Ele se apaixonou por ela. Ela era uma escritora, uma poetisa.
Mas para ele, ela parecia mais a própria poesia. A personificação da poesia.
Com seus cabelos encaracolados cor de cobre, sua pele pálida como a luz da lua, com aquele tom doce de café com leite.
O sorriso tímido, o jeito sorrateiro.
Não queria ser notada. Tinha medo de chamar atenção para si.
O corpo esbelto, como o de uma deusa. Os olhos castanhos escuros, flamejantes. (Diferente dos dele, que eram azuis como o oceano).
Ele se apaixonou por ela.
Primeiramente, porque lhe contaram que numa vez em que um escritor se apaixona por você, sua alma é eternizada. Você nunca morrerá. Tornará-se imortal.
Mas ora, foi ele quem se apaixonou por ela.
Ele se apaixonou por ela.
Ela era diferente das demais. Estavam todas ali, mas ela estava no céu. Todas usavam chapéus, mas ela usava uma coroa de flores.
Todas cantavam alto, com toda a força dos pulmões. Mas, meu caro, ela era a própria canção.
Ele se apaixonou por ela.
Era só mais um dia comum, sol no auge, fazendo todos cobrir os rostos com a palma da mão. O mar agitado, o trânsito engarrafado.
Mas ele a encontrou ali, a chama mais quente e flamejante. E aquilo tornou o dia, de "mais um dia qualquer", para o dia em que ele se apaixonou por ela.
Ele se apaixonou por ela.
Porque ela era diferente de suas compatriotas.
Ele se apaixonou por ela. Porque ela era diferente de todas as outras.
Nem mesmo cruzando todos os oceanos, vagando por todos os continentes, nem mesmo em outro universo ele encontraria uma igual.
Ele se apaixonou por ela.
Porque ela era uma hortênsia violeta. E apesar de seu tom ser escuro, dentre as flores, ela era a mais linda e viva.
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