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História House of Cards - Since you been gone.


Escrita por: tarika

Notas do Autor


Olá, rere. Eu sei, eu sei, não tem perdão mesmo qq
Boa leitura.

Capítulo 5 - Since you been gone.


Fanfic / Fanfiction House of Cards - Since you been gone.

Já fazia uma semana que eu e Jimin não nos falávamos e também mais de uma semana que eu ficava sozinho na sala de aula. Em nossa classe, Jimin era meu único amigo, então acabei por ficar sozinho, sendo atormentado todos os dias por Yoongi e Namjoon. Ao menos nos intervalos eu tinha Hoseok e ninguém se atrevia a me importunar, não enquanto eu estivesse com ele. 

- Não vai comer, Taehyung? 

- Tô sem fome, Seok.

- De novo? – não respondi e ele prosseguiu – Se continuar assim, vai acabar ficando doente.

Não dissemos mais nada até o fim do intervalo, quando Hoseok se levantou e disse que me esperaria no portão para irmos juntos para casa. Afirmei com a cabeça e segui lentamente para meu pequeno inferno particular.

Eu já odiava a amizade de Jungkook e Jimin, e agora que eles passavam praticamente o dia todo juntos, passei a odiar ainda mais. Jimin tinha muitos amigos, mas não importava onde ele estivesse, aquele ladrão de melhor amigo também sempre estava lá.

Não que eu ficasse reparando os dois, não mesmo...

Hoje eu havia me sentado no meio da sala, em uma tentativa falha de me manter longe de Yoongi e Namjoon, o que de nada adiantou, já que eles pareciam não ter visto problema algum em se sentar ao meu lado, bem ali no lugar onde os professores geralmente mantinham os olhos fixos. Acho que eles não se importavam de levar algumas broncas, contanto que pudessem me atormentar mais um pouco.

Era aula de história e a professora explicava algo no qual eu não estava prestando o mínimo de atenção. Meus olhos e pensamentos estavam ocupados, odiando alguém que se encurvava na mesa de Jimin, encurvava-se tanto que poderia cair a qualquer momento, e ah, eu estava torcendo com todas as minhas forças para que isso realmente acontecesse. Se essa pessoa era Jungkook? Mas é claro. Ele cochichava sem parar e Jimin apenas sorria de canto. Se eu não o conhecesse tão bem, poderia até dizer que estava tentando prestar atenção na matéria, mas estamos falando de Park Jimin, então não.

O sinal tocou e a professora saiu da sala, mas Jungkook ainda não havia calado a boca. A diferença é que ele não cochichava mais, agora usava seu tom habitual, porém continuava pendurado em Jimin. Não havia necessidade de continuar tão próximo se agora ele poderia dizer as coisas em alto e bom tom, mas quem sou eu pra intervir?

Eu havia ficado realmente com raiva quando eu e Jimin estávamos discutindo, mas não durou muito. Eu geralmente supero as coisas com facilidade e logo peço desculpas, foi assim em toda a nossa amizade, mas agora eu me recusava em dar o braço a torcer. Apesar de já ter me desculpado várias vezes, – mesmo quando eu estava certo – desta vez meu subconsciente me dizia que eu não devia. Se ele realmente se importa comigo e com a nossa amizade, ele que peça desculpas.

E é exatamente por isso que eu não posso simplesmente ir até eles e arrastar Jimin dali com alguma desculpa qualquer.

Enquanto eu concentrava meus pensamentos em derrubar Jungkook da cadeira sem ter de encostar um dedo nele, a professora do ultimo horário entrou na sala e começou a corrigir os exercícios da aula passada. Tentei me concentrar na aula, e com sucesso. Por incrível que pareça, Namjoon e Yoongi ainda não haviam me importunado hoje, talvez eles tenham decidido me dar uma folga ou simplesmente tenham achado algum outro coitado pra atormentar. Eles estavam sentados ali ao meu lado, calados e acompanhando a professora. Assustador, realmente assustador...

~ ♠ ~

Finalmente o ultimo sinal soou, peguei minha mochila e saí, mas não sem antes ouvir um “por favor, você tem que ir!”, me inclinei na direção da voz e lá estava Jungkook parado em frente a Jimin, com as mãos unidas em uma espécie de súplica exagerada. Bufei impaciente, e Jimin olhou em minha direção. Nos encaramos por alguns segundos, até que Jungkook sacudiu seu braço e ele desviou o olhar de volta ao rapaz em sua frente.

Mais uma vez, trocado por Jungkook. Tá, não exatamente, mas me deixem dramatizar. 

Saí da sala, rumo aos portões, onde Hoseok estaria me esperando para irmos pra casa. E lá estava ele, em toda sua aura luminosa e espalhafatosa, me esperando impacientemente. 

- Demorou. 

- Estava arrumando minhas coisas.

- Até hoje você não aprendeu que deve arrumar a mochila antes do sinal? Nerd...

Nem me dei ao trabalho de responder, ele com certeza teria argumentos melhores que os meus. Seguimos em silêncio até minha casa, Hoseok passaria o dia comigo, ele agora era praticamente meu único amigo e desempenhava muito bem o papel.

Entramos em casa e, por algum motivo, meu pai ainda estava lá.

- Olá Senhor Kim!

- Ah, oi Hoseok. Ué, hoje não é segunda? Onde está o Jimin? 

- O senhor não sabe? – disse Hoseok, e depois virou-se para mim – Você não contou pra ele? 

- Eu não tive oportunidade e...

- Eles brigaram, Senhor Kim. E nem o Taehyung sabe explicar exatamente o porquê. Não se falam faz mais de uma semana!

- Ah, mas logo eles voltam a se falar, tenho certeza. Não aguentam muito tempo.

Hoseok e meu pai conversavam como velhos amigos e eu ainda estava ali, parado entre a entrada e a sala. 

- Certo, agora eu preciso ir, não façam nada de errado. E Hoseok, apareça mais vezes.

- Sim, senhor. – disse meu amigo, em uma continência idiota.

- E filho, faça as pazes com seu namoradinho.

- Pai, eu já falei que...! – fui cortado pelo estrondo da porta – Odeio quando ele faz esse tipo de piada.

- Ele só fala a verdade. É como dizem, os pais estão sempre certos.

- Isso é para as mães.

- Ah, deve funcionar pra pais também. 

Revirei os olhos, a expressão tentando ao máximo transmitir-lhe a mensagem: “você é um idiota, por isso vou me manter em silêncio”, enquanto ele apenas riu contido e subiu as escadas.

Fui até a cozinha, e quase – quase mesmo – me ajoelhei e louvei quando vi que meu pai havia feito o almoço, o que me poupava de muito trabalho. Hoseok logo apareceu novamente, havia tirado o seu uniforme e agora vestia uma regata preta, bermuda e chinelos, que por acaso, eram meus. Maldita intimidade.

- Como você...?

- Foi meu pai.

- Ah sim, eu já estava quase saindo correndo por aquela porta, pensando que você tinha algum tipo de poder mutante ou sei lá.

- Você só abre a boca pra falar besteira. – disse enquanto me servia.

- Não só pra isso, eu garanto. – lançou-me um olhar malicioso enquanto se sentava à mesa.

- Ai cara, você é muito nojento, Hoseok! Meu deus! 

Ele tinha a capacidade de se superar a cada vez que abria a boca. Fiz caretas até não poder mais, enquanto ele ria escandalosamente. Maldito.

Terminamos de almoçar, não sem mais algumas piadinhas idiotas por parte de Hoseok, claro. Resolvemos que cuidaríamos da louça mais tarde, e então subimos até meu quarto para jogar vídeo game.

~ ♠ ~

Já era sexta feira, e mais uma vez Hoseok e eu estávamos sentados no refeitório. Ele falava o tempo inteiro, planejando uma espécie de “dia divertido”, como ele mesmo havia dito. Eu não opinava, apenas concordava com tudo que era proposto e mesmo que não concordasse, não poderia fazer com que Hoseok mudasse de ideia. 

Em algum momento, ele se levantou e foi até a lanchonete. Meu estômago roncou e fui até lá para pedir que me comprasse algo, mas assim que me aproximei, pude notar ele conversando com Jimin, que obviamente estava acompanhado de Jungkook. O que digo por “conversar” pode – e deve – ser entendido como “discutir”. Escutei Hoseok dizer meu nome, foi nessa hora que os olhos de Jimin viraram-se para mim e então eu travei, ali em meio ao refeitório. Aquela típica expressão questionadora, aquela que sempre me perguntava se estava tudo bem, mas desta vez ele já sabia a resposta. 

Me virei e voltei pra mesa, ainda com fome.

- Já sei para onde vamos hoje! – disse Hoseok de repente, sentando-se à mesa com duas bandejas nas mãos.

- Onde? 

- Vamos para praça.

- Fazer o que em uma praça? – disse, pegando uma das bandejas.

- Você vai descobrir... 

Passamos o resto do intervalo em silêncio, saboreando nossos lanches. Voltei para a sala e tive de aguentar Namjoon e Yoongi falando sem parar por três aulas seguidas, hoje eles estavam atacados, animados por alguma porcaria qualquer que iriam assistir na TV. Não que eu tivesse algo a ver com isso, mas eles não se importavam.

Quando finalmente o último sinal soou, Hoseok já estava me esperando em frente ao portão, como em todos os dias. Ele realmente havia se comprometido em ir para casa comigo e até hoje não havia furado sequer uma vez.

Na avenida principal, meu amigo seguiu o rumo de sua casa e disse que estaria na minha em uma hora. Cheguei tão cansado que sequer almocei, apenas deitei no sofá e acabei pegando no sono. 

Acordei com o barulho da campainha. Levantei devagar, ainda tonto de sono, e andei cambaleando até a porta. Abri lentamente e lá estava Hoseok.

- Você tava dormindo? – e já foi entrando, sem ser convidado – Não acredito! Eu disse que voltava em uma hora e você dormiu? Já tomou banho? Nós temos planos para hoje e...!

- Eu não tenho plano nenhum, você é quem tem. – interrompi seu bombardeio de perguntas. 

- Olha só Taehyung, meus planos são seus planos. Capitche? 

Sentei no sofá, ainda tentando acordar completamente.

- Taehyung! Levanta daí e vai se arrumar!

- Não precisa gritar. 

- Não estou gritando, tô falando normal. – dizia enquanto tentava me puxar do sofá.

- Tá gritando...

Hoseok parou de tentar me levantar e me encarou, fazendo bico. 

- Que coisa horrorosa, não faz isso.

- Só se você levantar desse sofá e for tomar banho.

- Tudo bem, já tô indo. 

Me estiquei como um gato antes de levantar enquanto Hoseok bufava impaciente. Quando eu finalmente estava de pé, empurrou-me até as escadas, gritando sem parar. Subi correndo só pra não ter de ouvir seus berros, que segundo ele, estava falando em tom normal.

Meia hora depois, desci as escadas.

- Pronto? 

- Sim, – bocejei antes de continuar – mas ainda estou com fome.

- Você come por lá mesmo... Vem, anda logo! 

Hoseok me arrastou pelo caminho todo até a praça no centro da cidade. O lugar era enorme e tinha árvores por toda parte. Havia muitas pessoas por lá, por conta de ser véspera de fim de semana e por ser próxima ao shopping mais movimentado da cidade.

Eu continuava sendo arrastado pelo furacão Hoseok, que andava apressado por todos os lados como se procurasse por algo.

Meu estômago ainda reclamava, então – com muito esforço – o convenci a parar em algum lugar para que eu pudesse comer. Encontramos uma pequena lanchonete e sentamos em uma das mesas. Apesar de que eu preferia ter ido comer no shopping, mas Hoseok fez um chilique quando eu mencionei a ideia de sair dali. Ele realmente estava à procura de algo e eu não poderia atrapalhar seus planos nem se quisesse.

Escolhi o prato mais simples que encontrei no cardápio, observando o movimento na praça diminuir gradativamente. 

Passava das três da tarde quando Hoseok levantou-se em um pulo e me arrastou até perto de uma velha fonte que não mais funcionava, mas que apesar disso, era muito bonita e bem conservada. Sua base era feita de várias pedras empilhadas, em cima havia quatro pequenas mulheres de bronze que seguravam pequenos vasos entornados, como se estivessem prestes a derramar seu conteúdo. Sobre suas cabeças havia um grande prato, que estava apoiado em uma grossa coluna central. Do meio dele, erguia-se outra pedra onde estavam mais quatro mulheres, estas menores que as outras, com instrumentos musicais em mãos.

Fiquei parado ali, analisando aqueles tristonhos rostos de bronze e sequer percebi quando Hoseok sumiu por entre as árvores. 

Alguns minutos depois senti sua presença ao meu lado. Ele permaneceu em silêncio, mas diferente de mim, não observava a fonte. Levantei os olhos, e passei a observar algumas crianças que brincavam no gramado, alguns metros à frente. Elas corriam por todos os lados, em uma brincadeira que parecia não fazer o menor sentido. 

Continuei a observá-las, procurando entender seu confuso jogo, até que uma movimentação próxima, chamou-me a atenção. Havia alguns garotos fazendo uma pequena algazarra, riam escandalosamente e gritavam uns com os outros, chamando a atenção de todos que passavam.

Minha primeira reação foi a curiosidade, a segunda deveria ter sido ignorar, se – repito: se – eu não houvesse reconhecido Jungkook em meio àquele redemoinho de adolescentes. E se ele estava ali, isso só poderia significar que...

- Se eles tivessem chifres, seriam uma manada de touros. – disse Hoseok, interrompendo meus pensamentos.

Não respondi, apenas continuei focado no grupo distante, tentando olhar para todos os rostos que estavam lá.

- Procurando alguém?

Em um instante, ele já estava atrás de mim, abraçando-me pela cintura.

- O que você...?

- Shhh, não atrapalha o roteiro. – disse, escorando seu queixo em meu ombro direito. 

Voltei a tentar reconhecer os rostos, mas antes que pudesse fazê-lo, encontrei dois olhos, que mais pareciam fendas, direcionados a mim. Puxei o ar pela boca com toda a força, sentindo Hoseok me apertar ainda mais entre seus braços, fazendo com que eu permanecesse ali.

- Hoseok... Ele tá...! – foi o máximo que consegui balbuciar enquanto tentava sair daquele abraço.

Senti meu corpo ser virado, e então já estava de frente para meu amigo, seu rosto apenas a alguns centímetros do meu.

- Confia em mim.

- Mas...

- Cala b... – seus olhos desviaram dos meus por um milésimo de segundo – Quer sair daqui, Tae?

Hoseok sorriu e levou uma de suas mãos até meu rosto, iniciando uma carícia leve em minha bochecha. Foi nessa hora que senti um solavanco em meu pulso direito, arrancando-me dos braços e dos carinhos do mais velho.

Assim que me recuperei do movimento repentino, direcionei meu olhar para a pequena e rechonchuda mão que segurava meu pulso com tanta força que quase machucava. Meus olhos trilharam o caminho por seu braço, até seu ombro, passando por seu pescoço e finalmente pousando nos semelhantes que eu conhecia tão bem.

Em alguns segundos, eu já estava sendo arrastado pela praça. Olhei para trás, tentando pedir alguma ajuda – mesmo que não fosse preciso – a Hoseok, mas tudo que consegui foi um sorriso e um inaudível “até logo”.

Voltei-me para frente e deixei com que Jimin me levasse para aonde quer que fosse.


Notas Finais


E é isso :v
Se tiver algum erro, me avisem, sério. Eu não tenho certeza de nada, eu e Sabrina tivemos de baixar um programa nada convencional - que eu nem sequer sei o nome - para que eu pudesse digitar isso no computador, e cá estou eu, às 3 da manhã com um filhote de cachorro sonâmbulo do meu lado, uma Sabrina que dormiu já faz duas horas e me deixou aqui sozinha no escuro (ótima amiga, vocês não acham?)
Caso precisem: @liteuqui ou http://ask.fm/jubartarika
Mais uma vez, desculpem a demora, e obrigada por não perderem as esperanças em HoC.
Beijos, até!


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