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História Hope - Harry Styles (LIVRO UM) - Cerimônia


Escrita por: sunzjm

Capítulo 13 - Cerimônia


Fanfic / Fanfiction Hope - Harry Styles (LIVRO UM) - Cerimônia

Fiquei fitando Harry por um tempo longo até demais. Minha respiração já havia voltado ao normal, meu nariz ardia por causa do pouco de água que tinha entrado e passei a sentir um grande frio ali, encostada na parede. Harry parecia muito atordoado e era como se ele fosse sair correndo a qualquer momento. 

— Harry? — busquei chamá-lo, já não aguentando mais aquele silêncio. Eu queria entender o que estava acontecendo, porque ele nunca ficou daquela maneira na minha frente. Foi da mesma forma quando conversamos no carro no dia do enterro da minha mãe, quando eu vi mais do que o ódio nos seus olhos, quando vi a tristeza e a angústia. E, daquela vez, senti o mesmo desconforto ao vê-lo chorando e mostrando mais algo novo pra mim. O fato era que aquilo foi ruim e eu sentia toda aquela energia me preenchendo também.  

— Eu não posso perder o controle, não posso…, não posso — repetiu ele, mais para si mesmo do que pra mim, e focado apenas em um ponto no chão do banheiro. — Não… 

— O que você está fazendo com ela? — eu quis saber, muito perturbada. Mamãe havia falado com ele e eu pude escutá-la. Ela disse que algo estava doendo, então Harry estava lhe fazendo sofrer? Ele me disse que tudo o que eu sentisse, ela sentiria também. Ele iria me afogar e, de alguma maneira, também destruiria a alma dela. 

Era aquilo então? 

— Eu não tive a intenção, Melissa. — Harry me fitou, as lágrimas descendo pelas suas bochechas, e o meu coração logo apertou. O que estava acontecendo comigo, afinal? — Você me faz perder o controle — sussurrou, e a raiva que ele tanto sentia já parecia ter se dissolvido. 

— Eu não entendo, eu... — fiquei sem palavras, buscando de todas as maneiras compreender o que estava se passando. — Por que a minha mãe não fala comigo? 

Harry limpou os olhos com as costas das mãos e se levantou. Me assustei com aquilo e resolvi levantar também, me recompondo do fato que quase ocorreu na minha própria casa. Ele então ficou de frente para mim e observou cada traço do meu rosto, com um ar muito intimidante. 

— Aquilo não deveria ter acontecido — falou, como se estivesse perdido nos pensamentos. Eu sabia que ele estava tentando me contar alguma coisa, mas ele não conseguia e eu não entendia o porquê. Percebi que suas pupilas estavam dilatadas e que ele estava mais pálido do que o normal. Parecia até que iria desaparecer a qualquer momento. — Estou sem forças, agora preciso do seu consentimento para conseguir usar o seu corpo — Harry me informou, e logo fiquei atenta. 

— Mas... por quê? — eu perguntei, devidamente desorientada, e me assustei quando o percebi se aproximar ainda mais de mim. Não consegui me mexer, os seus olhos me paralisaram e foi impossível se desviar deles.  

— Porque você está se afastando de mim — respondeu e, assim, segurou no meu pescoço com as duas mãos, delicado e sem colocar força alguma. Em seguida, me surpreendi quando fui envolvida com os seus braços, em um abraço leve e frio. Tive medo da mudança brusca de atitude e não pude retribuir o gesto; as suas palavras rodavam na minha cabeça e eu me sentia mal. 

— Por que isso agora, Harry? — perguntei, fechando os olhos com força e pondo as mãos sobre os braços dele. 

Ele então segurou nos meus ombros e me olhou. Abri os olhos e percebi que ele estava chorando mais uma vez. Ah..., de novo não. Aquilo de alguma forma era péssimo e só fazia com que eu me sentisse pior. Harry era incrivelmente lindo, tinha uns olhos bonitos e era como se eu pudesse ver a própria natureza posta em seu rosto. Entretanto, com o ódio sempre em um nível mais alto, com uma indelicadeza enorme, aquilo o estragava. Estragava a sua alma. 

— Pense, Melissa — pediu, desesperado. — Pense…

Henry estava no hospital, provavelmente esperando por uma mensagem minha – esperando pela minha decisão. E eu tinha duas opções: a primeira era sair dali, a fim de encontrá-lo e então dizer que eu daria uma chance a ele. Porque, afinal, acreditei que Harry estivesse dizendo que eu estava me afastando dele por conta da minha aproximação com o seu irmão, então consequentemente eu faria tudo o que ele não queria. 

A segunda opção seria continuar ali, tentando entendê-lo. Mesmo que estivesse claro o que eu deveria fazer, era muito difícil pensar nas consequências. A presença dele ali me deixava tonta e confusa. Harry queria que eu pensasse…, mas em quê!? 

— Se quer mesmo que eu saiba o que você quer, então precisa me dizer — falei, impaciente. — Eu não vou conseguir descobrir sozinha — então saí dali e fui para o quarto. Peguei no celular sobre a cama e vi mais uma mensagem. Era o Henry novamente e, quando a abri, ele havia digitado:

Vá até a minha casa hoje à noite, quero conversar com você. Prometo não fazer nada que não queira.

Me avise se você realmente for.

Xx”

— Você não consegue ver o óbvio, assim como todo o mundo — retrucou Harry, o rosto já sem nenhum vestígio de lágrimas. Em seguida, ele parou no meio do quarto e pareceu pensar no que fazer. Ele não estava mais irritado, apenas parecia muito concentrado. 

— Por que você simplesmente não me diz tudo de uma vez? — eu perguntei, olhando pra ele. — Seria bem mais fácil pra mim e pra você também. 

— Você acha que eu já não teria falado caso adiantasse em alguma coisa? —  reclamou ele, um tanto óbvio. — Tudo na sua cabeça está voltado pro meu irmão! — exclamou, e logo depois se voltou para perto da janela, a fim de olhar para fora de casa. — Eu avisei a você que não era tão fácil, que eu tenho normas a seguir. 

— Ele... parece desesperado — comentei, depois de um tempo enquanto observava a mensagem do Henry mais uma vez. Harry então se virou pra mim e me observou, parecendo triste. 

— Ele quer você — disse, o seu brilho oscilando —, e eu não posso deixar toda essa merda acontecer. Eu sei que você pode ser esperta, Melissa, apenas precisa analisar tudo da forma certa — aconselhou e, assim quando respondi o Henry dizendo que iria até a sua casa naquela noite, percebi que Harry havia sumido.

Eu não amava o irmão dele, minha vida por enquanto estava uma bagunça, portanto eu não me via entrando em nenhum relacionamento. Harry não queria que eu me aproximasse do irmão, mas eu iria até a casa dele porque precisava fazer aquilo. Talvez eu pudesse ter uma conversa com Henry e, enfim, descobrisse direito qual o problema que existia entre os dois, mesmo que Henry não se sentisse confortável falando sobre o assunto. Além do mais, Harry estava sem forças e não conseguia mais usar o meu corpo, logo o que de ruim ele faria comigo quando eu estivesse com o seu irmão?

Suspirei, tirei a blusa molhada e vesti uma camisa larga. Antes de sair do quarto e ignorando os pensamentos, observei o cômodo, a fim de ver Harry aparecendo para falar alguma coisa que ia contra as minhas vontades, como ele sempre fazia. Mas daquela vez ele não apareceu.

Assim, desci a escada e fui à cozinha, em busca de algo pra comer. Peguei um cereal e o joguei dentro de uma tigela, colocando leite logo depois. 

Ver todas aquelas rosquinhas coloridas fez brotar um apetite de repente e, quando me dei conta, já estava devorando tudo, como se eu não tivesse comido há um bom tempo. Enquanto eu me alimentava, me esquivei com a intenção de observar a sala de estar. Todos aqueles espíritos não estavam me atormentando tanto quanto antes, e se Harry não fosse tão cruel eu pensaria que tudo aquilo era por sua causa. Mas qual seria o motivo para que eles os expulsasse dali?

Respirei fundo e voltei minha atenção ao cereal. Daquela vez, no entanto, uma pequena dor surgiu no meio da minha cabeça. E ela foi tão forte que me deixou meio tonta, sem conseguir enxergar direito o cereal mergulhado no leite. Massageei o lado esquerdo da minha cabeça e fechei os olhos, a fim de relaxar. Imaginei que pudesse ser apenas o cansaço e que o meu cérebro estivesse mandando mensagens me avisando que eu deveria dormir melhor.

Mas, quando abri os olhos novamente, a dor fina voltou com mais força e, sem querer, eu deixei a colher escorregar de minha mão. A minha vista ficou escura, mas novamente pensei que aquilo tivesse relacionado à minha saúde, já que eu não sentia a presença de mais ninguém ali. Logo, afastei a tigela com o resto do cereal e abaixei a cabeça, a deitando sobre a mesa logo em seguida. Com isso, resolvi fechar os olhos, correndo atrás do objetivo de fazer a dor parar. 

— Acorda, Melissa! — Senti alguém sacudindo o meu ombro e, quando abri os olhos e levantei a cabeça, me deparei com o Harry, todo vestido em um terno preto e bem passado. Os seus olhos estavam escuros, a natureza que podia ser vista neles antes havia sumido e, por incrível que pareça, eu não tive medo.  

— A minha cabeça está doendo — murmurei, massageando as têmporas e continuando sentada —, parece que vai explodir…

— Vem comigo, a cerimônia vai começar e já é hora dos mortos levantarem — ele me avisou discretamente, o sorriso presente em seus lábios. Estranhei aquilo, porém me levantei. Harry então pegou a minha mão e me puxou para fora de casa, delicadamente. Ele estava gelado demais, na verdade, como se fosse feito de gelo, e eu conseguia ouvir o som das batidas do seu coração. Elas estavam rápidas e eu sentia a angústia de longe. 

A partir do momento que coloquei os pés do lado de fora, observei a mudança que estava sendo feita à minha frente. Era noite e as casas eram levadas com o vento forte que havia ali. As árvores também se moviam, as pessoas…, e até mesmo as ruas seguiam o mesmo caminho.

— Mas o que está acontecendo? — eu perguntei, apertando a mão do Harry. Percebi que a única coisa que ainda estava intacta no chão era a minha casa, Harry e eu. Nada a mais. 

— Está tudo bem, vamos... 

Consegui sentir uma pitada de carinho em sua voz, então senti um grande frio na barriga e me deixei ser levada por ele. Harry estava sério e as sobrancelhas franzidas. 

Quando voltei o meu olhar pro caminho à minha frente, vi covas por todo o chão. Em cada uma havia uma pessoa ao lado. Todas elas estavam vestidas formalmente e eu conseguia perceber o brilho delas. Continuei com o Harry e o mesmo me levou a um único lugar onde não havia buraco algum, e sim uma pá. Ele a pegou e me olhou. Não vi mais seriedade, apenas a fúria. O seu brilho era o mais forte de todos ali e o medo já começava a me consumir por completo. 

— Melissa! — alguém gritou e a minha atenção se voltou totalmente para aquilo. Olhei para trás e vi um outro Harry correndo até mim. Ele estava desesperado e vestia um terno de cor branca. — Não!... 

Logo franzi o cenho, muito confusa com o que estava vendo e senti as minhas costas ficarem quentes, como se alguém estivesse pondo fogo em mim. O desespero já estava acionado e, quando eu me voltei pro outro Harry que segurava a pá, percebi que não era mais ele.

Não era o Harry, mas sim o seu irmão. 

— Henry? — sussurrei, enquanto ouvia o Harry verdadeiro gritar atrás de mim. Henry não falou nada, apenas levantou a pá acima de sua cabeça e me golpeou. Rapidamente uma dor insuportável surgiu do lado esquerdo da minha cabeça e, em questão de segundos, caí no chão, já sentindo o sangue deslizando pelo meu rosto. 

Olhei novamente pro Henry, enquanto pedia socorro, só que ele estava pronto para me atacar novamente. Tudo escureceu e a única coisa que pude ouvir foi a voz do Harry, extremamente atormentada.

O que estava acontecendo?

Por que Henry estava querendo me matar?



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