História House of Cards - Capítulo Nove

A brisa fresca batia em nossos rostos. Seus cabelos caídos sobre seus olhos esvoaçavam e o deixava incrivelmente sexy toda vez que eu virava seu rosto para mim para beijá-lo, mas não que eu dissesse isso em voz alta, ou que eu conseguisse, já que ele estava sentado entre minhas pernas e recostado em meu peito, enquanto eu deixava selares carinhosos por seu pescoço.

O som ambiente era de pássaros, crianças brincando, pessoas conversando e rindo animadamente.  Era um clima maravilhosamente perfeito e aconchegante para nosso primeiro passeio juntos. Ele estava amando tudo, desde minhas singelas caricias até a deliciosa cesta de comida que senhora Kim havia preparado para mim, até mesmo a toalha vermelha quadriculada ele achou brilhante.

Já estávamos sentados no parque municipal há algumas horas, e depois de comermos sanduiches, frutas e suco, estávamos apenas curtindo o tempo juntos, apreciando a companhia um do outro de maneira que nunca pudemos antes. Claro que eu não chego nem perto do mínimo que eu faria com uma pessoa normal em um primeiro encontro, mas já é um grande progresso comparado a antes quando o máximo que eu tinha dele era sua voz angelical por trás de uma porta de madeira.

Mas mesmo assim, ainda tem algo que me deixa com muito medo, que por incrível que pareça, não era senhora Jeon, mas sim sua doença. Durante a semana ele não apresentou nenhum traço dela, mas eu sei que ainda está lá e eu fico pensando nisso a maior parte do tempo, mesmo estando com ele, pois sei que quanto mais eu sinto dele mais eu me apaixono, o que vai tornar as coisas muito mais difíceis e dolorosas se um dia o pior acontecer a Jungkook.

Não devia estar pensando assim, devia ser otimista e acreditar que tudo vai ficar bem, que mesmo que ele não se cure, ele vai conseguir se manter instável, mas o medo é involuntário, ele sempre aparece quando penso por um milésimo de segundo que ele poderia ter outra crise como a que ele teve há algumas semanas.

Ele não pode nem cogitar a ideia de que eu fico me preocupando tanto assim com ele, ou que eu sinto medo, porque ele pode acabar me pedindo para deixá-lo, seguir meu caminho e encontrar outra pessoa. Já conheci Jungkook o suficiente e sei que ele faria isso, ele gosta muito de mim e estaria disposto a me perder do que me fazer sofrer, mas deixá-lo sem dúvidas é muito pior do que vê-lo morrer. Se algo tiver de acontecer, vou estar ao seu lado até o último momento.

Esfreguei a ponta de meu nariz em seu pescoço em uma caricia singela e o senti se arrepiar. Abracei sua cintura fortemente e ele passou os braços por cima dos meus.

– Temos que fazer isso mais vezes. – Pediu jogando a cabeça para trás e apoiando-a em meu ombro. – É tão bom ficar aqui com você...

– Eu sei. – Beijei sua cabeça. – Nem acredito que agora eu posso te mostrar tudo que eu te prometi.

– Confesso que eu não tinha muita fé nisso, mas agora é diferente... – Ele virou de frente para mim e segurou meu rosto. – Quero passar minha vida inteira com você!

– Eu também! – Peguei suas mãos e as beijei. – E para terminar o dia de hoje, vamos a uma festa hoje à noite.

– Que festa? – Perguntou.

– De um amigo da escola, é aniversário dele e ele alugou uma casa com piscina para dar a festa.

– Festa na piscina? De noite? – Ele enrugou a testa e eu ri.

– Sim, não precisa estar de dia e ter sol para fazer uma festa na piscina, basta você ser um colegial pronto para fazer loucuras quando seus pais não estão por perto, chamar uns amigos, comprar algumas bebidas, é fácil e muito legal. – Disse e ele pareceu meio confuso.

– Acho que minha mãe não vai deixar eu ir. – Ele disse com uma carinha triste.

– Não se preocupe, já tenho tudo planejado. – Pisquei um olho cúmplice.

– Como assim? – Ele sorriu suspeitando.

– Você diz que vamos dormir na casa do Taehyung. – Digo a ele a solução mais simples do mundo. Fazia isso na época das primeiras festas que fui.

– Não vou me sentir bem mentindo... – Ele disse mordendo os lábios. Tão fofo e inocente!

– Tecnicamente você não vai mentir, porque depois da festa nós vamos para a casa do Tae, então você vai sim dormir lá! – Tirei uma mecha de seu cabelo de seus olhos.

– Você não tem jeito! – Ele passou os braços por meu pescoço e juntamos nossos lábios.

Jungkook P.O.V  On

Eu estava nervoso, com um frio na barriga e uma ansiedade infinita. Hoje eu iria sair com Jimin para um lugar com outras pessoas da nossa idade, além de Taehyung e Hoseok. Seria minha primeira vez em uma “experiência” de verdade, pois segundo Jimin, isso era bem diferente de um piquenique em um local público.

Era uma festa. Ele disse que eu veria muitas coisas, umas legais, outras nem tanto. E eu preciso tomar cuidado, embora ele me garantindo que estarei seguro ao seu lado, que ele vai se encarregar de me divertir de maneiras seguras, sem que precisemos fazer loucuras adolescentes, mesmo no meio de um bando de gente bêbada.

Arrumei minha mochila com uma roupa para dormir e a roupa da festa, além de escova de dente e alguns remédios que eu não podia deixar de tomar. Passaríamos primeiro na casa de Taehyung onde deixaríamos nossas coisas e trocaríamos de roupa. Eu não estava muito seguro com a minha, quer dizer, Jimin fica muito bonito vestindo qualquer coisa, mas eu não sei se estarei a sua altura para estar com ele em uma festa.

Para ser sincero, eu não estou convencido sobre nada. Não faço ideia de como vai ser essa tal festa, ou de como devo agir para tentar o mínimo possível parecer um adolescente normal. Também não quero que Jimin pague mico por eu não saber me comportar, o que é bem provável, eu não sei como lidar com pessoas. A única pessoa que conheci em anos fora ele. Taehyung e Hoseok já me foram apresentados como cientes do meu caso, então eles mesmo puxaram assunto.

– Oi! – Me assustei quando escutei a voz de Jimin atrás de mim.

Virei para trás e ele estava parado de braços cruzados encostado na porta agora aberta. Ele estava incrivelmente bonito, me deixando totalmente sem jeito. Eu teria que repensar minha roupa para a festa, teria que repensar em mim por completo. Nunca serei tão bonito quanto ele.

– Oi... – Disse piscando e olhando para o chão, enquanto ele caminhava em minha direção.

– Já arrumou tudo? – Ele segurou minha cintura e passei os braços por seu pescoço.

– Já, já está tudo pronto. – Assenti sorrindo.

– Que bom. – Ele sorriu e selou meus lábios.

Nunca vou me acostumar com seus beijos, cada vez é uma surpresa diferente, um novo e belo sentimento de descoberta para mim. Sua boca era gentil, sempre me beijava com calma e ternura, me deixava sentir cada toque e sentir seu gosto. Era bom quando ele sugava meus lábios lentamente, sempre me dava um frio na barriga.

– Vamos? – Ele disse depois de encerrar o beijo com um estalo.

– Uhum. – Assenti umedecendo os lábios.

Jimin foi até a cama e fechou minha mochila, botou-a nos ombros e segurou minha mão. Saímos do quarto de mãos dadas e fiquei um pouco receoso. Não sei se conseguirei passar por minha mãe sem deixar transparecer algo. Jimin me ajudou hoje cedo quando pedi para dormir na casa de Taehyung, mas notei que ela ficou meio relutante.

– Estamos indo, senhora Jeon. – Ele disse.

Minha mãe levantou-se do sofá onde via um programa qualquer na TV. Ela caminhou até nós com uma expressão indecifrável e senti um pouco de medo. Tentei parecer normal e impassível, mas o meu medo de ser descoberto era grande.

– Comporte-se, e qualquer coisa, volte para casa. – Ela disse por fim e respirei aliviado.

– Não se preocupe, só vamos ver filmes e comer algumas besteiras até tarde. – Jimin disse e notei um tom divertido, por isso olhei para ele lhe repreendendo.

– Tudo bem mãe, eu vou me cuidar. – Disse e lhe dei um abraço. – Não liga para o que Jimin diz, eu não consigo ficar acordado até muito tarde mesmo.

Ela me deu um beijo na testa e depois se despediu de Jimin, lhe dizendo para tomar conta de mim. Ele, bem cínico, disse que ela não precisava se preocupar que ele cuidaria de mim e não faríamos nada que ela pudesse desaprovar.

Saímos de lá e pegamos o carro de Jimin. Ele colocou minha mochila no banco de trás onde a sua já estava, depois dirigiu até a casa de Taehyung, que não ficava longe dali. Logo nós chegamos e ele pegou as duas mochilas sem problemas com o peso. Paramos em frente a porta e toquei a campainha, logo fomos recebidos por Hoseok que abriu a porta sorrindo.

– Entrem! – Ele nos deu passagem. – Já estamos prontos, só faltam vocês.

– Podem deixar as coisas de vocês no quarto de hospedes e se trocarem lá. – Disse Taehyung vindo até nós no meio da sala. – Olá Kookie!

– Oi! – Sorri gentilmente e ele retribuiu com um sorriso lindo que me fez querer ser tão bonito quanto Taehyung.

Jimin me puxou pela casa e subimos as escadas até o segundo andar. Ele parecia conhecer bastante a casa, como se fosse sua, mas eles já eram amigos há muito tempo, era de se esperar. Ele me guiava pelo imenso corredor cheio de quadros com fotos da família de Taehyung, até Jimin parar em frente a uma porta quase no fim do corredor e abri-la.

Eu entrei primeiro e fiquei admirado com o quarto, principalmente a enorme cama de casal, onde provavelmente eu dormiria com Jimin. Olhei para trás e o vi passar pela porta e passando por mim, depois colocando nossas mochilas sobre a cama. Fiquei parado no meio do quarto olhando para seus movimentos, até que ele me notou o encarando e veio até mim, me segurando pela cintura.

– Algum problema? – Ele perguntou e mordi os lábios um pouco sem jeito.

– É que... vamos dividir a cama, não é? – Disse alternando o olhar entre ele o e chão.

– Ah, então é isso. – Ele sorriu e piscou com um olho para mim. – Não se preocupe, vou dormir vestido.

– Ãh? Você costuma dormir... pelado? – Perguntei exaltado.

Ele riu de meu espanto, mas não vi graça alguma. Ele dorme mesmo sem roupa? Ele seria capaz de dormir pelado enquanto divide a cama comigo?

– É, eu gosto, me sinto livre. – Ele disse dando de ombros como se isso não fosse grande coisa. Engoli em seco. – Não se preocupe, essa noite eu coloco um calça.

Apenas assenti freneticamente. Ele riu de minha reação um tanto quanto desesperada e me deu um leve selo nos lábios, depois abriu sua mochila, pegou uma muda de roupas dobrada impecavelmente e seguiu para uma porta que nem tinha reparado estar ali, provavelmente o banheiro.

Respirei fundo e balancei a cabeça. Precisava parar de pensar nisso, em Jimin sem roupa. Mas bem, ele não é totalmente diferente de mim, quer dizer, ele é homem, tem o corpo semelhante ao meu, a diferença é que ele é um tanto mais baixo, mas é infinitamente mais largo, com músculos. Acho que não seria constrangedor e nenhuma novidade se eu o visse sem roupa, afinal.

Jimin saiu logo do banheiro impecavelmente vestido para a festa e eu congelei no chão, em pé com uma cara de idiota. Ele usava uma camisa de manga curta branca em gola V, uma calça jeans escura e uma jaqueta preta em suas mãos. Ele girou a jaqueta no ar e a vestiu, como se estivesse em câmera lenta e pela milésima vez apenas no dia de hoje, mostrando o quanto ele é perfeito e divinamente lindo.

Pisquei os olhos algumas vezes tentando sair do estado de torpor que ele me proporcionou, mas falhei inutilmente o fazendo perceber o quanto eu estava desconcertado. Jimin veio até mim e me abraçou pela cintura. Eu virei o rosto para que ele não visse que eu corava ridiculamente.

– Que foi? – Perguntou tombando a cabeça para o lado para tentar me olhar.

– Nada, eu... vou me trocar!

Me desvencilhei de seus braços e fui para o banheiro com minha roupa da festa. Chegando lá, me olhei no espelho e tentei normalizar minha respiração, que eu nem sequer reparei estar acelerada, porque no estado em que eu estava, era mais provável que eu esquecesse como se deve respirar. Mas eu só estava ali tentando me recompor, achando que talvez se eu tivesse parado de respirar e caído duro no chão seria menos humilhante.

Jimin é infinitamente mais bonito que eu, na verdade não sou nada atraente. Sou magro, branquelo, com a saúde debilitada, enquanto ele é um garoto musculoso, incrivelmente lindo, que pode ter quem ele quiser aos seus pés. Por que ele está comigo? Com certeza não chego aos pés de ninguém que já tenha saído com ele e posso acabar o fazendo passar vergonha por eu ser tão desajeitado.

Não. Depois de tudo que passamos, se estamos aqui, é porque gostamos um do outro a cima de tudo. É nisso que tenho que pensar.

Peguei minha roupa e me troquei rapidamente. Uma calça jeans, uma blusa preta com uma estampa qualquer, e um casaco, ou eu poderia ficar resfriado. Saí do banheiro e invés de Jimin, eu encontrei Taehyung me esperando.

– O que houve? – Perguntei.

– Vim deixar você extremamente gato! – Ele pegou minha mão e me puxou para o banheiro. – Primeiro, tira esse casaco e coloca isso! – Ele me deu uma jaqueta de couro preto. – E ainda tem isso! – Ele abriu uma maleta e vi umas coisas que já vi no quarto de Jihyun. Eram maquiagens.

Ele passou diversas coisas em meu rosto e meus lábios. Quando terminamos, eu não estava tão pálido, minhas bochechas estavam levemente coradas e meus lábios bem rosados. Acabei gostando do que vi no espelho.

– Nossa, obrigado Tae! – O abracei com força.

– De nada. – Ele retribuiu o abraço.

– Você não sabe o que isso significa para mim. – Disse sorrindo para ele.

– Como assim? – Ele franziu a testa. Eu olhei para o chão um pouco sem jeito de dizer. – Hey, pode ir me contando o que caraminholas estão se passando nessa cabecinha.

– Bom... – Mordi os lábios. – Não sou tão bonito como você, Hoseok, ou o Jimin e tenho medo dele não querer mais ficar comigo, procurar alguém melhor.

– Nunca mais diga isso, está bem? Jimin gosta de você do jeitinho que você é, ou você esqueceu que ele gosta de você desde antes de se verem?

Mordi os lábios de novo, a essa altura, eles estavam da cor do sangue de tanto que os pressionava entre os dentes. Mas ele tinha razão, eu estava com muitas caraminholas na cabeça. Tenho que confiar em Jimin e no que ele sente.

– Desculpe, você tem razão. – Sorri.

– É, agora vamos, eles estão nos esperando, e você vai tratar de se divertir hoje. – Ele me abraçou pelos ombros e caminhamos juntos.

Descemos e Jimin e Hoseok nos esperavam sentados. Quando Jimin me viu ele levantou subitamente e me olhou. Taehyung me deixou ir na frente para ver o que aconteceria. Então eu caminhei até Jimin e ele segurou em minha cintura. Adoro quando ele faz isso!

– Você está lindo! – Seus olhos estavam vidrados em mim.

– Obrigado! – Sorri sem jeito.

– Agora podemos ir, não é?! – Taehyung disse, mais afirmando do que perguntando.

Fomos no carro de Jimin, pois ele não beberia, já que ele me mostraria as belezas de uma festa e tomaria conta de mim, ele não iria ingerir álcool. Logo nós chegamos. No jardim havia várias pessoas com bebidas na mão. E a piscina, lotada. Mas o que me chamou atenção era que alguns casais estavam... bem, mais intensos que Jimin e eu quando nos beijávamos.

Desviei o olhar e segui Jimin para dentro da casa. Taehyung e Hoseok logo se perderam no meio da multidão. As pessoas se aglomeravam e dançavam no ritmo da música. Sorri. Parecia tudo muito divertido. Jimin percebendo como eu admirava tudo colou nossos corpos, abraçando minha cintura fazendo nossos quadris se juntarem. Ele pegou meus braços e os passou por seu pescoço.

– Não sei dançar! – Tive que gritar devido a música alta.

– É só me acompanhar! – Gritou de volta.

Não sei quanto tempo ficamos ali, me perdi completamente no ritmo de nossos corpos se embalando e se tocando. Estava quente, muito quente. Suas mãos apertavam minha cintura e me levavam para cada vez mais perto dele. Mais um pouco e uma parte bem... intima, de nossos corpos se tocariam.

Paramos de dançar apenas quando sentimos sede. Jimin me levou para a cozinha e lá havia baldes cheios de gelo com diversas bebidas.

– Eu sugiro refrigerante, a não ser que você queira experimentar algo.

– Está bem, ãh... podemos dividir uma cerveja. – Disse.

– Ok! – Ele disse e pegou uma garrafa e abrindo em seguida. – O primeiro gole é seu.

Ele me estendeu a garrafa e a peguei. Respirei fundo e vire a garrafa na boca. O líquido gélido desceu por minha garganta e me fez sentir um pouco tonto. Cambaleei para o lado e Jimin me segurou.

– E é só um gole de cerveja... Tem muita coisa mais forte por aqui!

– Então nem vou chegar perto. – Eu disse rindo lhe entregando o que sobrou. – Pode beber o resto, não vou aguentar.

Ele pegou a garrafa e bebeu tudo de uma vez, depois disse que aquela seria a única que beberia, já que seria ele quem teria que carregar Hoseok e Taehyung para casa em coma alcoólico. Eu ri de sua crueldade ao falar isso.

Ele me levou para conhecer alguns amigos, mas nem todos lembrariam de mim no dia seguinte, tenho certeza, a julgar pelo estado que estavam. E depois de um tempo, voltamos a dançar, até eu me sentir extremamente cansado e irmos para o lado de fora, onde sentamos no gramado do jardim.

– Se divertindo? – Jimin perguntou me abraçando por trás e me puxando para me recostar em seu peito.

– Sim, bastante. – Alisei seus braços em volta de minha cintura.

– Que bom! – Beijou meu pescoço. – Ainda vamos a muitas festas.

– E na próxima eu entro na piscina! – Disse divertido.

– UUUHHH, tem alguém querendo ousar...

Virei de frente para ele sorrindo e puxei seu rosto para nos beijarmos. Ele foi mais rápido e capturou meus lábios em um beijo profundo e urgente. Segurando em minha cintura, ele me colocou sentado sobre suas coxas, com uma perna de cada lado. Sua língua pediu passagem e cedi, logo tendo minha boca explorada. Às vezes ele mordia meu lábio inferior e eu sentia arrepios pela espinha e arqueava, e sem perceber, eu chegava cada vez mais para frente, sem me dar conta de onde fui parar.

– Ãh... – Deixei um gemido escapar quando ele apertou forte minha cintura.

– Porra! – Ele praguejou e senti algo de baixo de mim que acabou me assustando.

Nos afastamos sem nos olhar nos olhos. Sua respiração estava pesada. Jimin foi me tirando de seu colo devagar e normalizando sua respiração. Sentei ao seu lado e ele me olhou. Eu estava corado por aquele momento tão constrangedor. Devia ter prestado mais atenção e percebido onde eu estava.

– Desculpe, eu... – Ele me interrompeu.

– Não foi você, fui eu! Perdi o controle. – Ele disse. – Você mexe comigo e com o meu corpo, mas precisamos ir devagar, ou eu... vou acabar fazendo besteira.

– Você não faria nenhuma besteira. – Sorri lhe garantindo.

– É o que eu espero, mas você é uma tentação! – Ele me roubou um selo e fiquei ainda mais vermelho.

Continuamos sentados curtindo a brisa e apreciando a companhia alheia, mas não ficamos até o fim da festa, pois quando Taehyung e Hoseok apareceram mais que bêbados, os ajudamos a entrar no carro e fomos embora. Eu não fazia ideia do que era ficar bêbado até ver aqueles dois trocando as pernas e travando a língua. E segundo Jimin, no dia seguinte, eu veria a famosa ressaca entrando em cena.

Depois que colocamos os dois na cama no quarto de Taehyung, fomos para o quarto onde dormiríamos. Eu fui o primeiro a tomar um banho e trocar de roupa. Quando foi a vez de Jimin, eu fiquei sentado a cabeceira da cama o esperando, pensando em como nossa noite foi divertida, em nossos corpos sentindo um pouco mais um do outro enquanto dançávamos de forma quente.

Sorri lembrando disso. Eram sensações novas e gostosas, eu precisava contar para alguém como eu me sentia e acho que sei quem. Taehyung é um ótimo amigo e sei que posso confiar nele, então vou conversar com ele e dizer tudo que estou sentindo com Jimin.

 Foi tão bom senti-lo tão próximo e queria sentir seu corpo assim de novo, mas acho que pensei cedo demais, pois Jimin logo saía do banheiro sem camisa, só com a calça como ele havia dito, mostrando todo seu abdômen muito bem construído. Era uma visão do paraíso e não consegui nem disfarçar o quanto eu babava.

– Tudo bem? – Perguntou sentando ao meu lado e puxando o cobertor para se deitar.

– Uhum. – Assenti desviando o olhar para o outro lado.

– Espero que não se importe de eu dormir assim, ou quer que eu ponha uma camisa?

– NÂO! – Disse rápido demais. – Quer dizer... tudo bem, fique a vontade.

Ele sorriu de lado e deitou cobrindo apenas de sua cintura para baixo. Engoli em seco e deitei na cama. Mesmo sendo duas da manhã, o dia demoraria a clarear. Eu não conseguiria dormir. Eu precisava conversar com Taehyung.

Jungkook P.O.V Off

Duas semanas depois.

– Qualquer coisa, é só me ligar que eu volto, mas eu espero realmente que vocês não me liguem. Eu também preciso de um tempo só para mim!

Jihyun dizia para nós da porta, prestes a sair. Sua mãe faria uma viagem nesse fim de semana a trabalho. Essa não era a primeira vez que isso acontecia, mas a diferença é que dessa vez Jungkook não ficaria sobre os cuidados de sua irmã, e sim dos meus. Ela aproveitaria e também passaria o fim de semana fora com uns amigos da faculdade, então eu ficaria com Jungkook esses dias.

Senhora Jeon não fazia ideia disso, óbvio, só Taehyung e Hoseok sabiam disso. E o último sabia exatamente como eu estava me sentindo com isso. Ansioso, nervoso, preocupado e com medo.

Essas duas semanas foram estranhas. Boas, mas estranhas. Jungkook tem passado muito tempo com Taehyung. Isso não me incomoda, mas ele está diferente, ele me olha diferente, é intenso. Não sei o que eles dois andam conversando, mas eu já tinha dito a Hoseok que está cada vez mais difícil me controlar perto de Jungkook. Ele está bem mais... solto? Alegre? Ousado? Não sei definir.

Assim que sua irmã saiu, nós jantamos e ficamos vendo programas naquela noite de sexta feira. Em sua cama, que era de casal, – segundo ele porque sua mãe ou sua irmã dormiam com ele quando era mais novo e muito mais propenso a ficar doente – estávamos sentados recostados a cabeceira trocando beijos e carícias.

Mas como já havia mencionado, Jungkook estava diferente, ele tenta coisas diferentes, como começar a puxar a barra de minha blusa. Suas mãos são delicadas, seu toque é suave, me faz delirar e esquecer por um segundo a diferença entre o certo e o errado.

– Kookie... é melhor paramos por aqui! – Disse o empurrando um pouco e indo para a beira da cama.

– Por quê? – Ele fez um bico confuso.

– Porque sim, não quero passar dos limites com você!

– Mas e se eu quiser? – Ele parou sentado bem atrás de mim e segurou meus ombros. – Eu quero você!

– Kookie... – Virei para ele e segurei suas mãos.

– Eu sei que você também quer. – Ele colocou minhas mãos em seu corpo. – Vem!

– Tem certeza? – Perguntei.

Eu queria isso, queria muito, até vim preparado, com camisinhas e lubrificante, mas no fundo eu tinha medo, medo de ser a coisa errada, de ser cedo demais, mas com ele me dizendo que quer tanto quanto eu, não sei se conseguirei me controlar por muito mais tempo.

– Mais do que tudo na minha vida inteira!

Engatinhei em sua direção e ele se arrastava para trás, até deitar nos travesseiros. Segurei seu rosto com uma mão e me apoiei no colcão com a outra e nos beijamos calmamente. Aos poucos o beijo ficava mais quente. Iamos devagar e lentamente fui tirando sua blusa e sua calça, depois tirei as minhas roupas. Jungkook me olhava atento, e eu gravava cada parte de seu corpo em minha mente.

Descendo minha boca por seu pescoço, dei leves mordidas e chupões, enquanto ele arfava e emaranhava meus cabelos em seus dedos. Continuei descendo até chegar em seu peito e Jungkook estremeceu de baixo de mim. Abocanhei um de seus mamilos fazendo-o gemer alto.

– Ji-min-ah... – Gemeu e puxou meus cabelos.

Chupava seu mamilo, rodeava a língua às vezes, o fazendo gemer e arquear as costas por causa do contato quente em sua pele. Jungkook puxava os cabelos de minha nuca, me deixando mais estimulado, aumentando o ritmo, enquanto ele se contorcia, parei apenas quando ele ficou duro e fui até o outro.

Depois de me satisfazer, fui descendo por seu abdômen, beijando, lambendo e mordendo aquele monumento esguio e perfeito. Seu corpo tinha poucas curvas, mas era o suficiente para eu ir a loucura. Ele se acha magro, mas para mim, seu corpo é maravilhoso, o desejei mais que tudo nesses últimos dias. Jungkook é perfeito para mim, o ser mais lindo que existe, não tem quem me diga o contrário.

Fui descendo até seu membro que já se encontrava molhado pelo pré gozo, marcando sua boxer. Mordi de leve uma de suas coxas, ele arfou e fiz o mesmo com sua outra coxa. Enfim, puxei sua boxer e abocanhei seu membro, o fazendo sentar pelo susto e gritar.

– AAAHHH! – Ele agarrou meus cabelos.

Deixava seu membro ir fundo em minha garganta, usava a mão para ajudar e ele deitou de volta, se contorcendo e puxando os lençóis. Era uma bela visão, por isso fiquei o tempo todo com os olhos para cima apreciando aquilo, enquanto chupava e arranhava seu membro com meus dentes. Ele se arrepiava e ficava ofegante.

Depois que terminei, fui subindo até seus lábios deixando vários beijos por seu corpo. Quando cheguei em sua boca, ele segurou minha nuca e me puxou para um beijo. Nossas línguas brigavam por espaço, numa batalha sem vencedores. Sua mão livre arranhava minhas costas. Acho que tanto eu quanto ele não aguentávamos mais, depois de tanto tempo, seriamos um do outro, não teríamos mais restrições.

– Jiminie... – Ele gemeu.

– Espera! – Levantei rapidamente e voltei para a cama. Peguei um pacote de camisinha e um tubo de lubrificante dentro de minha mochila, o abri e espalhei em três dedos. – Vai doer um pouquinho.

Inseri um dedo lentamente, recebendo algumas caretas de Jungkook. Depois que ele relaxou, coloquei o segundo e fui alargando com movimentos de tesoura. Coloquei o terceiro e simulei estocadas, recebendo gemidos dele, o que me deixou mais duro que pedra. Então retirei meus dedos de seu interior e tirei minha cueca. Abri suas pernas e me posicionei em sua entrada. Puxei seus joelhos para se encaixarem em minha cintura. Cheguei meu rosto próximo ao seu e o beijei.

– Está pronto? – Perguntei, mas é claro que ele estava, desejávamos isso.

– Mais do que nunca! – Disse e lhe dei um beijo.

Peguei o pacotinho de preservativo e o coloquei. Bem lentamente fui adentrando meu membro em Jungkook. Seu interior era apertado, suas paredes internas pareciam querer me expulsar. Ele cravava suas unhas em minhas costas e mordia os lábios. Deixei vários beijos por seu rosto, tentando distraí-lo.

– Tudo bem? – Perguntei.

– Aham... – Disse como um gemido.

Ajeitei-me em cima dele, deixei um antebraço apoiado no colchão ao lado de sua cabeça e segurei em sua cintura com a outra mão. Dei uma primeira estocada leve, fazendo Jungkook arfar. Dei outra e ele gemeu cravando suas unhas em meus ombros e fiz de novo. Esperei mais um tempo, mas ele começou a se mexer de baixo de mim e percebi que ele queria mais. Saí de dentro dele e entrei rapidamente, fazendo Jungkook gemer alto.

– Ãhhhh...

Mantive o ritmo e passei a estocá-lo sem parar. A cada estocada Jungkook gemia fortemente, me deixando mais excitado. Puxei suas pernas e as entrelacei em minha cintura. Jungkook me puxou e invadiu minha boca com sua língua e logo correspondi a seu ato.

Eu o estocava em meio ao beijo, e nós dois gemíamos juntos. Nada poderia chegar aos pés do que estava sentindo, é minha primeira vez com ele, minha primeira vez com alguém do mesmo sexo, era incrível. Nenhuma transa antes fora tão bom como estava sendo, talvez porque eu não dava importância aos mínimos detalhes, mas com Jungkook, tudo valia a pena.

– Eu te amo Kookie... – Disse descendo o beijo por seu pescoço.

– Também te amo Jiminie! – Respondeu.

Não me contive. Segurei seu rosto com uma das mãos e tomei seus lábios ferozmente, com a outra segurei em sua coxa, a apertando e fazendo Jungkook gemer em minha boca. Sugava seus lábios sem pudor, às vezes os mordia e ele gostava. Suas mãos em minhas costas me arranhavam e eu urrava de dor e prazer. Era tudo misturado, se tornando algo único e gostoso. Meu corpo inteiro estava surtindo os efeitos, recebendo cada sensação insana em ondas de prazer que me deixavam completamente extasiado.

– Ãaahhh...

– Gostou? – Estoquei forte e rápido.

– Si-sim... – Gemeu. – Faz de novo...

Ele jogava a cabeça para trás de olhos fechados. Comecei a mirar somente naquele ponto. Ele gemia e se contorcia, eu ficava cada vez mais duro dentro dele, estava a beira da loucura, aquela sensação de estar completo era magnífica. Nossos corpos pareciam se conhecer a tempos, um respondia ao outro a cada toque, a cada sensação como se fossemos feitos para nos completar.

– Jiminie... eu vou...

Meu corpo estremeceu e senti um formigamento. Peguei o membro de Jungkook e comecei a masturbá-lo, ganhando um beijo quente e necessitado em resposta. Assim, chegamos ao ápice juntos e ofegantes. Era o mais incrível sentimento de prazer, poderia ter uma overdose ali, eu morreria feliz.

Não conseguíamos respirar corretamente, estávamos ofegantes, os olhos fechados aproveitando cada segundo daquele orgasmo. Ele me abraçou pelos ombros e eu rodeei sua cintura. Soltei suas pernas e pude sair de dentro dele. Tirei a camisinha e a deixei no chão.

Deitei ao seu lado e o puxei para deitar sobre mim. Ele abraçou meu corpo e enterrou o rosto em meu peito, depositando um beijo e me fazendo ficar arrepiado.

– Eu te amo! – Ele disse.

– Também te amo!

Ficamos deitados, abraçados, trocando beijos e caricias, até ele adormecer. Fiquei afagando seus cabelos e desejei que aquele momento se eternizasse, não queria que ele chegasse ao fim, pois aquela angustia voltava, e ali, com ele, tive medo de perdê-lo, de nunca mais poder ter isso. A vida com Jeon era incerta desde o momento que nos conhecemos tão ao acaso, mas de uma coisa eu tinha certeza: não me importava se eu tivesse que ir aos quatro cantos do mundo, eu encontraria um jeito de salvá-lo.