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História Hora de amar - Capítulo 2


Escrita por: LisMorelos

Capítulo 2 - Capítulo 2



– Lamento, mas ainda não entendo bem o que quer que eu faça nesta situação – admitiu Caio.

– Quero que teste Luiza para mim antes que eu possa me envolver com ela.

– Testar? – repetiu Caio. – Deseja que ela seja investigada de novo? Que faça outro teste de DNA?

– Não, quero que a encontre faça amizade com ela, analise seu caráter – argumentou Socrates com uma expressão esperançosa. – Isso significa muito para mim.

– Não está falando sério, está? Pede que eu faça amizade com uma... faxineira? – exclamou Caio sem conseguir entender.

Socrates ficou muito sério e disse:

– Nunca pensei que fosse um esnobe.

Caio enrijeceu o corpo, imaginando como podia ser diferente com a vida que sempre tivera. A várias gerações de gregos ricos e de sangue azul recheavam sua árvore genealógica, que no momento era pequena.

– O que poderíamos ter em comum? – defendeu-se. – E como a conhecer sem que ela perceba algo estranho por trás de meu interesse?

– Contrate a firma de limpeza onde ela trabalha; tenho certeza de que depois de refletir você terá novas ideias – aconselhou Socrates Seferis em tom confidencial. – Sei que estou pedindo um grande favor e que você é muito ocupado, porém não tenho mais ninguém a quem recorrer e em quem contar. Acha que posso falar com meu filho... que é o tio de Luiza... ou com um de seus primos desclassificados para tomar conta disso para mim?

– Não – respondeu Caio com honestidade. – Eles não gostariam de ver um novo membro da família surgindo do nada para concorrer com sua herança.

– Exatamente. – Socrates pareceu aliviado pela compreensão de Caio. – Ficarei eternamente em dívida com você se tomar conta desse assunto para mim. E se Luiza acabar se revelando gananciosa ou desonesta, não precisa me contar os detalhes desagradáveis só quero saber se é digna de meu nome.

– Vou pensar – prometeu Caio de má vontade.

– Não demore muito não estou ficando mais jovem – alertou Socrates.

– Há mais alguma coisa que eu deva saber? – perguntou Caio.  

Preocupado que Socrates estivesse com algum problema de saúde que ignorava, estava emocionado com a fé que ele depositava em seu critério, mas ainda não queria a incumbência que seu sexto sentido dizia ser muito perigoso. 

– Você tem outros amigos...

– Nenhum tão esperto nem experiente com as mulheres como você – declarou Socrates sem sorrir. –Você saberá julgar o caráter de Luiza melhor que qualquer outro tenho certeza de que ela não conseguirá enganá-lo.

Caio tomou um gole de sua bebida e suspirou.

– Vou pensar sente-se bem?

O velho acenou

 - Não há nada com que se preocupar.

Caio estava muito preocupado, porém a expressão obstinada no rosto de Socrates o impediu de fazer mais perguntas para se sentir seguro.

Já estava bastante perplexo com o discurso franco do velho amigo; o padrinho engolira o orgulho e desnudara a alma ao admitir pela primeira vez o desapontamento que sentia em relação aos filhos.

Caio entendia muito bem que Socrates não desejasse acrescentar mais um peso ao seu círculo familiar, porém não aprovava seus métodos de abordagem do problema.

– Vamos supor que a garota seja a neta com quem sempre sonhou – disse constrangido. – Como ela se sentirá ao descobrir seu vínculo com você e souber que sou seu afilhado? Saberá então que foi uma armadilha...

– Ela entenderá o motivo quando conhecer o restante de minha família – completou Socrates com ansiedade na voz. – Não é um plano perfeito, Caio, mas é o único modo de fazê-la entrar em minha vida.


(..... )


Depois do jantar com o padrinho, Caio voou de volta a Londres com um turbilhão de pensamentos torturando sua mente.

Vivia para os negócios e comerciais, pela alegria de estar sempre um passo à frente dos concorrentes mais próximos, e pela emoção de garantir que seus inimigos fossem derrotados.

O que entendia de psicologia para saber se a neta descoberta por Socrates era adequada ou não para se tornar sua herdeira? Era uma responsabilidade enorme e indesejável, já queele não se considerava “uma pessoa sociável” por excelência.

Sim, porque sua vida particular também seguia regras como sua vida pública. Não gostava de se sentir preso a ninguém e confiava em poucas pessoas. Não tinha sua própria família para se preocupar, e considerava que isso o tornara um homem mais forte. 

Seus relacionamentos nunca eram complicados e, em particular com as mulheres, eram tão básicos que de vez em quando chegavam a desgostá-lo.

Sempre evitara as que desejavam um compromisso sério, quanto às outras, as beldades de cabeça vazia que iam para sua cama em geral cobravam tão caro por seus favores que envergonhariam até uma prostituta.

 Mas ele era generoso, e pagava suas parceiras de sexo à sua moda, dando publicidade para quem desejavam aparecer na mídia, comprando para elas roupas de grife, diamantes e outros luxos.

 Essas mulheres possuíam um talento natural para garantir seu futuro, e eram mais gananciosas do que realmente sensuais.


(... )


– O que há de tão especial nesse emprego? – perguntou Zoe com impaciência. – Por que precisamos nos mudar para cá?

Luiza conteve um suspiro enquanto as duas jovens conduziam o carrinho de limpeza pelo vestíbulo silencioso até o elevador, depois de mostrarem seus crachás de identificação aos seguranças na portaria.

– As Indústrias STA fazem parte de um conglomerado imenso, e esse pode ser apenas o primeiro contrato, já que estamos na matriz. Iwanessa tem certeza de que se trabalharmos bem aqui poderá obter mais contratos, e ela nos escolheu porque nos considera suas melhores funcionárias.

A linda morena ao lado de Luiza fez uma careta, sem se impressionar com o elogio.

- Podemos ser suas melhores funcionárias, mas ela não nos paga de acordo, e vou gastar mais com condução vindo até aqui.

Luiza também não estava entusiasmada com a nova rotina de trabalho, porém, na atual conjuntura econômica, estava aliviada por ainda ter um emprego, sem mencionar as acomodações que faziam parte do trabalho.

Apenas uma semana antes Luiza se viu de uma hora para outra sem moradia, e foi a oferta de um quarto feita por Iwanessa que salvara a ela e a seu cachorro, Baskerville, de acabar na rua.

 Estava muito agradecida pelo quarto que obtivera a um preço razoável no prédio alugado por sua patroa e onde se hospedavam outras pessoas da equipe.




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