História HOT PINK - Mal de banheiro

Chego na escola, minha cabeça gira em torno de como foi esse fim de semana e só quero parar em uma longa sobra e refletir sobre meus sentimentos por todos. Em uma terceira semana as pessoas já não me olham estranho, na verdade muitas sorriem para mim apesar de não falarem comigo, eu só posso sorrir de volta.

     Estou prestes a entrar na sala de aula junto de várias pessoas, mas meu coração quase sai pela boca quando uma mão aperta meu braço com força e já conheço LE o suficiente para saber que sua mania nunca vai parar. Sua mão me puxa para fora do grupo de pessoas adentrando a sala.

-Vem – escuto um sussurro vindo dela e só deixo que ela me puxe para fora de tudo.

     Estamos correndo e conheço o caminho, primeiro passamos pelo refeitório completamente vazio sem sinal nenhum de aluno ou funcionários, penso que ela esta me levando para a mesa da estufa, mas LE entra em outra porta, o familiar banheiro do refeitório.

     Seguimos para última cabine de cadeirante, sendo a maior e mais ao fundo. Isso me trás as memória da primeira vez que vim aqui, quando eu tinha um medo estranho de LE, quando nos beijamos pela primeira vez.

    Assim que LE tranca porta ela me aperta contra a parede, em um caso normal eu teria nojo de estar encostada em qualquer coisa ligada a um banheiro, mas naquele caso eu só me concentro em estar ali, porque qualquer pensamento para fora eu sairia fora do meu corpo.             

     Quando LE da seu sorriso malicioso já sei que ele atacara meu pescoço com seus chupões que me doem e me dão prazer ao mesmo tempo, o que eu nunca entenderei. Ela segura meus braços para que eu ao menos conteste, tento segurar meus gemidos quando LE parece me sugar toda para ela. Então finalmente ela sobre para os meus lábios e tenho o seu o prazer de saborear de sua boca, depois vamos caindo e estamos de bunda no chão.

     Encosto a cabeça na parede e LE se deita ao meu colo, minha mãos quase que automaticamente se enrolam em seus cabelos finos e acariciam sua cabeça.

-Nem parece que você saiu correndo quando me beijou – LE diz enquanto ri dessa memória.

-Claro, uma doido beijar você em um banheiro... – passo meus olhos pela tranca que abri naquele dia.

     LE se levanta me assustando e se vira para mim, então ela me da um beijo demorado e se afasta rindo.

-Foi tipo assim, surpresa! – ela fala e então sobre em cima da minha perna e ficamos cara a cara no chão.

-Naquele tempo você já gostava de mim? – pergunto meio insegura da resposta.

-Quem disse que eu gosto de você agora? – ela ri e fico magoada com a resposta. –É brincadeira boba, eu achava você uma estranha e nunca imaginei ficar com você, mas eu comecei a ter uns sonhos com você e depois queria descobrir seus segredos...

-Segredos?

-Você acha que não, mas é super misteriosa. Você namora o Kook e só de saber disso já é estranho o suficiente, para mim ele era gay.

-Gay? – eu nunca tive essa desconfiança dele.

-Ah, sei lá. Ele vive com os garotos do time, e depois já viu o jeito que ele olha o camisa 10? Jimin.

    Nunca vi Kook com seus amigos, e isso só me enche de motivos para tomar logo uma decisão.

-Eu vou falar com ele essa semana – digo determinado.

-Sobre o que? – LE pergunta brincando com a minha mão.

-O nosso namoro, LE! Eu preciso falar com ele.

-Calma ai... Não estamos namorando – ela se afasta de mim.

-Mas, ... - digo com um pouco de medo.

-Como assim? A gente nem fez planos de nada, Hani! – ela se levanta e quero tê-la de volta em meus braços.

    Levanto-me junto dela e nesse momento quero parar tudo, quero me sentar de novo e respirar profundamente.

-Ainda sim, eu tenho traído o Kook esse tempo todo, ele merece sair de jogo – meus pensamentos me levam a ser a megera e quero chorar por ser assim.

-Hani isso nem é nada comparado a outras coisas, você já ta ai toda apaixonada!

-Então eu só sou mais uma das suas putinhas mesmo, eu gostava de você LE...

    E novamente eu familiarizada com a fechadura, abro a porta sem nenhuma dificuldade e saio em direção a mesa da estufa o mais rápido antes que LE me veja. Sento-me em uma das cadeiras e então as lagrimas saem. Encosto meu rosto na mesa cheirando a terra e chuva. Eu não sei por que ouvir aquilo me afeta tanto, eu nem gostava tanto dela. Eu só...

     Droga, não eu amo esta com ela. Amo seu cheiro. Amo o seu toque. Eu amo essa garota, e já estava imaginando mil coisas.

      Não isso não pode me afetar.

      Seco minhas lagrimas e retorno minha respiração normal por alguns minutos. 1...2...3. Vamos lá Hani.

***           

     Finalmente estamos na última aula e já consigo redirecionar meus pensamentos em parte para aula, é impossível parar de pensar nas duras palavras de LE e o quanto eu me senti despedaçada.

    As aulas finalmente tem fim e saio da escola o mais rápido que posso, até bater em alguma coisa.

-Hani? – diz uma voz masculina.

     Ergo minha cabeça e encontro Kook com um olhar perdido, eu não consigo falar nada além de abraça-lo, naquele momento não existia namoro ou traição, eu queria um abraço amigo e Kook me apertava com suas mãos firmes que me esmagavam, mas que traziam um certo conforto.

-O que aconteceu? – ele pergunta tão inocente sobre as coisas que se passam comigo e isso me deixa acabada.

      As lagrimas começam a descer e molham seu enorme casaco do time, eu não quero perder esse cheiro dele e nem sua voz calma em meu ouvido, mas eu não quero ficar com sua falação interminável sobre a tal Wendy que ao menos existe.

-As coisas ficam confusas, ás vezes... – digo tentando encara-lo.

-Eu sei bem – ele seguro meu queixo e mantenho meu olhar fixo nele. -, mas eu estarei aqui, basta me procurar Hani. Eu sei que sou seu namorado, mas quero que confie em mim como um amigo de antes, coisa que você não faz.

-Eu não consigo ao menos falar Kook, eu estou em uma transição interna que eu não compreendo.

-Vem, eu levo você hoje.

    Resolvo caminhar com ele não correr o risco de esbarrar com LE e pintar um climão no ônibus com Kook, eu me sentia envergonhada e ao mesmo tempo certa e com razão, mas o que fala mais alto naquele momento é a minha vergonha de encara-la.

-O que é isso? – ela faz um tipo de cócegas em meu pescoço me pegando de surpresa e me fazendo rir por um tempo.

-Para – digo em meio a gritos de risadas.

-É sério esta roxo! – ela sorri e então ficamos sérios.

-Acho que estou com algum tipo de alergia, vamos eu preciso chegar cedo – começo a andar para que ele não repare mais em meu pescoço que ao menos sei como esta.  

     No fundo eu tinha medo que LE visse eu com ele, ela pensaria que estamos juntos novamente, não que nos separamos por algum momento, e não que eu ligasse para LE nesse momento. Ao mesmo tempo que me afastava dele, naquele momento queria grudar nele porque sabia que Kook era um tipo de protetor e eu me sentia tão frágil a ponto de querer um escudo. Na minha luta, Kook era meu protetor e LE minha espada afiada e polida.

     As ruas parecem não ter fim, e ao mesmo tempo tudo passa voando. Convido Kook para entrar e ela aceita, abro a porta e tem bolsas para todos os lados e o que eu menos esperava ver, meus pais aquela hora.

-Olá – Kook diz.

-Olá Kook! Hani,  chegou o dia. Vamos arrume suas coisas – diz minha mãe descendo com a minha maior mala que trouxe para cá. – Estamos atrasados!