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História Hora de amar - Capítulo 3


Escrita por: LisMorelos

Capítulo 3 - Capítulo 3



A empresa de limpeza de escritórios de Iwanessa Jansen era pequena e apenas sobrevivia porque seu desempenho superava metodicamente suas concorrentes. 

Mas os lucros eram mínimos, e o salário de Luiza nunca aumentava, era uma época difícil no mundo dos negócios, e, mesmo com todos os seus esforços nos últimos meses, Iwanessa perdera alguns clientes fixos. 

– Nunca fica doente nem se atrasa, sei que posso sempre confiar em você, e isso é raro – disse Iwanessa. – E, se obtivermos mais trabalho com esse contrato, vou aumentar seu salário prometo.

Embora Luiza estivesse acostumada com as promessas de Iwanessa, que nunca se realizavam, sorrira apenas para ser educada. 

Era faxineira porque o horário de trabalho lhe agradava, permitindo que tivesse tempo para estudar, e não porque gostasse. 

Poderia dar alguns conselhos práticos para Iwanessa sobre como melhorar ainda mais as perspectivas de seu negócio. Entretanto, sabia que a chefe não iria gostar e ficaria ressentida, portanto nada dissera sobre certas colegas preguiçosas e sobre o trabalho feito às pressas de vez em quando por falta de uma supervisão adequada.

Iwanessa era ótima para dar jeito nas finanças e arrumar novos clientes, porém não era boa supervisora e raramente saía de trás da escrivaninha. 

Esse era o verdadeiro motivo para sua empresa lutar tanto pela sobrevivência. Havia muito tempo que Luiza aprendera que as pessoas não mudavam. 

Afinal, durante muito tempo tentara mudar a própria mãe, encorajando, apoiando, aconselhando, até implorando, e no final seu esforço não deu em nada porque, apesar do que Luiza fazia, sua mãe não tinha vontade de mudar. 

Era preciso aceitar as pessoas como eram e não como gostaríamos que elas fossem, repetia Luiza com uma sensação de mágoa ao se lembrar da lição que recebera.

Lembrava-se das incontáveis consultas dela e da mãe com psicólogos para despertar o interesse de Jenny, sua mãe, na criação da filha. 

Retornando ao momento presente, fez uma careta, lembrando toda a energia perdida, pois Jenny Braga só queria saber de bebida, homens maus e uma vida social agitada loge da filha que concebera de propósito.

– Pensei que seu pai casaria comigo e que eu estaria segura – confessara certa vez ao falar com Luiza. 

Ele era de uma família rica, porém não valia nada, como não tinha fantasias sobre a realidade da vida, Luiza pensava que muitos homens não valiam nada e que era melhor ter so amigas. 

Os homens com quem já saíra só pensavam em sexo, futebol e cerveja, como não tinha interesse em nada disso e preferia passar suas horas livres com outras coisas, havia meses não tinha um encontro. 

Mas também não se iludia pensando ser irresistível para o sexo oposto, era pouco alta e não tinha as curvas que atraíam tanto o sexo oposto.

 Durante anos tivera a esperança de ser apenas um caso de “desenvolvimento tardio” e que mais curvas apareceriam em em seu corpo. 

Mais ali estava com 23 anos e ainda ostentando um físico magricela de adolescente, uma mecha de cabelo louro, quase prateado de tão claro, caiu sobre seus olhos, e ela a puxou para trás da orelha, arrumando o rabo de cavalo e resmungando quando o elástico se partiu. 

Procurou em vão por outro elástico no bolso do macacão, e então o longo cabelo ondulado caiu sobre seus ombros de maneira irritante, fazendo-a pensar pela centésima vez por que não os cortara. 

Entretanto, sabia a razão: sua mãe de criação, Berliane, sempre dizia que tinha um lindo cabelo e gostava de escová-los quando ela era criança. 

A saudade a dominou por um instante, pois, apesar de Berliane já ter falecido havia três anos, Luiza ainda sentia falta do carinho da velha senhora.  Berliane foi mais mãe de Luiza do que a biológica tinha sido.


(... )


Caio se sentava em um escritório estranho que pertencia a um de seus assistentes particulares e tentava levar adiante um trabalho, mas a irritação o dominava cada vez que procurava por algo que não estava sobre a escrivaninha. 

Não estava acostumado a procurar pelas coisas, pensou no padrinho manipulador que o pegara pela afeição, obrigando-o a aceitar um encargo indesejável. Rangeu os dentes brancos ao ouvir o som desagradável de um aspirador de pó no corredor. 

Pelo menos as faxineiras haviam chegado e o jogo iria começar o jogo. E que jogo! Estava furioso e à beira de uma explosão, porque não era seu estilo enganar as pessoas.

Entretanto, como chegaria a conhecer uma funcionária da limpeza se dissesse quem era realmente? Era ajuizado resolver agir sendo alguém mais humilde da equipe. 

Mas... e se Luiza Braga o reconhecesse como sendo Caio Ruso o grande executivo? Entretanto, duvidava que ela lesse o Financial Times, em que aparecia com regularidade, porém havia uma chance deLuiza ser fã das revistas de celebridades em que também ele aparecia de vez em quando.

Quanto mais pensava na mentira que estava tramando, mais refletia que a conhecer acidentalmente, fora do horário de trabalho, poderia ser uma abordagem melhor.

Luiza prosseguia metodicamente com seu trabalho percorrendo os diversos escritórios, encarregando-se de tarefas de rotina, enquanto Zoe tomava conta do outro lado do corredor. 

Apenas uma das salas estava ocupada, e a porta se encontrava aberta, Luiza detestava fazer limpeza com as salas ocupadas por funcionários que trabalhavam até mais tarde, mas não podia omitir esse escritório. 

Afinal, poderiam verificar mais tarde se todas as salas haviam sido limpas. A maioria dos funcionários ia para casa às 20h, e ela precisava garantir que o contrato com a firma de limpeza fosse cumprido rigorosamente.

Deu uma olhada dentro da sala ocupada e viu um homem grande de cabelo castanhos claros debruçado sobre um laptop. 

Apenas uma luminária sobre a escrivaninha estava acesa, lançando sombras sobre suas feições fortes e brancas. 

De repente ele ergueu a cabeça, assustando Luiza e revelando olhos azuis  frios que brilhavam como mercúrio no rosto bronzeado.

Ele era lindo; foi esse o primeiro pensamento de Luiza e muito estranho partindo dela.




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