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História House of Cards - You will be the end of me.


Escrita por: tarika

Notas do Autor


OI MEUS BEBÊS!
NOSSA, OLHA ESSES FAVORITOS, OLHA ESSAS VISUALIZAÇÕES, ME BEIJEM!
Então, demorei, não é? Não vou ocupar o tempo de vocês aqui, eu explico lá em baixo ;)

Boa leitura, meus amores! (PS.: Não me matem, me amem!)

Capítulo 12 - You will be the end of me.


Fanfic / Fanfiction House of Cards - You will be the end of me.

Estávamos na cozinha, eu sentado à mesa e Jimin andando de um lado para o outro, prestes a criar um buraco na cerâmica.

- Você está me deixando tonto. – comentei.

- Desculpe. – sussurrou e sentou-se na cadeira ao meu lado – Acha que ela estava falando sério?

- Não sei...

Ele suspirou alto e deitou os braços sobre a mesa, enfiando o rosto entre eles. Levei minhas mãos até sua nuca, subindo até seus cabelos e fazendo um carinho ali.

- Você mesmo disse que ela estava assustada, talvez seja isso. – desci meus dedos por suas costas, acariciando, tentando confortá-lo de alguma forma.

Jimin murmurou algo que eu não consegui ouvir por conta de seu rosto ainda estar enfiando entre seus braços. Pedi para que repetisse, ele levantou o rosto e me fitou por um segundo ou dois, em seguida molhou os lábios com a língua e coçou a nuca.

- E se por acaso ela estivesse certa...?

- Certa em quê? Não vejo nada de certo. – soltei um muxoxo adornado de deboche.

- Não estou dizendo que ela está completamente certa, talvez só um pouco, sei lá.

- Está dizendo que concorda com ela?

- Não, é só que... Eu não sei, Taehyung. – levantou-se e passou as mãos pelo rosto, voltando a andar em círculos pelo cômodo.

- Você não está falando sério, não é? – esperei por uma resposta que não veio – Você não está realmente pensando em ir, certo?

- Eu já disse que não sei! – elevou o tom de voz.

- Só pode ser brincadeira. – levantei-me, cruzando os braços e ficando frente a ele – Diz pra mim em que ponto ela está certa, na parte em que eu sou uma péssima influencia ou na que você pode ter qualquer uma que quiser? Nas duas?

- Eu nunca disse isso, para de colocar palavras na minha boca. – defendeu-se.

- Não, você tem toda a razão, não sei como não pensei nisso antes...

- Sem drama, Taehyung, eu já tenho problemas suficientes.

- Ah claro, me desculpe. – soltei uma risada cheia de ironia.

- Queria ver se fosse sua mãe, o que você...

- Também queria. – o interrompi, fazendo-o perceber o que havia acabado de dizer.

Ele arregalou um pouco os olhos, aproximando-se de mim com as mãos frente ao corpo, os lábios entreabertos, murmurando um falho pedido de desculpas.

- Não, você está certo. Talvez eu fizesse o mesmo se fosse a minha mãe.

- Mas...

- Tanto faz, Jimin. – virei-me, saindo da cozinha e indo em direção às escadas – Vai para casa.

- Olha, eu não disse que vou fazer o que ela quer, eu só...

- Faz o que você quiser. – interrompi, agarrando-me no corrimão e subindo os degraus pouco a pouco.

Pude ouvir meu melhor amigo respirar fundo e por alguns segundo cheguei a pensar que ele fosse me ajudar a chegar ao andar de cima, mas descartei a ideia quando ouvi a porta se fechar em um estrondo.

Com muito custo cheguei ao topo da escadaria. Meu pai colocou a cabeça para fora de seu quarto, olhando-me com uma expressão curiosa, sorri de lado e neguei com a cabeça, querendo transmitir-lhe que não havia nada de errado. Ele sorriu-me de volta, um tanto desconfiado e voltou para dentro do cômodo.

Adentrei meu quarto e arrastei-me até a cama, jogando-me nela. Através da porta entreaberta, eu podia ter o vislumbre do antigo retrato de casamento dos meus pais, mãos entrelaçadas e sorrisos nos rostos.

Era óbvio que o fato de Jimin ter mencionado minha mãe cutucava-me a ferida, mas aquele machucado era velho, a ardência sempre estivera ali, quase fazendo com que eu me acostumasse a tê-la sempre presente. Entretanto, vê-lo considerar a ideia de ir para longe era um ferimento novo.

E eu não queria ter de lidar com essa nova ardência como lidava com a de minha mãe.

~♠~

- Ei, cadê teu namoradinho? – perguntou Hoseok enquanto aproximava-se da mesa onde eu estava sentado.

Nas mãos ele trazia um saco de batatas fritas e duas latas de suco de uva. Sentou-se à minha frente e empurrou umas das bebidas em minha direção, agradeci com um menear de cabeça, mas nem sequer me dei ao trabalho de romper o lacre. Ofereceu-me as batatas insistentemente até que eu tomasse uma delas em mãos, brincando com ela dentro do potinho de molho picante.

- Onde é que você disse que o Jimin estava mesmo? – voltou a questionar.

- Eu não disse.

Me encarou por um segundo ou dois, os olhos desconfiados me advertindo.

- O que houve?

- A mãe dele disse que vai mandá-lo para morar com os avós. – contei logo de vez, afinal, Hoseok saberia cedo ou tarde. Melhor que fosse cedo, assim poderia me auxiliar o quanto antes.

- Mas ele não vai, não se preocupe.

- Eu não teria tanta certeza.

- Como assim? – ajeitou-se no assento e escorou os cotovelos à mesa, esperando que eu lhe desse mais detalhes.

- Bem, ele meio que disse que talvez ela pudesse estar certa.

- Está falando sério?

- Uhum.

E ali demos início a um daqueles raros momentos onde Jung Hoseok fica em silencio. Garanto-lhes que essas situações são extremamente desconfortáveis, não só pelo fato de eu estar meio ao intervalo contando do fim da minha suposta relação que nem sequer havia começado direito, mas também porque o silencio do mais velho só podia significar duas coisas: ou a situação realmente estava ruim ou ele não sabia o que dizer. Hoseok sempre sabia o que dizer.

- Não se preocupe, ele deve estar confuso. – pronunciou-se finalmente.

Limitei-me a assentir, de qualquer forma, não havia nada que eu pudesse ou quisesse dizer.

O sinal soou e nós tivemos de voltar para a classe, deixando meio saco de batatas fritas intocadas na mesa do refeitório.

~♠~

As aulas passaram em um piscar de olhos, levando em consideração que eu sequer havia me dado ao trabalho de conferir o relógio enquanto tomava nota das palavras de meus professores.

Ajeitei minha mochila com toda a calma que me era permitida, tipicamente nerd, como diria Hoseok.

Direcionei-me lentamente até os portões, encontrando meu amigo escorado ao muro, esperando para que pudéssemos ir para casa. Ele tomou-me a mochila dos ombros, passando a andar ao meu lado. Eu ao menos insistia para que ele deixasse de fazer tudo por mim, afinal, eu estava com a perna engessada e não com algum tipo de paralisia pelo corpo, ainda podia carregar minha mochila sem maiores problemas, mas não havia nada no mundo que o convencesse disto.

Naquele dia, ele acompanhou-me até a porta de casa, não separando nossos caminhos na esquina anterior, como estávamos acostumados a fazer. Ajudou-me a procurar a chave pelos bolsos da mochila e abriu a porta, deixando meus pertences ao lado da mesma.

Agradeci e ele lançou-me uma piscadela, formando um bico como se fosse mandar-me um beijo, mas sem realmente fazê-lo. Uma vez idiota, para sempre idiota.

- Se cuida. – e virou-se, caminhando pelo gramado e dobrando a primeira esquina.

Antes de entrar, não resisti a dar uma pequena olhadela na casa frente à minha. Nada parecia fora do normal, até o carro parecia estar estacionado no mesmo lugar que estava quando eu saí de manhã para ir ao colégio.

Fiquei com medo de ser flagrado então fechei a porta, dando dois giros na chave e me dirigindo até a cozinha. Por sorte, meu pai era o melhor dos melhores pais do mundo e havia preparado algo para mim, deixando-me aliviado por não ter de me preocupar em planejar algo para comer.

Passei o resto do dia, tentando me concentrar em alguma coisa que não fosse as complicações amorosas da minha vida, mas nem sequer o dever de química conseguia desviar totalmente meus pensamentos da casa logo à frente.

Assisti a todos os filmes e seriados que consegui, mas cada novo enredo fazia-me buscar desfechos diferentes para minha situação, não facilitando em nada as minhas tentativas de pensar em qualquer outra coisa que não fosse Park Jimin e sua mãe egoísta. Sempre me enchendo de novos “talvez se...”, “mas quem sabe se...” e sem nunca chegar a uma maldita conclusão que fosse.

Agradeci aos céus quando meu pai finalmente colocou os pés na entrada. Era a brecha que eu precisava para deitar em minha cama e acordar apenas no dia seguinte, quando o despertador me arrancasse dos braços de Morfeu.

~♠~

Novamente estávamos eu e Hoseok lado a lado, voltando para casa. Havia sido uma manhã de palestras chatas das quais ninguém se importa, e que novamente meu vizinho havia se ausentado. Situação que estava começando a cutucar meu âmago, questionando constantemente o porquê de ele estar faltando às aulas.

- Ei, vou tirar isso hoje. Meu pai não vai poder me buscar então será que você pode ir comigo? – perguntei, referindo-me ao gesso.

- Claro. Que horas? – ajeitou as mochilas em seus ombros, sorrindo-me.

- Esteja aqui em casa às três, meu pai vai nos levar até lá.

Hoseok assentiu, destrancando a porta de minha casa e colocando a mochila ali, da mesma forma que havia feito no dia anterior. Acenou e se foi.

Não consegui conter a vontade de dar uma leve conferida no gramado verdinho do outro lado da rua. Havia algumas caixas em frente à garagem, o que me causou um pequeno palpitar até que eu notei o nome do pai de Jimin escrito em suas laterais. Aliviei-me momentaneamente, supondo que aquelas caixas ainda não significavam que meu melhor amigo estava oficialmente se mudando para o outro lado do país.

~♠~

Hoseok apareceu no horário combinado. Assim que ele se sentou no sofá, a buzina do carro de meu pai soou lá fora, obrigando meu amigo a se levantar novamente.

O caminho até a clínica foi um tanto quanto estranho, já que meu pai e Hoseok costumavam parecer duas velhas fofoqueiras quando se encontravam e agora permaneciam contidos, conversando sobre algo do noticiário, sem muita histeria.

Quando finalmente chegamos, ainda tivemos de esperar alguns minutos até que enfim chamassem meu nome e por fim me livrassem daquele gesso infernal. Poder dobrar o joelho nunca foi tão maravilhoso.

Tentei saltitar pelo caminho até em casa, testando meus movimentos. Hoseok ralhava, lembrando-me das recomendações do médico, fazendo-me rir, desviando minha mente dos pensamentos aos quais eu fugia desde o dia anterior.

Nos separamos na avenida, o mais velho dando a desculpa de que agora eu podia me cuidar sozinho, que seus cuidados de babá não eram mais necessários. Sempre muito engraçado.

O doutor disse que talvez pudesse levar um tempo até eu conseguir executar todos os movimentos normalmente, mas eu sentia como se pudesse correr uma maratona sem maiores problemas. Hoseok tentaria me matar, certamente.

Naquela tarde, o que eu mais fiz foi andar pela casa toda como se estivesse conhecendo uma nova residência, explorando cada canto dos cômodos. Até mesmo venci a preguiça para cozinhar algo, caminhando pela cozinha sem ter de me preocupar em trombar na mesa ou na bancada. Comi frente à TV, assistindo algum documentário sobre suricatos.

Como havia sido um dia de palestras, eu não tinha dever de casa, então passei o resto do dia caminhando para lá e para cá que nem criança quando aprende a andar. Considerei até mesmo sair de casa e passear por aí, mas para aonde diachos eu iria? Eu tinha zero opções então continuei meu tour pela casa.

Era realmente um saco não ter nada para fazer, os dias passavam cada vez mais rápido e eu ficava cada vez mais entediado.

De tanto perambular pelos quartos, acho que acabei me cansando. Nem sequer me lembro de quando deitei na cama e muitos menos do horário em que meu pai havia chegado em casa, eu só me toquei que havia dormido quando acordei no dia seguinte. Decidi faltar à aula por saber que seria mais uma longa manhã de continuação ao falatório do dia anterior.

Com uma grande tigela de cereais com leite, sentei-me frente à TV para assistir desenho animado. Havia uma brisa gelada então corri até o quarto, enrolei o cobertor ao meu redor, colocando-o sobre minha cabeça e voltei para o sofá e as animações.

Em algum momento, começou a chover e eu acabei me deixando levar pelo barulho das gotas se chocando contra a janela e a temperatura agradável do cobertor, acabei cochilando e só acordei quando passava das duas e a campainha tocava insistentemente.

Levantei-me com preguiça e uma leve dor nas costas por ter dormido no sofá. Cocei os olhos, me arrastando até a entrada. Abri a porta, dando de cara com Hoseok e algumas sacolas plásticas em seus braços.

- Por que faltou na aula de hoje? – questionou, já entrando sem pedir licença ou qualquer coisa assim.

- Preguiça. – a voz rouca, custando sair.

- Sei... Trouxe algumas coisas para a gente, alguns filmes e doces.

Foi nessa hora que eu notei que talvez, apenas talvez, Hoseok estivesse pensando que eu havia faltado à aula por estar chateado demais com a minha situação amorosa. Certo que eu realmente estava contrariado, mas não era como se eu fosse uma dessas garotas de filmes adolescentes que afogam as mágoas em sorvete com muita calda de chocolate.

Soltei uma risadinha contida, divertindo-me com a preocupação de meu amigo. Ele jogou as sacolas no sofá, sentando-se e me puxando para sentar ao seu lado, abriu uma das sacolas e tirou de lá um saco de gomas açucaradas, minhas preferidas. Pela risada que ele deu, tenho certeza que meus olhos chegaram a brilhar, eu amava aquelas causadoras de infarto cobertas de açúcar.

Ele colocou algum filme na TV enquanto eu vasculhava as sacolas atrás de algo mais que pudesse me agradar. Eu não me sentia no fundo do poço das lamentações, mas já que ele havia se dado ao trabalho de trazer, quem sou eu para desmerecer seus mimos?

Hoseok passou a tarde ali, entupindo-me de doces e fazendo-me rir de suas piadas escrotas. Apesar do filme de comédia que ele havia escolhido, sequer dávamos atenção às cenas que se passavam, ocupados demais com a versão do mais velho a respeito das palestras escolares. De repente, já estava para anoitecer e meu amigo tinha de ir para casa. Por sorte, meu pai chegou e se ofereceu para levá-lo até lá, apenas para garantir que nada lhe acontecesse em meio ao caminho, mesmo que Hoseok já estivesse mais do que acostumado a andar por aí apenas acompanhado pelas estrelas e a lua.

Assim que meu pai retornou, sentou-se ao meu lado, passou a mão nos meus cabelos e direcionou-me um sorriso. Estava escrito em sua testa que ele queria me perguntar mil e uma coisas, mas não sabia por onde começar.

- Está tudo bem, sério. – respondi antes mesmo que ele pudesse questionar.

- Eu falei com o pai de Jimin. – essa me pegou de surpresa – Ele me disse que as coisas por lá estão bem complicadas, mas que se ajeitam logo.

Acenei com a cabeça, sem ter exatamente o que responder. O fato do Sr. Park dizer que as coisas se ajeitariam não queria dizer que Jimin havia desistido de seguir à risca as ideias de sua mãe. Eu nem sequer sabia se ele havia dito ao seu pai que estava considerando acatar as medidas dela.

Suspirei alto, levantando-me do sofá e dizendo que iria tomar um banho. Surpreendi-me quando meu pai subitamente me abraçou, deslizando as mãos pelas minhas costas em um carinho confortante.

- Está tudo bem, já disse. – voltei a afirmar.

- Eu sei. – disse e soltou-me, caminhando em direção à cozinha.

Naquela noite, meu pai preparou o jantar e nós comemos enquanto ele me contava algumas histórias de quando era mais jovem, a maioria eu já tinha ouvido, mas eu ficava feliz em vê-lo empenhado em me distrair dos problemas. Meu pai é realmente o melhor dos melhores pais do mundo.

~♠~

Hoseok não calava a boca por um segundo e nós nem sequer havíamos entrado para a primeira aula. Estávamos sentados em um dos bancos mais próximos à minha classe, mesmo eu não tendo de ficar mais tão perto para facilitar minha locomoção. Acho que era tudo uma questão de costume.

O mais velho contava sobre algum vídeo qualquer que havia encontrando na internet, algo meio macabro sobre a deep web, típico de Hoseok ir atrás de coisas incomuns. Ele estava completamente absorto no assunto, nem sequer notou quando Yoongi passou ao nosso lado, dirigindo-se para a classe, lançando um olhar torto para meu amigo distraído. Geralmente aquilo me causaria um pequeno surto de pânico, mas eu não conseguia ter medo de alguém que ocasionalmente aparecia metido entre os braços de Jung Hoseok.

- Senhor das trevas, acho melhor você ir falar com o senhor do mau humor, hein? – interrompi.

- Por quê? – arregalou levemente os olhos, fazendo-me segurar o riso. Dei de ombros, afinal, ele é quem deveria saber o motivo que levaria Yoongi a lhe encarar com aqueles olhos caídos e irritadiços – Ah, Jimin veio à aula ontem.

Automaticamente prendi o ar em meus pulmões, dessa vez Hoseok é quem segurava o riso. Ah, maldito universo vingativo.

- Caso queira saber, e é claro que você quer, ele passou a manhã toda dentro da classe, não saiu nem para o intervalo. – assenti como quem não se interessa – Yoongi me disse que ele se limitava a soltar algum grunhido quando alguém lhe dirigia a palavra.

E graças aos céus, o sinal soou. Levantei-me e andei a passos rápidos até minha classe, dando de cara com a cadeira vazia ao lado da minha. O universo atacando contra mim novamente, talvez ele até estivesse ao meu favor, já que eu não saberia o que fazer caso encontrasse Jimin ali, tendo de aguentar sua existência por toda uma manhã.

As aulas se seguiram da maneira de sempre, muito falatório e muito para anotar. No intervalo, eu sequer tive o vislumbre de meu amigo, ele provavelmente havia seguido o meu conselho.

Voltei a encontrá-lo no horário de saída, mesmo que naquele dia fosse eu a esperá-lo no portão e não o contrário. Yoongi passou por mim, as bochechas em chamas e não tardou para que meu amigo surgisse ao meu lado, um tanto silencioso.

- E então? – tentei.

Ele encolheu os ombros e gesticulou com as mãos, dando-me a entender que ele provavelmente não fazia a menor ideia de como lidar com as situações da vida, assim como eu. Não fiz questão de persistir no assunto, provavalmente aquilo o deixaria ainda mais complexado. Sem falar que poderia acabar deixando-me também na mesma situação e por enquanto eu estava bem satisfeito em deixar as sujeiras debaixo do tapete.

Meu amigo errou o caminho por duas ou três vezes durante o percurso, e a minha vontade de rir já era tamanha que eu não me aguentava.

- Cara, relaxa. – chamei a atenção dele quando chegamos ao local onde nossos caminhos se dividiam – Olha, eu não sei o que há de errado, mas eu sei que você consegue resolver, então relaxe e vá para casa, ok?

Ele assentiu e seguiu seu rumo, acenando um tanto torto.

~♠~

Eram quase quatro da tarde quando a campainha soou. Insistente e irritante apenas como uma pessoa poderia ser. Caminhei até a porta, considerando a possibilidade de o mais velho estar tentando quebrar minha campainha.

Dei dois giros na chave e sobressaltei-me ao notar que aqueles olhos miúdos não pertenciam a Hoseok.

Engasguei-me brevemente com a saliva, Park Jimin era a última pessoa que eu esperava encontrar ao abrir a porta. Não faço ideia de quanto tempo se passou enquanto apenas nos encarávamos em silêncio, eu não sabia o que dizer e ele se limitava a coçar a nuca e me olhar de soslaio.

Esperei ansiosamente pelas palavras que poderiam sair de sua boca a qualquer momento, mas ao decorrer do tempo, recordei-me de seu pequeno problema em transformar seus pensamentos em frases coerentes. Entreabri os lábios, pronto para iniciar um diálogo que, eu tinha certeza, não levaria a nada, mas ele foi mais rápido, pronunciando-se antes que eu pudesse ter a chance de fazê-lo.

- A gente pode conversar? – os olhos passeando pelo interior de minha casa.

Assenti, dando espaço para que ele pudesse entrar. O escutei pedir licença assim que colocou os pés na entrada, eu teria dado risada se não estivesse tão tenso quanto ele. Caminhei em direção ao sofá com Jimin em meu encalço, estalando os dedos e fazendo o som ecoar por todo o cômodo.

Sentamos lado a lado, minhas mãos sobre meu colo e as suas ao lado de seu corpo, como se ele não pudesse sentar-se completamente no sofá. Entramos em um novo silêncio, e cá entre nós, eu não estava com a menor paciência para esperar.

- E então? – perguntei, forçando-o a iniciar a bendita conversa que ele havia proposto. De repente passou-me na mente se ele estava ali apenas para se despedir ou para pedir de volta algo que havia deixado em minha casa, algo que ele gostaria de levar consigo para a casa dos avós. Nesse instante, me arrependi de ter iniciado uma possível última conversa.

Senti minha respiração se desregular e torci para que ele não notasse, por sorte ele parecia focado demais em seus próprios pensamentos. Aquele típico incômodo na nuca começou a aflorar, aquele de quando você está jogando algum vídeo game de terror e sente que a qualquer momento um monstro pode surgir, eu sentia que a qualquer momento ele poderia dizer que realmente estava se mudando, levantar e ir embora.

A falta de palavras me deixava agoniado e eu já estava quase me descabelando quando ele finalmente decidiu se pronunciar.

- Olha, eu... – suspirou alto – Desculpe, Taehyung.

Desculpas? Então ele vem até aqui simplesmente para pedir desculpas antes de ir embora? Como se um pedido de desculpas fosse fazer eu me sentir melhor. Inacreditável. Eu deveria estapeá-lo.

- Pedir desculpas não vai mudar muita coisa, sabe? – soltei um riso sem humor, apoiando meu pescoço ao encosto do sofá.

- Eu sei, mas é que eu não quero ficar brigado com você.

- Acho que isso não faz muita diferença agora. – pude vê-lo se remexer no assento, incomodado.

O silêncio voltou a nos fazer companhia.

- Você tirou o gesso. Legal. – recomeçou. Eu teria ficado com pena se não estivesse tão imerso em uma mágoa coberta por raiva.

- É.

- Taehyung, para de agir assim! – virou-se para mim, finalmente olhando-me nos olhos.

- Assim como? – me endireitei para ficar frente a ele.

- Distante!

- Acho que isso não se aplica exatamente a mim. – a ironia bordando minhas palavras.

Seu rosto se tornou vermelho e eu pensei que ele fosse me dar um soco, mas ele preferiu me surpreender novamente, empurrando-me contra o estofado e chocando seus lábios contra os meus.

Situações onde você espera uma surra e recebe um beijo são um tanto complexas, os sentimentos se confundem e você fica sem saber o que fazer, por isso mesmo eu levei alguns segundos para entender o quê exatamente estava acontecendo. Quando seus dedos deslizaram por minha bochecha, foi só aí que eu realmente passei a correspondê-lo.

Ele parecia exasperado, beijando-me fervorosamente enquanto eu tentava acompanhar. Sua mão pressionando meu corpo contra o sofá, quase me afundando por entre as espumas. Levei minhas mãos até seu rosto, sentindo sua pele queimar sob meus dedos, descendo por seu pescoço e agarrando-me em sua nuca.

Foi nessa hora que eu percebi o quanto aquele beijo tinha gosto de despedida, o quanto ele parecia ter pressa. Meus olhos arderam quase que de imediato, senti um daqueles apertos no peito que se lê nos livros e se supõe que acontecem apenas na imaginação. Eu juro que teria caído no choro ali mesmo se sua mão não tivesse adentrado minha camiseta, fazendo-me arfar com o contato de suas mãos geladas contra minha pele quente.

Separou nossos lábios, os olhos entreabertos e úmidos, o que me deixou ainda mais desesperado por não ter a certeza da razão de seus olhos estarem levemente molhados. Não tive muito tempo para pensar a respeito, pois ele logo passou a distribuir beijos por todo o meu rosto, demorando-se na testa e voltando para a boca, selando firmemente. Passou os lábios por meu queixo, descendo pela garganta, e depois seguindo pela linha de meu maxilar, causando-me arrepios.

Arrastou-se pelo sofá até estar sobre meu colo, sugando meu pescoço, subindo até minha orelha e beijando atrás da mesma. Suas mãos ainda alisavam minha barriga, lentamente subindo minha camiseta. Afastou-se apenas para arrancá-la de meu corpo, sem dar-me tempo de raciocinar, passou a apertar suas mãos em minha cintura, enquanto beijava minha clavícula exposta.

Ele descia os lábios por meu tórax, fazendo-me agarrar em seu pescoço quase ao ponto de machucá-lo. Suspirou e se afastou novamente, retirando sua própria camiseta, remexendo-se sobre meu colo ate seu corpo estar colado ao meu e sua boca na minha.

Passei meus braços por suas costas, apertando-o ainda mais contra mim, sentindo sua ereção roçar em minha barriga. Arfei, arranhando um de seus braços enquanto ele se esfregava em mim, me fazendo prender o ar em meus pulmões. Aproximei meu rosto de seu pescoço, aspirando fundo para sentir seu cheiro, deslizei a língua sobre sua pele arrepiada, sentindo sua respiração pesada resvalar em mim.

Jimin voltou a separar nossos corpos, deitando-me no sofá e colocando-se entre minhas pernas. Subitamente voltou a sugar meu tórax, metendo a língua em um de meus mamilos, fazendo-me engasgar com o ar, surpreso pela sensação nova. Meus dedos agarravam seus cabelos com força e minhas pernas não conseguiam se manter quietas, contorcendo-me sob ele.

Puxei seu rosto até nossas bocas estarem juntas novamente, sentindo ele resvalar sua ereção na minha, que incomodava dentro do jeans. Se por sobre a roupa, eu já estava assim, imagine sem, foi o que pensei.

Eu queria mais proximidade, então passei minhas pernas por sua cintura, puxei seu corpo contra o meu e acabei gemendo longamente por conta do contato. Ouvi sua risadinha soprada enquanto ele voltava a se esfregar em mim, em contraste com o carinhoso beijo que me deu na testa, escorando o queixo ali e arfando enquanto aumentava a fricção.

Interrompeu os movimentos, descendo para minha barriga, mordendo-me e sugando-me em cada canto. Seus dedos abriram meu zíper, lentamente descendo o jeans por minhas pernas, e assim que se viu livre dele, suas mãos ocuparam-se em minhas coxas, apertando-as e sugando-as até que ficassem marcadas.

De repente, ocorreu-me que aquela poderia ser a minha primeira e última chance naquele tipo de situação com Park Jimin então firmei as pernas ao seu redor e impulsionei o corpo, fazendo com que ele caísse sentado no outro lado do sofá, comigo sobre seu colo. Ele se assustou momentaneamente, mas logo já estava com as mãos em minha cintura, fazendo-me rebolar sobre si.

A essa altura, eu não conseguia pronunciar mais nenhuma palavra, apenas gemer e arfar, vergonhosamente entregue aos seus toques, quaisquer fossem eles. Sentia-me como se pudesse explodir a qualquer momento, perdido em todas aquelas sensações, suas mãos me apertando, seus lábios em meu pescoço, seu quadril chocando-se contra o meu.

Passei a beijar a região de seu pescoço e tórax, arrepiando-me a cada gemido que ele deixava escapar. Considerei bastante injusto o fato de ele ainda usar jeans enquanto eu estava apenas de cueca, minha ereção vergonhosamente marcada no tecido. Assustei-me quando subitamente uma de suas mãos desceu até lá e me acariciou, causando-me mil e uma reações. A sensação de ser tocado por outra pessoa era completamente nova e sentir aquilo me despertava a vontade de causar nele as mesmas sensações. Foi pensando nisso que desabotoei sua calça, levantando-me de seu colo apenas para retirar aquele incômodo de meu caminho.

Enquanto eu me sentava novamente, Jimin tratou de enfiar a mão dentro de minha única peça, masturbando-me de forma torturantemente lenta, fazendo-me agarrar em seus fios negros e morder seu pescoço. O ouvi resmungar baixinho, aumentando o ritmo de seus movimentos em meu membro, me fazendo rebolar entre seus dedos e sobre seu colo, causando prazer em dobro.

Afastou-se subitamente, ficando de pé e retirando a ultima peça que restava em seu corpo. Puxou-me pelo braço e fez o mesmo, sem o menor constrangimento. Eu sequer me lembrava da vergonha, estava ocupado demais sentindo seu corpo contra o meu, não havia espaço para o embaraço.

Ali, de pé, ele juntou nossos membros, masturbando-os de uma só vez. Segurou em uma de minhas mãos, impelindo-me a fazer o mesmo. Ficamos assim, sua mão de um lado e a minha do outro, apertando-nos em uma sensação que eu sequer conseguiria explicar.

Me agarrou pelo pescoço, afundando sua boca na minha enquanto empurrava-me de volta para o sofá. Separou nossos lábios, enfiando dois de seus dedos em sua própria boca, sugando com força e olhando-me nos olhos, fazendo-me gemer apenas com a visão que me proporcionava. Segurou minhas coxas e me fez prendê-las ao redor de sua cintura novamente. Arquejei quando ele penetrou seus dedos em mim subitamente, trazendo-me lágrimas aos olhos e eu me agarrei ao seu braço, descontando o incômodo.

Ele passou a movimentar seus dedos ao mesmo tempo em que desceu seu corpo e deslizou a língua por minha glande, minha visão falhou brevemente, confusa pelo excesso de sensações novas. Quando notei, meu quadril já se mexia involuntariamente, indo de encontro à boca e aos dedos de Jimin.

Afastou-se, indo até sua calça jeans e trazendo de lá uma embalagem vermelha de camisinha. Quando ele se aproximou e a abriu, pensei que fosse me pedir para vesti-la nele e até mesmo me animei com a ideia, mas ele foi mais rápido, vestindo-a e voltando para entre minhas pernas, puxando-as para sua cintura mais uma vez.

Senti sua glande resvalando em minha entrada, deixando-me com medo e ao mesmo tempo com tesão. Ele se abaixou e selou nossos lábios assim que começou a me penetrar, nós dois grunhindo. Quando já estava completamente dentro de mim, se afastou um pouco, os olhos fechados, respirou fundo e beijou-me as bochechas, começando a se mexer lentamente.

Depois de um tempo naquele ritmo, as coisas começaram a se tornar torturantes, então pedi em um sussurro para que ele fosse um pouco mais rápido. Jimin entendeu o recado, penetrando-me fundo, fazendo-me gemer quase sem controle. Permanecemos daquela forma por um bom tempo até ele me puxar pelas pernas, sentando-se na poltrona e me fazendo saltar em seu colo. Daquela forma, ele conseguia ir ainda mais fundo, coisa que eu não imaginava que fosse possível.

Passou a me masturbar enquanto eu me movimentava sobre seu membro. Me masturbava quando subia e me penetrava quando descia, eu já sentia que não poderia aguentar por muito mais tempo. Ele começou a apertar minha pele cada vez mais e eu imaginei que ele também tivesse próximo de gozar. Rebolei mais uma vez em seu colo, finalmente atingindo o ápice.

Jimin atingiu o seu próprio, apertando-me entre seus braços e gemendo em meu pescoço, causando-me novos arrepios. E ali, deitado em seu ombro, aspirando seu cheiro, ao contrário do que deveria, me senti um azarado. Jimin iria embora a qualquer momento e eu me encontrava completamente apaixonado por ele.

E me senti ainda pior quando ele se afastou apenas para dar-me um beijo na têmpora, meus olhos arderam novamente, mas eu me recusava a chorar em uma situação como aquela. Apertei meus braços ao seu redor, quase o esmagando.

- Está tudo bem? – sussurrou, beijando meu ombro.

Limitei-me a acenar, eu não conseguiria dizer nada nem se quisesse. 


Notas Finais


É queridos, muitas emoções. Quem gostou, grita "GAY" e quem não gostou, grita também! UHU!
Então, explicando: eu perdi meu pendrive com todas as minhas fanfics, eu sou uma fracassada. Isso já tava quase terminado, aí eu perdi. E como eu tava de emprego novo, não tive tempo de escrever novamente, mas agora estou vagabundeando mais uma vez e cá estamos KAKAKA
Bom, eu quero agradecer ao meu escoro feio e chato Ivy, a Bru que me apoia tanto e que mal chegou na minha vida, mas já me faz ter um enorme apreço por ela, a Aninha que é um bebê e eu to com vergonha dela ler esse capítulo, a Ray que me mata de rir e me faz escrever 5 fucking mil palavras em uma madrugada!!!11!ONZE e a todo o pessoal do twitter pelo apoio, eu amo vocês migos ❤
Obrigada a todos vocês que leêm e esperam por HoC, eu sou muito grata! Beijos da tia, até o próximo!
Qualquer xingamento, estou em: @liteuqui ou ask.fm/jubartarika


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