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História House Of Wolves - A Verdade Nua e Crua


Escrita por: WantedKilljoy21

Notas do Autor


Okay, acho que podemos chegar à conclusão que ninguém está mais ansioso pra essas tretas começarem do que eu!!!!

Capítulo praticamente psicografado!!!! Os dedos chega estão tortos... hahahahahaha!!! Mas vale a pena!

Esse capítulo em especial é dedicado à linda ~Watermelon96, que provavelmente vai ficar afastada por um tempinho e vai fazer MUITA falta. Ah, como eu queria que você pudesse ler esse capítulo.

Queria manda um beijo especial pra todos que estão comentando. Vocês não sabem como enchem meu coração de alegria e me dão o combustível necessário pra continuar sempre.

Bem, boa leitura para todos!!! Nos vemos lá embaixo.

Capítulo 12 - A Verdade Nua e Crua


Fanfic / Fanfiction House Of Wolves - A Verdade Nua e Crua

Jason analisa os resultados dos exames de Frank, enquanto JJ e o RP aguardam ansiosamente. Frank balança as pernas, nervosamente, e sente a mão de JJ segurar a sua, tentando lhe passar um pouco de tranquilidade. Mas não adianta muito. Frank tenta ler a expressão de Jason. Cada vez que o médico vira uma página, Frank foca em alguma mudança de olhar, entortar de boca, um franzido de testa, alguma coisa que indique que tem algo errado com ele ou com o bebê.

Jason, enfim, fecha a pasta com os exames de Frank e volta sua atenção para a dupla sentada à sua frente. É difícil decidir quem está mais preocupado e ansioso, Frank ou JJ.

- Bem, Frank, como eu esperava, alguns exames estão normais e alguns estão alterados, devido ao seu histórico de saúde.

- E isso é grave? O que está alterado? Meu bebê corre risco?

- Bem, vamos nos acalmar primeiro. Nervosismo é a última coisa que precisamos agora. Você quer um copo d'água?

- Eu quero saber se meu bebê está bem.

- Jason, eu acho que um copo d'água seria uma boa ideia. Água pra ele e uma dose de vodka pra mim. - diz JJ, fazendo o médico rir.

Jason vai até o frigobar e volta com dois copos de água na mão, um pra Frank e outro pra JJ, que olha pro médico e faz uma careta. As mãos de Frank tremem lentamente enquanto bebe metade do copo. Com a ansiedade um pouco mais controlada, Jason volta à consulta.

- Vamos lá, Frank, vamos começar com as boas notícias dessa vez. Seu exame de glicemia, Curva Glicêmica, sorologias, reações à toxoplasmose e rubéola, sistema ABO e RH, e grande parte do seu hemograma vieram normais.

- Isso é uma boa notícia, não é? - pergunta JJ.

- Sinceramente, pelo histórico do Frank, eu estava esperando mais alterações, então podemos considerar isso uma ótima notícia.

- E as más notícias? - pergunta o rapaz.

- Então, vamos começar pelo hemograma. A sua contagem de glóbulos vermelhos está um pouco abaixo do mínimo esperado, o que significa que você está anêmico. Outros números que vieram com alteração foram as contagens de potássio, sódio, fósforo e cálcio. Já o seu exame de urina mostrou um alto índice de creatina no seu organismo. Todos esses resultados juntos me fazem crer que seus rins já sentiram o impacto de gravidez.

- E o que a gente faz? - pergunta JJ.

- Além das vitaminas pré-natais normais, eu vou receitar alguns complementos para levantarmos a contagem de glóbulos vermelhos e controlarmos a anemia. Mas eu preciso que você vá aos seus médicos o quanto antes, porque é bem capaz que seja necessário uma alteração nas fórmulas dos seus remédios.

- Eu posso perder o meu bebê? - a voz de Frank sai fraca e trêmula.

- Frank, como eu disse quando nos conhecemos, eu sempre vou ser extremamente sincero com você. Esses números aqui me preocupam, mas ainda não me preocupam tanto. Não há nada aqui que não possa ser controlado. Mas num caso de emergência, nossa atenção prioritária vai ser voltada pra você e não pro bebê.

- O que? Mas...

- Deixa eu te explicar. Seu bebê está envolto em um casulo, que é a placenta, e esse casulo está sugando da fonte tudo que é necessário para manter o bebê seguro e protegido. Tudo que esse casulo achar que o bebê precisa para continuar a se desenvolver de forma saudável, ele vai coletar. E a fonte de recursos do casulo é você. Ou seja, tudo que seu bebê precisa, ele tira de você. É assim em todas as gestações. Então, a não ser que aconteça alguma diretamente com o bebê, o meu trabalho é manter você saudável para que você continue a ser uma fonte de recursos pro seu bebê. Não é uma questão de escolher quem nós vamos salvar, você ou o bebê. Se você não estiver saudável, seu bebê não terá da onde tirar os nutrientes necessários. Papai saudável, bebê saudável. Estamos entendidos? - diz Jason, de forma calma e didática, conseguindo, enfim, acalmar os nervos de Frank. Pelo menos um pouco.

- Entendidos. - ele diz, respirando fundo.

- Bem, agora vamos começar os nossos exames. Hoje vamos fazer na ordem certa. Pesagem, aferir a pressão, auscultar o coração, exame físico e deixamos o melhor pro final. Certo?

- Certo! Estou ansiosa pra ver minha carguinha preciosa. - diz JJ, deixando Jason confuso.

- Carguinha? - ele pergunta.

- É, pra JJ, o bebê é a carga e eu sou o avião caindo aos pedaços. - diz Frank, revirando os olhos, e arrancando uma gargalhada de Jason.

- Essa é boa! - ele diz, e os três seguem para a sala de exames.

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O primeiro passo é pesar Frank. Jason alerta que Frank perdeu um pouco mais de 1kg desde a última consulta. No entanto, ele confirma que uma perda leve de peso nos três primeiros meses é normal, devido aos enjoos, mas que é importante que Frank se mantenha hidratado e que consiga comer e manter, pelo menos, duas refeições reforçadas por dia. O obstetra avisa que, além das vitaminas, ele irá receitar um suplemento alimentar para ajudar Frank a manter os nutrientes, mesmo com os enjoos.

Enquanto o monitoramento cardíaco de Frank não mostrou qualquer alteração, a pressão continuou alta. Jason já esperava por isso, mas sua preocupação não diminui. O obstetra está ansioso para a consulta de Frank com sua médica cardiovascular, pois só com o parecer dela, eles poderão traçar uma estratégia para evitar futuras complicações.

Encerrados os primeiros exames, Jason encaminha Frank para a mesa, onde o rapaz se deita e encaixa as pernas nos estribos. Frank fecha os olhos e aperta a mão de JJ ao sentir os dedos de Jason examinando seu cérvix. São os 30 segundos mais longos de sua vida. Por mais que o médico peça pra ele relaxar, ele só consegue quando sente que a "invasão" terminou.

- Bem, Frank, tá tudo certo lá embaixo. Colo do útero bem fechadinho, como tem que ser. - diz Jason, pra alívio da dupla.

Mais uma vez JJ ajuda Frank a erguer a camisola hospitalar, enquanto Jason cobre as partes baixas com um lençol. Antes do ultrassom, no entanto, Jason faz um exame rápido no abdômen de Frank, apertando os dedos em certos pontos, fazendo o rapaz dar um pulo e soltar um chiado.

- Doeu? - pergunta Jason.

- Não foi dor, foi um incômodo, como se você tivesse apertado um nódulo ou coisa do tipo.

- Bem, é mais pra coisa do tipo. - ele diz, deixando Frank e JJ confusos. - Esse é seu útero.

- Meu... Você pode sentir o meu útero? Assim, com as mãos?

- Sim! É por isso que em todo exame, eu vou apertar e cutucar a sua barriga, pra sentir o seu útero. Pra saber se está onde deveria estar, do tamanho que deveria estar.

- E está? Quero dizer, está tudo bem?

- Sim, eu senti exatamente o que deveria sentir. Agora vamos ver o seu bebê?

- Por favor. - diz Frank, com um sorriso bobo no rosto.

Jason ajusta a máquina de ultrassom, enquanto Frank e JJ esperam ansiosamente. Frank puxa o ar quando sente o gel gelado em sua barriga. Jason começa de leve, apenas espalhando o gel pelo abdômen do rapaz. JJ puxa um banco e se senta ao lado de Frank, os dois com os olhos fixos no monitor da máquina. Uma imagem preta e branca surge na tela, exatamente como da última vez. Jason aperta alguns botões na máquina e faz algumas anotações. Frank não consegue tirar os olhos do monitor. É absolutamente fantástico.

- Temos um lindo e saudável bebê aqui. Excelente desenvolvimento, três centímetros, quase 3,5g, braços e pernas, curvatura da cabeça tá perfeita. Exatamente o que a gente espera de um feto de 10 semanas.

- 10 semanas? Nossa, já passou uma semana? - diz JJ

- Na verdade, 10 semanas e 3 dias. - diz Jason.

- Então o Frank está na metade do segundo mês, é isso?

- A metade e alguns quebrados. - Jason ri.

- Já dá pra saber a data do parto? - pergunta Frank. Jason pega um calendário e faz uma conta rápida.

- Você completará 40 semanas no dia 11/09.

- Uau, cabalístico. - diz JJ.

- A data do parto é só uma estimativa. O bebê pode nascer antes, como pode nascer depois. Com uma semana de atraso, nós já podemos pensar em induzir o parto. Com duas semanas, o ideal é optar por uma cesariana, pois o bebê pode estar grande demais pra passar pelo canal de parto.

- O Frank pode chegar a 42 semanas? - pergunta JJ, em choque.

- Eu já tive alguns pacientes que chegaram às 42 semanas. Um, inclusive, ainda passou mais dois dias. Todos os bebês nasceram saudáveis. Quanto mais tempo na barriga, melhor pro bebe.

- Ouviu isso, bebê? - diz JJ, se aproximando da barriga de Frank. - Você ainda tem umas 30 semanas de hospedagem grátis. Aproveite bem. - ela diz, fazendo Jason rir.

- O coração? Eu posso ouvir o coração? - interrompe Frank, ansioso.

- Claro! - o médico aperta mais alguns botões e a sala é inundada pelo som das batidas do coração do bebê. Frank e JJ abrem um sorriso maior que o mundo.

- Ele está bem, não é? O coração dele assim significa que ele está bem, certo? - pergunta Frank, com os olhos marejados.

- O bebê está ótimo! - diz Jason, colocando a mão no ombro do rapaz. Frank sorri, emocionado, enquanto recebe um beijo na testa de JJ.

- Eu posso imprimir algumas fotos do ultrassom, de vocês quiserem.

- Eu adoraria. Obrigado, Jason.

- Bem, nós já acabamos aqui. Você pode ir se trocar, Frank. Enquanto isso, eu vou preparar suas receitas.

- Okay. - diz o rapaz, descendo da mesa e seguindo para o banheiro, deixando Jason e JJ sozinhos na sala.

Enquanto Jason guarda a máquina de ultrassom, JJ se aproxima dele.

- Você acha que ele vai ficar bem? - ela pergunta, e Jason identifica a apreensão na voz da jovem.

- Eu preciso do parecer dos médicos dele pra poder traçar um plano. Mas, apesar das alterações, por enquanto ele está bem. Não vou te enganar, é um caso difícil, vai ser uma gravidez de alto risco até o final. Mas você sabe que eu não desisto fácil, não é? - ele sorri, tentando acalmá-la, mas JJ parece realmente preocupada.

- Eu não sei o que eu faria se acontecesse alguma coisa com ele. - ela diz, e seus olhos enchem d'água. Jason abraça a moça.

- Eu sei o quanto ele é importante pra você, e eu juro que farei de tudo pra que ele e o bebê fiquem bem, okay? Você confia em mim? - ele pergunta, afastando o abraço e olhando para o rosto da moça.

- Não devia. - ele diz, de forma petulante, enquanto limpa algumas lágrimas que escorreram. - Mas você sabe que eu confio.

- Ei, se alguém deveria estar com o pé atrás nessa relação, esse alguém sou eu. Foi você que sumiu no mundo. Eu estava, e continuo no mesmo lugar.

- Eu tinha trabalho pra fazer. - ela disfarça, dando de ombros.

- Você sempre tem trabalho pra fazer ao redor do mundo. - ele rebate.

- E você sempre continua no mesmo lugar.

- Talvez a gente se encontre no meio do caminho. - ele diz, e ela sente as bochechas quentes.

- É, talvez. - ela dá um sorriso de canto de boca.

- Deixa eu te perguntar, e o outro pai do bebê? Porque eu imagino que isso não seja uma produção independente.

- Não, definitivamente não é uma produção independente. Mas é complicado. Se bem que eu espero que se descomplique logo. - ela diz, no momento que Frank sai do banheiro já totalmente vestido.

- Bem, aqui estão suas cópias do ultrassom. - Jason diz, entregando três cópias para Frank. - E nós vamos marcar nossa próxima consulta para o dia 27, na 12ª semana. Assim nós já teremos o parecer dos seus médicos também. Combinado?

- Combinado.

- Então nos vemos em 11 dias. Até lá, se cuide.

- Pode deixar! Obrigado de novo, Jason. - diz Frank, seguindo para a saída.

Antes que JJ possa acompanhar o amigo, Jason a segura pelo pulso, fazendo-a se virar pra trás.

- Ei. - ele chama. - Nós dois... a gente devia...

- Você continua no mesmo lugar, não é? - ela pergunta, com um sorriso de canto de boca.

- Sempre.

- Então eu sei onde procurar. - ela sorri. Jason solta o pulso da moça e sorri, ao vê seguir junto com Frank.

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Dentro do carro, Frank e JJ permanecem em silêncio. Mesmo atento à direção, Frank não consegue tirar o som do coração de seu bebê da cabeça. Seu filho está crescendo dentro dele, e isso é fantástico. Enquanto isso, JJ permanece com o olhar perdido, como de quem sonha acordada, sentada no banco do carona. Vez ou outra, Frank tira os olhos do trânsito e olha pra amiga de rabo de olho. Ele conhece essa expressão.

- Certo, qual o lance?

- Que lance?

- Entre você e o Jason.

- Não sei do que você está falando.

- Não se faça de desentendida, JJ. Especialmente pra mim. Vamos lá, desembucha!

- Okay. Okay. Jason e eu tivemos um... lance há alguns anos.

- Um lance?

- Sim, um lance. Mas acabou porque eu precisei fazer outra viagem longa e ele precisava ficar aqui, salvando vidas e trazendo bebês ao mundo.

- Esse clima todo entre vocês não tem cara de ter sido só um "lance". Quanto tempo durou?

- Não sei! Uns seis ou oito meses, sei lá.

- Oito meses! - o choque de Frank é tão grande que ele precisa usar suas habilidades de direção pra não causar um acidente. - Como você fica com alguém por oito meses e não me conta? Por que eu nunca soube disso?

- Porque não era um lance sério. - ela dá de ombros, tentando disfarçar.

- Ou será que foi porque era um lance muito sério e você não estava pronta pra admitir.

- Não me analise, Iero! - ela diz, e Frank ri.

- Okay, e quando você vai ligar pra ele?

- Por que eu ligaria pra ele?

- Porque obviamente vocês ainda sentem algo um pelo outro. Dá pra ver estampado na testa dos dois.

- Eu não posso sair com ele. Isso viola a ética médica.

- Violaria a ética médica se eu saísse com ele, o que não vai acontecer. Não tem nada te impedindo de sair com ele.

- Eu vou pensar no seu caso. - ela diz, virando para a janela de novo. Frank ri e volta sua atenção para o trânsito.

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Não demora muito até que os dois cheguem em casa. Faminta, JJ segue para a cozinha, enquanto Frank vai tomar um banho. Quando o jovem retorna pra cozinha, de cabelos molhados e roupa trocada, JJ está devorando um imenso sanduíche com quase tudo que ela achou na geladeira.

- Quer um pedaço? - ela pergunta, mas Frank torce o nariz.

- Não, obrigado. Meu enjoo me deu uma trégua nessa tarde, então eu não quero parecer ingrato com ele. Vou comer uma salada de frutas e deixar pra jantar com o Gerard lá no Refúgio.

- Então, você vai contar pra ele hoje?

- Não sei. - ele diz, e JJ bufa igual criança pirracenta.

- Frank, você disse que iria contar depois da primeira consulta. Você tem até uma cópia do ultrassom. O que você tá esperando? Ele descobrir sozinho, quando a criança escorrer por entre as suas pernas?

- Primeiro, obrigado pelo pesadelo. Segundo, você ouviu o que o Jason falou. Tem algumas alterações nos meus exames.

- Frankie, sempre vai ter alteração nos seus exames. Você tem uma condição incurável, isso não vai sumir milagrosamente. Eu não entendo essa hesitação toda.

- Eu tô com medo, okay? Tô com medo da reação do Gerard. Tô com medo de como vai ficar a nossa relação depois disso. E mais importante, eu tô com medo de contar pra ele, nós dois ficarmos super felizes, e de repente, descobrir que tem algo muito errado comigo ou com o bebê e a gente precisar interromper a gestação. - ele diz, e JJ sente o coração apertar. Saindo de seu lugar, ela contorna a bancada e abraça o amigo.

- Oh, Frankie! Eu não posso nem imaginar o medo que você está sentindo. O que eu posso dizer é que, de todas as preocupações que você tem no momento, a única que você pode de fato resolver, é contar logo pro Gerard. Arrancar esse band aid de uma vez. Se a reação dele for negativa, eu te ajudo a catar os caquinhos e a gente segue em frente. Mas se a reação dele for a que eu espero que vá ser, você vai ter mais uma pessoa pra dividir com você todas essas preocupações. Pra dividir as alegrias. E alguém pra te dar suporte e segurar a sua mão, caso você realmente precise. Pensa nisso. - ela diz, dando um beijo na bochecha do amigo.

- Tá certo. Eu vou chegar no Refúgio e ver como as coisas caminham. Se eu me sentir seguro, conto pra ele hoje. Satisfeita?

- Não totalmente, mas já é um começo. - ela sorri.

- Bem, eu vou indo. O caminho é longo até lá.

- Pois é, eu não sei pra que vocês escolheram um lugar tão longe? Se eu pegar um avião pra Jersey agora, ainda chego em casa antes de você chegar no Refúgio.

- A ideia era essa mesmo. Nos isolarmos do mundo.

- Do mundo, da tecnologia, da civilização. Tem fuso horário daqui pra lá? - ela pergunta, e Frank ri

- Você tem é que deixar de ser preguiçosa e ir nos visitar mais vezes.

- Eu vou, quando tiver uma semana inteira livre. Assim eu posso ir, passar a noite e pegar a estrada no dia seguinte.

- Besta! - ele sorri novamente, seguindo para a porta. - Eu dou notícias, okay?

- Vou ficar esperando.

- Pode deixar. Te amo.

- Também te amo. - ela diz, vendo Frank sair pela porta.

Frank entra em seu carro e respira fundo. Será hoje o grande dia?

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Frank tentou manter a calma em todo o trajeto até o Refúgio, apesar de suas mãos suarem de nervoso. Ao chegar em seu recanto, ele logo avista o carro de Gerard, o que faz seu coração acelerar. Ele pega a carteira no porta-luvas, abre e retira a foto do ultrassom do seu bebê. Um sorriso involuntário surge em seu rosto. Ele guarda a foto e respira fundo, antes de descer do carro e seguir para dentro da casa.

Frank mal chega à porta e já escuta a voz de Gerard. O senador parece alterado. Ele discute de forma incisiva com alguém e Frank indaga se há mais alguém na casa. Abrindo a porta, Frank vê Gerard andando de um lado ao outro da sala, enquanto segura o celular no ouvido e corre a mão livre pelos cabelos. Sem querer atrapalhar a conversa, Frank fica parado no lugar, apenas observando.

- Eu já falei que não quero ter envolvimento nisso! Não, não me interessa se ele era meu bisavô, eu não concordo com essa cerimônia e muito menos acho que ele merece qualquer tipo de reconhecimento por conta disso. - há uma longa pausa, e Gerard parece ainda mais frustrado e irritado. - Okay, okay! Você faz questão da minha presença, então eu vou. Mas não espere que eu abra a minha boca pra falar nada positivo em relação a ele. Certo, nos encontramos amanhã. Tchau! - ele encerra a ligação e joga o celular em cima do sofá.

Irritado, Gerard, corre as mãos pelo cabelo e ainda dá mais umas duas voltas ao redor da sala, até perceber a presença de Frank, parado na entrada da casa. O rosto tenso de Gerard logo se transforma em uma expressão de alívio. Sem perder tempo, ele avança sobre Frank, tomando o rapaz em seus braços num abraço urgente.

- Você não sabe como eu estava precisando de você nesse momento. - ele diz, com o rosto enterrado nos cabelos do rapaz.

- Eu tô vendo. O que houve? Com quem você estava falando?

- Meu pai! Ele quer que eu vá para o Alabama amanhã.

- Por quê?

- Meu bisavô fazia parte da elite da sociedade da cidade de Florence lá em 1800 e alguma coisa. Ele financiou a construção da primeira igreja católica da comunidade, e nesse fim de semana a igreja completa 100 anos, então eles vão realizar uma missa especial em homenagem ao meu bisavô e prestar homenagens.

- E por que você não quer ir?

- Porque, assim como o meu pai e o meu avô, meu bisavô era conservador hipócrita, elitista, homofóbico e racista. Durante 40 anos foi proibida a entrada de pessoas negras nessa maldita igreja. E até hoje eles mantém um discurso homofóbico radical. Acredite, esse era o último lugar da Terra onde eu gostaria de estar.

- Eu posso imaginar.

- Então amanhã eu vou precisar vestir meu melhor sorriso, andar de braços dados com a minha "adorável" esposa, ser bajulado por um bando de gente detestável, enquanto meu pai se aproveita disso pra vender a minha imagem como futuro presidente dos Estados Unidos. Essa palhaçada toda não tem absolutamente nada a ver com o meu bisavô, faz tudo parte da campanha particular do meu pai. Então, esse, provavelmente, será o pior final de semana da minha vida.

- Eu sinto muito, amor. - diz Frank, se esticando na ponta dos pés e dando um doce beijo nos lábios de Gerard.

- Pelo menos eu posso passar a noite aqui com você.

- Eu achei que você tivesse que ir embora, arrumar a mala.

- De jeito nenhum. Alguém arruma a minha mala lá em casa. Sem chance de eu abrir mão dessa noite com você. - ele diz, e Frank sorri.

- Então é minha vez de cuidar de você. Vou preparar um banho de banheira pra nós dois, enquanto você tira essa roupa e desliga esse celular, tá bom?

- Combinado.

- Te vejo na suíte. - diz Frank, subindo as escadas, apressado. Chegando no quarto, ele saca o celular e manda uma mensagem pra JJ.

"Planos adiados"

Logo a jovem responde:

"KCT, por quê dessa vez?"

Frank digita:

"Amanhã te explico. Bjo." - rapidamente ele coloca o celular e a carteira, com a foto da ultra do bebê, dentro da gaveta do seu criado mudo, e parte para o banheiro.

Frank enche a banheira com água morna e coloca um pouco de essência de camomila e jasmim, as preferidas de Gerard. Ele acende algumas velas e liga o som, a voz doce e melódica de Norah Jones invade o ambiente. Frank se debruça sobre a banheira, para checar a temperatura da água, quando é surpreendido por lábios quentes em seu pescoço. Segurando a beirada da banheira com mais força, Frank ofega quando Gerard leva a boca até sua nuca, enquanto desabotoa a camisa do homem  por trás. Frank tenta vira, para ficar de frente para Gerard, mas o mais velho o impede.

- Ainda não. Fica quietinho. - ele diz, enquanto joga a blusa de Frank longe e parte para desabotoar e tirar a calça.

Frank precisa de força para se manter em pé, já que suas pernas amolecem como gelatina, ao sentir as mãos de Gerard passearem por entre suas coxas, até chegarem em suas partes íntimas. O nariz de Gerard roça na parte de trás do joelho de Frank e vai subindo lentamente, até passar por suas nádegas. Num movimento rápido, Gerard gira Frank e ergue do chão, fazendo com que o rapaz cruze as pernas ao redor da cintura do senador.

Gerard entra na banheira, se senta e acomoda Frank em seus joelhos. Ele olha para o rapaz, como quem pede autorização. Frank balança a cabeça afirmativamente. Gerard, então, estica as pernas e se encaixa perfeitamente dentro do rapaz. Frank joga a cabeça pra trás e arfa, ao sentir Gerard dentro dele. Com as mãos firmes na cintura do rapaz, Gerard espera Frank fazer contato visual com ele novamente.

- Posso? - ele pergunta.

- Por favor. - diz Frank, com a voz trêmula.

Gerard, então, começa a se mover. A água da banheira se torna agitada com a movimentação. Os olhos de Gerard nunca deixam os de Frank. As mãos do rapaz seguram nas bordas da banheira de maneira firme. Frank mexe os quadris de forma lenta e rítmica. Não há porque ter pressa, essa noite é só deles. O peito de Gerard sobe e desce rapidamente, conforme sua respiração se acelera. As coxas de Frank começam a tremer, quando os primeiros sinais do ápice de aproximam. O coração de Frank se acelera e ele fecha os olhos, mas Gerard chama sua atenção.

- Não. Abra os olhos. Eu quero que você olhe pra mim. - ele pede, com a voz sinuosa.

Frank não durará muito mais tempo. Ele mexe os quadris mais algumas vezes e, com os olhos fixos em Gerard, atinge o clímax. Ver Frank alcançar o prazer, engatilha o pico de Gerard também, que se desmancha dentro do amante. Ofegante, Frank deixa o corpo cair sobre o de Gerard, deitando a cabeça em seu peito e ouvindo as batidas descompassadas de seu coração. Gerard envolve Frank com os braços e beija o topo de sua cabeça.

- Eu ainda não estou pronto para te deixar. - diz Gerard, sem querer mudar de posição.

- Eu não quero que você me deixe. - responde Frank, ainda sentindo Gerard pulsar dentro dele.

- Eu te amo demais.

- Eu também te amo.

Os dois permaneceram unidos por mais alguns minutos, até Gerard sentir que Frank estava prestes a adormecer sobre ele. O senador, enfim, saiu de sua posição confortável, apenas para sair da banheira e pegar dois roupões felpudos. Protegidos sobre o tecido grosso do roupão, Gerard guiou Frank até à cama king size e o acomodou novamente em seu peito. Não demorou muito para Frank pegar no sono. Gerard trouxe Frank mais pra perto e se afundou no cheio doce do rapaz. Um aroma quase inebriante, que fez Gerard dormir logo depois.

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O despertador de Gerard tocou cedo, arrancando os dois homens de seus sonhos ás 7 da manhã em ponto. Gerard ainda tentou postergar mais um pouco, mas em termos de compromissos, Frank é extremamente rigoroso. Então, muito a contra gosto, Gerard se levantou e seguiu Frank até o banheiro, onde os dois tomaram banho juntos.

Já de roupas trocadas e prontos pra sair, os dois seguiram para o primeiro andar. Não tomariam café da manhã juntos, pois Bethany preferia tomar café da manhã no jato particular. Mas, pelo menos, um suco reforçado, Gerard fazia questão de tomar. Odiava sair de casa de barriga vazia. Enquanto Gerard pegava as frutas na geladeira, Frank abaixou para pegar o liquidificador no armário debaixo da pia. Ao levantar-se, no entanto, o rapaz foi atingido em cheio por uma forte tontura. Tudo escureceu de repente e Frank sentiu o corpo amolecer.

Assim que fechou a geladeira, Gerard se virou para Frank, no intuito de perguntar alguma coisa, mas ao ver Frank balançando e fechando os olhos, a mente de Gerard se apagou. Num reflexo rápido, o senador segurou Frank pela cintura e o guiou/arrastou até o banco mais próximo.

- Frank? Frank, vamos, abra os olhos! Olha pra mim! Frank? - pede Gerard, praticamente em pânico. E da mesma maneira súbita que veio, a tontura foi embora, fazendo Frank abrir os olhos e focar a visão em uma Gerard apavorado, bem na sua frente.

- Eu tô bem. - ele diz, passando a mão pelo rosto. - Eu tô bem.

- Não, você não tá bem! Claramente você não está bem. Frank, você quase desmaiou. Se eu não te seguro, você ia direto pro chão, podendo bater a cabeça em alguma quina.

- Eu levantei muito rápido, foi isso.

- Olha, já tem dias que eu tô vendo que você tá estranho. Evitando almoçar comigo, saindo apressado das reuniões, com a cabeça distraída e agora isso. O que tá acontecendo? - todas as cartas estão na mesa, Frank só precisa fechar a jogada.

- Não é nada. Eu tenho isso de vez em quando. - ele recua. - Essa semana eu tenho consulta com os meus médicos. Talvez eu precise mudar a dosagem dos meus medicamentos.

- Frank, se tinha alguma coisa errada, por que você não me disse antes?

- Eu não queria te preocupar, é isso.

- Desculpa, mas sua estratégia não funcionou. Mais preocupado do que eu estou agora é impossível. Eu vou cancelar a viagem.

- O que? Não! Gerard, você sabe que não pode. Por pior que seja o evento, é bom pra sua carreira, pra sua futura campanha.

- Eu tô pouco me lixando pra campanha. Eu não vou fazer tipo no Alabama, enquanto você está aqui, desse jeito.

- Eu já estou bem. Eu juro. Foi algo de momento, não vai se repetir. Além do mais, assim que você sair, eu vou pra casa. A JJ está lá, ela vai ficar de olho em mim.

- Eu vou ligar pra ela e pedir pra ela me ligar, se acontecer alguma coisa com você.

- Gerard.

- Ou isso ou eu cancelo a viagem. Você decide.

- Tá bom, liga pra ela. Mas do carro. Você já está atrasado. O café da manhã vai ter que ficar pro avião mesmo.

- Eu não vou sair agora e deixar você assim.

- Gerard, eu tive uma tontura, não um AVC. Eu tô bem. Eu sei que você ficou assustado, mas já passou, eu prometo.

- E como você vai embora? De carro? E se você tiver outra vertigem enquanto dirige?

- Eu vou me deitar por um tempo, antes de sair. Você fica mais tranquilo assim?

- Nem um pouco. Mas se não tem jeito... - ele diz, e respira fundo. - Deus, eu odeio ter que sair e deixar você assim.

- Eu prometo que assim que eu chegar em casa, te mando uma mensagem, tá bom?

- Promete mesmo?

- Claro que prometo.

- Tá certo. - Gerard bufa novamente. - É melhor eu ir logo, caso contrário vou acabar desistindo de viagem estúpida.

- Vai dar tudo certo e eu vou estar te esperando na segunda feira. Eu vou morrer de saudades.

- Não mais do que eu. - diz Gerard, segurando o rosto de Frank entre as mãos e o beijando de forma apaixonada.

Gerard hesita por alguns segundos, mas acaba indo embora com o coração na mão. Frank espera o som do carro de Gerard sumir para se levantar do banco. Primeiro ele cata as frutas que Gerard deixou cair no chão, no momento de pânico, depois segue para o sofá, onde se deita e ergue a camiseta, expondo a barriga, agora levemente saliente.

- Essa foi por pouco. - ele diz, acariciando a barriga. - Eu sei que você quer contar pro seu pai, eu também quero, mas matando ele de susto não é a melhor maneira. Eu prometo que logo logo ele vai saber de você, e eu espero que ele te ame tanto quando eu já te amo. - ele diz, com um sorriso no rosto.

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Assim que estaciona na calçada de casa, Frank encontra JJ esperando por ele, com o celular nas mãos. Ele conclui que Gerard, de fato, ligou para a garota. Saindo do carro, ele força um sorriso pra amiga.

- Eu prometo que vou responder à sua pergunta, só deixa eu comer alguma coisa antes. - ele diz, seguindo para a entrada da casa.

- Ah, eu tenho tantas perguntas nesse momento, Iero. A primeira dela é por que o seu namorado me ligou ás 8 da manhã de um sábado? O que ele tem contra dormir?

- Você não falou com ele?

- Eu não sei, eu acho que falei. Mas eram 8 da manhã, então o meu cérebro não registrou absolutamente nada. Eu posso ter dado a senha da minha conta no banco pra ele, quem sabe? Por que ele me ligou?

- Porque eu meio que desmaiei na cozinha agora de manhã.

- Você o quê? Como assim?

- Eu abaixei pra pegar uma coisa, levantei muito rápido e tudo ficou preto de repente. Mas foi coisa de segundos, passou bem rápido. Só que ele entrou em pânico e disse que ia te ligar pra pedir pra você ligar pra ele, caso eu passe mal de novo.

- E como você está agora?

- Eu estou bem. Com fome. Frustrado.

- O que me leva à segunda pergunta, o que você está fazendo aqui? Achei que vocês fossem passar o final de semana juntos.

- Eu também, mas ele teve que ir pro Alabama pra um evento de família. - diz Frank, enquanto prepara uma vitamina.

- E foi por isso que você não contou pra ele ontem?

- Foi melhor assim.

- Melhor pra quem?

- Eu falei pra ele que vou nos meus médicos essa semana, aposto que depois de hoje ele vai ficar em cima de mim como um falcão. Nem que eu quisesse, eu ia conseguir esconder por muito mais tempo.

- Okay, então quando? Eu quero uma data!

- Sábado que vem. Eu vou contar pra ele no sábado que vem. Eu já terei o parecer dos meus médicos, posso dar uma ligada pro Jason. Vou ter todas as informações necessárias.

- Okay, sábado que vem. - diz JJ, satisfeita.

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JJ transformou em meta de vida entreter Frank durante o final de semana, para que o amigo não pensasse em Gerard ao lado da esposa no Alabama. E funcionou. Num piscar de olhos, a segunda feira chegou. Depois de um café da manhã reforçado, de tomar seus remédios e vitaminas, Frank está pronto para começar a semana.

Chegando ao Capitólio, ele segue direto para sua sala, mas é interceptado por June, que vem apressada em sua direção.

- Bom dia, Sr. Iero.

- Bom dia, June. Tudo bem?

- Tudo sim, obrigada. O Senador Way já está no gabinete e pediu que o senhor fosse até lá imediatamente assim que chegasse.

- Oh, okay. Obrigado, June. Estou indo agora mesmo. - ele diz, desviando seu caminho e seguindo para o gabinete.

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A ansiedade de Gerard é tanta, que ele aguarda Frank na porta. Assim que avista o RP, seu coração pula uma batida. Ele abre caminho pro rapaz passar e então se vira para a secretária.

- Obrigado, June. Por favor, eu não quero ser incomodado pelos próximos 30 minutos. Não transfira nenhuma ligação.

- Sim, senhor, Senador. - ela diz, e com isso Gerard tranca a porta atrás de sim.

Sozinhos, Gerard pode, finalmente, tomar Frank em seus braços e afastar de vez a agonia que foi o final de semana.

- Meu Deus, como eu senti a sua falta. - diz Gerard, apertando Frank contra o peito.

- Eu também senti muito a sua falta.

- Esse final de semana foi um inferno. Além de toda a palhaçada lá no Alabama, eu não consegui parar de pensar em você um só minuto. Passei esses dois dias com o coração apertado de preocupação. - ele diz, fazendo Frank se sentir culpado. Os dois se sentam no sofá e Frank pega a mão de Gerard, beijando os nós de seus dedos.

- Não precisava se preocupar tanto, eu tô bem, passei o final de semana todo bem. Está tudo sob controle.

- Você disse que tem médicos essa semana, não é?

- Sim, amanhã eu vou na minha médica cardiovascular amanhã, e na quinta vou no nefrologista.

- Você acha que tem alguma coisa errada? Eu te disse que estava te sentindo um pouco estranho, mas não quis insistir muito pra não te sufocar e você me achar um louco neurótico. - ele diz, e Frank sorri.

- Eu nunca ia te achar um louco neurótico, não se preocupe. E não, eu não acho que tem algo de errado. - ele diz, mas no fundo seu coração está inundado de preocupação. - Eu só acho que vou precisar ajustar a dosagem da minha medicação. Isso acontece de tempos em tempos. Além do mais, eu nem posso me dar ao luxo de adoecer essa semana. Nós temos três projetos de lei para serem aprovados até sexta.

- Frank, nada é mais importante que a sua saúde. Absolutamente nada. - diz Gerard, e Frank deita a cabeça no ombro do homem.

- Obrigado por se preocupar tanto comigo.

- Esse é o meu trabalho. Por mais que eu odeie admitir, alguém me lembrou que é preciso cuidar de quem a gente ama como se fossem nossos bens mais valiosos. - ele diz, e Frank ergue a cabeça, olhando, confuso, para Gerard.

- Como assim?

- Nada, não. - ele diz, dando um beijo no topo da cabeça de Frank. - Tem certeza que está se sentindo bem?

- Certeza absoluta.

- Então podemos começar a trabalhar.

- Devemos! Infelizmente a vida não para por nossa causa. - diz Frank, dando um beijo em Gerard e partindo pra ação.

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De fato, a segunda feira foi pura correria. Reunião atrás de reunião, uma delas particularmente  bem desagradável, onde a dupla deu de cara com Marie Bengtsson e Brad. Gerard fez questão de se colocar na frente de Frank de forma protetora, quando Brad ameaçou se aproximar do RP. Durante a reunião, para discutir a inclusão de cônjuges e dependentes de casais homoafetivos em planos de saúde, seguros sociais e benefícios do governo, a cúpula comandada por Gerard não conseguiu em momento nenhum chegar a um acordo com Marie e seus aliados. A senadora, conhecida por defender fervorosamente o conservadorismo, expressou suas opiniões bem radicais, deixando Frank cada vez mais indignado por Brad ter aceito trabalhar para ela.

Durante uma discussão acalorada, Frank sentiu uma onda de náusea se aproximando. Sabendo que sua ausência não seria notada por alguns minutos, o RP se esgueirou para fora da sala e correu para o banheiro. Após sentir que não havia mais nada para ser colocado pra fora, Frank enxaguou a boca e lavou o rosto, recuperando a compostura, antes de retornar para a sala. No entanto, ao abrir a posta do banheiro, o rapaz deu de cara com Brad.

- Estava vomitando novamente? - pergunta o rapaz, com um misto de preocupação e auto segurança, como se já soubesse o que está acontecendo.

- Além de me espionar, você vai me perseguir agora? - pergunta Frank, irritado, seguindo de volta pra sala.

- Eu tô preocupado com você.

- Eu agradeço a sua preocupação, mas eu prefiro que a gente mantenha uma certa distância por enquanto. - ele pergunta, e Brad o segura pelo braço.

- Por que?! - ele pergunta, indignado. Frank puxa o braço de volta e olha para o ex com a expressão fechada.

- Por atitudes como essa. Por ver você lá dentro daquela sala, colaborando com aquela mulher, concordando com ela, validando o que ela diz, depois de toda a luta que nós tivemos nesses últimos 10 anos.

- Olha quem fala! Você foi o primeiro a jogar tudo fora, tudo que nós construímos nos últimos 10 anos.

- Realmente, Brad. Você tem toda razão. Faz todo sentido que todas as famílias de homossexuais dos Estados Unidos percam seus direitos só porque nós dois terminamos. - ele diz, e Brad se sente envergonhado.

- Não foi isso que eu quis dizer.

- Eu não quero saber o que você quis dizer. Na verdade, eu não quero saber nada desse cara que você tornou. - diz Frank, virando de costas.

- Ele nunca vai cuidar de você como eu cuidava.

- Eu quem? - Frank se vira novamente. - Eu não reconheço você.  - diz Frank, antes de voltar para dentro da sala, deixando Brad pra trás.

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Chega a terça feira e Frank aguarda pacientemente a Dra. Naomi Meyer entrar no consultório. Com a pasta com as cópias dos primeiros exames pré-natais no colo, Frank precisa lutar contra a vontade de roer a unha de nervoso. Não demora muito para a porta do consultório se abrir, revelando uma mulher negra, de baixa estatura e uma expressão simpática no rosto.

- Bem, bem, bem, o que temos aqui? Senhor Frank Iero. - ela diz, acomodando-se em sua cadeira, atrás da belíssima mesa de vidro temperado de sua sala finissimamente bem decorada.

- Como vai, Dra. Meyer?

- Eu vou bem, e você? O que te traz aqui antes da nossa revisão semestral?

- Bem, eu tenho uma novidade.

- Desde que não seja a notícia de que você arrumou outro médico, eu posso aguentar qualquer coisa.

- Eu jamais trocaria a senhora por outro médico. - ele diz, com um sorriso charmoso. Naomi sorri.

- Espero que não. Mas me conte, qual sua novidade?

- Bem, eu... eu meio que estou grávido. - ele diz, sentindo as bochechas quentes.

- Meio que está grávido? Bem, isso sim é novidade. - a médica ri.

- Não, eu tô grávido, Definitivamente grávido. Pra ser mais exato, eu completo 11 semanas hoje.

- Uau! E como eu não vejo traços de pânico no seu rosto, eu acredito que um "parabéns" seja apropriado. - ela diz, e Frank sorri afirmativamente.

- Sim, eu estou muito feliz. - ele diz, mas seu sorriso logo se desfaz. - Não há traços de pânico, mas eu estou bem assustado.

- Eu imagino. Acredito que você já tenha começado o pré-natal. Você trouxe os exames?

- Sim, estão aqui. - ele diz, entregando a pasta para a médica.

A Dra. Meyer passa alguns bons minutos analisando os exames de Frank, tudo sob os olhares atentos do rapaz.

- Estou vendo que o bebê está muito saudável, isso é ótimo. - ela diz, sem tirar os olhos dos papéis. - Algumas alterações, mas isso já era de se esperar. Bem, vamos conversar. - ela diz, fazendo Frank endireitar-se na cadeira. - Frank você é hipertenso desde adolescente, o que significa que você vai continuar hipertenso na gestação.

- Sim.

- Hoje você está com 11 semanas, então nós vamos tratá-lo como um gestante com hipertensão crônica pré-existente. Após você passar da 20ª semana, sua gestação já será tratada como uma gestação com pré-eclâmpsia superposta à hipertensão crônica. A pré-eclâmpsia vai existir até o final e isso nós não podemos evitar. O que nós vamos fazer é monitorar você bem de perto para que seu quadro não se transforme em eclâmpsia.

- E como nós fazemos isso?

- Primeiro nós vamos mudar a dosagem do seu medicamento e a frequência com que você toma. Nós vamos diminuir a dosagem, mas ao invés de tomar uma vez, você vai tomar três vezes ao dia. Eu vou precisar do telefone do seu obstetra, assim nós vamos decidindo qual o tipo de medicação melhor pra você com o passar das semanas. Exame de urina a cada 15 dias, pra verificarmos a quantidade de proteína no seu organismo. A partir de agora sua dieta é zero sal, nada de sódio, nem o cheiro. Água, muita água, de 2 a 3 litros por dia. Repouso sempre que puder. E uma dica muito importante, tente sempre se deitar do lado esquerdo, assim você aumenta o fluxo sanguíneo para os rins e o útero.

- Certo, eu farei tudo isso. Eu só quero que meu bebê fique bem. - ele diz, e então respira fundo. - E o que de pior pode acontecer? O que a pré-eclampsia pode causar ao meu bebê? E se eu evoluir pra um quadro de eclâmpsia?

- Bem, caso você entre em crise, existe o risco de convulsões, danos ao fígado e rins, hemorragias, AVC, infarto do miocárdio e edemas pulmonares.

- Eu não me importo comigo, eu quero saber o que pode acontecer com o meu bebê?

- Você pode entrar em trabalho de parto prematuro, o bebê pode sufocar, caso você tenha uma convulsão que bloqueie o fluxo sanguíneo para o seu cérebro e, na pior das hipóteses, você pode dar à luz a um natimorto. - diz a médica, para horror total de Frank. Instantaneamente ele leva uma das mãos à barriga, protetoramente.  - Frank, essas são as piores hipóteses. Coisas que teriam uma chance maior de acontecer se você não tivesse acompanhamento.

- Mas então existe uma chance, certo? Mesmo que pequena. Existe uma chance de uma dessas coisas acontecer? Existe uma chance do meu bebê nascer morto? - ele diz, com os olhos cheios de lágrimas.

- Chance do seu bebê nascer morto existe, mas ela é muito, muito remota. Nós corremos mais riscos com você, do que com seu bebê.

- Eu já disse, eu não me importo comigo, eu só quero que meu bebê fique bem.

- Mas você entende que uma coisa está totalmente relacionada à outra, não é? Se não cuidarmos de você, se não priorizarmos a sua saúde, seu bebê vai estar em risco de qualquer maneira. A melhor maneira de manter seu bebê saudável é se cuidando ao máximo.

- Eu sei, eu sei. Me desculpe. - ele diz, limpando as lágrimas. - Eu só estou com medo.

- Frank, eu sei que você está com medo, e você deveria mesmo, nós estamos entrando em um terreno perigoso e assustador, mas você não é a primeira pessoa e nem a última a ter uma gestação com quadro de hipertensão. Não vai ser fácil, mas com cuidado e acompanhamento, nós vamos conseguir chegar até o final, tá bom? - ela diz, e ele se emociona.

- Obrigado, Dra. Meyer.

- Ah, vem cá, deixa eu te dar um abraço direito. - ela diz, levantando da cadeira e seguindo para abraçar o rapaz. - Ontem mesmo você era só um moleque, e agora vai ser pai.

- Pois é! Acho que a ficha não caiu ainda.

- Ah, mas vai cair, acredite. Quando essa barriga começar a crescer e esse bebê começar a te chutar, você vai ver que é a melhor coisa do mundo. - ela diz, colocando a mão sobre a barriga do rapaz. - E o Oswald, já sabe?

- Ainda não. Minha consulta com ele é na quinta feira.

- Ah, prepare-se para as lágrimas. Ele sempre foi manteiga derretida. - diz ela, virando-se para esconder suas próprias lágrimas, fazendo Frank rir.

- Ainda bem que você sempre foi a mais durona. - ele brinca. Naomi, então se vira para Frank novamente e põe a mão delicadamente em seu rosto.

- Eu vou dizer pra você a mesma coisa que eu disse para sua mãe, no dia em que nos conhecemos, quando você foi internado depois daquela convulsão. Não adianta eu falar pra você não se preocupar, pois é seu filho, e o trabalho de um pai é se preocupar com seu filho. Mas o meu trabalho é fazer de tudo para que você leve o seu filho pra casa, são e salvo, e isso é o que eu faço de melhor.

- Obrigado, Dra. Meyer.

- De nada, querido. - ela diz, dando um beijo delicado na bochecha do rapaz.

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Se Frank pudesse escolher um dia para não sair da cama, definitivamente teria sido esta quarta feira. Pra começar, Gerard precisou acompanhar Bethany em um evento social durante quase o dia inteiro. Os dois só tiveram tempo de se encontrarem brevemente no gabinete de Gerard, onde trocaram alguns beijos e juras de que estariam pensando um no outro.

Com Gerard fora, Frank ficou responsável por dar prosseguimento na reunião para a aprovação dos projetos de lei. Uma longa e chata reunião, onde pouco foi resolvido e ainda mais questões foram criadas

E no meio disso tudo, seu bebê decidiu que aquele era um bom dia para atormentar seu pai com enjoos durante o dia inteiro. Frank perdeu a conta de quantas vezes precisou interromper seus compromissos para correr até o banheiro mais próximo. E dar de cara com Brad a cada 20 minutos não estava ajudando nada em sua náusea. O advogado tentou contato todas as vezes, mas foi repelido repetidamente.

No final do dia Frank estava tão exausto, que mandou uma mensagem para Gerard, avisando que dormiria em casa essa noite, mas que no dia seguinte, eles se encontrariam no Refúgio após o trabalho.

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Na quinta feira Frank foi recebido pontualmente, ás 18h, pelo Dr. Oswald Brown. O homem alto, de formas avantajadas e sorriso largo, recebeu Frank com um caloroso abraço. O Dr. Brown trata da insuficiência renal de Frank desde que o rapaz tinha 15 anos e tornou-se apegado ao paciente, criando laços tanto com Frank, quanto com sua família.

- Olha só você! - diz o homem, olhando Frank de cima abaixo, por trás dos grossos óculos. - Como é bom te ver, Frank!

- É muito bom te ver também, Dr. Brown.

- Eu confesso que fiquei um pouco preocupado quando soube que você tinha marcado uma consulta, mas olhando pra você aqui, eu não vejo nada que indique um problema. Pelo menos nada sério. Mas venha, me conte o que está acontecendo! - diz o médico, indicando a cadeira para Frank e sentando em sua própria cadeira.

- Bem, eu não sei se isso é um problema ou não, mas eu... eu estou grávido. - ele diz, para a surpresa do médico.

- Grávido? Sério?

- Sim. Completei 11 semanas na terça feira.

- Frank... Meu Deus! Vem cá! Vem cá! - diz o médico, levantando-se e seguindo para abraçar o rapaz. - Como cientista, é muito raro eu usar essa expressão, mas isso é basicamente um milagre. As chances de você engravidar naturalmente, por conta da IRC, eram de menos de 8%. Eu sempre soube que você era um paciente especial.

- Pois é! Eu ouvi a vida inteira que eu não poderia engravidar, e mesmo se eu conseguisse, os riscos eram enormes. E é por isso que eu estou aqui, Dr. Brown. Eu preciso saber o que eu vou enfrentar daqui pra frente. Eu preciso saber o que eu preciso fazer pra que meu bebê fique bem.

- Okay. Certo. Vamos conversar. - diz o médico, retornando para o seu lugar, enquanto Frank senta de volta na cadeira. - Nós sempre fomos sinceros com você e o que você ouviu está absolutamente certo. As chances de você engravidar eram mínimas e os riscos eram muito grandes.

- De que riscos estamos falando?

- Pra começar, prematuridade. Em gestantes com IRC, os riscos de um parto prematuro são de 35%, somando o seu quadro de hipertensão, e certamente o desenvolvimento de pré-eclampsia, as chances de um parto prematuro sobem pra 50%.

- Ah, meu Deus!

- Mas isso também significa que seu bebê também tem 50% de chance de nascer na data certa. Não se apegue a isso. Nós temos outras coisas a discutir, como por exemplo, você pode ter um agravamento das suas funções renais no final da gravidez, quando o surto de crescimento do bebe é maior e exige mais esforço dos seus orgãos internos. Se isso acontecer, nós só vamos poder fazer alguma coisa depois que o bebê nascer. Ou seja, se a sua vida estiver em risco, nós vamos precisar fazer o parto imediatamente, independente do grau de desenvolvimento do bebê. Mas esse tipo de agravamento geralmente acontece depois da 32ª semana, ou seja, o bebê terá ótimas chances de sobreviver fora do útero.

- Mas isso só em casos extremos, certo?

- Somente em casos extremos. Obviamente nós vamos precisar mudar a sua medicação. Acredito que a Naomi vá fazer o mesmo. A propósito, ela já sabe?

- Sim, minha consulta com ela foi na terça. Ela também me disse que vai mudar a dose da medicação.

- Acredito também que ela tenha falado sobre uma mudança na sua dieta.

- Ela disse também. Eu vou seguir tudo a risca.

- Ótimo! Nós dois não teremos muita atividade durante os dois primeiros trimestres, mas eu vou querer vê-lo todo o mês, até à 30ª, quando nossas consultas passarão a ser quinzenais. E se você passar da 36ª semana, então nos veremos toda semana, até o bebê nascer.

- Eu confesso que eu estava esperando algo pior.

- Como uma sentença de morte ou coisa parecida?

- Pois é!

- Gravidez e IRC nunca são uma ótima combinação, mas a medicina está evoluindo. Eu garanto pra você que não será um processo fácil, mas você está cercado de ótimos profissionais, que não vão desistir assim tão fácil. Você já nos deu muito trabalho, não vai se livrar de nós tão cedo. - ele diz, e Frank sorri.

- Deus me livre! Eu ainda quero perturbar vocês por um bom tempo. - ele diz, e o médico ri.

Frank sai do consultório com o espírito mais leve. Apesar de todos riscos que ele irá enfrentar para trazer seu bebê ao mundo, ele sabe que está cercado pelo melhor time e que haverá um esforço coletivo para que Frank e seu bebê fiquem bem.

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Chegando ao Refúgio, Frank encontra Gerard esperando por ele. Sentado no sofá, Gerard logo levanta e se apressa em direção a Frank, que o aguarda de braços abertos.

- Ah, você é um bálsamo pra minha alma cansada, depois desse dia infernal. - diz Gerard, beijando Frank de forma doce, antes de aconchegá-lo em seus braços. - E o seu dia, como foi?

- Começou bem ruim, mas até que terminou bem.

- E como foi a consulta com o nefrologista? Deu tudo certo? Você está bem?

- Tudo conforme o esperado. Assim como a Dra. Meyer, ele também vai ajustar a dosagem do meu remédio.

- Mas isso é bom ou ruim?

- Acho que é bom. - ele diz, dando de ombros de forma infantil. - Escuta, você tem planos pra sábado?

- Nenhum que não envolva você, por quê?

- Porque eu estava pensando em fazer um jantar especial pra gente.

- Hummm... jantar especial, é? Alguma data importante que eu tenha esquecido.

- Que você tenha esquecido, não. Mas talvez vire uma data importante. - diz Frank. Gerard se afasta um pouco e olha Frank com curiosidade.

- O que você está aprontando, hein?

- Esteja aqui no sábado e você vai descobrir.

- Eu não vou perder por nada desse mundo. - diz Gerard, tomando Frank em seus braços e beijando-o de forma apaixonada.

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A sexta feira finalmente chega e Frank está contando os minutos para o final do expediente. Amanhã é o grande dia. O dia de contar a Gerard que eles terão um filho. O dia de saber qual será o destino dos dois. O dia de saber se Frank precisará encarar essa jornada sozinho ou se terá o amor de sua vida ao seu lado.

A ansiedade não está ajudando em nada o seu enjoo, e seguindo o conselho de Jason, o RP está se entupindo de torrada integral, já que as bolachas de água e sal foram cortadas de sua dieta, e água tônica. Mas mesmo assim, ele ainda precisou fazer umas três viagens ao banheiro ao longo do dia.

Olhando para o relógio, Frank mal pode acreditar que já são 18:30. Mais meia hora, mais um compromisso, e eles estarão livres para o final de semana. Chegando ao gabinete de Gerard, após mais uma escapulida ao banheiro, Frank encontra June e o senador prontos para organizarem a agenda de compromissos da semana.

- Bem, o Sr. Iero já chegou, então podemos começar. - diz Gerard. - O que temos pra segunda feira?

- Segunda, na parte da manhã, o senhor recebe a visita do prefeito de Iowa City, que vem discutir a implementação dos mesmo Centros Comunitários que foram inaugurados em Chicago. A chegada dele está marcada para ás 10:30h da manhã. - diz June, enquanto Frank anota tudo em sua agenda de couro.

- Ótimo. E depois?

- Depois o senhor tem um almoço... - a frase de June é interrompida pelo barulho da porta sendo aberta de forma violenta.

Assustados com o som, o trio olha para a entrada do gabinete de Gerard. Frank mal pode acreditar em seu olhos quando vê Brad invadir a sala de maneira intempestiva, avançar furiosamente em direção a Gerard e acertar um soco no rosto do senador, que se choca contra a quina da mesa.

- Eu avisei que eu ia acabar com você! Eu te avisei! - grita Brad, em uma fúria incontrolável, agarrando Gerard pelo paletó.

- Você tá maluco?! Sai de cima de mim! - grita Gerard, devolvendo o soco e fazendo Brad cair no chão.

Vendo a confusão instaurada, Frank e June partem para a ação. Enquanto a secretária corre para fora da sala, para chamar os seguranças, Frank se enfia entre os dois homens, tentando apartar a briga.

- Parem com isso! Brad, você perdeu a cabeça? - indaga Frank, se colocando na frente de Gerard. Mas Brad parece estar com sede de sangue. Empurrando Frank para fora do caminho, ele avança mais uma vez sobre Gerard e lhe acerta outro soco.

- Seu desgraçado! Você está matando ele! Será que você é tão cego assim que não percebe? Você está matando ele!

- Você está completamente fora de si! Eu não sei do que você está falando! Tire as mãos de mim agora! - brada Gerard, dando um empurrão em Brad e jogando-o longe.

Frank, que havia caído sobre o sofá, se levanta e se põe novamente na frente de Gerard. O senador até tenta tirá-lo do caminho e protegê-lo, mas Frank firma o pé, disposto a não deixar Brad passar.

- Sai da frente, Frank! - diz Brad, enfurecido.

- Não! Quem vai sair daqui é você. A June foi chamar a segurança, ou você sai por bem ou sai por mal.

- Eu só saio daqui com você. Você vai embora comigo agora!

- O quê?! - pergunta Frank, em choque. - Você tá doido? Eu não vou a lugar nenhum com você!

- Você vai comigo! Você vai comigo pra longe desse cara. Você não tá vendo que ele tá te matando?

- Brad, do que você está falando?

- Se você encostar um dedo no Frank, que Deus me ajude, mas eu te mato aqui mesmo. - ameaça Gerard, e Frank precisa de um esforço imenso pra segurar o senador.

- A culpa disso tudo é sua! Você está fazendo isso com o Frank. Você está fazendo ele adoecer!

- O único doente aqui é você, seu maluco!

- Do que você tá falando, Brad? Eu não tô doente. - Frank tenta argumentar.

- Eu tenho observado você. Eu tô vendo que você tá doente. Os enjoos, os vômitos, as tonturas, as dores, a perda de apetite, a perda de peso. Está tudo voltando! Você está adoecendo de novo. E é tudo culpa dele! - acusa Brad, deixando Frank e Gerard atônitos dessa vez.

- Oh, meu Deus. - sussurra Frank. Isso não pode estar acontecendo. Não agora. Não assim.

- Frank, do que ele tá falando? O que tá acontecendo? - pergunta Gerard, dividido entre questionar Frank e partir para cima de Brad novamente.

- Você tá matando ele! É isso que está acontecendo.

- Cala a boca, seu psicótico! Você não sabe do que está falando!

- Fala pra ele, Frank! Conta pra ele! - Brad exige e Frank vê que não há mais saída.

- Brad, eu não tô doente. - ele começa, num tom calmo.

- É claro que você está, eu vi os sinais, eu conheço os sintomas.

- Frank, o que tá acontecendo? - Gerard insiste.

- Brad, me escuta. - Frank pede. - Eu não estou doente... Eu tô grávido. - e de repente um silêncio se abate na sala.

Gerard e Brad substituem a postura agressiva, por uma de completo e absoluto choque. Virando-se pra trás, Frank encara Gerard, que parece ter tido todo seu sangue drenado no corpo. Os grandes olhos verdes do senador estão arregalados e ele parece congelado no lugar.

- Me desculpe. Por favor, me desculpe. Não era assim que eu queria que você soubesse. Não era desse jeito. - ele diz, mas Gerard parece em estado catatônico.

- Não... - a voz de Brad chama a atenção de Frank, que se vira para o ex. - Você não pode. Não é verdade. Eu não acredito. - ele diz, e então corre pra fora da sala.

Temendo que o ex faça uma loucura, Frank ameaça ir atrás dele, mas Gerard, saindo de torpor, o segura pela mão.

- Não, você não pode ir. Nós precisamos conversar.

- Gerard, por favor, me escuta. Nós vamos conversar. Nós precisamos. Mas agora eu preciso ir atrás do Brad antes que ele faça uma besteira. Ele está transtornado, fora de si.

- Não, você não pode... nós... você...

- No Refúgio. Me encontra no Refúgio. Por favor! Nós vamos conversar. Mas eu preciso ir. Me perdoa! Por favor, me perdoa. - diz Frank, soltando a mão de Gerard e correndo pra fora da sala, atrás de Brad.

Chegando aos elevadores, ele vê Brad cercado pelos seguranças. O advogado ainda está em estado de choque e parece não compreender as ordens dos seguranças.

- Nos acompanhe, Sr. Redford! Isso é uma ordem! - diz um dos seguranças, mas Frank interfere.

- Não há necessidade. Eu vou acompanhar o Sr. Redford e tirá-lo do prédio.

- Nós precisamos escoltá-lo até a saída. E o passe dele está revogado até que haja uma investigação.

- Tudo bem, não tem problema. - diz Frank, guiando o ex para dentro do elevador, sendo acompanhado de quatro seguranças.

Frank precisa controlar sua respiração e manter a calma. Essa situação é um desastre.

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Chegando à garagem, os seguranças acompanham Frank até seu carro, onde o RP embarca junto com Brad, e os dois deixam o prédio do Capitólio. Brad permanece em silêncio por um tempo, até parecer sair de seu transe.

- Pra onde estamos indo? - ele pergunta.

- Eu vou te deixar em casa. Você não tinha condições de dirigir. Na verdade, você não está em condições de fazer nada.Você perdeu totalmente a cabeça. Você tem ideia do que podia ter acontecido? Você agrediu um senador! Você podia ter sido preso! Eles podiam ter te dado um tiro!

- E você se importaria? - ele pergunta, irônico.

- Não! Você não vai usar esse tom comigo. Você não vai fazer todas as merdas que você fez nas últimas semanas e ainda por cima insinuar que eu não ligaria se você fosse morto. Eu não aceito isso!

- Eu não sei mais o que você pensa. Ele te deixou cego.

- Para! Para de achar que o Gerard é o culpado por tudo. Para de colocar toda a responsabilidade em cima dele, como se eu não tivesse capacidade pra responder pelas minhas ações. Tudo que aconteceu entre nós foi responsabilidade minha! Quem tinha um compromisso com você era eu! Quem se apaixonou por outra pessoa fui eu! Se você quer culpar alguém, culpe a mim! - brada Frank, fazendo Brad se calar.

Os dois permanecem em silêncio até o carro de Frank estacionar na calçada do prédio de Brad.

- Pronto, está entregue! Agora vê se coloca a cabeça no lugar e se acalma. Você vai ter muita coisa pra consertar na segunda feira. Você pode ter perdido o seu emprego.

- Eu não me importo com o emprego, só me importo com você.

- Brad, por favor, eu não posso ter essa conversa com você de novo. Não agora. Eu preciso ir.

- Você vai encontrar com ele, não vai?

- Vou! É isso que você quer saber? Sim, eu vou encontrar com ele, porque nós dois temos muito o que conversar. Não era assim que eu queria que ele descobrisse sobre o bebê. - ele diz, e Brad o olha, horrorizado.

- Você não está pensando em ter esse filho com ele, está?

- Como é que é?

- Você não pode ter esse filho! Especialmente não com ele.

- Esse assunto não te diz respeito. Por favor, sai do meu carro.

- Frank, você não pode estar tão cego a esse ponto. Você não pode ter esse filho.

- Brad, eu não vou pedir de novo. Por favor, sai do meu carro. - diz Frank, novamente, com o semblante fechado.

Brad nunca viu o ex com a expressão tão fechada. Frank não é uma pessoa que se irrita com facilidade, mas nesse momento ele está furioso. Brad hesita por alguns segundos, mas logo desce do carro. Antes mesmo de ter a chance de falar alguma coisa, ele vê Frank arrancando com o veículo em direção ao tráfego, deixando Brad na calçada, completamente desnorteado. Levando as mãos à cabeça, Brad não acredita no que está acontecendo. Frank não pode estar grávido. Ele não pode ter um filho. Especialmente não um com Gerard. Ele não pode deixar isso acontecer.

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Mais de uma hora depois, o carro de Frank para em frente à entrada do Refúgio. Como de costume, o carro de Gerard já está lá. Gerard já espera por ele. O coração de Frank nunca bateu tão rápido na vida. Ele leva as mãos à barriga e respira fundo e calculadamente. Ele precisa se acalmar, essa não será uma conversa fácil.

Ele desce do carro e segue em direção à casa. Uma última respirada funda antes de abrir a porta. A casa está mergulhada em absoluto silêncio. Todas as luzes estão apagadas, com exceção da luz da sala. Frank não precisa procurar muito para encontrar Gerard. O senador está sentado no sofá, os cotovelos sobre os joelhos e o rosto enterrado nas mãos.

Parado na entrada na sala, Frank sente seus pés presos no chão. Não demora muito para Gerard notar a presença de Frank e ergue o rosto na direção do rapaz. Seus olhos estão vermelhos e inchados. O coração de Frank se parte. Não há mais escapatória. Não há mais adiamentos. Chegou a hora da verdade.


Notas Finais


Pois é... Frank enrolou tanto, esperou tanto o "momento certo" e acabou dando nisso!!!!

Nem vou entrar muito em detalhes, vou deixar vocês comentarem! Me digam o que acharam!

MILHÕES DE BEIJOSSSSSSSSSSSSSS


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