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História House of Cards - Sometimes you are the hammer, sometimes you are the nail.


Escrita por: tarika

Notas do Autor


E aí amizades, como vão vocês? kakakakaksk risadas

Capítulo 9 - Sometimes you are the hammer, sometimes you are the nail.


Fanfic / Fanfiction House of Cards - Sometimes you are the hammer, sometimes you are the nail.

- Pai, eu... A gente só... – tentei explicar, mas não consegui encontrar argumentos válidos.

- E então, Jimin? Vai me ajudar a levar as compras pra dentro ou não?

O moreno correu até meu pai e pegou algumas das sacolas. O mais velho entre nós mantinha a expressão impassível. Eu sempre imaginei uma reação positiva de sua parte, mas agora me pegava na dúvida do que realmente poderia acontecer.

Meu pai andou até mim, com Jimin em seu encalço. Preparei-me para todo tipo de coisa que pudesse dizer, mas ele passou direto, abrindo a porta da sala e entrando em casa. Jimin veio logo atrás, olhando-me com uma expressão que gritava por ajuda.

Infelizmente, eu era de tanta ajuda quanto um tutorial de beijos da internet. Não que eu já tenha assistido a algum, é claro que não. Ninguém assiste essas coisas, afinal. Não é?

Respirei fundo e entrei em seguida. Segui até a cozinha, imaginando que estariam lá, guardando as compras.

Aproximei-me cautelosamente do balcão que separava a sala e a cozinha. Jimin estava sentado à mesa, os cotovelos escorados na madeira e o rosto entre as mãos. Adentrei o cômodo, procurando pela presença de meu pai, mas não o encontrei ali.

- Jimin...? – chamei baixinho.

Ele levantou o rosto rapidamente, olhando para os lados, procurando por mim. Caminhei até a mesa e escorei meu corpo a ela, agarrando sua borda com as mãos. Jimin continuava me encarando com aqueles olhos miúdos que agora estavam um tanto arregalados, ainda dominados pela surpresa e a incerteza.

Suspirei, vendo-o passar a mão pelo rosto, em um gesto claro de nervosismo. Voltou a me olhar, agora mordia o lábio inferior, provavelmente tentando planejar algo.

- Tae... O que nós...?

- Ué meninos, nem começaram a guardar as compras por mim? Que moleques preguiçosos. – meu pai apareceu na cozinha, interrompendo Jimin.

- Pai, nós...

- Eu entendo. Também sempre tive uma leve indisposição para guardar as compras, mas agora me vejo sem saída, não é mesmo? – ele ria como se não tivesse acabado de flagrar o próprio filho e o melhor amigo aos beijos na porta de casa.

Jimin olhou para mim mais uma vez, uma expressão de “mas o que há com ele?” estampada na cara. Dei de ombros e inclinei-me para as sacolas, retirando de lá um saco de tomates. Arrastei-me até a geladeira, guardando-os na gaveta de legumes e verduras. Sempre achei engraçado o fato de guardar tomates ali ao invés de na fruteira, mas nunca contradisse tal coisa.

A cozinha inundou-se em silêncio enquanto guardávamos as compras. Às vezes, Jimin olhava para mim, sempre com aquele pedido de socorro estampado na face.

Seria cômico, se não fosse trágico. Ou quase isso.

Ainda faltava uma sacola ou duas quando meu pai arrastou uma das cadeiras, sentando-se nela em seguida. Assim que ouvi os pés de madeira arranhando o piso, tirei os olhos do armário onde estava guardando alguns pacotes de bolacha, e direcionei meus olhos aos de meu pai. Achei que Jimin estaria fazendo o mesmo, mas não olhei para conferir.

- Podem terminar, eu espero.  – disse, escorando os cotovelos à mesa e o queixo às mãos.

Voltei-me para o armário, terminando de esvaziar a última sacola. Andei até a mesa, onde Jimin já esperava por mim.

- Sentem aí.

Arrastamos as cadeiras à nossa frente e nos sentamos. Eu nunca havia tido uma “conversa de gente grande” com meu pai. Ele sempre foi um cara bem humorado, não levávamos muitas coisas a sério, então eu não sabia o que esperar daquela reunião de cozinha.

- Alguém tem algo a dizer? – perguntou.

Inclinei um pouco a cabeça, tentando pensar em algum bom argumento, mas cheguei à conclusão de que argumentar logo de cara só nos tornaria ainda mais culpados.

- Jimin? – vi o moreno ao meu lado negar com a cabeça.

- Taehyung? – olhei para meu pai, estreitando os olhos, tentando parecer impassível e neguei lentamente.

Olhou-me meio desconfiado, uma expressão marota e um sorriso desafiador brotando em seus lábios.

“Ai meu deus, por favor, não! Fala sério!”, pensei.

- Então Park Jimin... – pigarreou – quais são suas intenções com meu filho?

Eu. Não. Acredito. Deus, por favor, me leve deste lugar. Eu já paguei meus pecados, por favor, me tire daqui.

Deixei minha cabeça cair na mesa, fazendo um barulho abafado quando minha testa se chocou com a madeira.

- Ér... Bom, eu... – Jimin provavelmente estava tão vermelho quanto os tomates que eu havia guardado na geladeira.

Se eu, que sou filho desta criatura maligna sentada à nossa frente, não esperava por essa, imagine então, o pobre coitado do meu melhor amigo. Ele gaguejou tanto que eu pensei até em mandar uma mensagem de texto avisando para sua mãe que teria de pagar algumas sessões de fonoaudiólogo.

Meu pai provavelmente nunca se cansaria de me passar vergonha, então deixava Jimin ali, tentando juntar as migalhas que seu corpo havia se tornado após a tal pergunta.

Entretanto, eu mesmo estava farto de ouvi-lo soltar sons que nada diziam, então levantei meu rosto da mesa e olhei para aqueles olhos tão semelhantes aos meus, com a melhor expressão de “eu não acredito que está fazendo isso...”, mas diferente de mim, os olhos de meu pai apenas expressavam a mais pura diversão.

- Não precisa responder garoto, eu estava só brincando. – disse e em seguida soltou uma sonora risada, como se estivesse a segurando por muitos dias.

Ouvi Jimin soltar todo o ar dos pulmões e senti pena. Meu pai era um sacana.

- Ai, vocês são hilários, meninos. – dizia, enxugando as lágrimas dos olhos.

Continuávamos olhando pra ele, ainda constrangidos. Respirei fundo, decidido a dizer algo.

- Pai... – ele me olhou, ainda soltando leves risadinhas – Precisava mesmo?

- Mas é claro que sim. Tenho certeza de que esteja onde estiver, sua mãe está rolando de rir. Ela sempre adorava quando eu fazia esse tipo de coisas.

Maldito. Tocou no assunto “mãe” para me desarmar. E funcionou com sucesso.

Levantei da mesa, seus olhos acompanhando meus movimentos, sempre com o sorriso ali. Jimin fez o mesmo, ainda meio encabulado com a situação. Segurei em seu pulso e o arrastei até meu quarto.

Ele estava tão constrangido que nem se lembrou de me oferecer ajuda com o gesso quando chegamos à escada. Tive de pigarrear uma ou duas vezes, para que ele acordasse de seu transe.

Fechei a porta enquanto Jimin sentava-se em minha cama, parecia mais tranqüilo agora. Entretanto, assim que notou minha aproximação, seu rosto voltou ao tom rosado.

- Não precisa ficar envergonhado pelas idiotices que meu pai faz. Achei que estivesse acostumado.

- Eu estou acostumado com as piadas que ele faz com os outros, não com as que eu estou envolvido.

Ri um pouco e ele sorriu de volta, fazendo com que seus olhos se tornassem ainda menores, daquele jeitinho que eu adorava. Permanecemos em silêncio por um minuto ou dois, até ele se pronunciar.

- É melhor eu ir, antes que ele volte aqui e me pergunte se já marquei a data do casamento. – abaixou a cabeça, sorrindo de lado.

Seu comentário bobo me fez rir, apesar de sentir minhas bochechas se esquentarem.

- Tem certeza?

Ele apenas aquiesceu.

- Certo, então eu te acompanho até a porta.

- Não precisa, fica aqui. Depois você vai ter de subir as escadas de novo e eu não vou estar aqui pra supervisionar.

- Meu pai pode fazer isso no seu lugar.

- Ele está ocupado, rindo das nossas caras.

Rimos mais uma vez e ele me convenceu a ficar ali. Sentei-me na cama e ele me ajudou a ajeitar a perna engessada por cima de uma almofada. Deu-me um beijo na testa e saiu, fechando a porta devagar.

Fiquei imaginando todo o sofrimento de ter que passar por meu pai mais vez. Novamente senti pena. Fiquei tentado a ir até lá, ajudá-lo a se livrar da gozação sem fim, porém antes de sequer concluir o pensamento, pude vê-lo através da janela, atravessando o gramado.

Quando chegou ao outro lado da rua, Jimin olhou para trás, quase como se soubesse que eu o observava. Seus olhos foram direto até os meus, ele sorriu mais uma vez e entrou em casa.

~♠~

Na manhã seguinte, Jimin me esperava na porta de casa para irmos juntos até a escola. Ele havia feito sua mãe esperar por nós, para que eu não tivesse de me esforçar, segundo o próprio. Ela conversou comigo durante todo o percurso, enquanto Jimin permanecia em silêncio, com um pequeno sorriso nos lábios.

Quando chegamos à escola, ele me ajudou a descer do carro e levou minha mochila até a classe, mesmo eu tendo insistido o caminho todo para levá-la.

Ajudou-me a sentar e sentou-se logo ao lado, sem perder tempo em arrastar sua mesa até encostar-se à minha. Me senti meio desconfortável com os vários pares de olhos que nos observavam, mas lembrei-me de que provavelmente aquilo era resultado daquele showzinho de Jimin e Hoseok no intervalo.

As primeiras aulas foram como quaisquer outras aulas de um dia qualquer. Exceto pela presença ilustre da secretária da diretora, dizendo que esta estava solicitando a presença do meu melhor amigo barra talvez suposto caso romântico barra vizinho, Park Jimin.

Ele voltou para a classe assim que o sinal para o intervalo soou, e por mais que estivesse voltando da sala da diretora, aquele sorrisinho de lado ainda adornava seus lábios.

- Tem certeza que estava na sala da diretora? - perguntei, assim que saímos da classe, em direção ao refeitório.

- Sim. Hoseok também estava lá. Ele até tentou argumentar, mas sabe como é...

- Sei. Então, vocês estão de castigo?

- Estamos.

- E por que você está sorrindo?

- Você.

- Eu? - perguntei, mas não tive tempo de insistir em uma explicação porque havíamos chegado ao refeitório, onde Hoseok já nos esperava, sentado em uma das mesas.

Contaram-me que a diretora havia designado que eles teriam de limpar a biblioteca durante toda a próxima semana. Hoseok reclamou o máximo que pôde, enquanto Jimin e eu apenas ríamos do escândalo que o mais velho fazia.

Almoçamos, não sem algumas piadinhas escrotas por parte de Hoseok, obviamente direcionados aos acontecimentos da tarde do dia anterior, e depois voltamos à classe para mais algumas horas de falatório.

Durante todas as aulas, tive de aturar o moreno ao meu lado perguntando-me a cada minuto se eu estava bem ou se precisava de algo. Minha vontade era de mandá-lo calar a boca, mas era uma graça vê-lo tão preocupadinho comigo. Não que fosse algo fora do comum, mas ah, agora era diferente. Não era?

Ao fim da última aula, fomos nos encontrar com Hoseok. Ele não estava em sua sala, então Jimin fez-me sentar em um dos bancos dispostos pelo pátio, enquanto procurava pelo mais velho.

Fiquei ali, observando os últimos alunos saírem pelos portões. Jimin demorou tempo suficiente para que eu começasse a me distrair com os formatos das nuvens e jurei ter visto uma delas com o formato do rosto de minha mãe.

O que ela diria se me visse agora? O que diria se, ao invés de meu pai, tivesse sido ela a me flagrar beijando outro garoto na porta de casa? Eu queria saber, mas ao mesmo tempo tinha medo.

Meu pai sempre dizia que no mundo não existia outro ser humano como minha mãe, e eu gosto de acreditar em suas palavras, aceitá-las como fatídicas e torná-las minhas próprias verdades.

Não me lembrava de tantas coisas quanto deveria (se levar em conta a idade que eu tinha quando ela se foi), mas lembrava do suficiente para realmente acreditar nas palavras dele.

Eu sentia tanto sua falta, e apesar de custar lembrar-me do som de sua voz, daria tudo para trazê-la de volta e saber o que ela teria a me dizer de toda essa situação.

~♠~

O sol estava alto e o suor brotava de minha testa, apesar da brisa que balançava meus cabelos alaranjados. Olhei para os corredores, tentando encontrar algum vestígio de meus únicos amigos. Infelizmente, não havia nem sinal de nenhum dos dois.

Suspirei, tanto pelo calor quanto pela frustração de ter que esperá-los. Ouvi som de vozes e disse "obrigado" olhando para o céu, não sei se agradecendo a Deus ou se à nuvem de minha mãe. Talvez aos dois. Assim que me inclinei, pude ver Hoseok vindo de trás da escola. Seus braços sobrepostos ao redor dos ombros de... Mas o que diachos?

Eles não podiam me ver, por conta do grande carvalho que me escondia em toda sua imensidão, em um mar de folhas. Entretanto, eu podia vê-los muito bem, podia ver Hoseok e seu sorriso prepotente e também podia ver Min Yoongi e suas bochechas coradas, de cabeça baixa, enfiado entre o braço direito de meu amigo.

Cogitei a ideia de sair dali e fingir que não havia os visto, mas Jimin ainda não havia voltado e eu provavelmente faria mais barulho tentando sair dali do que se simplesmente ficasse. Voltei os olhos para a tela de meu celular, passando o dedo pelos aplicativos, fingindo estar super distraído com qualquer coisa.

As vozes estavam mais altas, consequentemente mais próximas, mas não olhei para conferir. Senti-me suar ainda mais, e fiquei ali, a perna engessada disposta sobre o banco, olhando para o papel de parede com uma daquelas fotos de paisagem que já vem no sistema, enquanto eles provavelmente davam a volta no carvalho.

Respirei fundo quando ouvi o som abafado de seus sapatos pisando sobre as folhas caídas no gramado. Ouvi um deles bufar e logo depois o barulho dos passos cessou. Eu obviamente havia sido finalmente descoberto, e dessa vez eu não pude evitar olhar para eles.

Nunca havia visto os olhos de Yoongi tão arregalados. Ele sugou todo o ar que pôde, prendendo-o em seus pulmões, quase como se fosse eu quem tivesse quebrado sua perna e não o contrário. Levei meus olhos de um ao outro, até o mais baixo empurrar Hoseok, as bochechas se tornando ainda mais avermelhadas, acho que ele poderia morrer ali mesmo e não me surpreenderia se fosse exatamente isso que se passasse por sua cabeça.

Hoseok se assustou com a ação de Yoongi, mas logo se indiretou.

- Oi Taehyung, o que está fazendo aqui? – ele disse, o sorriso mais falso que já vi em seus labios.

- Esperando o Jimin. Ele, é... Bem, ele foi procurar por você.

- Ahn, sim. – seus olhos foram até o rapaz encolhido ao seu lado – Certo, eu vou levar o Yoongi até o portão e aí eu volt...

- Não precisa, eu vou sozinho. – interrompeu o outro, sem levantar a voz ou os olhos.

- Mas eu...

- Já disse que não precisa. – aumentou um pouco o tom de voz, tentando soar convincente, eu acho. E após dizer isto, saiu andando a passos firmes, em direção aos portões. Eu e Hoseok ficamos olhando-o ir embora até ele sumir de nossas vistas.

- Vai me explicar? – perguntei. O moreno suspirou e fez uma careta antes de responder.

- Longa história.

E eu não insisti, afinal, ele não parecia estar a fim de dizer e eu juro a vocês que também não estava muito a fim de saber.

Antes mesmo que Hoseok se sentasse a meu lado, ouvimos um "eu não acredito!", e avistamos Jimin vindo em nossa direção.

- Eu te procurei por todo canto. Aonde é que você estava?

Hoseok gaguejou um pouco antes de tentar responder, mas eu decidi aliviar para ele.

- Tanto faz, agora já estamos todos aqui. Vamos para casa, estou cansado. – disse, tirando minha perna engessada de cima do banco.

Coloquei minha mochila sobre o ombro e no instante seguinte, ela foi retirada de lá. Levantei-me sem protestar e senti o braço de Jimin rodear-me a cintura. Ouvi a risadinha baixa de Hoseok e lhe lancei um olhar como lembrete dos acontecimentos de alguns minutos atrás. Ele calou-se no mesmo instante e foi minha vez de rir.

- Que foi? – Jimin perguntou, olhando em meus olhos.

- Nada. – sorri, recebendo seu sorriso de volta.

Voltamos para casa em silêncio, o sol em nossos olhos e o sorriso em nossos lábios, cada um por seus próprios motivos.


Notas Finais


Então, é isso.
Bom, desculpem a demora, acontece que todos os meus computadores tinham quebrado, acreditem '-'
O notebook tinha queimado, o outro tinha corrompido o windows e o pc de mesa não queria abrir nada, pelo menos esse último voltou a funcionar essa semana, e portanto estou aqui -q
Qualquer coisa: @liteuqui ou ask.fm/jubartarika
Obrigada por esperarem, obrigada pelo carinho e obrigada por não desistirem de mim ehuehuehe ♥


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