História House of Cards - A Alma de uma Borboleta (TEMPORADA 2) - I Know Your Secret

(S/N)

Era realmente muito bom estar morando com Hoseok e Jimin, ambos me apoiaram e consolaram nas horas mais precisas. Os ataques de pânico não aconteceram esses dias e isso é muito bom, era como se eles fossem meus remédios.

Essa manhã fui a primeira a acordar, me levantei e fui até a cozinha para preparar um café para os meninos ao acordar, deixei o café fazendo enquanto fui ao banheiro para escovar meus dentes. O meu estresse começou logo vendo que não achava minha escova.

-Ai que droga...cadê? – Fiquei procurando pelas gavetas e até dentro do box.

Voltei à pia e olhei o espelho, talvez esteja dentro já que é aonde Hoseok guarda todo o medicamento e tals. Abri com a esperança de achar minha escovinha, mas... foi mais que aquilo. Havia um frasco de comprimentos e estava no final, mas havia mais três cheios, eu não sabia o que era aquilo. Peguei um deles e li.

-Pílulas anti-depressivas...?! – Engoli seco assustada. - Quem está tomando isso...?!

Eu entrei em choque! Aquilo podia matar! A quantidade de pílula ausente naquele frasco me preocupava, mesmo nem sabendo a quanto tempo um deles toma... e se for os dois? O que eu faço?! Bem, geralmente quem compra, tem o nome escrito no frasco, mas estou com muito medo de olhar. Muito mesmo. Lentamente virava o frasco até encontrar o nome do usuário e ao achar, eu desabei no choro.

-Ah não! Hoseok...! – Eu tentava segurar o choro para não acordar, mas aquilo quebrou meu coração. – O que eu faço...?!

-S/N? – Escutei a voz do mesmo no corredor.

Larguei o frasco na pia e fui até o corredor um tanto irritada e preocupado ao mesmo tempo, me deparei com ele que me olhou assustado.

-S/N! Eu jurava ter a ouvido chorar! O que houve?

-Porque não me contou?!

-O que...? – Fechava o cenho estranhando.

-PORQUE NÃO ME DISSE DESSAS MALDITAS PÍLULAS!

-S/N...! – Ele foi até mim e segurou minhas mãos. – Por favor, se acalme! Eu tive medo, ok?!

-Do que...?! De eu me preocupar?! Quer que eu não me importe com você, Hoseok?! – Larguei minhas mãos chorando mais. – Eu com certeza estou com mais medo do que você! Perder você para overdose?!

-S/N! Eu não vou ter overdose!

-Quantas toma por dia?

-Quantas...? – Ele engolia seco e aquilo me fez surpresa.

-Cinco? Dez?!

-Seis ou...ou mais. – Ele ficava cabisbaixo e realmente entrei em desespero.

Não disse nada, apenas andei de volta ao banheiro pegando o frasco e abrindo, jogando todas as pílulas no ralo, fiz isso com todos os frascos até Hoseok gritar meu nome e me agarrar por trás me impedindo daquilo.

-ME SOLTA! HOSEOK! – Comecei a gritar e a chorar.

Ele não me largava, tirava o frasco da minha mão jogando longe, virava meu corpo com o dele me abraçando fortemente, eu apenas tentava resistir, mas ele insistia em continuar me abraçando. Não tive escolha, então apenas caí no choro em seu peito aonde podia escutar seu coração acelerado e aquilo me fazia chorar mais...pensar que um dia esse coração pare de bater, como do Jin, era horrível.

Hoseok começava a cantar a mesma música da borboleta, eu não queria me acalmar mas era impossível com ele cantando essa música.

-Seu mentiroso...! – Eu falava agarrando sua roupa. – Você me fazia pensar que estava bem...! Porque?

-Me perdoa... eu nunca mais vou fazer isso. – Ele dizia angustiado e me apertando mais ainda.

-Não tome mais isso, por favor...! Eu te imploro! – Ele não me respondeu, olhei para ele com uma feição sofrida e desesperada pela confirmação. – Hoseok...! Por favor!

-S/N....! Eu não consigo! Eu preciso dessas pílulas. – Engolia seco desviando o olhar. – Desculpe-me.

Na hora eu me soltei dele inconformada indo para o corredor querendo me trancar no quarto e chorar horrores! Mas é claro que ele veio atrás de mim.

-S/N não faça isso comigo! Por favor! Me perdoe! – Ele logo segurava meu pulso e me virei na hora, em seguida, me ajoelhando no chão.

-Por favor! Eu lhe imploro de joelhos, Hoseok! – Eu chorava o olhando e segurando uma de suas mãos. – Não faça isso...!

-S/N.... – Ele me olhava surpreso e logo uma lágrima escorria em seu rosto. – Eu...Tudo bem, eu paro.

Eu não senti alívio, apenas comecei a chorar mais soltando sua mão, ele não tinha falado com tanta sinceridade como eu queria, eu sei que ele não ia parar, de algum jeito, ele ia tomar mais e mais, até sofrer parada cardíaca com tantas pílulas.

Enquanto eu chorava no chão, Hoseok se agachava em minha frente levando sua mão ao meu queixo e levantando minha cabeça para olha-lo.

-Me perdoa...? – Sua voz era fraca e trêmula.

-Eu não sei... – Suspirei. – Não sei se você vai parar de verdade. Se me provar que...está falando a verdade...eu te perdoo.

-O que está havendo?! – Jimin saia do quarto desesperado. – Que gritaria é essa com esse papo de pílulas?!

-Jimin... – Hoseok se levantou o olhando. – Nã-não é nada! Ela só teve outro ataque.

-Não! Eu não tive! Não ainda! – Me levantei irritada e fui até ele apontando o dedo na sua cara. – Você trate de contar a verdade a todos ou eu vou embora!

-Embora?! Está louca, S/N?! Pra onde iria?!

-Não te interessa! Porque não sou eu que vai querer sofrer novamente por mais uma perda!

(HOSEOK)

Ela não era louca ao nível de abandonar tudo o que eu ofereci para ela, casa, comida, cama...! Ela não iria me abandonar com o Jimin e eu não vou deixar! Aonde quer que ela vá, eu vou encontra-la e traze-la de volta.

As pílulas... As minhas arqui inimigas a quem eu sou servo delas. É um vício psicológico, a cada pílula que passa pela minha goela penso que devo tomar mais para acabar logo com esse sentimento depressivo. Eu estava desesperado por isso e sim...eu sei o meu risco de morte e S/N tem motivos para ficar irritada. Mas ela não vai sair dessa casa enquanto ela não estiver bem!

Depois que ela voltou ao quarto, olhei de volta para Jimin que estava confuso.

-Pílulas? Hoseok você por acaso está tomando pílulas anti-depressivas?

-Estou... – Suspirei desviando o olhar de vergonha por ter escondido aquilo por meses. – Me desculpa, ok?! Eu estava com medo do que iriam pensar de mim, como agora!

-Pensar o que, Hoseok? – Ele ia até mim com uma face de inconformado.

-Que eu era um cara depressivo que iria desistir da vida facilmente cometendo algum suicídio!

-Mas é exatamente que está fazendo, não percebe? – Seus olhos começaram a se encher de água. – Aliás, está se matando aos poucos em silêncio! Imagina uma manhã te encontrar caído no chão do banheiro com um frasco das porcarias da pílulas na sua mão?! Imagina o que S/N vai passar se ver isso! Ela já era, cara! Entenda que você tem que viver não apenas por você, mas por ela! S/N precisa de você, Hoseok... e agora, não sei o que vai ter que fazer para provar o quão sincero estava ao dizer que iria parar, pois nem eu acredito.

Eu apenas fiquei paralisado com o comentário sincero de Jimin, eu realmente não esperava algo assim dele. Estou em choque comigo mesmo e do que estou tentando fazer em ao menos saber. Voltei ao banheiro e peguei o resto das pílulas nos frascos jogando tudo no ralo em desespero.

-Ela precisa de mim! Eu não sou depressivo! EU NÃO SOU! MALDITAS! SUMAM DA MINHA VIDA! – Eu continuava a jogar todas no ralo, eu estava ficando fora de controle!

Fiquei com tanta raiva! Mas tanto ódio de mim que perdi o controle ao olhar meu reflexo no espelho. Acabei dando um soco no vidro cortando toda minha mão, mas não reagi tanto.

-Hoseok...! – Jimin se assustava.

Eu apenas recuei a mão que pingava sangue, olhei para ela e depois ao espelho quebrado. Era como se eu tivesse quebrado aquela imagem minha, talvez eu comece a melhorar de verdade e não fingir estar bem. É disso que S/N precisa de mim, apenas que eu esteja bem.

(SUGA)

Chamei Jungkook para dar uma volta comigo na cidade, enquanto o esperava no local marcado, me segurava para não tentar ir em algum bar... Eu sentia a necessidade de beber. Não beber era como se todas as mágoas voltavam a me assombrar, eu não tinha com o que afogar elas. Eu estava nervoso, queria álcool e Jungkook estava demorando.

-Que droga...Jungkook! – Olhava o horário no celular. – Está frio!

E finalmente ele aparecia virando a esquina do outro lado da rua, logo me avistava e atravessava a rua correndo, ele sorria colocando as mãos no bolso da jaqueta.

-Hey! Que surpresa me convidar para dar uma volta! – Riu abafado e sorri de canto.

-Eu estou sentindo estar me afastando de você desde a partida de Jin, então...resolvi não arriscar em colocar nossa amizade em risco.

-Ah claro. Então...por acaso... – Suspirou desviando o olhar. – Você bebeu hoje?

-Não. – Sorri orgulhoso, mas estava sofrendo com essa falta. – Eu juro que não bebi nada.

-Ah que ótimo! – Ele sorria mais. – Então, vamos?

Sorri e logo começamos a caminhar, ficamos em silêncio por um momento, o olhei de canto e o mesmo suspirava olhando para cima.

-O que tem feito, Jungkook?

-Ah... O de sempre. – Deu de ombros e me olhou. - Ficando em casa e fazendo os deveres de casa atrasados do colégio.

-Sorte que vai se formar daqui a dois meses. – Ri abafado e ele também.

-Vou me sentir mais aliviado! Mas não quero fazer faculdade, não tenho uma profissão.

-Talvez você faça arquitetura? É ótimo com desenhos.

-Jimin é melhor. – Riu e suspirou novamente. – E você, hyung?

-Você sabe.... Ttirando hoje né. – Me fiz cabisbaixo. – Bebi e fiquei em casa pensando nela. Eu me sinto muito arrependido, Jungkook. Eu não devia ter beijado ela, me sinto estranho.

-Estranho como?

-Parece que...ela me vê como um cara perverso. – Encolhi meus ombros inconformado. – Como eu pude ter feito uma ação daquelas? Eu não parecia estar consciente.

-Ei, isso já é passado. – Ele levou a mão em meu ombro. – Ela já deve ter esquecido disto.

-Ando preocupado com ela, demais.

-Todos estamos. Ela vai ficar bem, hyung. Ela está agora com Hoseok e Jimin.

-Eu sei, mas... sinto que algo não vai bem.

-Como assim? – Seu tom de voz afinou, ele estranhou.

-Não sei! Eu não sei! – Eu ria ainda inconformado. – Não sou vidente, mas... algo não vai bem.

-Achei que era só eu que sentia isso. – Logo o olhei surpreso.

-Jungkook...

-É sério! Eu sinto que devíamos estar todos juntos fazendo algo, sabe? – Ele olhou para frente falando mais sério. – Não nos divertimos mais.

-Eu nem sei mais como é se divertir como antigamente.

-Nem eu... podemos reunir a todos e pedir sugestões.

-Taehyung tem ótimas ideias.

-Seguiremos elas então.

Nos entre olhamos e ele sorriu, retribui e desviei o olhar para o chão logo olhando para frente novamente. Nos divertir novamente, isso ser algo nostálgico... talvez isso faça que esquecemos ele.

Desculpa Jin, mas...você ainda faz a gente sofrer.