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História Hora de amar - Capítulo 8


Escrita por: LisMorelos

Capítulo 8 - Capítulo 8


Tudo isso levou poucos minutos, e Luiza ficou aliviada por perceber como de fato fora mais depressa do que no pronto-socorro, onde pessoas seriamente acidentadas deviam ser atendidas em primeiro lugar.

 É claro que se estivesse sozinha teria ido para um pronto-socorro, jamais se aborrecera por não ser atendida antes dos outros e estava acostumada a esperar, refletiu enquanto se vestia de novo. Estava muito espantada com as atenções que Carlos lhe dedicava.

– Viu? Estou bem – anunciou quando o encontrou na sala de espera.

Ficou vermelha ao perceber que não conseguia afastar os olhos dele, de seu belo rosto másculo e do físico esplêndido valorizado pelo terno de caimento perfeito.

O médico surgiu para conversar com Caio, e os dois falaram em grego, no passado, Luiza tomara algumas aulas de grego por conta própria por gostar do som do idioma, e tinha certeza de que era o que Carlos falara ao celular também. 

Percebeu que o médico estava curioso a seu respeito sem dúvida se perguntava o que o amigo fazia com uma moça de uniforme de limpeza.

– O Dr. Vakros é um médico que só atende particulares, certo? – comentou ao saírem do consultório.

– Sim, é isso mesmo – confirmou Caio.

– Não vai cobrar a você pela visita, vai?

– Não, somos muito amigos para isso.

– Que alívio! Bem, vou para casa – murmurou sem jeito. – Obrigada por toda a ajuda.

– Ainda não terminei: vou levá-la para sua casa – anunciou ele, falando com o motorista em grego e pegando as chaves.

– Não é preciso já abusei demais de sua generosidade.

Caio inclinou a cabeça e a fitou, informando com segurança:

– Quero levar você para casa.

Luiza não soube o que dizer ou como reagir por que ele se dava tanto trabalho para ajudá-la? Estaria atraído por ela? Mas afastou a ideia com irritação. 

Era magrela, sem busto e achatada como uma panqueca, e os homens não costumavam girar a cabeça quando ela passava. Sentindo-se ridícula, deslizou para o assento do carro e colocou o cinto de segurança. 

Ele pareceu ter dificuldade com as marchas, praguejou em voz baixa para depois explicar:

– O carro é novo, ainda não estou habituado.

A verdade era que jamais dirigir muito, pois sempre tinha um motorista. Luiza quase sorriu diante da explicação, pois quase todos que conhecia andavam de ônibus ou metrô.

Refletiu se seria um carro da empresa se assim fosse, Carlos devia ocupar um cargo mais elevado do que imaginara. De repente voltando à realidade, percebeu que tomavam um caminho errado.

– Desculpe, devia ter lhe dado meu endereço – murmurou, e tratou de fazer isso.

Logo percebeu também que Caio não fazia ideia da direção a tomar, embora tentasse esconder.

Luiza explicou, e tentou não fazer caretas cada vez que ele brecava e fazia os freios rangerem como um aluno principiante de autoescola.

– Gostaria de jantar comigo? – perguntou ele. 

Luiza era péssima para explicar um caminho, chegaram perto da casa ocupada por outras funcionárias de Iwanessa. Surpresa, ela o fitou.

– Jantar? – repetiu.

– Deve estar com tanta fome quanto eu – comentou Caio com ar divertido.

Ela se sentiu constrangida porque era verdade, e isso a irritou ainda mais; nunca se sentira tão embaraçada perto de um homem. 

– Conheço um restaurante ali na esquina – avisou, decidinda aceitar, afinal, ele não a convidara para um encontro. – Não é chique, mas a comida é muito boa.

– Ótimo. – Caio estacionou, percebendo que seus seguranças vinham logo atrás em outro carro.

Deviam ter rido muito cada vez que ele dera solavancos com o carro, entretanto, tendo caído de novo nas boas graças de Luiza, pretendia mantê-la sob seus olhos, mesmo já tendo cumprido sua missão.

Sempre fazia o que queria; e no momento queria ficar na companhia de Luiza, quando viu o restaurante modesto, ficou decepcionado. 

Nunca em sua vida comer em um lugar assim o abismo social que existia entre os dois por fim surgiu diante de seus olhos e o deixou chocado fingir ser outra pessoa provocava desafios que não previra.

De sua parte, Luiza estava feliz por não ter que cozinhar quando chegasse em casa, sufocando um bocejo de cansaço, entrou com ele no restaurante por quilo, muito popular entre empregados que trabalhavam nos turnos da noite, pois ficava aberto até altas horas.

Pegou uma bandeja e se voltou para ver Caio, que olhava em volta com muita atenção.

– Vamos nos servir por conta própria? – perguntou ele, franzindo a testa.

Luiza lhe entregou outra bandeja e entrou na fila do outro lado do salão, três mulheres olhavam para Caio com descaramento. 

Mas ele nada via, entretido em examinar o cardápio preso na parede, contudo ele atraía a atenção de todos, refletiu Luiza. 

Parecia já conhecê-lo havia muito tempo era a mesma sensação que experimentou na primeira vez que vira uma foto de seu lindo pai, Troy Seferis louro de olhos azuis.

Sempre desconfiava de homens bonitos, mas estava sendo injusta com Carlos, que a salvara das mãos de Jason. 

Não tinha motivos para julgá-lo superficial e arrogante além disso, apesar de toda a sua beleza máscula Carlos estava com ela. 

Endireitou os ombros estreitos e sorriu envaidecida, no caixa, Luiza insistiu em pagar sua parte, o que pareceu desnortear Caio.

– Nenhuma mulher paga a própria conta quando está comigo – disse ele, de modo decidido.

Depois pareceu não saber o que fazer, e ela lhe ofereceu garfo e faca, além de um guardanapo, pensando que, para um homem adulto,Caio às vezes parecia um garotinho.

– Por que quis pagar sua parte? – perguntou ele com curiosidade quando encontraram uma mesa vazia.

– Sempre faço isso quando saio com um homem, para não haver mal-entendidos – admitiu ela.

Caio arqueou as sobrancelhas. Socrates iria gostar muito dela, refletiu de modo zombeteiro. Porém ele não gostava dessa história de uma mulher pagando a própria conta.

– Fale-me sobre o grandalhão do Jason – pediu. – Quem é ele?

– Até dez dias atrás eu dividia um apartamento com minha amiga Melanie, e Jason era namorado dela. Certa noite ele me agarrou na cozinha, tentou me beijar, e Melanie entrou neste instante. 

Suspirou diante da lembrança desagradável e prosseguiu: 

– Ela pôs toda a culpa em mim, acusou-me de ter provocado Jason e me disse para deixar o apartamento logo. Pensei que no dia seguinte estaria mais calma para raciocinar, porém Melanie entrou no meu quarto, chamou-me de ladra de namorados e começou a jogar minhas coisas na mala. Ela me expulsou...

– E Jason? – perguntou Caio, vendo-a atacar a comida como se não comesse havia uma semana.

Podia ser magrinha, seu apetite, porém, era de gigante.

– Ela o perdoou sem pedir explicações... Ou assim pensei, mas hoje ele me disse que os dois romperam– Luiza ergueu os olhos verdes e tristes. – De qualquer modo, não quero conversa com Jason.

– Você é sensata – comentou Caio.

– E você? É grego? – perguntou Luiza de repente. – Reconheci algumas palavras quando falou com o motorista que nos levou ao médico e depois com o dr. Vakros.

Ele arregalou os olhos.

– Fala grego?

– Só algumas palavras grego para principiantes – explicou, afastando o cabelo do rosto. – Entrei em um curso, mas só assisti a algumas aulas. É mais difícil do que pensei.

– E por que grego? – quis saber Caio, percebendo de súbito que estava muito contente por se sentar em um lugar tão simples apenas para observá-la sorrir.

– Meu pai era grego – explicou ela um pouco sem jeito. – Nunca o conheci, ele abandonou minha mãe antes de eu nascer e logo depois morreu.

– E sua mãe?

– Faleceu quando eu tinha 16 anos; era diabética, não se cuidava e teve um ataque cardíaco não tenho outros parentes. E você? – perguntou, mudando de assunto, maravilhada e desconfiada ao mesmo tempo por ver o interesse de Carlos em sua pessoa.

– Meus pais morreram em um acidente de avião há dez anos. Sou filho único e, fora alguns primos distantes, estou só no mundo e prefiro assim.

Ela franziu a testa.

– Por quê?

– Parentes podem causar muitos dissabores – murmurou ele comprimindo a boca sensual.

Luiza refletiu que era verdade diante da relação problemática que tivera com a mãe. Mesmo assim não era amarga, e replicou:

– Mas fazer parte de uma família também pode trazer felicidade e segurança conforto percebi isso nos lares adotivos que tive, e sempre sonhei em ter minha própria família – admitiu sem hesitação.

– Foi por isso que quis aprender grego? – quis saber Caio.

– Não, porque não creio que tenha parentes na Grécia, mas tive a ideia absurda que meu sangue grego facilitaria meu aprendizado. – ela riu da própria ingenuidade. – Logo descobri que estava errada.

Caio refletiu o que havia em seu rostinho de fada dos bosques que o atraía tanto. Talvez a expressão triste dos olhos? A delicadeza dos ossos da face?

Quando ela ria, todo o rosto se iluminava, emitindo uma enorme fascinação era tão natural e simples, e Caio não estava acostumado com isso nas mulheres.

 Ela discordava quando queria e não tinha medo de expressar seu ponto de vista. Em geral as outras pessoas, tanto homens quanto mulheres, queriam sempre concordar com ele, elogiando sua inteligência e sagacidade com exagero.

Luiza saboreou a sobremesa que escolhera, tomando cuidado para não perder nenhum pedacinho. Ele olhou  sua boca carnuda, e o desejo o dominou.

 Pela primeira vez imaginou se Luiza estaria provocando de propósito e se sua inocência era fingida. Ela sentiu que ele a observava, e o ambiente parecia carregado de eletricidade.

 A última vez que um homem a deixara tão excitada fora aos 16 anos, e o objeto do desejo fora um modelo em um cartaz na parede do quarto. Carlos Ruso era de carne e osso e muito mais perigoso.

– É hora de agradecer de novo e ir para casa – disse com segurança, pois tinha medo de sucumbir às reações de seu corpo que a faziam se sentir tola e insegura. 

Sempre temera ter herdado a natureza passional da mãe. Jenny sempre se encantava pelo homem errado, era facilmente iludida, seduzida e abandonada. 

Sua mãe vivera em um turbilhão de relacionamentos traumáticos, sempre à espera de algo melhor, nunca encontrando, mas eternamente mantendo a esperança. Caio se levantou e segurou o casaco para que ela vestisse.

– Não estou acostumada com tanto cavalheirismo. 

 Luiza confidenciou enquanto saíam do restaurante e desciam a rua. 

– Pode me deixar agora moro aqui perto.

Caio ignorou o pedido, então prosseguiram em silêncio, e quando ela abria a porta de casa ele a segurou pelo braço. 

Seus olhares se encontraram, e Luiza temeu, tentou sufocar o nó que sentia na garganta Caio passou a mão por seu cabelo e inclinou a cabeça; inclinou bastante por causa da diferença de altura, até pousar a boca sobre seus lábios.

Desejava-a com ferocidade, e apertou seu corpo frágil de encontro ao peito, de início, Luiza ficou rígida e chocada, mas logo se deixou levar, quando se afastaram, tremia como vara verde.

– Entre para tomar um café.

Qualquer um sabia que esse convite implicava ir para a cama. Onde estava com a cabeça? Por que o convidar para entrar? Quase sentiu pânico. Não queria ter uma desilusão amorosa. 





#Caluh❤



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