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História Hotel Conect - Barreira


Escrita por: milaa_vip

Notas do Autor


Olá leitores queridos que continuam acreditando na minha pessoa, obrigado e desculpem pela demora =\
Eu espero que não tenham esperado muito tempo e que pelo menos a espera seja recompensada.

É isso, como eu disse a FIC está chegando na reta final então está tomando um ar mais sério haha
Para quem estava com saudades temos Huhan!!!

Espero que gostem! Boa leitura <3

Capítulo 30 - Barreira


Fanfic / Fanfiction Hotel Conect - Barreira

VISÃO DO LUHAN

    Eu estava tão cansado que nem o meu coração batendo em um ritmo alucinante pela proximidade que eu me encontrava de Sehun foi o suficiente para me manter acordado. Quando acordei a aeromoça anunciava que o pouso estava próximo. Sehun tinha deixado o Ipad e folheava agora uma revista qualquer, eu percebi que ele estava limitando os seus movimentos para não me acordar já que eu estava deitado em seu ombro.
- Me desculpe - eu disse encabulado - O voo deve ter sido desconfortável por minha causa. 
- Não foi - ele disse secamente encerrando ali nossa conversa.
    Nós pegamos nossas malas e descemos do avião. O local escolhido para o meu projeto era uma pequena ilha na China, que apesar de muito linda era pouco explorada pelo turismo. No aeroporto um morador da região nos esperava, ele nos cumprimentou sorridente no idioma local.
- É um prazer tê-los em nossa terra - ele disse humildemente - Eu os guiarei, nós vamos agora em direção ao porto pegar a embarcação que nos levará ao nosso destino.
- O que ele disse? - Sehun perguntou 
    Eu traduzi para ele o que o homem tinha falado pacientemente, eu sabia o quanto o dialeto era difícil para estrangeiros já que havia muitas peculiaridades nos dialetos regionais que não era aprendidas em cursos. Nós seguimos o homem até lá fora onde pegamos um táxi. No caminho o homem falava da surpresa e felicidade ao saber do nosso projeto. Ele contou a parte histórica da ilha e também algumas lendas e costumes. Eu anotava tudo o que ele falava já que ao final da viagem teria que fazer uma apresentação para os acionistas para convencê-los a investir no pacote.   
    Nós chegamos ao porto onde fomos apresentados para o comandante do barco que nos levaria até a ilha. Eu registrava tudo por meio de fotos e também grava a fala dos moradores locais. 
- É realmente um lugar lindo - Sehun disse quando nós já estávamos no barco observando o lindo cenário de montanhas e águas cristalinas, era possível até mesmo ver os peixes e os corais pela transparência da água.
- Sim - eu concordei prontamente
- Como você descobriu esse lugar?- ele perguntou curioso
- Quando eu estava no secundário eu e alguns amigos viemos nas férias de verão para essa ilha - eu expliquei - Os avós de um deles moravam aqui, eu lembro que naquela época eu já pensava que o mundo precisava conhecer esse lugar.
- Entendo - Sehun voltou a observar a paisagem
    Eu ri ao vê-lo ali com aquela roupa formal em um clima quente, seu cabelo antes rigorosamente arrumado agora voava com o vento forte. A viagem demorou 1  hora e meia até a ilha.
    Assim que chegamos na ilha nos guiaram até a casa do chefe da vila onde ficariamos hospedados já que a ilha não tinha hotéis ou pousadas. Dai a inovação, se a H.C investisse na ilha seria a primeira rede de hotéis e também pioneira em tornar aquela área comercial. 
- Aqui é o quarto de vocês - A jovem que não tinha mais que 20 anos nos disse mostrando o quarto - Nos desculpem, não temos muitos quartos a disposição.
- Tudo bem - eu já estava preparado para isso - Nós gostaríamos de explorar a ilha.
- Ah sim - ela disse gentilmente - Meu pai vai levar vocês, ele saiu para resolver um problema com um dos moradores, mas logo estará de volta. Enquanto isso vocês podem tomar um banho e descansar da viagem. Vou preparar algo para comerem.
    Assim que ela deixou o quarto eu coloquei minha pequena mala em cima da cama e comecei me ajeitar.
- Você pode tomar banho primeiro - eu disse para Sehun já que ele estava desconfortável com a roupa
    Sehun pegou uma troca de roupa e deixou o quarto, eu me perguntava se ele se daria bem com a acomodação simples daquele lugar.  Eu me sentei na cama e olhei pela janela. o ar quente e o vento fresco pela janela me deixava estranhamente calmo.  Eu peguei o meu celular e enviei uma foto para Soo dizendo que quando ele se recuperasse lhe traria ali. Eu reli a mensagem de Xiumin e apenas mandei uma mensagem curta dizendo que já havia chegado, estava bem e o clima era agradável. 
- Precisamos construir um hotel aqui - Sehun voltou algum tempo depois - Com um banheiro decente e água encanada. 
- Não gostou da experiência? - Eu me virei para encará-lo, Sehun vestia uma camiseta branca sem mangás e um shorts preto. Seus cabelos estavam molhados e desgrenhados e mesmo assim lindo.
- Eu vou tomar um banho também - eu me odiei por esses pensamentos, eu precisava seguir em frente. 
    Eu me levantei e fui até a área externa, logo entendi a razão do comentário de Sehun. O banheiro era minúsculo  o sistema do chuveiro era rudimentar e a água não era aquecida. Eu tomei o banho rapidamente e sai dali. Quando voltei para o quarto, Sehun estava deitado na cama com os olhos fechados. Eu guardei minhas roupas sujas e me sentei, Sehun não pareceu notar minha presença e logo conclui que ele adormecera. Eu me aproximei lentamente dele, me sentei na cama e me curvei para poder olhá-lo de perto. Sehun era lindo, sua pele clara e seus cabelos caindo despretensiosamente sobre sua face faziam com que aquilo parecesse uma pintura. 
    Era obvio que Sehun também estava cansado, mas mesmo assim ele ficou acordado durante a viagem toda. Eu não estava acostumado a ver esse lado humano dele, mesmo quando nós ainda nos relacionávamos ele não me permitia vê-lo. 
- Luhan? - enquanto eu ainda estava em transe com os meus pensamentos sua voz me chamou
- Você está acordado? - eu tentei me levantar constrangido
- Espere - ele segurou meu braço me fazendo sentar novamente
- Eu estava verificando se você estava dormindo - eu pigarrei - Você pode dormir mais um pouco, eu vou explorar por ai.
- Você vai continuar fugindo de mim? - Ele abriu os olhos
- Eu não estou fugindo - eu me senti acuado - Eu estou aqui, não estou?
- Você ama ele? - Sehun se sentou
- Por que você está perguntando isso agora? - eu não podia respondê-lo 
- Não me diga - ele virou o rosto - Acho que não quero saber a resposta. 
- Com licença - a moça bateu na porta - Eu preparei algo para vocês comerem e meu pai chegou.
- Estamos indo - eu me levantei
    Na sala o um senhor nos esperava, ele se apresentou e nós nos sentamos para comer.
- Eu estava na casa de um dos moradores - ele explicou - Apesar da beleza em nossa ilha, nós sofremos com alguns contratempos do destino. Nossa ilha é linda, temos tudo o que precisamos aqui, mas ainda estamos muito isolados.
- Se o nosso projeto for aprovado - eu expliquei - Muitas coisas boas serão trazidas para a vila. Mais investimentos, hospitais, e também os moradores terão outra fonte de renda. 
- Eu sei - o velho sorriu - Espero que você consiga aprovar o projeto. 
    Nós terminamos de comer e saímos para explorar. Nós agimos como turistas e exploramos todos os potenciais pontos da vila turísticos, a culinária, as trilhas pela montanha e também as praias paradisíacas. 
- Eu preciso voltar agora - O velho disse - Tudo bem?
- Na verdade, tem uma coisa que eu ainda quero ver - Eu disse para ele - Tudo bem se voltar mais tarde?
- Tudo bem - o velho sorriu - É bom saber que nossa vila tem mais coisas para oferecer. Já estamos próximos de casa, tudo bem voltarem sozinhos?
- Sim - eu concordei prontamente - Mas se Sehun quiser...
- Eu ficarei - Sehun respondeu
    O senhor se despediu e nos deixou sozinho. 
- Então - Sehun perguntou - O que faremos agora?
- Tem algo que é realmente imperdível - eu disse animado 
    Nós voltamos para a praia, subimos até as rochas que ficavam um pouco mais afastadas. 
- Por que aqui? - Sehun me seguia com dificuldade
- Você já vai descobrir - eu disse continuando o caminho
    Assim que chegamos no local nos sentamos em uma rocha e ficamos aguardando.
- A vista é linda - Sehun disse observando as ondas que quebravam nas pedras em nossa frente
- Eu acredito que esse é o maior espetáculo que essa vila oferece - Eu expliquei - O pôr do sol.
    Nós ficamos em silêncio observando o céu que aos poucos adquiria tons amarelos e alaranjados. O sol aos poucos descia em direção ao mar em um lindo espetáculo. A ilha é um dos únicos lugares onde o sol se põe totalmente dentro do mar.
- Nós deviámos fotografar isso - Sehun disse procurando sua câmera
- Sim, esse lugar é muto romântico - eu disse pensativo
- Você queria estar aqui com ele? - A pergunta de Sehun me fez virar para encará-lo
- Você está tão curioso assim para saber sobre o meu relacionamento com Xiumin? - eu provoquei
- Sim - Sehun respondeu sério e isso me deixou sem graça
- Por quê? - eu perguntei hesitante
- Eu disse para você daquela vez Luhan - Sehun continuou me encarando - Eu acho que gosto de você. 
- Gosta? - eu senti meu coração acelerar, mas eu não podia cair na sua conversa novamente - Eu sei do que você gosta Sehun e isso se chama sexo.
- Eu também gosto de sexo - ele respondeu - Aliás eu adoro, mas não é só isso Luhan.
- Eu já disse que os nossos "gostar" são diferentes Sehun - eu argumentei - Eu não posso simplesmente me deixar ser usado por você sempre que você precisar se aliviar ou inflar seu ego, você não entende quanto sofrimento isso me causou?
- Você está feliz agora? - ele perguntou
- Por que está me perguntando isso? - eu desviei o meu olhar - Vamos apenas manter o foco no trabalho Sehun.
- Isso é engraçado - Sehun deu um sorriso forçado - Eu sempre impliquei com Jongin e Chanyeol por estarem tão profundamente envolvidos e agora...
- A relação deles é diferente da nossa - eu os defendi - Eles realmente se amam, um amor mútuo.
- Você continua subestimando os meus sentimentos - Sehun disse voltando a encarar as ondas e o sol que já estava quase todo mergulhando no mar - Mas isso não faz diferença agora.
    Houve um silêncio entre nós, apenas o som da água se chocando contra as pedras e os passarinhos que buscavam um ponto de pouso ecoavam ao fundo. Eu olhei Sehun que continuava encarando o horizonte, eu me sentia estranho. Eu queria acreditar que os seus sentimentos por mim eram reais, mas como eu poderia fazer isso depois de todas as decepções, de todas as dores que ele me causou, como eu poderia simplesmente voltar a confiar nele?
- Eu não estou feliz - eu suspirei - Eu pensei que estaria, mas eu não estou.
- O quê? - ele me olhou confuso
- Xiumin me ama - eu senti meus olhos encherem de lágrimas - Eu sei que ele me ama, mas mesmo assim... 
- Luhan - Sehun me encarou surpreso
- Eu quero com todas as minhas forças retribuir esse sentimento, eu quero ser feliz Sehun - eu limpei a lágrima que escorria - Eu quero me sentir amado, mas eu não acha que consiga isso com você. Então pro favor, não diga mais essas coisas para me confundir, não me faça acreditar que é possível você me amar. 
    Eu me levantei rapidamente e comecei a andar, eu me sentia um idiota por novamente chorar na frente dele. Eu não fui capaz de andar por muito tempo já que senti a mão de Sehun segurar o meu braço me obrigando a interromper meus passos. 
- Me deixe Sehun - eu protestei - Eu quero ficar sozinho.
- Luhan - ele segurou firme em meus braços me obrigando a encará-lo - Por favor, me escuta.
- Eu não quero te escutar Sehun - eu gritei - Por que eu sinto que mesmo que você diga essas palavras que me fazem flutar, as próximas palavras a saírem da sua boca me levarão novamente ao inferno.
- Eu não estou mentindo Luhan - Sehun levou suas mãos até o meu rosto segurando-o firme e me obrigando a encará-lo - Eu sinto muito por tudo o que eu te fiz, eu sei que fui um idiota. Eu não sabia o dano que estava te fazendo... na verdade isso não me importava. Eu sempre fui esse egoísta desprezível e é por isso que mesmo depois de ter percebido os meus sentimentos eu não fui capaz de ir até você.
- Eu não posso - eu tentava resistir 
- Eu não sei se posso definir o meu sentimento por você assim - ele continuou - Porque eu nunca senti isso antes por ninguém Luhan. Mas eu acho que eu estou apaixonado por você.
    Eu paralisei, foi como se o chão tivesse sumido dos meus pés e eu caísse em nuvens. Eu finalmente olhei Sehun apropriadamente, seu olhar era firme e profundo, seus cabelos iluminados pelo sol que insistia em exibir seus últimos raios solares fizeram com que eu simplesmente me entregasse. Eu tomei a iniciativa e rompi a distância que havia entre nossos lábios, tomando-o em um beijo urgente. Eu amava Sehun e mesmo que eu soubesse o quanto isso era errado, ainda que ele não dissesse que me amava eu continuaria o amando. Quando o beijo se encerrou eu apoiei minha cabeça em seu peito tentando assimilar toda aquela situação. 
- Perdemos o pôr do sol - Eu encarei o céu 
- Podemos voltar aqui amanhã - Sehun sorriu
    Nós olhamos o céu por mais um tempo até que decidimos voltar já que estava escurecendo. Nós seguramos as mãos para facilitar a descida nas rochas, mas não as separamos mesmo quando alcançamos a praia. 
- O passeio foi agradável? - a moça que nos recebeu mais cedo perguntou assim que chegamos
- Sim - eu disse sem graça
    Nós comemos o jantar junto com a menina e seu pai e conversamos um pouco sobre a vila. Nós descobrimos que apenas os dois moravam ali já que sua mãe havia falecido há alguns anos devido a uma pneumonia que foi agravada pela falta de tratamento correto já que a vila não tinha um hospital. Eu queria muito que desse certo o projeto para que aquela área recebesse mais  atenção e investimentos.
- Está tarde - o homem disse encerrando a conversa - Aqui o sol nasce bem cedo, se quiserem explorar a ilha é bom que durmam agora.
- Ok - eu já estava bem cansado por causa da viagem
    Eu e Sehun fomos até o quarto, eu me sentei na cama e peguei o meu celular. O sinal na ilha era horrível então comecei a andar pelo quarto.
- Ei Luhan - Sehun se aproximou de mim e me abraçou - Que tal aproveitarmos que estamos isolados do mundo e por alguns "assuntos" em dia?
- Eu quero falar com o Soo - eu justifiquei - Quero saber se ele está bem.
- É com ele mesmo que você quer falar? - Ele perguntou
- Sehun - eu me virei para encará-lo - Sobre Xiumin...
- Eu não quero falar sobre ele - ele puxou ainda mais o meu corpo fazendo com que todo o espaço entre eles acabasse. Sehun aproximou os seus lábios dos meus iniciando um beijo que aos poucos foi ficando mais intenso. 
- Espere Sehun - eu o afastei quando as coisas começaram a ficar intensa demais - Não podemos.
- Por quê? - ele perguntou confuso - Eu pensei que havíamos nos acertado.
- Não é isso - eu expliquei - Eu preciso terminar as coisas apropriadamente com Xiumin, não é certo fazer isso com ele.
- Aish - ele resmungou - Sempre esse guaxinim.
- Seja compreensivo - eu ri da reação dele - Você disse que gostava de mim, que não era só sexo.
- Eu disse - ele sorriu - Mas o sexo faz parte do pacote, não é?
- Talvez - eu sorri - Mas isso vai ter que esperar até que tudo seja resolvido.
- Se você se sente melhor assim - Sehun se afastou e foi em direção  sua cama
    Eu fiz a mesma coisa organizando minhas coisas e me preparando para me deitar. 
- Ei Luhan - Ele me chamou quando já estava deitado - Dormir juntos está liberado?
- Dormir? - eu o encarei desconfiado
- Prometo que não vou ultrapassar a linha - ele deu uma piscada 
    Eu apenas terminei de ajeitar minhas coisas e deitei ao seu lado na cama. Sehun estendeu o braço para que eu pudesse utilizar como travesseiro. Ele envolveu minha cintura aproximando o meu corpo  ainda mais do dele. Apesar do clima quente eu não me senti incomodado com a proximidade. 
- Acho que nós nunca ficamos assim - eu disse pensativo
- Será? - ele não deu tanta importância
- Normalmente depois do sexo você apenas virava para o lado ou me mandava embora - Eu não tinha a intenção de provocá-lo, quando dei por mim já havia falado.
- Eu era um idiota - ele segurou minha mão - Você ainda está chateado comigo?
- Eu desisti de qualquer sentimentos por você há algum tempo atrás - eu me virei para encará-lo - Eu tentei pelo menos.
- Me desculpe - ele deu um selinho na minha testa - Embora eu não posso prometer que mudarei.
- Tudo bem - eu fechei os meus olhos - Eu acho que posso lidar com isso. 
    Eu adormeci logo depois, estar com Sehun era tudo o que eu havia sonhado desde que comecei a trabalhar na H.C e agora finalmente nós estávamos juntos, não só fisicamente, mas nossos corações estavam conectados. 
    Quando o dia amanheceu eu despertei com os primeiros raios de sol invadindo a janela, eu olhei para o celular e ainda era 5h30 da manhã.  Eu levantei com cuidado para não acordar Sehun que dormia profundamente, eu peguei o meu bloco de anotações e comecei a escrever.


    "A ilha XXXX é um lugar paradisíaco  com uma vista linda, suas águas cristalinas e a paisagem exuberante torna o local único no mundo. Entre as belezas reservadas recomendamos o passeio de Jipe pelas dunas, a rica gastronomia, as praias encantadoras e ainda para os aventueiros é possível fazer trilhas, rapel, mergulho e outros esportes radicais."


    Eu olhei para Sehun que dormia profundamente e sorri, eu queria poder ver isso todas as manhãs. Eu voltei novamente minha atenção para o bloco de papéis e continuei escrevendo.


  " Mas o maior espetáculo está reservado para os amantes, o pôr do sol visto da praia é a mais linda poesia, capaz de despertar os mais intensos sentimentos aos apaixonadas fazendo-as desnudar a alma e revelar seus sentimentos mais profundos."


    Eu deixei a caneta sobre a página e fechei o bloco de notas deixando-o na estante que tinha ao lado da cama. Eu levantei e fui até a cama me sentando ao lado de Sehun, eu acariciei os seus cabelos gentilmente e dei um beijo em sua bochecha. 
- Good morning! - eu disse para Sehun que despertava
- Ser acordado assim é muito bom - ele sorriu sem abrir os olhos
    Eu também sorri de alguma forma tudo aquilo parecia surreal, esse lado de Sehun era algo que eu sempre desejei ver, mas comecei a questionar se realmente existia. Eu sabia que as coisas não seriam fáceis, quando voltasse para Seul teria que lidar com Xiumin. Ainda antes da declaração de Sehun eu já sabia que não poderia continuar com ele, o sofrimento que nosso relacionamento estava causando para ele me perturbava. Eu amava Xiumin, ele era um importante amigo e por isso não poderia continuar usando-o por mais tempo.


        ________________________________________________________


- Eu vou para a empresa - Jongin disse para KyungSoo- Você tem certeza que está tudo bem?
- É claro que está- o menor sorriu - Eu vou ficar bem, tenho a Noona para cuidar de mim
- Vocês ficaram amigos bem rápidos - Jongin sorriu
- Você está com ciúmes? - Soo brincou
- Ciúmes? - Jongin sorriu e aproximou-se de mim selando nossos lábios na frente da enfermeira - Não se esforce demais quando estiver fora e me ligue se algo acontecer.
- Ok -chefe  Soo levou as mãos em posição de sentido 
- Eu volto logo - Jongin não parecia tão confiante quanto KyungSoo
    Antes de sair do quarto ele chamou a enfermeira que o acompanhou.
- Qualquer coisa que acontecer me ligue - ele disse para ela
- Não se preocupe - ela sorriu com sua preocupação
- KyungSoo - ele suspirou - Ele não gosta de depender de ninguém, por isso mesmo que ele diga que está tudo bem mantenha os seus olhos sobre ele.
- Não se preocupe - ela o acalmou
    Jongin apenas saiu vencido, mesmo que ele odiasse isso KyungSoo estava certo. Ele devia voltar as suas obrigações, ele não podia depender de Chanyeol para sempre.


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 - Você veio - Chanyeol se surpreendeu ao encontrar Jongin no escritório
- KyungSoo praticamente me obrigou - o outro suspirou
- Quem diria que o imponente Kai iria largar a empresa por tanto tempo - Chanyeol brincou 
- Eu não larguei a empresa - Jongin se defendeu - Ela estava em boas mãos. 
- Eu fiz o que eu pude - Chanyeol resmungou - Não sei como você consegue lidar com todos esses assuntos e ainda ter tempo para viver. 
- E ainda tenho você pegando no meu pé - ele provocou 
- Talvez se eu não pegasse tanto no seu pé você não desse conta - ele devolveu- Talvez isso que tenha faltado...
    Chanyeol passou um relatório sobre os acontecimentos dos últimos dias para Jongin que ouviu tudo com atenção, ele passou as intruções seguintes para Chanyeol que anotou tudo antes de sair da sala. Quando Chanyeol deixou a sala, Jongin terminou de analisar alguns papéis e conferiu a hora. Não se passava muito tempo que ele havia deixado KyungSoo. 
- Olá - ele ligou para a enfermeira que cuidava de Soo - Tudo bem por ai?
- Sim - ela respondeu - Ele está lendo e ouvindo música agora. 
- Isso é bom - Jongin sentiu-se aliviado - Me ligue se algo mudar.
- Tudo bem - a enfermeira respondeu
    Jongin desligou o telefone e apoiou sua cabeça no encosto da cadeira, ele sabia que se ligasse para KyungSoo acabaria sendo repreendido já que não havia passado muito tempo que havia saído de casa.


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~ ALGUNS DIAS DEPOIS - VISÃO DE KYUNGSOO ~


    Jongin havia voltado a sua rotina na empresa, apesar de hora em hora ele ligar para Sana para verificar minha situação. Eu ainda não podia fazer muito esforços apesar de estar me recuperando bem, eu levantava ocasionalmente e andava pelo apartamento seguindo a recomendação do médico. Já que ficava sozinho acabei me aproximando da enfermeira, seu nome era Sana, ela era natural do Japão, mas realizou seus estudos aqui na Coréia. 
    - O médico vai passar aqui mais tarde - eu e ela almoçávamos juntos fazendo companhia um para o outro - Embora não seja possível ter 100% de certeza sem um exame, acredito que em breve você estará totalmente recuperado.
- Eu não vejo a hora de poder sair dessa cama - eu suspirei 
- Deve ser bom ser mimado assim - Ela sorriu - Eu também queria um namorado que fizesse tudo por mim.
- Eu não... - eu corei - Quer dizer, Jongin é atencioso assim com todo mundo.
- É mesmo? - ela sorriu - Vocês dois formam um casal tão lindo.
- Esse livro - eu desviei o assunto - É muito bom, você devia ler.
- Claro - ela se levantou - Eu vou lavar esses pratos.
    Ela saiu do quarto me deixando sozinho, eu peguei o livro na cabeceira e voltei a ler. Era estranho para mim ser visto como um casal já que eu nunca tinha vivenciado essa experiência. Passou alguns minutos quando Sana voltou.
- Soo - ela parecia constrangida - Tem uma pessoa querendo te ver.
- Quem? - antes que ela pudesse responder a mulher entrou no quarto
- Boa tarde - Ainda que eu não conhecesse pessoalmente eu sabia muito bem quem era aquela mulher elegante e distinta - Eu sou a senhora Kim, mãe de Jongin.
- Ah sim - eu me ajeitei na cama - Está tudo bem Sana.
    Sana me olhou preocupada, mas nos deixou sozinhos. 
- Como você está? - eu não sabia o que dizer - Eu sou...
- Eu sei quem você é D.O KyungSoo - a mulher me interrompeu - E você já deve imaginar o que me traz aqui. 
- A senhora quer se sentar?- eu ameacei levantar, mas fui impedido por uma fisgada no estômago devido ao movimento abrupto
- Não se incomode - a mulher disse friamente - O assunto que me trouxe aqui não vai demorar. 
             Eu já podia imaginar do que se tratava então apenas permaneci em silêncio
- Você parece ser uma pessoa sensata - ela disse amargamente - Então por favor, deixe o meu filho em paz.
- Me desculpe, mas eu amo Jongin - eu tentei me manter firme - E ele me ama.
- Amor? - ela sorriu - O que seu amor pode fazer por ele quando tudo estiver desmoronando? Você nem mesmo é capaz de se manter saudável sem ele...
- Isso não é verdade - minha respiração começava a ficar irregular
- D.O KyungSoo - ela se aproximou - Eu te investiguei, seu pai é um pescador e sua mãe está morta. Sua família não vive uma boa situação, eu posso mudar isso. Eu posso garantir que nada lhes falte até o final de suas vidas
- Eu não preciso de nada disso - Eu sentia como se minha garganta tivesse sido bloqueada - Eu amo Jongin.
- Você o ama? - ela deu um sorriso forçado- Você realmente entende o que sua relação significa? Quando o seu futuro for arruinado e não restar nada.Você poderá dizer o mesmo?
- Sim - eu disse ofegante
- E ele? - ela me encarou com ódio - Você pode garantir que ele dirá o mesmo? 
- Sim - apesar da minha convicção, meu corpo começava a dar sinais de falha.
- Eu não tenho nada contra você - a mulher insistiu - Eu não te culpo. Mas você precisa entender que você e Jongin estão em mundos diferentes. Talvez essa relação anormal não importe muito para você que não tem nada a perder, mas Jongin tem muita coisa... carreira prestígio. Se descobrem essa relação de vocês sua imagem será gravemente afetada, pode acabar com a empresa que ele deu tão duro para construir. É isso que você quer?
- Não - é claro que não era isso o que eu queria
- Não se ofenda - a mulher insistiu - Danbi não era qualificada para ficar ao lado de Jongin e você também não é, ele precisa de uma mulher de elite. Com o casamento certo Jongin pode se tornar o homem mais poderoso da Ásia. 
- Jongin não precisa disso - eu o defendi - Não é certo você usá-lo assim.
- Eu sou sua mãe - ela conhecia meu ponto fraco - E como mãe eu só quero o melhor para o meu filho. Talvez você não possa entender porque sua mãe já se foi, mas se ela estivesse viva com certeza me entenderia. 
- Por favor, não fale de minha mãe como se a conhecesse - eu não conseguia respirar

- No final todas as mães só querem o melhor para seus filhos - ela continuou - Sua mãe ficaria feliz em vê-lo agora?

- Eu preciso ficar sozinho - eu não estava me sentindo bem
- Eu imploro - ela insistiu - Deixe o meu Jongin em paz.
- Me desculpe senhora - Sana entrou rapidamente no quarto - Vou ter que pedir que você saia agora.
- Por favor - ela insistiu - É o pedido de uma mãe para o bem do seu filho, por sua mãe atenda o meu pedido.
- Senhora - a enfermeira insistiu    
    Ela retirou a mãe de Jongin do quarto e voltou logo em seguida para me ver. Minha respiração estava difícil, ela colocou uma máscara de oxigênio em  mim me ajudando a voltar a respirar.
- Se acalme - Sana pediu - O seu pulmão não está todo recuperado, você precisa respirar com cuidado
    Levou alguns segundos até que eu conseguisse voltar a respirar normalmente, assim que consegui eu retirei a máscara de oxigênio.
- Não se preocupe com isso - Sana tentou me confortar - Você sabe muito bem que essas pessoas da alta sociedade não conseguem entender os sentimentos dos outros.
- Eu sei - eu sentia vontade de chorar - É só que...
- Ei - Ela se aproximou ainda mais de mim e apoiou minha cabeça em seu ombro. Eu chorei por um longo tempo até que finalmente consegui me acalmar. 
- Eu estou bem agora - eu disse encerrando o choro - É só que me veio um pensamento. Eu não tenho ninguém para lutar por mim.
- Como assim? - Sana me olhou confusa
- Não é nada - eu me arrependi das minhas palavras - Posso te pedir um favor?
- O quê? - ela perguntou desconfiada
- Não conte sobre isso para Jongin - eu pedi
- Ele precisa saber - Sana disse inconformada - Essa mulher quase te matou.
- Não exagere - eu sorri - E essa mulher é a mãe dele, a relação dos dois já não é boa, se ele souber que ela veio aqui...
- Com uma mãe assim - ela retrucou - Estranho seria se eles se dessem bem. 
- Por favor - eu insisti - Não diga nada para ele. Ok?
- Ok - ela concordou - Eu não direi nada se você me prometer esquecer sobre isso.
- Ok - eu disse sem convicção 
    Eu e Sana encerramos a conversa ali já que seu telefone tocou e pela sua expressão eu sabia que era Jongin fazendo sua investigação diária. Ela conversou com ele e não falou sobre o acontecido. 
    Eu me levantei com dificuldade e fui até o banheiro, eu olhei meu rosto que estava péssimo. Eu joguei água gelada sobre ele e fiquei um tempo olhando para o nada. Eu amava Jongin e sabia que ele me amava, eu sabia que não devia me abalar pelas palavras de sua mãe. Mas eu não conseguia deixar de pensar sobre isso, eu não tirava a razão dela, era o jeito que ela achou de "proteger" o que era importante para ela. Mas o que me perturbava era o fato de que ela tinha razão sobre mim, eu não tinha poder nenhum para proteger Jongin. Eu não passava de um simples assistente que poderia ser substituído a qualquer momento e ninguém notaria minha ausência, eu não era ninguém. Como eu poderia proteger Jongin quando a bomba estourasse? Eu não podia apenas ficar me escondendo para sempre atrás dele enquanto ele agia como um escudo. Eu queria ser um escudo para ele também, eu não podia depender dele para sempre. Eu não era esse tipo de pessoa. 
- Como você se tornou tão patético KyungSoo? - eu dei um sorriso forçado para mim mesmo no espelho

 


Notas Finais


É isso gente, prometo não demorar com o próximo cap.
Sobre o lugar explorado por Luhan eu me inspirei em um dos lugares mais lindos que eu conheci que fica aqui no Brasil. O nome é Jericoacoara se se interessarem procurem na internet... é simplesmente perfeita <3

É isso se sentirem vontade comentem \o
Até a próxima!


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