- Como se eu fosse um sequestrador... com latidos e dentes arreganhados! Mas eu o peguei de qualquer jeito – informou Caio com satisfação.
Estava voltando para a ilha e sentia-se melhor do que nos últimos dias, embora ainda não encontrasse as palavras certas para dizer a Luiza nem a abordagem correta, iria superar essas barreiras.
Momentaneamente zonza, Luiza apoiou a cabeça no encosto por que Caio disse a Socrates para irem frente e anunciar seu noivado? Será que tinha certeza de que a faria concordar com o casamento?
Seria sua chance de aceitar pelo bem da criança que ia nascer e se estabelecer ao lado de um homem que só desejava sexo “incrível”?
Talvez fosse culpada por esperar demais de Caio ninguém podia obrigá-lo a amá-la ou sentir amor por ela.
Ele não tinha o direito de criticar seus modos e seu vestido na festa então por que fez isso? Luiza poderia perdoá-lo se soubesse que fora por ciúmes.
Caio... com ciúmes? Ela sorriu de leve diante de tal pensamento, embora admitindo que ficou enciumada com a proximidade dele e Yannina Demas.
Ver Caio ao lado de outra mulher foi como se lâminas afiadas penetrassem em seu coração, mas já que ele deixara a festa e Yannina, ela sabia que não tinha mais motivos para sentir ciúmes.
Entretanto, muito tempo passara desde que enfrentara o fato de que se não casasse com ele haveria outras mulheres em sua vida.
Não podia ter as duas coisas, lembrou ou se casava com ele ou o deixava livre e se escolhesse casar devia saber que ele jamais seria o marido ideal.
Mas, afinal, quantas se casavam com o homem ideal? Caio era o seu sonho, embora ela não fosse o sonho dele, Caio não a amava... tudo sempre voltava a esse ponto dramático e não havia como escapar.
Será que poderia viver sem seu amor? Seria mais fácil aceitar um casamento prático? A verdade era que já não conseguia viver sem ele... Sentia-se miserável sem Caio.
O helicóptero chegou a Banos ao raiar do dia, a grande casa estava toda iluminada e Bas saiu correndo para saudar a sua dona.
Luiza mal conseguia se mover dentro do vestido apertado, e Caio gargalhou, erguendo-a nos braços para ajudá-la.
Depois a colocou de pé e os saltos altos amassaram a grama até a porta principal agarrou Bas, afagando seu pelo macio e dizendo palavras de carinho.
– Essa foi a coisa mais louca que você já fez – disse ela para Caio em tom de incredulidade no vestíbulo. – Por que não me telefonou?- perguntou, dessa vez aos gritos.
– Não sabia o que dizer – confessou ele. – Estava com medo de piorar as coisas e perdê-la para sempre.
Algo acedeu dentro de Luixa estava com medo, Jamais imaginava que Caio admitisse tal fraqueza, e isso a tocou profundamente, fazendo-a desejar ouvir o que ele tinha a dizer.
– Não suporto esta casa sem você aqui – admitiu ele de maneira abrupta enquanto avançava para a sala de visitas. – Precisava fazer alguma coisa.
Piscando diversas vezes, Luiza o seguiu, murmurando:
– Essa coisa foi um tanto exagerada...
– Não acho – retrucou ele. – Meu mundo existe se você está por perto, mas morre quando você está longe.
Ela arregalou os olhos.
– Sentiu minha falta?
– Claro que senti! O que acha que sou? Uma pedra?
- Às vezes me pergunto isso -admitiu ela, com os sapatos de grife fazendo barulho em meio ao silêncio; Luiza se sentou e os atirou para o lado com um suspiro de alívio.
Ele sentira sua falta, mas não fora capaz de dar um simples telefonema Caio era uma grande contradição e cheio de complexidades que talvez ela nunca chegasse a desvendar porque era muito mais direta e simples.
Ele se postou perto da fileira de mármore, muito rígido.
– Quero você de volta, quero me casar com você.
– É a centésima vez que diz isso – murmurou ela.
Já sem saber qual seria sua resposta, pois com o passar dos dias sua decisão inicial fora esmorecendo, e se sentia cada vez mais perdida sem a presença dele.
Caio deixou escapar o ar dos pulmões muito devagar.
– Poderemos ter um bom casamento, você e o bebê serão as pessoas mais importantes da minha vida só quero isso.
Ela o fitou em dúvida.
– Como pode afirmar tal coisa?
– É a verdade – declarou ele, um leve rubor colorindo suas faces. – A mais completa verdade, meu bem.
– Quando foi que aconteceu essa... profunda mudança na sua atitude? – perguntou Luiza, desesperada para ser convencida por ele.
– Quando você foi embora – admitiu ele de modo brusco. – Você se tornou indispensável para mim desde o início....
– Tem certeza de que não se trata de fogo de palha?
Ele ergueu a cabeça com os olhos azuis brilhando.
– Não olhei para outra desde o dia em que a conheci.
– Estava com a garota Demas hoje à noite – lembrou ela com medo de ter esperanças e de acreditar.
– Nina me telefonou para saber se poderia ir à festa comigo é apenas uma amiga.
– E não dormiu com nenhuma outra depois que me conheceu? Verdade? – insistiu ela com voz trêmula.
– Verdade – admitiu ele. – Só quero você Luiza.
O coração de Luiza disparou e manchas rosadas sugiram em suas faces enquanto suas esperanças alcançavam o céu.
– Então posso cogitar em permanecer...
Caio aquiesceu com um gesto de cabeça muito lento, tão tenso quanto Luiza. Pegou no bolso uma caixinha de joias e cruzou a sala para lhe entregar.
– Ficaria muito feliz se usasse isso.
Sua formalidade a assustou isso acabou sendo um magnífico anel de diamantes que refletia a luz da sala.
Ela se lembrou de como Caio pedira que seu avô anunciasse o noivado dos dois, mas ainda estava estupefata com o gesto inesperado e tradicional.
– Está levando isso muito a sério, não está? – murmurou sem graça, removendo com delicadeza o anel da caixinha e enfiando no dedo. – Mas m não precisava ter comprado um anel...
– Sim, precisava – discordou ele. – Fizemos tudo o mais da maneira,queria que dessa vez fosse da maneira certa.
#caluh... 😘
Reta final
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