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História Hot And Cold - It was all yours


Escrita por: naiosecret e honeymoonlight_

Notas do Autor


☆ Hello pessoas! Como vcs estão? espero que estejam bem☺ Então, estamos de volta com mais um capítulo *gritos de alegria* yaaaay... Pelo que eu me lembro, acho que nesse capítulo não tem tanta coisa do otp lindo e maravilhoso, mas é isso aí... Não vou enrolar mto, só leiam e nos digam o que acharam :) beijos. xTay.
★ Genteeeeee, como vão vocês? Quanto tempo! Bom, a unica desculpa que temos por ter demorado tanto foi a falta de tempo, pois é, sorry. Mas cá estamos nós novamente. Quero que saibam, que podemos demorar o quanto for, mas como a fic já está finalizada, não iremos desistir dela, ok? É isso. Espero que gostem (: xxJu.

Boa leitura.

Capítulo 58 - It was all yours


Fanfic / Fanfiction Hot And Cold - It was all yours

"Minha sorte está no jogo, não consigo encontrar um caminho. Não sei quantas vezes eu tive que dizer isso a você, esta não é minha parada, este não era o meu sonho, era todo seu. É claro que fui pego neste jogo e você sabe que não vou citar nomes de quem culpar".
Truth - Zayn. 

Point Of View: Katherine Hastings.

Abri a porta do armário e coloquei o meu livro sobre Recrutamento dentro do mesmo e peguei um caderno que seria da próxima aula. David e eu realmente estamos na mesma turma, mas eu me sentei de um lado e quando ele chegou só havia lugares do outro então nem conversamos.

Senti meu celular vibrar em meu bolso e logo o peguei, vendo que era uma ligação da minha mãe.

– Oi meu amor – ela cumprimentou assim que eu atendi.

– Oi mãe – respondi sorrindo levemente enquanto apoiava meu celular em meu ombro.

– O que você está fazendo? – perguntou.

– Estou colocando um caderno dentro da bolsa – respondi realizando o ato. Assim que eu fechei o zíper da bolsa, voltei a pegar o celular com a mão. – E você? Trabalhando muito?

– Sempre querida – ouvi um suspiro do outro lado da linha. – E é exatamente por isso que eu estou ligando... – falou.

– Por quê? Por causa do trabalho? O que aconteceu? – perguntei tudo de uma vez só.

– Querida, eu e seu pai teremos que fazer uma viagem de última hora para Espanha para resolver algumas coisas... – ela disse. – E infelizmente nós não vamos está em casa esse final de semana – informou e eu suspirei.

– Tudo bem, mãe, eu entendo... É o trabalho de vocês – tentei a reconfortar.

– Mas você pode ficar com o Harry esse final de semana e no próximo você fica com a gente – sugeriu.

– É, acho que eu vou fazer isso mesmo... – sorri levemente. – Vou falar com ele.

– Tudo bem, filha. Eu tenho que desligar agora, estou com saudades... – falou.

– Eu também estou com saudades, dou notícias ao longo da semana e vocês mandem notícias quando chegarem à Espanha... – pedi.

– Mandamos sim, filha. Beijos, te amo – se despediu.

– Também te amo. Tchau – falei finalizando a chama.

Fechei meu armário e o tranquei novamente. Eu amo meus pais, mas eles nunca estão com tempo para mim e isso acaba me chateando às vezes. Tudo bem que eu entendo isso, mas eu realmente gostaria de passar o final de semana deitada em cima deles no sofá enquanto me entupia de pizza como sempre fazemos.  Mas por outro lado eu irei ver o Harry daqui a dois dias e isso ameniza a situação.

Coloquei meu celular dentro do meu bolso traseiro da calça e voltei a seguir rumo para a sala de aula enquanto ainda faltavam dez minutos para a aula começar.

A porta da sala estava aberta então eu somente entrei. Tinham apenas um grupo de três pessoas conversando e eu sentei um pouco afastada deles, colocando minha bolsa em cima da carteira. Cruzei meus braços em cima dela e afundei minha cabeça entre eles.

– Katherine? Você está dormindo? – ouvi a voz de David e olhei para cima dando de cara com o mesmo.

– Não, só estava pensando... – dei de ombros e ele se sentou na carteira a minha frente.

– Posso saber em quê? – questionou.

– Não é nada demais... Só que eu sinto falta dos meus pais – admiti.

– Como assim? Já? – brincou.

– Sim – sorri levemente. – É que você sabe que com o trabalho eles nunca tiveram tanto tempo para mim, mas a gente sempre conseguia um tempo para ficar juntos... Só que agora que eu estou aqui nós só vamos poder nos ver nos finais de semana e às vezes eles viajam... Tipo, esse final de semana eu iria ficar com eles, mas eles terão que fazer uma viajem de trabalho e disseram que não vão poder. E se eles não puderem no outro e no outro? – suspirei.

– Você tá com medo deles se afastarem? – perguntou e eu assenti brevemente. – Kath, eu conheço seus pais, eu sei que eles te amam muito e que eles nunca te abandonariam, você é a única filha deles, a coisa mais preciosa que eles têm na vida... – ele disse e eu sorri.

– Obrigada – agradeci. – Mas eu sei de tudo isso – suspirei mais uma vez. – Só queria ter eles mais presentes... Fisicamente, sabe?

– É só um final de semana – ele lembrou. – Você pode conversar com o diretor de tentar sair semana que vem na sexta de manhã e depois repor as aulas e ir visitá-los – sorriu.

– Verdade... – sorri de lado. – Obrigada David, até que você é prestável ás vezes – brinquei e ele revirou os olhos com um sorriso.

– De nada – ele piscou. – Agora vamos falar sobre o quê? – questionou.

– O que você sugere? – sorri.

– Me conte sobre como vai a sua vida – ele sugeriu e eu ri.

– Por que eu tenho que começar? – perguntei arqueando uma sobrancelha.

– Você que perguntou o que eu sugeria – ergueu as mãos pra cima como se estivesse se rendendo e eu revirei os olhos sorrindo.

– A mesma coisa de sempre, não tenho muita história para contar e a única novidade que eu tinha é que estou namorando, mas você já sabe disso. Você que deve ter bastante coisa pra contar, afinal, você mudou de cidade, teve experiências e amizades novas... – sorri sugestivamente.

– Não aconteceu nada demais, eu só tomei juízo... – deu de ombros.

– Isso é o bastante – falei e ele sorriu. – Mas o que aconteceu? Não namorou mais ninguém? Amigos? Nada de interessante nessa sua vida de pessoa ajuizada? – perguntei erguendo uma sobrancelha e ele riu.

– Bom... Minha última namorada firme foi, bem... você – disse um pouco desconfortável desviando o olhar do meu. Peguei sua mão a apertando, demonstrando que não via problema no assunto e ele relaxou voltando o olhar para mim novamente. – Eu já fiquei com algumas outras garotas, mas não foi nada de mais – deu de ombros. – Quanto aos amigos... Bom, eu no começo eu arranjava muita confusão... Você sabe como eu era – ele disse e eu assenti. – Então um dia eu meio que arranjei briga com o irmão de um amigo do Stephen e ele foi separar a briga... – falou. – Ele me deu maior sermão dizendo que aquele tipo de coisa não se fazia, que eu deveria tomar juízo e que eu estava arrumando confusão com todos de graça, já que já era a terceira briga que eu me metia só na primeira semana de aula... – respirou fundo. – No começo eu achei ele um pé no saco, mas depois eu fui vendo que ele estava certo e que ele só queria meu bem e essas basbaquices de amigos – ele riu. – Então eu fui começando a seguir os conselhos dele e nós fomos nos tornando amigos... – sorriu.

– Stephen foi quem te deu juízo? – perguntei e ele assentiu. – Não me deixe esquecer de agradecê-lo – pisquei e David riu.

– Tudo bem, não irei – respondeu e ficamos em silêncio. David desviou seu olhar do meu rosto e olhou para nossas mãos que ainda estavam juntas. – Como você o conheceu? – questionou ele ainda olhando para nossas mãos.

– Estávamos em uma boate uma vez e ele meio que tentou dar em cima de mim – ri pelo nariz e também direcionei o olhar para nossas mãos. – Mas eu disse que tinha namorado e ele acabou sentando lá e ficamos conversando. De início eu não queria nem falar meu nome para ele – dei de ombros e David deu uma risada. – O quê? – perguntei rindo e o olhei. Ele me olhava ainda com o sorriso brincando nos lábios.

– Você sempre sendo você – também deu de ombros e eu sorri.

– Bem, até que alguém ligou pra ele dizendo que os amigos precisavam de ajuda e ele foi embora – conclui.

– Espera... – David franziu o cenho e eu o olhei. – Esses amigos estavam bêbados? – perguntou e eu assenti. – Bom, minha cara, Katherine – ele sorriu. – Qual seria a sua reação se eu disser que esse amigo que pediu ajuda era eu? – arqueou uma sobrancelha.

– Você estava bêbado? – perguntei pronta para começar a dar um sermão nele.

– Não, claro que não – ele riu. – Eu que liguei para avisar que alguns amigos nossos estavam bêbados – explicou. – Não viaja, maluquinha – bagunçou meu cabelo e eu o fuzilei com os olhos, o fazendo levantar as mãos.

– Ué, vai saber – dei de ombros ajeitando meu cabelo. – Estava me preparando para te dar um sermão – admiti e ele riu.

– Sermão não, por favor – pediu juntando as duas mãos. – Já basta os que o Steph me da toda vez que eu faço alguma merda – falou.

– Agora você tem a mim também – sorri fofamente.

Os alunos começaram a entrar na sala e eu pude ter certeza que a aula começaria em alguns minutos, mas eu e David continuamos a conversar enquanto o restante dos alunos se acomodava.

– Como vai a tia Helena? – ele perguntou.

– Bem, como eu disse, muito ocupada – revirei os olhos levemente e ele lançou um sorriso.

– Continua achando que todos seus amigos são seus namorados? – questionou em um tom brincalhão e eu dei uma risada alta.

– Sim, sim, mas ela parou com isso por causa do Harry – afirmei e ele arqueou uma sobrancelha. – O que foi? – perguntei.

– Esse é o nome do seu namorado? – perguntou e eu assenti. – Ah sim... – murmurou.

– Você não sabia o nome dele? – perguntei e ele negou. O ar ficou pesado entre nós até que eu decidi tirar minha mão de cima da dele, escondendo-a debaixo da mesa ao colocá-la por cima da minha coxa e imediatamente o seu olhar mudou para a palma de sua mão aberta em cima da mesa. – Agora me diz você sobre a tia Lia – sugeri e ele me olhou novamente.

– Ah, ela está bem – deu de ombros. – Mas faz alguns meses que eu não a vejo – respondeu.

– Por quê? – questionei franzindo o cenho.

– Ela foi viajar por alguns lugares com meu padrasto – respondeu e eu assenti.

– E como está seu pai? – questionei. – Se casou novamente?

– Na verdade sim, ano passado – David falou.

– E a madrasta merece o título de "má"? – arqueei uma sobrancelha e ele negou.

– Ela é bem legal, tem um filho também... – falou.

– Hm... E vocês se dão bem? Quantos anos ele tem? – perguntei.

– Ele tem quinze, eu me dou bem com ele... Parecemos irmãos de verdade – sorriu.

– Eu fico feliz, lembro-me do quanto você falava que queria ter um irmão – disse.

– É, eu gosto bastante do moleque – admitiu. – E você? Seus pais vão realizar seus sonhos de ter um irmãozinho ou uma irmãzinha quando? – perguntou.

– A não ser que eles adotem, meus sonhos irão permanecer sonhos – falei e ele riu sabendo que a minha mãe havia feito uma cirurgia que a impossibilitava de ter filhos.

– Coitadinha de você... – brincou balançando a cabeça negativamente e eu revirei os olhos.

– Vamos todos olhando para frente – o professor entrou sala falando. – Vocês tem um segundo para virar para frente porque o assunto da aula de hoje será super interessante.

***

Peguei meu celular e comecei a digitar uma mensagem para o Harry.

"Você pode conversar agora? xK"

Ele estava em Holmes Chapel e voltaria na sexta-feira, se não me engano. Ele estava lá fazia uns 15 dias já então eu nem me despedi dele pessoalmente ao vir para cá.

Caminhei em direção à máquina de salgadinhos e coloquei uma moeda na mesma e apertei o botão que indicava um pacote de batatas e fiquei esperando o pacote cair para que eu pudesse o pegar.  Assim que ele caiu, fui para a máquina ao lado – de bebidas – coloquei as moedas e escolhi uma lata de Coca-Cola.

Meu celular vibrou e assim que a latinha caiu, eu a peguei. Caminhei em direção a uma mesa qualquer do refeitório, pondo os pacotes em cima da mesma e tirei meu celular do bolso em seguida para ler a mensagem de Harry.

"Posso sim xH"

Abri a minha coca e coloquei um bebi um gole respondendo a mensagem em seguida.

"Você vai fazer alguma coisa esse final de semana? Queria ficar com você :) xK"

Enviei e pouco tempo depois a resposta chegou.

"Eu volto para Londres amanhã de manhã, tenho que resolver algumas coisas... Você não ia ficar com seus pais esse final de semana? xH"

"Ia, mas eles tiveram um imprevisto no trabalho e vão ter que viajar... Se eu não puder ficar com você não tem problema :/ xK"

"Eu não disse isso, só fiquei curioso... Eu estou morrendo de saudade de você, óbvio que eu quero você comigo pelo menos um final de semana xH"

"Eu também estou com saudade, esse imprevisto foi até bom... Acho que não ia mais aguentar tanto tempo sem você : ( xK"

"Eu já não aguento... Mas então, como estão as coisas por aí? xH"

"Momento em que você corta a minha doçura... Aqui está bem, as aulas são normais, professores alguns legais outros entediantes... É tipo escola, só que mais puxado xK"

 Abri o pacote de batatas e comecei a comer algumas enquanto Harry não me respondia.

Parei para olhar ao redor do refeitório no almoço e por enquanto ele não estava totalmente lotado. Hoje eu queria ficar sozinha, sem amigos novos ou até mesmo sem conhecer pessoas novas. Para ser sincera, eu queria meus velhos amigos aqui comigo, sentados ao meu redor, falando sem parar.

Queria Melanie com a cabeça encostada em meu ombro enquanto tentava ler o que eu estava falando com Harry. Queria que Nath e Mike estivessem se pegando na frente e Matt do meu lado, comendo calado ou me provocando sobre o Harry, dizendo que estávamos com muita melação. Ou em outros casos, eu deitada em seu ombro observando tudo em silêncio enquanto ele irritava Nathalie e Michael os mandando parar de se beijar porque a hora do almoço é uma hora sagrada.

Mas infelizmente eles não estavam aqui comigo. Eles estavam em Londres, provavelmente juntos e fazendo as mesmas coisas, só que sem mim.

Ouvi o toque do meu celular voltando para o mundo, esquecendo meus pensamentos anteriores. Peguei o mesmo, vendo a resposta de Harry. 

"Eu não sei como é isso, nem terminei a escola xH"

Eu ri com sua reposta.

"Você não é um bom exemplo, amor xK"

"Que os nossos filhos sigam o seu exemplo, não o meu... xH"

Olhei curiosa para a mensagem. Ele pensava em ter filhos comigo?

"Filhos? xK"

Alguns segundos depois recebi sua resposta.

"Você duvida que nós vamos ter uma família no futuro? xH"

"A gente nunca sabe o que o futuro nos reserva... xK"

"Katherine, você sabe que eu te amo e que eu quero ter um futuro com você xH".

Olhei para a mensagem e dei um suspiro sem saber o que responder.

Será que ele passava partes do seu tempo pensando em um possível futuro nosso juntos? Me senti terrivelmente culpada por não tentar olhar para a frente, não planejar um futuro com ele.

Eu o amo e ele sabe disso, mas o futuro é somente o futuro, não sabemos o que vai acontecer e não podemos colocar uma ideia na nossa cabeça que talvez não dará o resultado esperado. E por mais que eu o ame, ainda penso isso sobre o nosso relacionamento.

Afinal, como eu saberei se vamos terminar ou não?

"Sério que você está tentando ter essa conversa por mensagem? xK".

"E você desviando o assunto. Como sempre faz quando se trata de nós xH".

"Eu não faço isso, eu só não quero ter essa conversa por mensagem xK"

"Não por isso, eu posso te ligar agora... xH"

"Harry, menos xK"

"Ok, desculpa... Eu estou estressado com algumas coisas do trabalho xH"

"Tudo bem... De qualquer jeito meu intervalo está acabando, tenho que voltar para a sala. Beijos. xK"

Mandei a mensagem, já me levando da mesa, joguei o que precisava no lixo e me direcionei para fora do refeitório. Senti meu celular vibrar novamente e o peguei.

"Tudo bem, boa aula... Você vem pra cá quando? xH"

"Na sexta depois da última aula e obrigada xK" respondi.

"Estarei te esperando xH"

"Te amo, dramático xK"

Escrevi a mensagem sorrindo até que trombei com alguém. Mas foi mais como um encontrão e nem eu e nem a pessoa sofreu coisas a mais.

– Me descu... – comecei, mas me cortei no meio da frase. Eu reconheceria aqueles cabelos loiros até se não quisesse.

– Está tudo bem – ela sorriu. – Qual seu nome mesmo? Ka... – começou e franziu o cenho levemente, mas ainda sorrindo.

– Katherine – falei e ela alargou ainda mais o sorriso.

– Isso! Como vem passado? – perguntou. – E o Harry? Não o vejo desde aquele final de semana...

– Estou bem e você? – tentei sorrir. – Ah, ele tá bem sim, obrigada por perguntar.

– Você veio aqui a passeio? – perguntou colocando a mão em volta da alça de sua bolsa.

 – Na verdade eu estou estudando aqui – corrigi.

– Ah, que ótimo! Katherine, tenho que ir, foi bom ver você – deu um último sorriso. – Até mais, mande lembranças aos Harry, diga que estou com saudades – se despediu e começou a andar se afastando de onde eu estava.

– Até mais, Cassidy – murmurei.

***

Juntei minhas coisas e me dirigi até a porta da sala onde David me esperava.

– E aí, entendeu alguma coisa da aula? – ele perguntou, enquanto fazíamos o caminho para a biblioteca, já que havíamos marcado de estudar juntos depois do último horário.

– Na verdade eu não prestei atenção direito... Eu estava com a cabeça na lua – sorri envergonhada.

– Eu percebi isso, mas ele não passou nada muito complicado, eu consigo te explicar agora rapidinho – disse e assenti.

– Obrigada, David – disse.

– Não por isso, senhorita Hastings, disponha – fez uma reverência para mim me fazendo rir – Se precisar de alguma coisa eu to aqui.

– Olha que eu posso cobrar, hein?! – falei abrindo a porta da biblioteca.

– Essa é a intenção – ele piscou para mim e eu sorri.

– O que você quer dizer com isso, senhor Forbes? – arqueei uma sobrancelha e ele deu de ombros enquanto caminhávamos em direção a uma mesa.

– Silêncio agora porque estamos na biblioteca – ele piscou e eu revirei os olhos. Nos sentamos um do lado do outro e eu coloquei minha bolsa em cima da mesa e ele fez o mesmo.

– Agora me explique o que o Sr. Dawly passou – pedi virando-me meio de lado para olhá-lo e ele sorriu. – Ah não, eu conheço esse sorriso – apontei para ele em tom acusatório. – Se você disser que ele passou cálculos... – ele me cortou.

– É só calcular a hora extra – ele sorriu e eu fechei os olhos com força enquanto comprimia um lábio no outro e respirava fundo. – Katherine? – chamou e eu abri os olhos novamente encontrando as íris verdes dele.

– Agora já sei o porquê de eu não prestar atenção – resmunguei.

– Não prestou atenção nele, mas vai prestar atenção em mim! Não quero você repetindo nada, nenhum curso e nenhum semestre – ele disse colocando deus livros e cadernos em cima da mesa.

– Eu nunca repeti em nada... – dei de ombros repetindo seus atos.

– Eu sei, mas agora é diferente... Você não está na mais no colégio, agora é faculdade e as coisas ficam um pouco mais sérias – ele acusou.

– Eu sei, mas eu odeio cálculo... – resmunguei.

– Por isso mesmo que você vai estudar, agora vamos logo com isso... Você copiou o que ele passou na lousa e o ditado? – questiono e eu assenti.

– Sim, mas eu não sei se está fazendo algum sentido – falei abrindo meu caderno.

– Não tem problema, qualquer coisa a gente olha pelo meu – ele disse e eu assenti. – Agora deixa eu te explicar – começou abrindo o livro e começando a explicar a matéria que o professor havia passado. – Você já sabe as horas de trabalho e quantas horas a mais a pessoa fez, certo? – ele apontou com o lápis para o caderno e eu revirei os olhos. – Katherine, tenta levar a sério!

– Eu sei, David – bufei. – Estou dando o meu melhor porque acredite, se eu não tivesse cooperando, eu já estaria fora dessa biblioteca há muito tempo – alertei e ele riu.

– Você só tem que calcular o salário hora e dividir com trinta por cento ou o tanto de porcentagem que estiver no exercício e depois você soma o salário total do funcionário e acrescenta o resultado das horas extras – concluiu e eu comecei a morder a ponta da caneta enquanto o encarava. – O que foi? – perguntou.

– Só aceito fazer isso se eu usar a calculadora – protestei e ele deu uma risada.

– Tá bom, permito você usar a calculadora – revirou os olhos e eu comemorei batendo palminhas.

– Pelo menos vou estar fazendo – me defendi e ele riu assentindo.

– Ok, agora faz logo esses cálculos – pediu  e eu revirei os olhos, abrindo a calculadora do meu celular.

– Não fale comigo nesse tom mandão – resmunguei olhando para os números no papel.

– Olha que está falando, a "senhora mandona" – falou.

– Calado, eu mando porque eu posso, você não tem moral – rebati anotando os resultados que eu achava no caderno.

– Você manda e eu só obedeço – ele disse, levantando suas mãos em rendição.

– Extremamente, você aprende rápido – sorri, arrastando o caderno para ele, com a resposta também.

– Você também, mesmo estando com calculadora... – olhou para mim com os olhos semicerrados. – Muito bem está tudo certo – falou e eu sorri convencida – Agora faz esse, sem calculadora – mandou.

– Não – disse manhosa.

– Deixa de ser preguiçosa, eu sei que você sabe, só está com preguiça de pensar – acusou bagunçando meu cabelo e eu o fuzilei com o olhar. – Foi mal.

– Você não vai fazer os seus exercícios? – perguntei e ele me encarou.

– Katherine, minha querida, caso não tenha notado, o que eu tenho certeza que não, esses exercícios foram passados para serem feitos em sala de aula – acusou e eu arqueei uma sobrancelha.

– Mentira – duvidei e ele revirou os olhos.

– É sério – respondeu. – Tudo bem que ele falou que quem não conseguisse acabar tudo em sala de aula fazia depois – explicou e eu suspirei.

– Então me deixa fazer depois no meu dormitório – pedi fazendo biquinho e ele negou. – Ah, qual é, você sabe que eu vou fazer – me defendi.

– Katherine, já estamos aqui, pra que deixar para depois? – insistiu.

– Porque depois é melhor.

– Você pode fazer outras coisas depois – lembrou e eu finalmente cedi.

– Tá – revirei os olhos puxando o caderno dele para mim novamente. – Mas você não vai só ficar apreciando a minha beleza enquanto eu estudo, né?! – arqueei uma sobrancelha para ele.

– Não posso? – cruzou os braços apoiando as costas no encosto da cadeira.

– Não sem a minha autorização e eu não deixei... Então vai ler um livro, fazer alguma coisa de útil – falei dando língua para ele.

– Já que você pediu desse jeito carinhoso, quem sou eu para negar – retrucou se levantando da cadeira.

– Onde você vai? – questionei com o cenho franzido.

– Vou pegar um livro, continua resolvendo os exercícios, eu já volto – piscou para mim e saiu andando em direção às prateleiras então eu voltei a minha atenção para os números a minha frente.

– Odeio cálculo – resmunguei antes de voltar a fazer as contas.

***

Entrei em meu quarto e coloquei minha bolsa em cima da cama. Olhei ao redor e não havia nenhum vestígio de que Ally já tivesse chegado aqui. Sua cama estava arrumada e sua bolsa não estava em nenhum canto. Deveria estar estudando ou com alguém.

Joguei-me em minha cama e soltei um suspiro. Eu não tinha nada para fazer da vida e a única pessoa que poderia me ajudar a sair do tédio ainda não havia chegado.

Peguei meu celular em meu bolso e comecei a digitar o número tão conhecido por mim. Ele atendeu no terceiro toque.

– Alô? – atendeu.

– Oi meu amor – falei sorrindo.

– É quem eu estou pensando que é? – questionou com o tom de voz mais alegre.

– Você atendeu e não viu meu número? – questionei.

– Eu estava estudando com a Mel – respondeu. – Atendi sem ver.

– Só estudando, Matthew? – arqueei uma sobrancelha e ele deu uma risada.

– Só estudando, Katherine – mesmo não o vendo sabia que ele havia revirado os olhos. – Espera, estou falando – ouvi a voz de Matt um pouco distante e franzi o cenho.

– Matt? O que esta acontecendo? – perguntei preocupada.

– Está acontecendo que liga pra ele e não liga pra mim – ouvi a voz de Mel brava.

– Awn, não fica brava – falei rindo. – Eu ia te ligar, só não tive tempo ainda...

– Mas tá ligando pro Matt – resmungou.

– É a primeira vez que eu ligo para ele desde que eu fui embora, ciumentinha – acusei sorrindo.

– Mesmo assim, não aceito, eu sou mais importante do que ele – falou convencida e eu ri.

– Claro que não – ouvi a voz de Matt no fundo um pouco distante. – Coloca no viva-voz – pediu e dessa vez sua voz estava mais perto.

– Kath, você tá no viva-voz – Mel contou.  – Agora continue sua explicação de por que você ter ligado primeiro para o Matthew do que para mim.

– Na verdade eu iria ligar para ele e depois para você – expliquei.

– E por que para ele primeiro? – sua voz saiu indignada.

– Porque eu sou o mais importante – ouvi a voz de Matthew e eu prendi uma gargalhada.

– Gente, para de drama – revirei os olhos com um sorriso. – Eu amo os dois, ok? – disse.

– Ok, mas agora me diz, tem muito menino bonito ai? – a loira perguntou e antes que eu pudesse responder ela conversou. – Por que você está me olhando com essa cara, Matt?

– Que cara? – ele resmungou e eu sorri.

– Essa cara – ela respondeu e eu decidi provocá-los.

– Sim, Mel, até que tem – falei. – Mas Matthew, você deveria fazer uma tour por esse campus, por que olha... – deixei a frase no ar e mordi o lábio inferior esperando uma resposta deles.

– Só chamar que eu vou, aliás, quer que eu vá te buscar na sexta? – questionou com a voz num tom de segundas intenções e eu vi que ele captou minha intenção de irritar a Mel. – Melzinha, por que está com essa cara? – ele perguntou num tom despreocupado e eu não aguentei e dei uma gargalhada.

– Porque é a única que eu tenho – ouvi a loira rebater do outro lado da linha irritada me fazendo segurar o riso.

– Ui, ela tá estressadinha... – provoquei mais.

– Cala a boca, Katherine – a loira disse.

– Calma Melzinha, ninguém vai pegar seu boy, eu não vou deixar – prometi.

– Não tenho boy nenhum, nós somos só amigos... – Mel disse.

– Se você diz... – dei de ombros mesmo sabendo que eles não veriam meu ato.

– Kath – ouvi Matt me chamar um pouco mais sério que antes. Parece que alguém não gostou do que ouviu. – Eu e a Mel temos que continuar estudando, depois a gente te liga tá?! – falou.

– Tudo bem então, depois a gente se fala – disse. – Beijos. Amo vocês, estou com saudades.

– Também te amamos – ouvi os dois falando ao mesmo tempo.

– E também estamos com saudades – Matt disse pelos dois.

– Tchau amiga, depois a gente se fala – Mel se despediu.

– Tudo bem, beijos – me despedi e encerrei a chamada.

Estiquei meu braço e pousei o celular em cima do criado-mudo que eu dívida com Ally, já que nosso quarto se resumia em duas camas e no meio, o criado-mudo que ficava encostado na parede e acima dele havia uma janela. Minha cama ficava encostada na parede esquerda e a de Ally na parede direita. Havia dois armários na parede oposta da janela e ainda na parede esquerda havia a porta que levava ao banheiro que tinha uma pia com um armário embutido, um espelho que media três palmos de altura e quatro de comprimento, um chuveiro e um vaso sanitário.

Ally havia decorado a sua parede com um pôster do guitarrista da banda Black Sabbathe eu só sabia disso porque havia o nome da banda nas bordas inferiores do pôster.

Meus pensamentos voltaram para um dia em que havia ido à casa de David quando namorávamos e assim que abri a porta do seu quarto ele estava ouvindo Iron Man da mesma banda do pôster.

E consequentemente também lembrei que não havia contado aos meus amigos sobre ele e mal quis saber como reagiram ao receber a notícia que estava estudando e perdoei o meu ex namorado.


Notas Finais


Espero que tenham gostado.
Até um outro dia :)
E temos um grupo da fic no wpp, caso vocês queiram entrar, mande seu Nome + DDD + Número pelos comentários. Não esqueçam de separar os numeros pois se não o número é apagado ;)


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