História House of cards ( Jikook )

Sinopse:
Nunca imaginei que uma música nossa representaria todo um momento da minha vida. Nunca imaginei que em cada teste de gravação fosse obrigado a reviver as mágoas e as dores desses últimos quase 4 anos.

Mas essa é a verdade! Estamos nós dois dentro de uma casa de cartas. Sem uma base sólida, sem alicerces que a sustentem, brigando em sussurros no escuro para que o ímpeto de nossas vozes não sejam o sopro que trará o fim.

Fim... Engraçado pensar no fim, quando sequer tivemos um começo. Partilhamos bons momentos, não tenho como negar. Mas, na realidade viemos nos arrastando em um jogo de gato e rato, onde nenhum de nós dois sabia quem era a presa ou o predador, ou se alternávamos nesse papel. Em alguns momentos houve o desinteresse daquele que talvez de barriga cheia não estivesse disposto ao jogo de sobrevivência.

Fato é que, talvez não haja sobreviventes. Eu provavelmente não sobreviva.

Venho morrendo aos poucos, dia após dia. Resistindo ao respirar de maneira sôfrega quando o aperto forte de mãos geladas brevemente se afrouxa, não por arrependimento, carinho, consideração ou ao menos respeito. Não, esse breve momento me é dado somente para que eu permaneça mais tempo jogando.

Às vezes pode ser melhor morrer para nascer uma nova pessoa, assim como os rurais queimam por vezes o fim de uma plantação para que a terra seja saudável para um novo plantio.

- Se não for por questão de trabalho, não quero te ver mais, te ouvir ou mesmo partilhar do mesmo ar que você. Entendeu bem Jeon Jungkook? – Grito em um momento de raiva, e os sussurros nobres que sustentavam nossas paredes de naipes são vencidos pelo som de minha agonia.

As paredes caiam e nós não nos dávamos conta, ainda presos no nosso infindável círculo de amor doentio. Por fim, só há escombros. Não há mais reis, damas, valetes, nem mesmo naipes. Só restam nós, os coringas. Máscaras assumidas por nunca podermos mostrar quem realmente desejamos ser.

Saio apressado, firme e decidido. Fraquejar novamente não estava em meus planos. Hoje eu morri mais uma vez, penso me dirigindo ao carro que me aguarda. Essa talvez seja minha última vida, afinal nem um gato possui tantas assim. Decido que esta vai ser diferente. Que eu vou ser diferente, e a força dessa convicção me dá coragem de respirar mais uma vez.