acordei com o coração acelerado e, com rapidez, pus a mão ao lado da minha barriga. Não havia nada – tinha sido apenas mais um de meus pesadelos. Quando dei por mim, senti os meus olhos marejados. Não lembrei de muita coisa, apenas da casa do Harry e da faca que sempre aparecia pra mim. 

Olhei o meu quarto e o mesmo parecia estar normal. Eu estava tão atordoada, que tinha medo de perder o foco e não saber mais diferenciar a realidade dos meus sonhos. Era tudo muito real e todos os pesadelos sempre relacionados a ele. Desde que ele havia sumido e passado a aparecer pra mim como um espírito, eu vinha tido sonhos e pesadelos apenas relacionados a ele. E aquilo era muito frustrante. 

Olhei as horas e já passavam das cinco. Eu precisava ir pro trabalho, então segui pro banheiro e me coloquei a tomar um banho, tentando ignorar a vontade que eu tinha de chorar. Tentei lembrar mais ainda dos detalhes do meu sonho, mas estava difícil. Eu sabia que Harry tinha me falado alguma coisa, mas eu não conseguia lembrar exatamente o que era. Ele não apareceu pra mim quando estive no cemitério com o seu irmão, e também não estava ali no meu quarto quando eu cheguei. Eu chamei por ele, só que ele não apareceu.

Eu desejava saber onde ele esteve e o que estava fazendo. Seria bom demais pra ser verdade caso Harry não precisasse mais da minha ajuda. Eu esperava que ele tivesse encontrado alguma solução pros seus problemas, porque assim ele me deixaria viver sem ser incomodada pela sua presença. Contudo, havia a possibilidade de ele voltar, e isso me fazia sentir medo. O que de pior iria acontecer?

Após me aprontar pro trabalho, saí de casa e tranquei a porta, levando o meu jaleco, meus equipamentos e a minha pasta. Antes de chegar ao hospital, resolvi comer alguma coisa no caminho, levando comigo o livro que Henry tinha me dado de presente. 

Tudo parecia bastante normal até ali, a confeitaria não estava cheia, mas eu não podia negar que me sentia receosa sobre quem estava lá dentro. E isto porque era como se estivessem observando todos os meus movimentos, o que me preocupava, pois comecei a achar que eu estava neurótica.

O colar da mamãe estava no meu pescoço e eu não parava de tocá-lo enquanto tentava ler a história do livro. Foi a única coisa simbólica que sobrou pra nós duas. Harry disse que eu não conseguia vê-la porque ele estava perto de mim, e aquilo me deixava tão irritada… Ele era tão mau, que a alma da minha mãe sequer conseguia se aproximar.

E eu precisava muito daquilo, não adiantava rezar. Eu tinha quase certeza de que as minhas palavras não eram ouvidas por ela, porque eu tinha a consciência de que o meio onde eu estava não me dava aquele direito, devido a sobrecarga de energias ruins. Existia muita maldade à minha volta. Existia o Harry, que não tinha me dito ainda o que queria. Existia o Bruce, que não me amava e que não se importava comigo. E, no fim, existia eu mesma, por já ter matado pessoas inocentes.

Minha atenção saiu do livro de fantasias e foi para o lado de fora, através da janela de vidro na parede que permitia aos clientes terem a vista da avenida e do pequeno parque que havia ali perto. Pessoas caminhavam apressadas a fim de chegarem ao trabalho, e ao longe eu conseguia ver cinco ou seis crianças brincando sobre a grama verde. Percebi, no entanto, que não era só aquilo.

Enquanto elas brincavam, havia algo a mais envolta delas. Era uma bolha branca, brilhante e bem fina, como se fosse feita de sabão. Cada uma tinha a sua, assim como as pessoas que andavam apressadas. 

Eu não sabia por que estava conseguindo ver aquilo, é claro, e a visão quase me fez atrasar pro trabalho, porque fiquei fascinada. Quando cheguei ao hospital, me preparei na sala dos funcionários e segui até a cozinha, encontrando Lewis que começava a trabalhar com o pessoal da equipe.

— Bom dia — eu cumprimentei todo mundo, muito educada, e Lewis acabou se assustando, mais uma vez naquela semana —, está tudo bem? 

— Ah... oi, Melissa — ele riu, nervoso —, não vi você chegando — explicou, e então voltou a olhar a lista dos pacientes. 

— Encontraram a sua tia?    

— Infelizmente não... — respondeu ele, tristemente, e me senti mal por aquilo. Eu sentia muito por ser a responsável de todas aquelas coisas. — Espero mesmo que a pessoa que esteja fazendo todas essas crueldades morra infeliz — desejou o homem, com desgosto, e me sobressaltei com a maldade de suas palavras. No entanto, acabei concordando com ele. — Jade começou o trabalho por você, ela achou que você estaria cansada demais pelo que aconteceu... e, bom, eu sinto muito, Melissa.  

— Tudo bem, depois eu agradeço quando vê-la — falei, me sentindo melhor por saber que o meu trabalho tinha diminuído.  

— Henry estava procurando você.    

— Onde ele está?  — perguntei, distraída.  

— Ele disse que estaria na sala dele. 

— Certo, obrigada.

Logo me coloquei a preparar o café da manhã dos pacientes junto com a minha equipe e, depois de alguns minutos, pus três bandejas na mesa de apoio a fim de seguir pros quartos que Jade não havia ido. O hospital parecia bastante movimentado naquele dia, os pacientes estavam eufóricos e alguns estavam irritados. Seria mais um dia difícil e eu esperava não ser violentada por um deles. 

Após terminar de entregar o café da manhã dos pacientes com a ajuda de algumas meninas da minha equipe, fui até a sala do Henry. Quando entrei lá, no entanto, quis voltar imediatamente. 

Algo me pegou de surpresa. 

Henry estava sentado, trabalhando em seu computador e, em alguns intervalos de tempo, escrevia algo em um papel. Contudo, próximo da janela com persianas, estava o responsável pelos meus pesadelos.

Harry... 

Ele estava observando cada movimento que o seu irmão fazia, com as mãos nos bolsos e com um olhar bastante assustador. Quando Henry percebeu que eu estava na sala, abriu um pequeno sorriso. Evitei olhar pro espírito do irmão dele, mas eu sabia que Harry não tinha me olhado de maneira alguma desde que eu havia entrado ali, como se não tivesse se importado se eu estava por perto ou não.  

— Está tudo bem?  — eu perguntei, muito preocupada, então me aproximei do Henry e toquei em seu braço. Ele então assentiu, meio confuso com toda aquela minha aflição. — Você tem certeza?

— Sim — respondeu, sorridente —, estou ótimo. — E aquilo me deu um alívio enorme. Em um súbito momento, a energia que ali estava por conta da presença do Harry desapareceu e eu simplesmente não consegui mais senti-lo. Acabei ficando meio atordoada. — E você, conseguiu descansar? — perguntou Henry, me analisando. Evitei pensar em Harry e foquei minha atenção no homem à minha frente.

— Eu… acho que sim — respondi, dando de ombros. Harry não surgiu pra mim durante todo aquele intervalo de tempo, e o restante do dia anterior só não foi tão normal por causa dos outros espíritos. Henry, contudo, não precisava saber daquilo. — Ouça..., ontem não aconteceu nada na sua casa?  Algo de estranho? — me coloquei a perguntar, rapidamente. Harry esteve ali observando o seu irmão e sentindo ódio, e aquilo me dava muito medo, porque me fazia imaginar que ele pudesse fazer algo de ruim contra o Henry.  

— Não, mas... do que você está falando mesmo? — ele perguntou, confuso novamente. 

Um pensamento rápido me fez ter a coragem de dizer tudo o que aconteceu comigo naqueles dias passados, e também de que eu era capaz de ver o seu irmão, que ele esteve ali o fitando, como se estivesse pronto para lhe matar. Só que aquele pensamento logo foi embora, e eu abaixei a minha cabeça, atônita.  

— Nada, só estou preocupada com você. 

— Pois você não precisa se preocupar, Melissa, nada vai acontecer comigo. — Henry sorriu e se levantou de onde estava, puxando o meu braço delicadamente para que eu ficasse à sua frente. — Tenho uma coisa pra dizer e dessa vez eu vou falar… — ele começou, acariciando o lado esquerdo do meu rosto. — Eu não queria interromper o seu trabalho, mas alguma coisa sempre acontece e eu nunca consigo dizer o que eu quero — Henry deu uma risada, após fazer uma careta. — Você sabe o quanto eu gosto de você, o quanto a admiro… e, esses dias, você não me saiu da cabeça. Eu não consigo parar de pensar em você, acredite.

Franzi o cenho e o meu cérebro ficou com milhões de pensamentos, porque novamente o que Harry me disse apareceu na minha cabeça. Ele não estava tentando me confundir ou me manipular. Quando disse que Henry estava apaixonado por mim, era verdade.

— Você... — busquei pensar em qualquer coisa que provasse que eu estava equivocada, mas não havia nada que pudesse estar contra o Harry. Não havia nada. — Não, Henry, você deve estar confundindo as coisas...   

— Eu sei exatamente o que sinto e estou apaixonado por você, Melissa. — As palavras que eu temia foram pronunciadas, e então o vi se aproximar mais ainda de mim. Quando me dei conta, os nossos lábios já estavam colados.



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