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História House of Cards - Please, dont change our habits.


Escrita por: tarika

Notas do Autor


Ér... nos vemos lá embaixo rere

Capítulo 3 - Please, dont change our habits.


Fanfic / Fanfiction House of Cards - Please, dont change our habits.

Acordar atrasado para o primeiro dia de aula não fazia parte dos meus planos, me esquecer de ajustar o despertador também não. Vocês talvez se perguntem o porquê de minha mãe não ter me acordado, mas a resposta é simples: não tenho mãe. Ela morreu há muitos anos e desde então eu vivo com meu pai, um homem ocupado e que trabalha muito mais do que deveria, provavelmente ele havia saído muito antes do meu horário de ir à escola e por isso não havia me acordado. Nós nos dávamos bem, afinal, tínhamos apenas um ao outro.

Corri o mais rápido que pude, a escola era apenas a dois quarteirões de minha casa. Alcancei os portões poucos minutos antes de serem fechados e só parei de correr quando avistei minha sala de aula. As turmas eram separadas por nota anual, os alunos com melhores notas ficavam na sala A e os com as piores na sala F, eu não era o melhor dos alunos, mas também não era o pior, então eu ficava na turma B, assim como Jimin.

Entrei na sala e me deparei com Jungkook sentado ao lado de Jimin, onde por acaso, deveria ser meu lugar. Sentei-me em uma cadeira mais ao fundo, mas que era próxima a eles, então podia ouvir o que eles conversavam. Não que eu estivesse interessado, é claro...

Jungkook e Jimin se tornaram amigos nas férias do ano passado, eu não sei como aconteceu e nem me interesso por saber. Se vocês acham que eu não gosto dele, vocês estão completamente certos. Ele é um cara chato, – não que eu seja uma pessoa muito divertida – metido e sem nenhum tipo de característica positiva. Não sei nem o porquê de eles serem amigos, sério.

Eu tinha a leve impressão de que ele sabia que eu gostava de Jimin, e por isso sempre aparecia pra me implicar, tentando fazer com que eu fosse ignorado o máximo possível... E às vezes, funcionava.

Eu estava tão concentrado em passar meu tempo odiando Jungkook que nem sequer notei que havia me sentado perto dos caras (lê-se “demônios”) mais implicantes da turma. Eu nem sei como eles conseguiam estar na turma B, já que nunca ouviam as explicações e sempre tumultuavam as aulas, mas acho que ser rico tem lá seus privilégios.

- Olá TaeTae – e lá estava Yoongi com seu típico sorrisinho cínico. Talvez vocês pensem “ah Taehyung, mas você poderia mudar de lugar” e bom, não há essa opção porque a partir do momento que me sentei nessa cadeira, eu selei meu destino e eles não me deixariam sair dali nem que suas vidas dependessem disso.

- Não me chama assim.

- Porque não cara? É só um apelido entre amigos.  – esse era Namjoon, o inseparável – e insuportável – companheiro de implicâncias do Yoongi.

- A questão é que nós não somos amigos.

- Que isso TaeTae, é claro que somos. – eles aproximaram suas cadeiras da minha, me encurralando na parede. Porque a professora tem de demorar tanto? Porque ela não pode simplesmente vir para a classe e me livrar desses dois?

- Dá pra vocês me deixarem em paz? Hoje é o primeiro dia de aula, vocês não acharam nenhum novato pra perturbar? – acreditem ou não, eles me enchem o saco desde o dia em que coloquei os pés nessa escola.

- Porque perder tempo procurando um novato se nós temos você aqui pra se divertir com a gente? – eu sempre me perguntei como Yoongi conseguia ser tão cínico.

Quando abri a boca para responder, a professora de geografia entrou na sala se desculpando pela demora. Minha vontade era de dizer bem alto “Não te desculpo até você dar um motivo plausível pra me deixar aqui com esses dois idiotas!”, mas obviamente não o fiz. Sem perder tempo ela começou a explicar algumas normas da escola para os alunos novatos, coisa que ignorei, simplesmente porque eu já sabia todas e também sabia que menos da metade eram cumpridas.

Eu realmente pensei que com a chegada da professora, eles fossem me deixar em paz... Vocês não tem noção do quanto eu estava errado.

De repente, um papel pousou em minha mesa. Eu até tentei ignorar, mas Namjoon cutucou meu braço e balançou a cabeça, indicando que eu deveria abrir o papel embolado. Se eu não lesse o que estava escrito naquele papel, eles me cutucariam pelo resto do dia, e quando digo “pelo resto do dia” é exatamente isso que quero dizer, porque eles são babacas e babacas não se importam em perder tempo infernizando a vida de outras pessoas.

Enquanto abria o papel, notei que Jimin e Jungkook ainda conversavam, mas agora estavam bem próximos um do outro, conversando baixinho. Dá pra entender o porquê de eu odiar esse cara, não dá? Não que eu esteja simplesmente implicando com a amizade deles, mas aquele era meu lugar, eu quem deveria estar lá conversando baixinho e não ele.

Voltei meus olhos para o suposto bilhete, e obviamente, eu já esperava por algo imbecil, mas o desenho de um pênis com a pergunta “gosta de pirulito?” é mais do que imbecil. Eles superaram minhas expectativas, será que devo considerar isso um avanço em suas mentalidades?

Suspirei e me virei para eles com minha melhor expressão de “vocês podem ser um pouco menos estúpidos ou vão continuar assim por mais um longo ano?”. Será que dá pra transmitir isso tudo em apenas uma expressão? Eu não sei, mas espero que sim.

Embolei o papel novamente e o derrubei com um pequeno tapa, mas logo ele estava de volta à minha mesa. Olhei para Yoongi que, movendo os lábios sem emitir qualquer som, me dizia para responder o “bilhete”. Resolvi ignorar, mas então eles começaram a me xingar baixinho, dos mais diversos tipos de ofensas que envolvessem sexualidade. Devo admitir que eles sabiam muitas. Havia muito tempo que aquilo não me incomodava mais, com o tempo aprendi a dominar a arte de ignorar, e ainda tentando me atingir, eles falavam cada vez mais alto.  E bom, eu poderia até ter aprendido a ignorá-los, mas nossa professora não.

- Yoongi! Namjoon! Vocês não fizeram um minuto de silêncio desde o momento em que coloquei os pés dentro desta sala! Façam-me o favor de ficar lá fora.

Eles olharam para a professora, se entreolharam e depois, como eu já esperava, olharam para mim. “Olharam” não seria exatamente o termo, estava mais para algo como “me fuzilaram”, “me trucidaram com os olhos”, “enfiaram minha cabeça no vaso com apenas um olhar” ou qualquer coisa do tipo, fica a critério de vocês.

Eles se levantaram e eu realmente pensei que tinha me livrado, mas no último segundo eles se viraram pra mim.

- Nos vemos lá fora, princesa. – ah, o doce aroma da adolescência... Assemelha-se levemente com o aroma de sangue, no caso, o meu sangue.

- Saiam logo antes que eu os deixe de detenção! – Professora, eu realmente não sei se a sua intenção é me ajudar ou me ferrar ainda mais, não consigo me decidir. Felizmente isso não faz diferença, já que agora eles estão fora da sala e eu tenho sossego... Por enquanto.

Eu tenho total noção – e espero que vocês também – da surra que irei levar após o ultimo sinal. Não que eles realmente se importem em serem expulsos da sala, mas serem expulsos da sala por estarem me implicando... Ah, esse sim é um ótimo motivo pra meter a mão na minha cara. Não que alguma vez eles tenham precisado de motivos.

Porém eu não iria ficar sofrendo antecipadamente, então me endireitei na cadeira e tentei prestar atenção na professora. O problema é que havia um Jimin me encarando – já disse que odeio quando ele faz isso? – e certamente isso acabou dificultando minhas tentativas de prestar atenção. Sua expressão era neutra, mas eu sabia que ele me perguntava mentalmente o que diachos havia acontecido. Ah, esqueci de dizer, mas ele não sabe – nunca prestou atenção ou nunca se importou em saber –  o que passo com aqueles dois ignorantes.

Quando eu aparecia com algum machucado ou marca, Jimin sempre me perguntava o que havia acontecido. Então não é exatamente uma questão de “não se importar”, é mais algo do tipo “ele é perdidamente lerdo demais pra prestar atenção em algo que está bem na sua frente”, mas eu não o culpo, afinal, eu sempre dava uma desculpa qualquer – desculpas tão chulas que nem sei como ele acreditava. Será que ele realmente acreditava? – e desviava o assunto.

Ele continuava me encarando, então dei um sorriso de leve pra indicar que estava tudo bem, mas isso apenas fez com que ele erguesse uma das sobrancelhas, então sacudi a cabeça de um lado para o outro e disse, sem emitir qualquer som, “depois te explico” (não que eu fosse realmente fazer isso). Ele me olhou de uma maneira estranha, quase como se me advertisse de algo e então se virou para frente.

Sorri por um segundo, mas logo Jungkook se aproximou dele novamente e comentou algo, fazendo com que ele soltasse uma leve risada. Logo meu sorriso se tornou a típica cara de escárnio que eu reservava exclusivamente para Jungkook e os dois idiotas que felizmente não estavam mais na sala.

As aulas passaram rápido, assim como em qualquer outro primeiro dia de aula. Namjoon e Yoongi haviam voltado para a sala na segunda aula e desde então me encaravam. Eu nem sequer me atrevi a sair da classe no intervalo, não estava afim de correr o risco. Então agora aqui estou eu, poucos minutos antes do último sinal.

Eu sabia que não haveria como escapar daqueles dois, mas não esperava que tivesse de enfrentá-los tão cedo. Meus olhos estavam fixos no relógio acima do quadro negro, meu material estava todo dentro da mochila e eu já me preparava para sair correndo a qualquer momento.

De repente, o último sinal soou por toda a escola e eu fui o primeiro a sair da sala, tão rápido que nem sequer me despedi de Jimin. Corri o máximo que pude, tentando ganhar tempo e distância. Esbarrei em várias pessoas, sem nem me preocupar em pedir desculpas, apenas queria salvar minha pele por mais um dia.

Eu já avistava os grandes portões da saída, mas quando estava quase lá, acabei batendo de frente com alguém que vinha na direção contrária.

- Porra cara, olha pra ond- ah, oi Taehyung! – era Hoseok. Eu não o via desde o começo das férias, quando ele havia viajado pra casa de seus avós. Era muito bom saber que ele finalmente havia voltado.

- Hoseok! Achei que não ia mais te ver, cara! – o abracei tão forte que ele acabou soltando um ganido, como um rato quando é pego pela ratoeira. As pessoas ao redor nos olharam desconfiadas, afinal, a sexualidade dele não era novidade pra ninguém desde o ano passado, quando ele havia sido visto aos beijos com o ex-namorado.

- Não seja dramático, eu viajo todo ano e você sabe que eu sempre volto.

- Mas dessa vez foi diferente, você não voltou no meio das férias como de costume. Eu senti sua falta... – e era verdade. Ele era um ótimo amigo, me fazia rir por horas, ajudava com tudo que podia e sempre escutava atentamente minhas ideias idiotas.

Fiquei tão distraído que acabei esquecendo de que deveria estar tentando salvar minha vida. Olhei para os corredores e pude avistar os dois babacas me procurando. E quase como um íma, os olhos de Yoongi se viraram para mim, então ele sacudiu o braço de Namjoon e apontou na minha direção.

- O que foi Tae? Viu um fantasma? – quase me esqueci que Hoseok ainda estava ali.

- Eu tenho que ir! Nos vemos depois! – ajeitei a mochila no ombro e disparei rumo aos portões. Corri o mais rápido que minhas pernas aguentavam, ultrapassei os portões e logo já estava virando a esquina.

Cheguei em casa aos tropeços, suando como nunca, porém aliviado. Pelo menos dessa vez, eles não me alcançaram. A casa estava vazia, como de costume. Meu pai não tinha tempo, então era raro encontrá-lo por ali naquele horário.

Fui até a cozinha ver se encontrava algo pra comer, mas não tive muita sorte. Os armários e a geladeira estavam vazios, a única coisa que encontrei foi um velho pacote de bolachas de leite, o que certamente não mataria minha fome.

Lembrei-me de que hoje era segunda, ou seja, Jimin logo estaria ali. Desde pequenos tínhamos esse costume, todas as segundas ele vinha até a minha casa, e todas as quintas eu ia para a dele. Nós nunca combinamos isso, simplesmente se tornou rotina e em certo momento, chegamos à conclusão de que era uma tradição e que deveríamos segui-la.

Resolvi mandar uma mensagem de texto para ele, pedindo que trouxesse algo para que pudéssemos comer. Apertei o botão de enviar e fui para o chuveiro. Tomei um banho rápido, vesti uma camiseta comprida e uma bermuda qualquer que encontrei na gaveta.

Meu celular tocou, avisando que havia recebido uma nova mensagem. Era Jimin.

“Ih Tae, não vai dar pra ir hoje.”

A última vez em que quebramos essa tradição foi quando minha mãe morreu. Eu não fui até sua casa, mas ele ficou na minha a semana inteira. Com certeza ele deve ter um ótimo motivo pra isso.

“ah sim, mas por quê?” – não que eu seja curioso, mas poxa, eu merecia saber. E ele poderia estar com problemas, eu tinha de saber.

Esperei por uma resposta que não veio. Desisti e deitei na cama, pensando no que seria tão importante para Jimin quebrar a nossa velha – e boba – tradição. Meus pensamentos foram interrompidos pelo toque do celular, que novamente me avisava de alguma mensagem.

“Finalmente resolveu responder”, pensei. Mas era o nome de Hoseok que brilhava na tela.

“Tá ocupado hoje?” – cliquei para responder, mas uma nova mensagem chegou em seguida.

“Ah, me esqueci que hoje é segunda.”

Ele sabia do velho costume.

“Não, hoje ele não vem.” – respondi.

"E por quê? Pensei que vocês fizessem isso sempre.”

“Eu também, mas ele me disse que não ia poder vir hoje.”

“Hm... Ele deve ter algo importante pra fazer. Mas já que você tá livre, não quer ir ao shopping comigo, assistir um filme novo?”

Eu estava cansado, – considerando que hoje eu corri como nunca – mas sair com Hoseok era melhor do que ficar em casa me corroendo de curiosidade sobre o que Jimin poderia estar fazendo.

“Certo.”


Notas Finais


Bom, primeiramente desculpem a demora, mas eu avisei que era desorganizada e tal, pois é ;-;
Espero não demorar tanto no próximo, mas acho que com a insistência da Sabrina provavelmente não irei.
É isso aí, até o próximo~


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