Duas horas mais tarde, Luiza se sentava na limusine que os conduzia pelos bairros de Atenas onde morava Socrates Seferis, cada vez mais nervosa.
– Quem mais mora com meu avô?
– Atualmente, apenas sua tia Sofia.
Luiza relaxou um pouco.
– Vamos dizer que estou grávida... isto é, como vamos anunciar isso? – Luiza se sentia muito mal a esse respeito.
Nem conhecia essas pessoas e já estaria em desvantagem logo de início.
– Não somos adolescentes, Luiza – lembrou ele.
– Do modo como procedemos, bem que poderíamos ser – observou ela.
– Tomarei conta disso, não precisará dizer nada.
– Quem sabe possamos evitar o assunto por enquanto... da minha gravidez ainda não é evidente – murmurou ela.
Ele cerrou os lábios.
– Prefiro ser honesto desde o princípio.
Luiza resistiu à vontade de dizer que gostaria de que ele tivesse sido honesto desde o início com ela. A limusine parou em frente a uma casa moderna, com jardins bem-cuidados.
Luiza desceu, apertando a mão de Caio para se equilibrar nos saltos altos.
– Você mal consegue caminhar com esses saltos – comentou ele.
– Mas valorizam a aparência, e, segundo você, é isso que importa – respondeu ela de forma agressiva.
– Não ligo se você andar descalça.
Considerando que ele não se importara em vê-la usando uniforme, Luiza refletiu favoravelmente sobre suas palavras um empregado os recebeu em um grande vestíbulo arejado, e em seguida um senhor corpulento de cabelo grisalho surgiu de uma porta e a observou de cima a baixo com olhos sagazes.
–Luiza?
O sorriso caloroso de boas -vindas desfez a ansiedade e tensão, e Luiza também sorriu com timidez.
- Vovô...?
– Caio – acrescentou o velho, demonstrando sua satisfação em ver o afilhado.
Pela primeira vez, ao ver a expressão carrancuda de Caio, Luiza refletiu que ele não estava nada satisfeito com esse encontro... sabia Deus por quê.
– Sorria – pediu Socrates. – Este é um dia para celebrar você me trouxe minha neta.
Foram convidados a entrar em uma enorme sala iluminada pelo sol, e uma mulher pequena e loura, de cerca de 40 anos e sem nenhuma beleza, aproximou-se deles, se apresentando como Sofia.
Mas seu sorriso não era caloroso Socrates começou a fazer uma série de perguntas para Luiza sobre do que gostava e não gostava, se tinha hobbies. Pela primeira vez na vida, Luiza se sentia o foco das atenções.
Porém o inglês do senhor não era tão bom quanto o de Caio, que sempre precisava intervir na conversa para explicar o que Socrates desejava dizer. Quando Luiza contou sobre seus estudos, ele acenou em aprovação.
Ela quase falou sobre seus planos de ir para a faculdade, logo se lembrando de que o bebê não a deixaria fazer isso logo, quanto mais Socrates conversava com Luiza, mais Sofia ficava tensa e silenciosa, até que ela tocou o braço de Luiza.
– Nós duas precisamos nos conhecer melhor tenho fotografias da família para lhe mostrar. – Obrigou Luiza a caminhar pela sala até um sofá e colocou um grande álbum sobre os joelhos.
– Estou muito curiosa a respeito da família – murmurou Luiza folheando as páginas do álbum enquanto Sofia ia apontando e explicando de quem se tratava.
Luiza viu o pai como adolescente na praia, bonito, sorridente e cercado por garotas não combinava com a foto desbotada que a sua mãe lhe mostrara de Troy Seferis.
Quando a tia apontou para o tio Timon, Luiza perguntou se iria conhecê-lo, Sofia franziu a testa.
– Não sei Timon está na recuperação de novo, meu irmão é viciado em drogas desde os 17 anos, e meu pai ainda luta para recuperá-lo.
Luiza absorveu essa triste informação sem fazer comentários, desejando que Caio a tivesse alertado antes e procurando com desespero mudar de assunto.
– Pode me contar alguma coisa sobre meu pai Troy? – perguntou com esperança.
– Apenas que, com exceção de meu pai, os homens da família são todos uns inúteis – declarou Sofia com amargura. – Timon tem dois filhos que trabalham em um dos hotéis de papai e só pensam em extorquir dinheiro.
Luiza ficou espantada com a franqueza do comentário sobre os primos.
– Meu Deus... – murmurou sem saber o que dizer quando o avô se levantou da poltrona que ocupava do outro lado da sala com um vigor surpreendente e disse algo em grego para Caio.
– O que aconteceu?
Caio estava tenso e com expressão sombria Luiza jamais o vira assim aborrecido Socrates continuava a falar com ele em grego e ele mal respondia.
– Minha cara, você pode ser tranquila e comportada, mas sem dúvida é muito ardilosa – comentou Sofia, lançando um olhar satisfeito para Luiza.
Percebendo que a tia entendera a discussão entre Socrates e Caio, Luiza se controlou e disse:
– Por que pensa assim?
– Engravidar de um bilionário é um golpe de mestre e, sem dúvida, não foi por acaso. Não como a sua, que tentou o mesmo com meu irmão caçula! – disse Sofia com um riso divertido, porque, na verdade, não falava por mal, apenas com franqueza. – Imaginei que você viria aqui para encantar e impressionar meu pai não. Ele ficou chocado e furioso... – murmurou, lancado um olhar na direção de Socrates.
#caluh 💕
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