Melanie
Entramos na sala de cirurgia, Doutor Cooper já estava com paciente.
- Anestesia? - Perguntou doutor cooper
- Ela está pronta - Respondeu, o doutor fez uma craniotomia com um corte bicoronal, deixou a dura-meter levantada (Membrana que protege o cérebro,durante a retirada do tumor ela precisa ficar levantada) ele estava usando um microscópio alemão e deu o aspirador ultrassônico na minha mão.
Depois de algumas horas conseguimos chegar até o tumor.
- Aspire aqui - Falou e aspirei
- O que é aspirador ultrassônico doutora Bittencourt? - Perguntou
- O aspirador ultrassônico é um aspirador que vibra em alta frequência e ajuda a retirar apenas o tecido tumoral -Respondeu
- Pode parar de aspirar, sem tumor - Falou sorrindo
- Estão dispensadas, vocês foram ótimas, parabéns - Falou e saímos da sala cirúrgica parecendo duas crianças com doces.
- Vamos comer, estou com fome! - Alice falou me puxando
- Mas já são 16:30, daqui a pouco vamos embora - Falei rindo
- Tanto faz - Deu de ombros - Vou deitar no dormitório - Falou saindo e eu fui para o hall, tomar um café.
Luke Harris
Estava na sala dos médicos, James jogando dardos, e, eu estava deitado no sofá, Amélia estava assistindo televisão
- Tempestade destruiu uma parte da cidade, levando arvores, carros e bicicleta pelas ruas, arrastou várias pessoas pela rua, recomendamos que ninguém saia de casa - Falava a reportagem
- Sério isso? Vamos ficar presos no hospital? - Falei me levantando
- Parece que sim, à não ser que você queira morrer - Amélia falou rindo
- Como se você tivesse que fazer muita coisa em casa! - Ezra se intrometeu
- Você nem deveria ser intrometer, é um residente - Falei rindo e me levantei. Sai no corredor, fui buscar um café. Cheguei lá encontrei a Melanie
- Doutor - Falou me cumprimentando
- Eai, tudo certo? - Falei nenhum pouco formal, peguei um café na máquina
- Na medida do possível - Respondeu sem graça
- Sabe aonde está Alice? É estranho, vocês vivem juntas - Perguntei
- Está no dormitório, doutor - Falou, avisei para ela não ir lá fora, devido à tempestade e sai, vou ver a Alice. Entrei no dormitório, que estava vazio e encontrei ela deitada virada para parede com a bunda pro lado da porta, é que bunda. Deitei do lado dela na cama, que continuou dormindo, encostei meu rosto do dela, fazendo ela acordar.
- Oque você está fazendo aqui? - Perguntou com o rosto todo amassado
- Eca, baba - Falei rindo apontando para sua bochecha, que foi limpar na hora
- Não tem nada seu babaca - Falou rindo - Você não me respondeu - Comentou
- Vim ver como você está, e aproveitar um pouquinho - Falei sussurrando no ouvido dela, tirei meu jaleco e comecei a beijar ela, a luz começou a falhar
- Eles devem estar precisando de você - Ela falou acariciando meu cabelo
- Eles esperam - Falei e um barulho de trovão muito alto soou
- Vamos Luke - Falou se levantando e eu revirei os olhos, justo agora. Me levantei e fui atrás dela, vimos um tumulto na área da emergência
- Oque significa isso? - Falei passando entre as pessoas
- Está chovendo muito, qual é o risco de inundação? - Alice falou com James que estava parado do lado da porta
- Temos algumas bombas de água, podemos colocar uns sacos de areia para evitar a entrada de água - James respondeu
- As luzes não param de piscar - Falei
- Temos os geradores, eles foram testados mês passado - O segurança se intrometeu - Vão cuidar dos seus pacientes - Completou, ele acha que é quem?
- Tem razão, vamos - James falou e o seguimos
- Os leitos estão lotados, as pessoas estão usando o hospital para fugir da tempestade, metade delas não tem nada, só estão com medo - Melanie chegou correndo perto da gente
- Harris, a UTI neonatal precisa de ajuda para remover os bebés daqui, rápido, evacue os casos prioritários primeiro - Minerva apareceu
- Sim senhora - Respondi indo em direção a UTI
- Precisa de ajuda? - Alice perguntou
- Sim, vem - Falei segurando sua mão, chegamos lá estava uma bagunça, país das crianças discutindo entre si
- Doutor, tira minha filha daqui - Uma mulher chegou chorando
- Entendo a sua preocupação, mas temos ordem de evacuar oque for prioridade primeiro - Respondi
- Então esses bebês vão para um lugar seguro, e o meu não? - A mãe se irritou
- Aqui é seguro, estou apenas cumprindo ordens, qual é seu nome? - Perguntei
- Lucy - Respondeu e nessa hora o telefone da uti tocou, Alice foi atender
- Mandaram suspendermos as evacuações devido ao mau tempo - Alice falou me olhando
- Mas acabamos de descer - Falei irritado
- A última ambulância não consiguiu nem sair do estacionamento - Respondeu, nessa hora as luzes piscaram, os pais começaram a entrar em pânico
- Não se preocupe, aqui tem os melhores profissionais, todo mundo é bem treinado e seus filhos estão em ótimas mãos - Alice falou com os pais que estavam ali
- Cadê as outras enfermeiras? - Perguntei estressado para a enfermeira gordinha
- Ninguém conseguiu chegar Sr - Respondeu rápido
- Certo, escutem vocês duas - Falei para Alice e para a única enfermeira que tinha ali - Os país dessas crianças estão estressados, temos que manter eles bem, se tudo sair do controle, nós somos a minoria, vamos manter a calma, para que nada saia do nosso controle - Completei - Alice, cheque os históricos de medicamentos para mantermos a dosagem certa - Falei para ela
- E aonde estão? - Perguntou me olhando
- No bolso do meu jale.. Droga, meu jaleco ficou lá em cima, no dormitório - Falei irritado comigo mesmo
- Fica aí, eu vou lá pegar - Falou
- Cuidado - Respondi e ela saiu correndo, mesma coisa que falar nada
Melanie
- Que droga - Nesse exato momento estava presa no elevador junto com James porque a luz faltou
- Não se preocupe, temos geradores. A energia vai voltar a qualquer segundo - Falou pela décima vez
- Você falou isso à meia hora atrás - Respondi
- Como se ficar preso no elevador comigo fosse uma coisa ruim, é o sonho de qualquer uma - Falou fazendo graça
Alice
Sai correndo lá em cima, para pegar o jaleco do Luke, tentei o elevador mas não estava funcionando, fui correndo pela escada mesmo! O corredor estava uma bagunça, médicos discutindo entre eles, nenhuma enfermeira no andar. Peguei o jaleco do Luke e umas bolsas de sangue no carrinho, caso precisasse. Voltei correndo para a UTI
- Alice cheque as máquinas, essa incompetente não serve para nada - Luke falou assim que eu cheguei, estava prestes a esganar a enfermeira. Verifiquei se as máquinas passaram a funcionar à bateria, duas vezes
- Estão funcionando - Respondi
- Você verificou isso direito? - Perguntou estressado
- Já Luke, todas estão funcionando, os bebês estão respirando - Respondi calmamente
- Ótimo - Falou - Vem aqui agora - Me puxou para um beijo, e, colocou seu rosto no meu pescoço.
- Dr Harris - A enfermeira o chamou baixo, chamando sua atenção
- Oque foi agora? - Perguntou estressado me soltando
- Dr, não faça movimentos bruscos, e Dra não olhe para trás - A enfermeira falou baixinho - Dr Harris, por favor, checa o monitor que está atrás de mim, ele está piscando - Completou e eu olhei sem entender nada
- É o monitor do filho da Lucy - Comentei. Lucy era aquela mulher que estava discutindo por causa da evacuação.
- Está com a luz vermelha, é a luz da bateria fraca, droga - Falou irritado - Alice dá uma olhada por aqui, procure baterias - Completou tentando não chamar atenção dos pais. Abri as gavetas que tinham ali
- Não tem baterias aqui - Falei baixo
- Não vamos entrar em pânico, enfermeira, vai procurar as baterias reservas - Falou para enfermeira que estava parada do meu lado, e, ela foi
- Não achei baterias reservas - Falou a enfermeira respirando pesadamente
- Como não? Tem que ter baterias reservas - Falei
- As máquinas vão pifar, os bebés vão morrer, porque eu não estoquei as drogas de baterias reservas - Luke falou ao meu lado
- Oque a gente vai fazer? - Perguntei me sentando
- Eu não faço a mínima ideia - Respondeu se sentando no chão ao meu lado
- Luke, não podemos ficar aqui sentandos assistindo essas crianças morrerem - Comentei com a cabeça sob seu colo
- Se luz não voltar, não tem nada à ser feito - Falou simplesmente, e, começou a fazer carinho na minha cabeça
- Péssimo dia para ser interna - Comentei baixo, e o mesmo riu
- Péssimo dia para ser chefe, minha querida - Respondeu
James Evans
Meu bipe tocava de um em um minuto e eu estava preso nesse elevador, e, sem previsão de quando essa luz vai voltar.
- Já estou me sentindo sufocada - Melanie falou sentando no chão
- Calma, respira - Respondi enqaunto sentava do seu lado
- Estou pensando em coisas ruins que pode acontecer ou está acontecendo enquanto você está aqui - Falou colocando a mão no rosto
- Ei, não vai acontecer nada de ruim, eu estou aqui com você, e eles devem estar dando um jeito sem mim - Respondi dando um beijo nela, porque essas mulheres são tão sentimentais?
- Mas e as crianças? - Falou encostando a cabeça no meu ombro
- Luke está lá, ele pode ser imaturo e cabeça dura, mas, quando se trata da profissão dele, ele é o melhor - Respondi e ela apenas concordou com a cabeça - Agora esquece isso, vamos terminar o que começamos na sua casa, o que acha? - Perguntei sussurrando
- Acho uma boa - Falou sentando no colo meu colo
Alice
- A luz da bateria do bebê da Lucy está acesa há tempos, Luke - Comentei, ainda estava deitada sob seu colo
- Quando ela apagar, passe o bebê para ventilação manual calmamente - Falou me dando as instruções - E você enfermeira, vai checar os outros bebês - Falou para a enfermeira que estava parada na nossa frente. Nessa hora a máquina do bebê parou
- Alice, vai - Falou e eu me levantei disfarçando para fingir que tudo estava sobre controle - Oi, Lucy. Vou passar seu bebê para respiração manual ok? - Falei pegando o carrinho, e levando para perto de Luke
- Tem mais um luz vermelha. No bebê dos Wilson - Luke falou enquanto olhava algo no prontuário
- São mais dois até agora - Falei enquanto fazia a respiração manual
- Três. Acabei de achar outro, mas, o bebê ainda está estável - A enfermeira chegou falando
- Cada um fica com um bebê - Luke respondeu - Não sei quanto tempo vamos ficar sem luz, pode ser a noite toda, nesse caso, bombearemos até a luz voltar - Completou, pegando o carrinho do seu bebê
- O importante é mantermos a calma, e não chamarmos a atenção dos pais porque não é necessário - Falei ao seu lado
- Dr Harris? - Nessa hora um pai chegou chamando o Luke
- Sim? - Perguntou
- O carrinho da minha filha, está piscando uma luz vermelha - Falou chamando atenção dos outros pais
- Isso é um absurdo. Está dizendo que vocês não tem baterias extras? - O outro pai falou se exaltando
- Ventilação manual é eficaz, senhor, mantenha a calma - Falei enquando fazia a ventilação no bebê
- Meu bebê não pode morrer, meu bebê vai morrer? - Lucy chorando ao meu lado, os outros pais gritavam juntos, estava um caos
- O meu monitor apagou - Um pai gritava
- Vai ficar tudo sob controle - Respondi, mesmo sabendo que não era verdade, meu Deus, que dia
- Sob controle? Você só pode estar brincando comigo! Dois médicos e uma enfermeira é tudo sob controle? - Falou gritando
- 3 de vocês com 4 bebês diferentes -Lucy falava chorando
- Vão cuidar da respiração de todos os bebês sozinhos? - O homem veio chegando perto de mim, segurando meu pulso
- Não é assim não, solta ela agora! Sei que vocês estão exaltados mais ninguém aqui tem culpa - Luke falou empurrando o pai do bebê - Não há médicos suficiente para ventilar os bebés mesmo, mas, há pessoas o suficiente - Falou
- Sim, podemos ensinar a vocês - Falei
- Querem que ventilemos nossos próprios bebês! - Lucy falou
- É muito fácil, aprendi no meu primeiro dia na faculdade. Vocês conseguem, vou mostras à vocês. Peguem o balão com a mão e dê uma bombada forte a cada segundo, então, um, dois, três. Tentem - Falei depois de demostrar como fazia. Os pais pegaram os carrinhos e fizeram como eu ensinei
- Perfeito - Falei para Lucy
- Isso vai ser o suficiente até a luz voltar - Luke falou, a chuva só aumentava, lá em cima estava um lado,. Nessa hora a luz voltou
- Até que enfim - Falei suspirando pesadamente
- Que noite - Luke falou ao meu lado, conectamos os bebés as máquinas como antes.
- Acho que acabamos aqui - Falei encostada no ombro do Luke
- Vamos deitar - Falou me puxando, fomos para o dormitório
- Sabe que aqui é lugar dos internos né? - Falei deitada na cama ao seu lado
- Eu mando nos internos, então, se eu quiser deitar aqui, irei deitar aqui - Falou rindo
- Aonde será que a Melanie está? - Comentei passando a mão sobre seu peito
- Não sei, só sei que eu quero dormir - Respondeu fechando os olhos. Que dia, nunca imaginei que estaria passando por isso tudo.
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