Eu disse oh oh
Você me pegou de jeito, de jeito.
Estou com medo do meu coração ser partido
Antes da noite terminar.
Quando Byun BaekHyun liga para você, às onze e trinta e três da noite, gemendo e dizendo que "precisa de você", você faria de tudo menos negar.
E foi exatamente o que eu fiz.
Me despedi de Xiumin, dando uma desculpa qualquer sobre a minha mãe estar passando mal, e corri direto para o ponto de ônibus, o qual eu rezei para ser o mais próximo possível.
No caminho para o estúdio, eu pensei no que BaekHyun tanto tinha para ter me chamado numa hora daquelas.
Espero que realmente valha a pena.
— X —
Saí do ônibus e olhei no relógio de pulso que marcava mais de meia noite. Coloquei a máscara e toquei o interfone, mas não obtive resposta alguma, tentei novamente, e nada.
Uma luz na parte de dentro se acendeu e logo vi a figura de BaekHyun se aproximando, enquanto usava uma regata e uma bermuda cinza. Ele sorriu pra mim e eu não tive como não sorrir de volta.
— Você veio, eu preciso muito da sua ajuda. — ele me puxou para dentro, logo trancando a porta e me enfiando no elevador ao seu lado. — Eu tive uma ideia maravilhosa para Artificial Love.
E então, eu parei por um minuto para refletir; eu tinha realmente saído da festinha do Sehun, onde Luhan estava cantando, para ouvir BaekHyun dizer que tinha uma ideia para a música dele?
— Você me tirou da festinha do Luhan pra isso? — eu perguntei indignado e BaekHyun me olhou com os olhos arregalados.
— Luhan? Você estava em uma festa com o Luhan? — conforme ele dizia, mais próximo ele ficava.
Puta que pariu!
Eu engoli em seco antes de assentir com a cabeça e ouvir BaekHyun gritar alguma coisa que eu não entendi muito bem, que logo foi seguido de um "desgraçado, filho da mãe".
— Eu não acredito que você estava com ele, ChanYeol? Como você pôde fazer isso comigo? — ele bateu o pé assim que o elevador parou e nós saímos.
O puxei pelo braço, querendo uma resposta para todo aquele mau humor inesperado.
— Qual o problema de eu sair com ele? Para te falar a verdade, eu nem o conheço, só estávamos na mesma festa.
BaekHyun respirou de uma maneira aliviada, chegando a fechar os olhos e se desvencilhando de mim.
— Esqueça, Yeolly. Vamos, temos muito o que fazer. — ele agarrou meu pulso, me puxando até uma porta, que logo descobri ser o seu quarto.
Ele me jogou na cama e eu já estava logo pensando algo nada casto quando uma pasta preta parou em minhas mãos.
— A nova letra de Artificial Love baseei bem no nosso "relacionamento" — fez aspas com os dedos. — E antes de qualquer coisa, eu não estou te chamando de falso.
" Você tem aquele sorriso falso
(amor artificial)
Lágrimas falsas
(amor artificial)
Amor falso
(amor artificial)
Esse é o seu, seu
Amor, amor, oh, oh (no, no, oh oh)"
— Eu não sei o que... — eu comecei a dizer, já que ele havia mudado totalmente a minha música. Minha música!
— Eu também pensei em uma coreografia para esse refrão, quer ver? — ele perguntou e eu nem tive tempo de responder pois ele já se levantou e pegou duas bengalas dentro do armário, logo voltando para a cama. — Tudo bem, você vai ficar com essa e eu com essa daqui, ficaremos um de frente para o outro, tudo bem?
Dessa vez eu consegui assentir.
Então levantamos da cama e BaekHyun apoiou a bengala no chão, fiz o mesmo.
— Tudo bem, essa é a parte do lalala. — ele disse. — Siga meus movimentos se conseguir.
BaekHyun jogou o corpo para o lado esquerdo, em seguida, para o direto; fazendo esses movimentos enquanto se abaixava e quando se abaixou, colocou a bengala apoiada entre as costas e os braços, se esfregando no chão de uma forma que eu não deveria achar sexy.
Mas eu infelizmente achei e puta merda!
— Entendeu?
— O que disse?
BaekHyun bufou antes de se levantar e vir atrás de mim, segurando a minha bengala... Não, espera... a bengala de madeira, pintada de branco.
Vocês entenderam.
— Põe essa bunda para trás, ChanYeol. Isso, agora você se mexe para um lado esquerdo enquanto tateia o seu peito com a mão direita. — ele me dava as instruções e eu as seguia. — Isso, não está ótimo, está bom, mas com o tempo melhora.
Ele voltou ao seu lugar e eu voltei a respirar normalmente.
Até ele me empurrar no chão com a bengala e me olhar de cima.
— Quero que você fique deitadinho enquanto eu faço isso. — ele sussurrou antes de se virar de costas e se sentar em mim.
Isso mesmo, ladies e gentlemen, ele sentou em mim, Park ChanYeol, virjão, dezessete anos de experiência na arte de se foder sozinho; entendam como quiserem.
— Você precisa rebolar a seu quadril desse jeito, Yeolly. — ele moveu o seu quadril para cima e para baixo, me fazendo sentir aquele repuxar no final da barriga.
Não, não, não e não!
Eu realmente estava ficando duro com o BaekHyun rebolando em cima de mim? Como isso foi acontecer?
E então, o ápice da noite chegou; BaekHyun se virou de frente para mim, me puxando pela gola da camiseta e encostando nossas testas.
— Acho que deveríamos treinar o fanservice agora mesmo, Y-ol-ly. — ele sussurrou pausadamente para mim, me fazendo engolir em seco assim que meu apelido saiu por aquela boquinha rosada.
Mas então, a realidade pairou sobre mim e eu o empurrei para longe de mim; ainda tendo uma ereção molhada entre as pernas.
— O que acha que está fazendo, cara?
Eu gritei, perdi a cabeça, me deixei levar pela situação e pelo stress que consumia meu corpo naquele momento.
BaekHyun não podia ter feito isso comigo, não podia!
— Estou apenas te mostrando os movimentos. Por que tanto stress? — ele disse enquanto se apoiava nos cotovelos para se levantar do chão.
Me sentei na cama macia enquanto bagunçava os cabelos castanhos e fechava os olhos, vendo se assim eu conseguia entender melhor a merda que estava acontecendo na minha vida.
— Eu acho melhor eu ir embora. — me levantei, mas fui puxado de volta pelo mais novo.
— Já está tarde e não tem mais ônibus a esse horário, fique aqui essa noite, eu posso dormir no escritório. Me desculpe, Yeolly...
— Não me chame de Yeolly!— protestei, engrossando um pouco mais a voz.
— Tudo bem, ChanYeol, boa noite.
BaekHyun recolheu as bengalas antes de sair de seu quarto e ao bater a porta, a luz de apagou.
E alí meu estômago borbulhou, de uma maneira estranha e que eu nunca senti antes.
[05/10/16 00:58] ChanYeol:
Oi, Xiumin!
[05/10/16 00:59] ShiuMin:
Oi, Chany, aconteceu alguma coisa?
[05/10/16 00:59] ChanYeol:
Não, mas eu precisava falar com alguém, tô meio estressado.
[05/10/16 01:00] Shiumin:
Entendo...
[05/10/16 01:00] Shiumin:
Pense em outras coisas, vc deve apenas estar ansioso pra alguma coisa.
[05/10/16 01:03] ChanYeol:
Deve ser, obg :)
[05/10/16 01:04] ChanYeol:
Eu gostei de ter ficado com vc hj na festa
[05/10/16 01:04] ShiuMin:
Jura? Eu tbm ❤
[05/10/16 01:05] ShiuMin:
(: *
[05/10/16 01:07] ChanYeol:
Eu tô melhor agr, vou tentar dormir. Boa noite, Min.
Bloqueei a tela antes de ler o seu boa noite e me joguei na cama de casal, me enfiando debaixo dos cobertores que tinham o cheiro de BaekHyun.
Puta merda, por que eu fui trata-lo tão mal daquele jeito?
A real é que eu rolei na cama por muito tempo antes de me sentar na mesma, me livrando dos cobertores.
Me levantei e caminhei até a porta, a abrindo e seguindo pelo corredor até o pequeno escritório que tinha no mesmo andar. Vi BaekHyun deitado no sofá, encolhido e de braços cruzados. Abri a porta lentamente e passei a mão diante de seus olhos.
— O que houve, ChanYeol? — ele perguntou.
— Venha para a sua cama, nós podemos dividi-la. — eu respondi.
BaekHyun bocejou antes de se levantar e sorrir para mim e caminhar até o seu quarto.
No final, acabamos os dois na cama, dormindo agarrados para nos protegermos do frio causa pelo ar condicionado.
Eu só não esperava acordar com a bunda de BaekHyun contra mim e com uma ereção matinal que me fez fugir do loiro por uns bons dias.
— X —
Uma semana após a festa do Sehun/micão/ereção por causa do BaekHyun rebolando em cima de mim, eu vi uma cena na hora do almoço que foi o que realmente me impressionou durante todo esse tempo.
Nada menos do que Oh Sehun com os meus amigos e Xiumin na mesa onde nós sentávamos na hora do almoço.
Tá, 'perai...
Peguei a minha bandeja e me dirigi até a mesa, certo de que eu não teria que aumentar o grau dos meus óculos pois não estava vendo coisas.
— Oi, ChanYeol. — Sehun foi o primeiro a me cumprimentar enquanto eu via Kyungsoo dar um pouco do seu almoço na boca de Kai, que se ocupava procurando algo na internet.
— O-oi, Sehun. — me sentei ao lado de Xiumin e sorri para o garoto. — O que está fazendo aqui?
Kyungsoo olhou para mim daquele mesmo jeito que ele olhava quando eu dizia alguma estupidez, que no caso, era quase sempre.
— Na festa da semana passada, depois que você foi embora, eu tropecei nos fios da caixa de som e caí na piscina, então o Kaizinho foi me ajudar, e em troca, eu decidi passar o meu intervalo com vocês. — ele sorriu antes de colocar uma garfada de arroz na boca.
Kaizinho?
Olhei para o Do, mas ele mantinha sua expressão neutra, como se não tivesse ouvido o que Sehun disse.
Sorri antes de sentir um braço ao redor da minha cintura e percebi que era de Xiumin, então ele colocou a cabeça no meu ombro e eu fiquei confuso.
Ele piscou para a direção de Jongin e Kyungsoo e eu entendi o que ele quis dizer, já que ouvi um pequeno gritinho estridente da parte do D.O.
Olhei para o casal e vi Jongin engolir em seco, logo voltando a atenção ao seu celular e negando a colherada de carne que Kyungsoo oferecia.
Me iludi legal...
Xiumin ergueu as sobrancelhas para mim antes de eu rir e dar um beijo em sua testa.
Você até poderia me perguntar o porquê de eu gostar tanto de Jongin, e eu posso te responder claramente: ele me deu um selinho quando tínhamos quatorze anos.
Aconteceu no nono ano, quando ele precisava de ajuda para beijar uma garota, já que ele é claramente bissexual, e então, ele me perguntou o que eu fiz quando dei o meu primeiro beijo.
Coitado, mal sabe que o meu primeiro beijo foi com ele.
E então, eu perguntei "quer descobrir?" e ele sorriu antes de assentir e eu o beijar.
Não foi lá aquele beijo que nossa, que beijão, foi apenas um selar, mas que fez com que eu me apaixonasse por ele rapidinho.
Quem nasceu trouxa, tende a crescer assim.
E então, um pouco depois, quando nós já tínhamos quinze anos, ele e Kyungsoo começaram a namorar, e eu, a bater punheta pensando naquela boca linda.
Hmrum...
— Vocês estão juntos? — Sehun perguntou para eu e Xiumin.
E aí, fodeu!
Vai o chamar de Xiuminzinho também, Oh Sehun?
— Estamos. — gaguejei.
— Vocês fazem um casal bonitinho.
Eu vou dar na cara desse garoto até o final do dia, anotem.
Pela glória, o sinal tocou, fazendo todos se levantarem e voltarem para suas respectivas salas.
Xiumin agarrou a minha mão e disse que teria que ficar para o clube e se eu quisesse, poderia acompanha-lo.
Tudo bem que ele estava sendo um amigo e tanto, mas não vamos exagerar, não é mesmo?
— Eu tenho ensaio hoje, mas podemos nos falar mais tarde. — eu respondi antes de deixa-lo na sua sala, que era ao lado da minha.
— Tudo bem, então, até mais tarde.
Xiumin sorriu e entrou na sua sala e eu logo tomei caminho para a minha. Sentei no meu lugar de sempre enquanto a sala ia se enchendo, mas Jongin continuava a escrever alguma coisa em seu celular.
Foi aí que eu pensei que meu plano tinha dado certo e que o crush tinha finalmente me notado; já fui abrindo o caderno e escrevendo o nome dos nossos futuros filhos.
— O que aconteceu com ele?— perguntei para Kyungsoo.
— Ele está reescrevendo a sua música, ChanYeol, não seja idiota. — ele me disse antes de desligar o celular e se virar para o quadro.
— Que música? — eu perguntei.
— Artificial Love, claro, você quem a deixou na caixa de correio, não foi?
E então as coisas fizeram sentido para mim. BaekHyun havia colocado a música no correio, já que eu estava o evitando de todas as formas possíveis.
Ah, Deus, como eu fui um imbecil.
E então eu sorri, me sentindo duplamente um estúpido, tanto por ter ignorado BaekHyun, tanto por estar sorrindo.
— Foi sim... — sussurrei.
— X —
Assim que as aulas terminaram, fui correndo para o dormitório de BaekHyun, aliás, eu precisava agradece-lo por ter salvo a minha pele.
Entrei pelas portas dos fundos, e como já era bem conhecido, não precisei de nenhum segurança para me levar ao terceiro andar.
Parei de frente para a porta e comecei a ouvir vozes.
— Olha, cara, eu não sei o que fazer. Tudo bem, eu sei que você quer me ajudar mas tudo isso é demais para mim.
Era a voz de BaekHyun, e como eu não ouvia respostas, deduzi que ele estava falando com alguém pelo celular.
— Eu vou ver o que eu posso fazer, obrigado, de qualquer forma.
Foi o final da ligação antes de eu ouvir algo ser quebrado e em seguida, seus gritos tomaram conta do andar inteiro.
Abri a porta do quarto e BaekHyun parou de arremessar as coisas e me olhou. E eu nunca o vi tão sensível assim.
— ChanYeol, o que você está fazendo aqui? — ele me perguntou.
— Eu vim te agradecer pela música, mas eu p-posso ir embora se quiser.
E então, ele veio até mim e me abraçou. Eu levantei os braços como se aquele pequeno garoto fosse algo perigoso.
Hunf, eu só poderia estar louco.
Aos poucos, eu fui me soltando e segurando seu pequeno corpo, que se enterrava ao meu com mais vontade.
— Me diz, BaekHyun, por que está chorando? — eu perguntei quando ele já havia se soltado de mim.
— Eles disseram que... quando nós aparecermos em público, teremos que... teremos que nos beijar.
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