1. Spirit Fanfics >
  2. House Of Wolves >
  3. Contra o Tempo

História House Of Wolves - Contra o Tempo


Escrita por: WantedKilljoy21

Notas do Autor


AMORES MEUS!!!

Nem demorei tanto dessa vez, né? É que a musa voltou e estamos trabalhando a todo vapor!!!

Bem, vou deixar vocês lerem em paz, lá embaixo a gente conversa!

BEIJOSSSSSSSSSSS E APROVEITEM!!!

Capítulo 18 - Contra o Tempo


Fanfic / Fanfiction House Of Wolves - Contra o Tempo

Gerard está angustiado. Há mais de uma hora ele tenta ligar para o celular de Frank, sem sucesso. Todas as ligações para o celular chamam até cair na caixa postal, e na casa do rapaz ninguém atende também. Definitivamente há algo errado. Inquieto, ele anda pelo interior da casa, sentindo-se incapaz de ficar parado. E a movimentação por conta da festa não está ajudando em nada seu nervosismo. Já são quase meio dia e todo o staff está se preparando para receber os primeiros convidados, mas Gerard não poderia se importar menos com a festa.

Seu coração está comprido, como se o avisasse que alguma coisa muito séria aconteceu. Ele tenta respirar fundo, mas seus pulmões doem e ele começa a se sentir ligeiramente tonto. Um frio percorre sua espinha, e ele esfrega o rosto com as mãos, tentando pensar em algo a fazer. Ele tenta o celular de JJ mais uma vez, e novamente cai na caixa postal. O celular de Jason é atendido por uma enfermeira que informa que o médico está no meio de um atendimento e não pode responder no momento. Ele tenta a casa de Frank mais uma vez, mas novamente sem sucesso.

Gerard sente o mundo rodando ao seu redor. Após mais uma volta pela casa, ele se vê no escritório, pela terceira vez em menos de meia hora. Apoiando-se na mesa, ele inclina o corpo e abaixa a cabeça, numa prece silenciosa.

- Nada ainda? - pergunta Courtney, entrando no aposento.

- Nada! Ele nunca fica tanto tempo longe do celular. Tem algo errado, Court.

- Será que ele não está dormindo?

- Eu liguei para o telefone fixo. Ele não atende.

- E a palestra que você falou?

- Eu pensei nisso, mas ele teria desligado o telefone. E mesmo que tivesse ligado, ele estaria de olho e responderia com uma mensagem. - ele corre as mãos pelos cabelos.

- E os pais dele?

- Eu não queria ligar pros pais dele e desesperá-los, mas estou vendo que não terá outra saída. Eu nunca vou me perdoar se tiver acontecido alguma coisa com o Frank ou com o meu filho, enquanto eu estava aqui. Nunca! - ele diz, correndo as mãos pelos cabelos nervosamente.

- Calma, Gerard! Não se desespere ainda. Tente ligar de novo. - diz Courtney. Com as mãos trêmulas, Gerard pressiona o nome de Frank na tela de seu celular e leva o aparelho ao ouvido. Courtney observa, em expectativa, enquanto Gerard corre a mão livre pelo rosto.

Após o sexto toque, o senador já está prestes a desligar, quando uma voz surge do outro lado da linha.

- Alô. - diz a voz masculina, e Gerard sente o coração pular uma batida.

- Frank?

- Não, não é o Frank. - diz o homem, de uma maneira estranhamente fria.

- Quem está falando? Onde está o Frank? - Gerard pergunta, sentindo o coração martelando contra seu peito. Há uma pequena pausa e então o homem se pronuncia novamente.

- Aqui é o Brad. - ele diz, de forma simples, fazendo o sangue de Gerard gelar.

- O que você está fazendo com o celular do Frank? Onde ele está? O que você fez com ele? - ele pergunta, sentindo a fúria crescer em sua voz. Courtney observa apreensiva.

- Eu fiz o que eu sempre faço, estive ao lado dele quando ele mais precisou.

- Do que você está falando? Onde ele está? Eu quero falar com ele agora! - exige Gerard, incapaz de conter seu pânico e a potência de sua voz.

- Ele não pode falar agora.

- Redford, eu juro por Deus, se você fez alguma coisa com o Frank...

- Como o quê, por exemplo? Viajar pra outro lado do país e deixá-lo sozinho, quando ele mais precisou de você? Ah, não, desculpe, esse é você!

- O que está acontecendo?! - Gerard explode, o coração prestes a sair do peito.

- Frank está no hospital. - diz Brad, e Gerard sente o chão sumir de baixo de seus pés. Ele precisa se apoiar na mesa quando suas pernas ameaçam desistir dele.

- O... O que?

- Ele está no hospital. - Brad repete, com uma falsa calma na voz.

- O que... O que aconteceu? Ele está bem? O bebê está bem? - Gerard pergunta, sentindo um nó se formar em sua garganta. Imediatamente Courtney se põe ao lado do enteado, segurando sua mão.

- Se você estivesse tão preocupado com a saúde do Frank, não teria saído pra passar um final de semana romântico com a sua esposa.

- Por favor, Brad, pelo amor de Deus, eu te imploro... - toda a postura intimidadora de Gerard se dissolveu, dando lugar a um homem fragilizado e vulnerável. - Por favor, me diga como ele está? Como está o meu filho? Por favor!

A súplica sofrida de Gerard parece ter rachado a barreira de Brad. O senador ouve o advogado respirar fundo do outro lado da linha, antes de falar novamente.

- Ele passou mal em casa. Ele estava tonto, com uma dor de cabeça muito forte e... - Brad faz uma pausa, que só aumenta o desespero de Gerard. - Ele estava sentindo muita dor na barriga. Ele ficava repetindo que achava que estava perdendo o bebê.

- Oh, meu Deus! Meu Deus! - Gerard sente que não pode respirar. Ele leva a mão à boca e cambaleia pelo cômodo. - Não! Isso não pode estar acontecendo!

- Calma, Gerard! Por favor, se acalma. O que está acontecendo?

- Frank... - os olhos de Gerard enchem de lágrima. - Frank está perdendo o bebê.

- Oh, Deus! - é a vez de Courtney levar as duas mãos à boca.

- Em que hospital ele está? O nosso médico está com ele? Quem está com ele? - pergunta Gerard, segurando o celular com as mãos trêmulas.

- Ele está no Sibley Memorial. O médico dele está vindo atendê-lo. Ele estava sozinho quando me ligou, mas a Julia já está a caminho.

- Eu estou indo! Eu vou pegar o primeiro avião para D.C. e chegarei aí o mais rápido possível. Por favor, diga a ele que eu estou indo. Diga isso a ele!

- Não precisa vir, Way. Eu já tenho tudo sob controle. Eu posso cuidar do Frank, como sempre cuidei. - diz Brad, mas Gerard logo encerra a ligação, ignorando a última frase do advogado.

- Eu preciso ir, Court! Eu preciso ficar com o Frank.

- Eu sei, meu bem! Vai, pode ir. Eu seguro as pontas por aqui. - ela diz, seguindo os passos apressados do rapaz para fora do escritório.

Gerard alcança a escada da mansão e sobe os degraus correndo. No meio do caminho, ele cruza com Thomas, que segue o caminho oposto, em direção à sua festa.

- Aonde você vai com tanta pressa garoto? - ele pergunta, mas Gerard o ignora e segue correndo para seu quarto.

Sem dar muita importância, Thomas faz seu caminho até o hall, onde encontra Courtney visivelmente aflita. A mulher leva as mãos juntas ao peito, enquanto acompanha com o  olhar o enteado subir as escadas. Thomas se aproxima da mulher e tenta beijá-la, mas Courtney se afasta sem o menor clima para as investidas do marido.

- O que você tem? Negando um beijo pro seu marido, bem no dia do aniversário dele?

- Thomas, por favor, eu não estou com cabeça pra isso no momento.

- Sem cabeça? O que pode ser mais importante do que o seu marido?

- Me desculpe, querido, eu só estou preocupada com o Gerard.

- E por que você estaria preocupada com o Gerard?

- Ele... - ela olha para o marido e pensa em algo que não comprometa o enteado. - Ele acabou de receber uma notícia muito ruim. Ele está muito transtornado.

- Mande alguém servir um whisky pra ele e vai ficar tudo bem.

- Eu não acredito que isso possa ser resolvido apenas com um drinque.

- O que está acontecendo? - pergunta Bethany, se aproximando do casal.

- Aparentemente o seu marido está de TPM. - diz Thomas, desdenhando, mas Courtney logo interrompe.

- Gerard recebeu uma notícia ruim ainda há pouco.

- Beth, querida, vá falar com seu marido. Ninguém vai querer vê-lo de cara fechada durante a festa.

- Sim, eu falarei com ele. - diz Bethany, subindo a escada.

- Beth... - Courtney tenta impedir, mas antes que a esposa de Gerard chegue à metade da escada, ela cruza com o marido descendo às pressas.

- Gerard, está tudo bem? Aonde você vai? - ela pergunta, quando ele passa direto por ela. - Gerard!

- Estou voltando para Washington. - ele diz, para o choque de Bethany e Thomas.

- O que?! - diz a mulher, descendo apressada atrás do marido.

- Você não pode estar falando sério. Esse é meu aniversário, Gerard, metade dos políticos e personalidades da Califórnia estarão aqui. Você não pode me fazer uma desfeita dessas!

- Me desculpe, pai, mas eu realmente preciso ir. - ele diz, seguindo em direção à porta.

- Gerard, volte aqui, imediatamente. Isso é uma ordem! - grita Thomas, mas é solenemente ignorado pelo filho, que segue porta à fora. Courtney leva às mãos ao peito, rezando para que tudo dê certo.

Ainda em choque com a reação do marido, Bethany corre atrás dele e o alcança antes que Gerard possa entrar em um dos carros parados na entrada da casa. Ela puxa o marido pelo braço, que mal interrompe seu trajeto para lhe dar atenção.

- Você está indo encontrar com ele, não está?

- Bethany, por favor, eu não tenho tempo para discutir isso agora.

- Você não pode ir, Gerard. Você não pode me humilhar dessa forma!

- Eu não estou fazendo nada contra você, Bethany, eu simplesmente preciso ir para Washington o mais rápido possível.

- E o que eu devo dizer para as pessoas? O que eu devo dizer aos meus pais? Você não pode me deixar aqui sozinha!

- Você não estará sozinha. Você tem os seus pais, o meus pais e mais dezenas de amigos que comparecerão à festa.

- E que vão perguntar por você! O que eu devo dizer? Que meu marido me largou no meio da festa do pai dele para ir atrás do amante?

- Diga o que você quiser, Bethany. Agora eu preciso ir.

- Isso não vai ficar assim, Gerard! Eu juro que isso não vai ficar assim.

- Sinta-se a vontade para discutir comigo na segunda feira. Agora eu preciso ir. - ele diz, entrando no carro e batendo a porta.

- Para onde, senhor? - pergunta o motorista.

- Aeroporto LAX. O mais rápido possível, por favor! - ele diz, e o carro sai cantando pneu. 

--------------------------------

Brad volta a caminhar em círculos na recepção do hospital. A última coisa que ele queria nesse momento é a presença de Gerard. Ele olha para o relógio e vê que se passaram 35 minutos desde a ligação com o senador, então, contando o trajeto até o aeroporto e a espera por um voo, Gerard levará, pelo menos mais 5:30h e meia para chegar, o que lhe dá tempo suficiente para provar para Frank que ele sim, é uma pessoa com quem o rapaz pode contar a qualquer momento.

Após mais uma visita ao posto de enfermagem, exigindo notícias de Frank e recebendo outra negativa, por não ser membro da família, Brad começa a perder a paciência. Já faz mais de duas horas que o rapaz está recebendo atendimento e ninguém vem dar nenhum tipo de informação. Diversas hipóteses passam por sua cabeça. Frank, de fato, pode ter perdido o bebê. Sua hipertensão pode ter evoluído para algo mais perigoso. Seus rins podem ter entrado em falência. Ele pode estar correndo risco de morte. As possibilidades são tantas e tão apavorantes, que Brad já não se contém.

Ele faz seu caminho de volta para o posto de enfermagem, mas trava no meio do caminho quando vê uma JJ ansiosa e apressada correr em direção à recepção.

- Oi, meu nome é Julia Parker, eu estou procurando o meu irmão! - ela diz, num tom aflito.

- Qual o nome dele?

- O nome dele é Frank. Frank Iero. Ele está grávido e foi trazido pra cá. Eu não sei o que houve, só sei que ele foi trazido pra cá. Meu namorado, o Dr. Jason Martin é o médico obstetra dele. Você pode me dizer onde ele está? Como ele está? Eu posso vê-lo?

- Infelizmente a senhorita não pode vê-lo agora, mas o Dr. Martin está com ele nesse momento. Eu vou pedir que uma enfermeira avise que você está aqui na recepção.

- Obrigada. Muito obrigada!

- Imagine! Só aguardar na sala de espera, por gentileza. - diz a enfermeira, chamando outra atendente no canto e passando uma ordem.

JJ respira aliviada por saber que Jason já está com Frank, mas a falta de informação sobre o que levou o amigo ao hospital a devora por dentro. Ela corre a mão pelos longos cachos e respira fundo algumas vezes, tentando acalmar seu coração enquanto aguarda notícias. Dando meia volta, ela segue em direção à sala de espera, mas sente os pés travarem no chão ao dar de cara com Brad, que a olha com um ar de ansiedade.

JJ é um misto de sentimentos, e nenhum deles é bom. No entanto, nesse momento, não há nada mais importante que a saúde de Frank. Então ela se limita a respirar fundo, ajeitar sua mochila nas costas e seguir para a sala de espera.

- Julia... - Brad começa, mas a moça o interrompe com a mão erguida.

- Seja lá o que você tenha pra dizer, eu realmente não quero ouvir agora. Eu só quero saber como o Frank e o bebê estão. Então eu não quero falar agora.

- Eu só quero que você saiba que eu não fiz nada. O Frank me ligou. Ele estava passando mal e como ele não conseguiu falar com você... - ele diz, recebendo um olhar incisivo da mulher. Ele entende que pisou em território perigoso e recua um pouco. - Eu só queria dizer que eu não fiz nada com ele. Eu ajudei, só isso. - ele diz, sentando em uma cadeira com três assentos de distância de JJ.

A moça deixa a mochila no chão e abaixa a cabeça, enterrando o rosto nas mãos. Se Brad estiver mesmo falando a verdade, e Frank precisou pedir ajuda ao ex, pois ela não estava disponível, JJ sabe que nunca se perdoará por isso.

--------------------------------

Frank sente como se o peso do mundo fosse tirado de suas costas ao ver Jason entrar na sala de atendimento da emergência. O obstetra dá um leve sorriso na direção do rapaz, antes de voltar sua atenção à Enfermeira Morris, que lhe entrega vários exames que foram realizados enquanto o médico não chegava. Frank tenta ler a expressão no rosto do médico, para tentar decifrar o que está acontecendo com ele, mas as feições de Jason parecem impassíveis.

Após discutir alguns pontos com a enfermeira e demandar novos exames, Jason se aproxima do leito.

- Oi, Frank, como se sente?

- Minha cabeça está latejando, minha vista está muito embaçada e eu estou sentindo uma dor muito forte no lado direito da barriga. Jason, o que está acontecendo?

- Eu posso examinar você?

- Claro! - ele diz, tirando as mãos da barriga e dando acesso ao médico.

Jason ergue a camisola hospitalar e retira a faixa elástica e os eletrodos presos ao ventre do rapaz. Com delicadeza, ele começa a apalpar o abdômen do jovem, começando pelo baixo ventre e subindo lentamente, até fazer uma varredura completa. Quando chega ao quadrante superior direito, um pouco abaixo das costelas, Frank dá um pequeno pulo.

- Ai! - ele reage.

- Aqui dói?

- Sim, dói bastante.

- Certo, Frank... - ele diz, colocando os eletrodos e a faixa elástica de volta ao lugar e abaixando a camisola hospitalar. - A boa notícia é que você não está sofrendo um aborto. Seu bebê está absolutamente bem.

- Você tem certeza? Certeza absoluta?

- Eu tenho certeza. No entanto, é com você que estamos preocupados. Eu desconfio de um diagnóstico, mas preciso fazer mais exames pra ter certeza. Eu preciso inserir um cateter até a sua bexiga, para medir a quantidade de urina na próxima hora e isso não será muito agradável, pois eu não posso te sedar nem dar nenhuma medicação sem ter certeza do que você tem.

- Eu não me importo, pode fazer.

- Frank, sua pressão está 16x11 no momento. Você chegou aqui com a pressão 18x12, isso é perigosamente alta. Nós já te demos um remédio para baixar a pressão, não podemos te dar outro. Então eu preciso que você se acalme. Para o seu bem e o bem do bebê.

- A JJ. Eu preciso da JJ aqui, Jason. O Brad está na recepção, ele estava tentando falar com ela. Você pode ver se ela já chegou. Por favor, eu preciso dela aqui. Por favor.

- Tudo bem, tudo bem. Eu vou pedir que uma enfermeira vá chamá-la. O Gerard está aqui também?

- Não, ele está na Califórnia. Eu não quero ligar pra ele agora, pelo menos não até saber o que está acontecendo. Mas você pode chamar a JJ pra mim, por favor?

- Claro, sem problemas. Eu vou pedir pra enfermeira ver se ela já chegou e trazê-la pra cá.

- Obrigado.

- Tente se acalmar, okay? Vai ficar tudo bem, eu prometo. - ele diz, se afastando um minuto para falar com a enfermeira.

--------------------------------

JJ e Brad continuam sentados na sala de espera, em absoluto silêncio. O advogado lança alguns olhares nervosos em direção à jovem, mas são totalmente ignorados. JJ está profundamente mergulhada em seu sentimento de culpa para notar qualquer tentativa de contado por parte de Brad. A moça só é arrancada de seus pensamentos quando uma voz feminina ressoa no ambiente.

- Julia Parker! Julia Parker está aqui? - pergunta uma jovem enfermeira, e imediatamente JJ e Brad estão de pé.

- Sou eu! Eu sou Julia Parker!

- Srta. Parker, o Dr. Martin pediu que a senhorita me acompanhasse.

- É sobre o Frank? Ele está bem? - pergunta a moça, angustiada.

- Acredito que o Dr. Martin vai conversar melhor com a senhorita. Por favor, me acompanhe. - ela diz, e JJ adentra pelos corredores do hospital sem perder tempo.

- E eu? Eu preciso ver o Frank! Por favor, me deixei ir junto.

- Me desculpe, mas no momento o Dr. Martin só está requisitando a presença da Srta Parker. Acredito que assim que o Sr. Iero estiver liberado para receber visitas, ele irá chamá-lo.

- Eu não sou visita! Eu sou... Eu sou... - Brad se perde na nomenclatura de sua relação com Frank. - Eu exijo ver o Frank imediatamente! Eu sou advogado!

- O senhor é membro da família?

- Não, mas...

- Então eu sugiro que o senhor se acalme e espere o Dr. Martin liberar a visita. - diz a enfermeira, dando as costas e seguindo para a sala de atendimento de emergência, deixando pra trás um Brad furioso.

--------------------------------

Uma enfermeira troca mais uma bolsa de soro no acesso de Frank, enquanto Jason prepara o material para inserir o cateter pela uretra do rapaz. Apesar de tenso, o clima é bem menos agitado de quanto Frank chegou à emergência, mas isso não ajuda em nada a melhorar o nervosismo do rapaz. Ele mantém os olhos fixos no monitor fetal que mede os batimentos cardíacos de seu bebê, quando sente uma mão em seu ombro. Olhando para cima, ele vê Jason sorrindo pra ele.

- Tem alguém aqui que quer te ver. - ele diz, e então aponta para a porta.

Frank solta um soluço de alívio ao ver JJ parada na porta da sala. Seus olhos enchem de lágrimas e já não pode mais segurar a enxurrada de emoções que tomam conta dele nesse momento. Vendo o amigo em uma situação tão assustadora e vulnerável, JJ não pensa duas vezes. Ela larga sua mochila no chão e corre em direção a Frank, subindo na cama e aconchegando o rapaz em seus braços.

- Me perdoa, Frankie! Eu sinto muito. Eu sinto muito de verdade.

- Eu não tenho nada o que te perdoar, JJ.

- Eu prometi que estaria do seu lado em qualquer situação e quando você mais precisou, eu não estava lá por você.

- Tá tudo bem. Você está aqui agora, é isso que importa.

- Você está bem? O bebê está bem?

- Jason disse que o bebê está bem, mas eles ainda não sabem o que eu tenho. JJ, eu estou com tanto...

- Shhhh, eu tô aqui. Eu tô aqui com você agora. Vai ficar tudo bem. - ela diz, trazendo ele ainda mais para seus braços. Uma enfermeira se aproxima do leito.

- Senhorita, você poderia descer do leito, por favor? Nós precisamos fazer um procedimento. - ela diz, mas a Enfermeira Morris se aproxima.

- Deixa ela, Leigh! Ele está mais calmo, a pressão está baixando. - ela diz, e então se vira para a dupla. - Querida, você consegue segurá-lo com firmeza e mantê-lo calmo? O procedimento não dói, mas é bem desagradável.

- Sim, sem problemas.

- Ótimo! Frank, meu bem, eu preciso que você se deite de barriga pra cima, dobre os joelhos, plante os pés na cama e mantenha as pernas abertas, por gentileza. Como se estivéssemos fazendo um exame de toque.

- Okay. - ele diz, se posicionando.

- Maravilha. - ela diz, quando Jason se aproxima com o material. Ele e JJ trocando um sorriso empático.

- Frank, eu preciso que você fique bem relaxado pra mim. Não se tencione ou você pode se ferir, okay? JJ, ajude-o a ficar o mais relaxado possível.

- Se concentre na minha voz, Frankie. Fique olhando pra mim. Olhando para os meus olhos, okay?

- Okay, okay. - ele diz, respirando fundo e se concentrando nos olhos castanhos da amiga.

- Nós vamos começar. Relaxe. - diz Jason. Frank dá um leve pulo ao sentir o médico começar a inserir a cânula em sua uretra, mas a voz e o carinho constante de JJ o ajudam a relaxar. Depois de aproximadamente 15 minutos de um procedimento bem delicado, Jason finalmente relaxa. Ele liga a ponta do cateter à uma bolsa coletora de urina, que irá monitorar as funções renais de Frank e fornecer material para um diagnóstica mais eficiente.

Com o fim do procedimento, as enfermeiras ajudam Frank a encontrar uma posição mais confortável. Sem surpresa, o rapaz se sente mais seguro e acolhido deitado do lado esquerdo, aconchegado nos braços de JJ. Ao olhar o monitor e o oxímetro, Jason se sente satisfeito ao ver que não só a pressão de Frank parece não ter se alterado com o procedimento, assim como seus batimentos cardíacos.

Enquanto realiza mais exames, o médico prefere deixar Frank e JJ em seu mundinho particular, onde um parece causar efeitos positivos na saúde do outro. Com menos de 20 minutos da presença de JJ, Frank parece cair no sono, o que é um ótimo sinal. A moça não move um músculo, acariciando o cabelo do amigo constantemente, beijando o topo de sua cabeça e sussurrando palavras de carinho e encorajamento. Sentindo Frank relaxar em seus braços, JJ, finalmente pode respirar aliviada.

Ele sente Jason se aproximar dela, acariciando seus cabelos ligeiramente bagunçados.

- Você precisa de alguma coisa? - ele pergunta.

- Não, eu tô bem.

- Eu pedi que colocasse a sua mochila na sala dos médicos.

- Obrigada. - ela dá um sorriso fraco.

- Não tem nada mesmo que eu possa fazer por você? Uma água, um café, qualquer coisa?

- Eu só quero que ele fique bem, só isso.

- Nós estamos fazendo tudo que pudemos, mas eu tenho quase certeza de que ele vai ficar bem.

- Quase certeza não é certeza.

- Eu não posso te dar 100% de certeza até ter o diagnóstico real.

- Mas você desconfia de algo.

- Desconfio sim.

- E é grave.

- É tratável.

- Ele vai ficar bem?

- Eu te prometo que farei o possível para que ele fique bem. - a conversa dos dois é interrompida por outra enfermeira.

- Dr. Martin, os Drs. Brown e Meyer estão na videoconferência.

- Eu já estou indo, Robin.

- Esses são os médicos do Frank. É algo grave, não é?

- Não tome nenhuma conclusão precipitada. Eu consulto os médicos do Frank pra tudo. Eu só preciso mostrar uns exames preliminares, pra saber se eles concordam comigo, só isso.

- Você vai demorar a voltar?

- Assim que eu tiver uma resposta, eu volto. Eu prometo!

- Okay.

- Nesse meio tempo fique com ele. Ele parece mais tranquilo com você por perto.

- A recíproca é verdadeira. - ela diz, acariciando e dando um beijo no topo da cabeça do amigo.

- Eu vou atender essa ligação e voltar assim que puder.

- Tudo bem.

- Peçam para me chamar se houver qualquer alteração.

- Pode deixar.

- E fique bem você também.

- Eu vou ficar bem quando ele estiver bem.

- Eu sei. - ele diz, dando um beijo na testa da namorada. - Eu já volto. - ele diz, saindo da sala, e deixando Frank e JJ relativamente sozinhos, já que a sala continua repleta de enfermeiras.

Mas confinados em sua bolha, JJ só se concentra em Frank. Seu abraço traz mais o amigo para perto de seu corpo e ela se acomoda ao redor dele, como quem abraça um urso de pelúcia. Não importa o quanto longe ela estava antes, o que importa é que ela está aqui agora e se depender dela, Frank sairá desse hospital saudável e pronto para curtir as últimas 18 semanas de sua gestação.

--------------------------------

Aproximadamente 40 minutos depois, Jason retorna para a sala de atendimento. Ele encontra Frank desperto e num papo relaxado com JJ sobre a primeira parte da palestra. Com a prancheta na mão, ele se aproxima do leito. Frank e JJ param de falar no momento em que notam a presença do médico.

- Então, alguma notícia? - pergunta Frank.

- Sim! Depois de conversar com seus médicos e analisar seus exames, nós concluímos com precisão que, infelizmente, você entrou num caso de pré-eclampsia grave e um dos seus rins está encontrando dificuldades para funcionar.

- Oh, Deus! - Frank leva uma das mãos à boca.

- O que isso quer dizer?

- Quer dizer que nos exames que realizamos, além da pressão estar perigosamente alta, nós encontramos proteína no pouco de urina que você produziu em meia hora. Isso, associado à dor de cabeça, vista embaçada e à dor abdominal nos ajudou a chegar ao diagnóstico.

- E por que demorou tanto pra chegarem ao diagnóstico? Frank já está aqui há mais de duas horas?

- A pré-eclampsia tem sinais clássicos, como ganho de peso repentino e inchaço no rosto, mãos e pés. Como o Frank não apresentou nenhum desses sinais, isso nos confundiu no diagnóstico.

- E agora? O que nós fazemos?

- Eu não vou te internar, mas vou te manter aqui por mais algumas horas para observação. Nós vamos ministrar anti-hipertensivos mais fortes e esteroides e diuréticos para os rins e monitorar você e o bebê durante esse tempo.

- Existe algum risco para o meu filho?

- A pré-eclampsia grave é muito perigosa se não for tratada, fazendo com que evolua para um quadro de eclampsia, que aí sim, colocaria a sua vida e a vida do bebê em risco. No entanto, nesse momento, o bebê parece estar aguentando muito bem. Os sinais vitais continuam fortes, o que mostra que ele não está sendo afetado.

- Meu pequeno guerreiro. - diz Frank, colocando uma das mãos na barriga.

- Mas eu repito, é com você que estamos preocupados, se você não estiver bem, há uma grande chance de termos que intervir na gestação, e para um feto de 22 semanas, isso é inviável. Ele está aguentando tudo muito bem até agora e nós queremos mantê-lo assim. Então você ficará de observação por algumas horas hoje e tirará três dias de repouso absoluto em casa.

- Pode deixar.

- Eu vou ministrar a primeira dose do anti-hipertensivo e dos esteroides, junto com o diurético agora. - ele diz, injetando um composto no acesso venoso da mão de Frank. - A dor no abdômen deve passar em alguns minutos. Também é possível que você se sinta grogue ou sonolento, pode dormir á vontade. E não se preocupe com o diurético, é pra isso que colocamos o cateter.

- Tudo bem.

- E relaxe, se acomode, você vai passar algumas horas aqui. Eu vou pedir à cozinha que traga sua refeição, dentro da sua dieta, é claro. JJ, vou pedir algo pra você também.

- Obrigada, Jace.

- Ah, tem um rapaz na recepção perguntando por você de meia em meia hora. Acho que é Brad o nome dele.

- Oh, meu Deus! Eu esqueci completamente do Brad. Jason, será que ele pode entrar?

- Claro!

- Frankie, você acha uma boa ideia?

- JJ, se não fosse o Brad, eu não sei o que eu teria feito. Eu estava em pânico e ele estava lá para me ajudar. O mínimo que eu devo a ele nesse momento é um agradecimento. - ele diz, deixando a amiga melancólica na hora.

- Eu nunca vou me perdoar por não estar com você, quando você mais precisou de mim.

- Nós já discutimos isso. Você estava trabalhando, não tinha como saber.

- Tinha sim! Eu devia ter te levado à força para o hospital na sexta feira. Eu devia ter ouvido meus instintos. - ela diz, com os olhos marejados.

- JJ, o que passou, passou. O importante é que o Frank está aqui agora, sendo bem cuidado e vai ficar bem. - diz Jason, acariciando os cabelos da namorada.

- Além do mais você sabe que eu sou teimoso igual uma mula. Eu achei que estivesse tudo bem, eu achei de verdade. Se tem alguém aqui que é culpado por essa situação, esse alguém sou eu. - ele diz, limpando uma lágrima que rola pelo rosto da moça. - Além do mais você está aqui agora, e eu não conseguiria passar por isso sem você. - ele diz, sorrindo, recebendo um beijo na testa da amiga.

- Então, Frank, você acha que consegue lidar com a presença desse Brad? - pergunta Jason.

- Sim, sim! Por favor, peça pra ele entrar.

- Okay, eu vou falar com ele, e depois falarei com a cozinha. Eu já volto. - diz Jason deixando a sala.

Sabendo que a amiga não está 100% feliz com a presença do advogado, Frank a puxa para mais perto e se acomoda em seus braços.

- Ele fez uma coisa boa hoje, JJ.

- Eu sei. Eu não vou virar amiga dele de um dia pra noite, vou continuar mantendo os olhos bem abertos com ele, mas admito que ele fez uma coisa muito boa hoje. Ele pode não ter minha simpatia, ou minha confiança, mas ele tem minha gratidão.

- Isso já é o suficiente pra mim. - ele diz, deitando a cabeça no peito da amiga.

Minutos depois, passos apressados são ouvidos no corredor, até Brad irromper pela sala de atendimento, com os olhos fixos em Frank e uma expressão ansiosa no rosto. O impulso do rapaz é ir na direção do ex, mas seus passos são interrompidos ao ver JJ deitada no leito ao lado de Frank, abraçando-o de modo acolhedor e protetor.

Ele olha ao redor e sente intimidado e aflito ao ver tantos aparelhos e monitores atados ao RP. Ele dá um passo tímido em direção ao leito, mas para, intimidado com o cenário ao redor.

- Você... Você está bem? - ele pergunta, nervoso.

- Sim, estou me sentindo muito melhor. Grande parte, graças a você.

- Eu não fiz mais do que a minha obrigação. Eu jurei que sempre cuidaria e protegeria você, eu só cumpri minha promessa. - ele diz, tirando um leve sorriso do rosto de Frank, mas sem causar grandes reações em JJ, que apenas o observa atentamente.

- E o que você tem? Seus médicos estiveram aqui? Eles te examinaram?

- Meus médicos não vieram, mas fizeram uma videoconferência com meu obstetra. Eles analisaram meus exames e concluíram que eu estou com pré-eclampsia grave.

- E o que isso significa? Você corre algum risco? Você vai ficar bem?

- Eu vou ficar algumas horas aqui, recebendo medicação, controlando a minha pressão, monitorando o bebê, mas eu vou ficar bem sim. Nós dois vamos. - ele diz, levando as duas mãos à barriga. Brad observa o gesto, mas não se manifesta.

- Tem alguma coisa que eu possa fazer? Quer que eu vá até à sua casa, buscar umas roupas pra você ou pra Julia? - pergunta Brad, fazendo JJ erguer uma sobrancelha em direção ao advogado.

- Não precisa, obrigado. Como eu disse, eu devo ser liberado em algumas horas.

- E comida? Eu posso comprar alguma coisa pra vocês comerem. Já estão tão tempo aqui, devem estar com fome.

- O Jason vai providenciar nossas refeições. A dieta do Frank é muito restrita. - diz JJ, recendo um olhar do amigo, o que faz com que ela continue. - Mas obrigada pela oferta.

- Não tem nada mesmo que eu possa fazer? Qualquer coisa! - pergunta Brad.

- O Gerard! - diz Frank, fazendo a expressão de Brad amargar sutilmente. - Ele ligou?

- Humm... Não. A não ser que o telefone deva ter ficado fora de área em algum momento. - ele diz, esboçar nenhuma reação contraditória.

- Você deveria avisá-lo, Frankie. Ele tem o direito de saber. O lugar dele é aqui, ao seu lado.

- Você está certa. Eu vou...

- Não se preocupem, eu mando uma mensagem pra ele agora mesmo, seu celular ainda está comigo. Eu disse que queria ajudar, me deixe ajudar. - diz Brad.

- Você tem certeza?

- Absoluta! Eu vou mandar uma mensagem pra ele, aproveito e compro um café pra mim. Julia, você aceita alguma coisa? - ele pergunta, fazendo a jovem desconfiar de tanta cordialidade.

- Não, obrigada. Eu vou esperar a minha refeição.

- Então eu vou comprar um café e mandar uma mensagem pro Gerard. Já volto. - ele sorri, antes de deixar a sala. JJ suspira, mas prefere guardar suas ressalvas pra ela, então ela puxa outro assunto com Frank.

--------------------------------

No corredor do hospital, Brad saca o celular de Frank e vê mais três ligações perdidas de Gerard. A última sendo pouco mais de meia hora atrás, o que pode significar que o senador já pegou o voo e estará incomunicável pelas próximas 4:30h, incapaz de acessar qualquer informação online. Ele apaga todas as ligações anteriores de Gerard, clica no nome do senador e digita uma mensagem breve.

"Frank continua no hospital, mas eu continuo aqui com ele. Assim que eu tiver mais informações, entrarei em contato."

Ass. Bradley Redford

Com a mensagem enviada, Brad guarda o celular no bolso e segue para a cafeteria.

--------------------------------

O avião comercial sentido Washington D.C. pariu do LAX há exatos 35 minutos. Como de praxe, todos os passageiros foram obrigados a desligar suas conexões de internet, deixando os celulares somente em "modo avião", para fazer e receber chamadas. A última tentativa de entrar em contato com Frank foi feita enquanto o avião taxiava na pista do aeroporto, no entanto, mais uma vez, a ligação não teve resposta, o que leva Gerard a pensar no pior.

Um nó se forma em sua garganta e ele sente como se pudesse cair em prantos em plena aeronave. Esse é seu pior pesadelo, um dos piores momentos de sua vida, apenas comparado às mortes de sua mãe e avó. E se para Gerard já é terrível, seu coração sangra ao pensar em Frank. Ao pensar em seu amor.

Todos os piores cenários passam por sua cabeça. A ideia de Frank sofrendo um aborto, sozinho, sem Gerard ao seu lado para confortá-lo, consolá-lo e dividir com ele essa dor é algo que faz com que o senador sinta como se seu peito estivesse sendo dilacerado. Sentindo-se à beira de um ataque de pânico, Gerard abaixa a cabeça, tentando encaixá-la entre os joelhos.

- Senhor? - a voz de uma aeromoça chama sua atenção, fazendo-o erguer a cabeça. - Está tudo bem? O senhor está se sentindo mal?

- Eu só... - ele respira fundo. - Não, não está nada bem.

- Eu posso lhe oferecer alguma coisa? Um copo de água, um chá, uma bebida mais forte?

- Um copo de água seria ótimo, obrigado. - ele diz, e a aeromoça logo se retira. Minutos depois ela retorna com um copo de água e uma xícara de chocolate quente.

- Minha avó costuma dizer que uma xícara de chocolate quente costuma melhorar quase tudo. - ela diz, com um sorriso.

- Eu não sei se esse é o caso, mas muito obrigado. - ele diz, acomodando as duas bebidas na mesa dobrável à sua frente.

- Nós ainda temos um longo caminho até D.C., por favor, me chame se precisar de alguma coisa. Meu nome é Alana. - diz a moça, conseguindo arrancar um leve sorriso do homem atormentado.

- Muito obrigado, Alana. - ele diz, e ela se retira.

Sozinho novamente, Gerard levanta o copo de água com a mão trêmula. Com o copo vazio, ele olha para a xícara e pondera, mas acaba tomando um gole do chocolate quente, torcendo para que a avó de Alana esteja certa.

--------------------------------

Horas se passam e Frank continua sendo monitorado de perto por Jason e sua equipe. De tempos em tempos, a bolsa de soro é substituída e a dosagem de remédio reaplicada. Jason raramente deixa a sala, sempre de olho nos monitores, na leitura do oxímetro e nos sinais vitais do bebê, que aparentemente parece estar alheio ao que acontece ao seu redor.

Frank trocou de posição no leito algumas vezes, para se sentir mais confortável e chegou, inclusive a tirar longos cochilos. Tudo isso com JJ sempre ao seu lado, se recusando a deixar o leito por longos períodos de tempo. Quem também se recusou a deixar a sala de atendimento foi Brad, que se acomodou em uma poltrona estrategicamente posicionada para não atrapalhar a movimentação do médico e enfermeiras. Mas de seu lugar, Brad mantém os olhos fixos em Frank, observando cada movimento, cada suspiro do rapaz.

Após uma refeição leve e mais um longo e revigorante cochilo, Frank desperta com JJ acomodada ao seu lado, prestando atenção em algo que Jason analisa no pé da cama.

- Oi. - ele diz, com um leve sorriso.

- Oi, dorminhoco. - responde JJ, dando um beijo na testa do amigo. Frank olha pro lado e sorri para Brad, que retribui o sorriso. Só então Frank nota a presença de Jason ao pé da cama.

- Oi, Frank, como se sente?

- Muito melhor, pra dizer a verdade.

- Ainda com algum sintoma?

- Minha cabeça ainda dói um pouco, e minha vista ainda está um pouco embaçada. Mas a dor na barriga passou, graças a Deus!

- Ótimo, muito bom saber. Outra boa notícia é que sua produção de urina aumentou consideravelmente, o que significa que seus rins responderam muito bem aos esteroides e diuréticos. Sua pressão também baixou um pouco, agora está em 15x10, o que não é o ideal, mas já é muito melhor do que estava quando você chegou. Então, a boa notícia é que, se você se mantiver estável na próxima hora, eu vou poder te liberar.

- E isso é seguro? Não seria melhor mantê-lo no hospital? - a voz de Brad ecoa na sala, chamando a atenção de todos.

- Na última hora eu reduzi gradativamente a medicação do Frank, pra ver como o corpo dele reagia, e a resposta foi muito boa. Agora eu vou suspender a medicação e ver como ele reage na próxima hora. Se tudo correr como o esperado, não tem por que mantê-lo no hospital.

- Mas o hospital é um ambiente muito mais seguro para alguém na condição dele.

- O lugar mais seguro para o Frank é onde ele se sente melhor, acolhido e a vontade. Se ele não tiver mais nenhuma complicação médica, não há a menor necessidade de mantê-lo aqui. O mesmo cuidado e repouso que ele faria aqui, ele pode fazer em casa. - diz Jason, com a maior paciência do mundo.

- Mas...

- Brad, eu acho que o Jason é perfeitamente capaz de decidir o que é melhor pro paciente dele, afinal ele estudou pra isso. - diz JJ, sem compartilhar da paciência do namorado.

- JJ, por favor... - pede Frank, mas Brad ergue a mão.

- Não, a Julia está certa. Me desculpe, Dr. Martin.

- Não se preocupe. - ele força um sorriso para Brad e se volta para Frank e JJ. - Bem, vamos começar a monitorar a próxima hora. Dando tudo certo, antes dás 19h você estará em casa.

- Se Deus quiser. - diz Frank, sorrindo para Jason e recebendo um beijo na têmpora de JJ.

--------------------------------

Após uma hora de monitoramento contínuo, Jason comunica que Frank está apto para receber alta. Munido de uma receita com medicação forte para os três próximos dias e uma lista interminável de recomendação, Jason libera o rapaz para ir pra casa.

- Já sabe, Frank, repouso absoluto nos próximos três dias. Levantar da cama só para ir ao banheiro e assim mesmo com ajuda.

- Os quartos ficam no segundo andar, como a gente faz? - pergunta JJ.

- Suba devagar, parando de vem em quando para respirar. Se sentir o coração acelerar ou a respiração ofegante, pare imediatamente.

- Eu posso ajudá-lo a subir as escadas, eu já fiz isso antes. Diversas vezes, pra dizer a verdade. - diz Brad, chamando a atenção novamente. - Na verdade, eu posso levar vocês pra casa.

- Não precisa, Brad. Nós podemos pegar um taxi.

- Por favor, Julia, eu insisto. E não há a menor necessidade de vocês irem de taxi, se meu carro está aqui no estacionamento. - ele diz, fazendo JJ e Frank trocarem um olhar. Apesar de desconfiada e desconfortável, a moça cede.

- Tudo bem, nós aceitamos a carona e a ajuda. Obrigada.

- Imagina, eu que agradeço por poder ajudar. Enquanto você ajuda o Frank a trocar de roupa, eu vou pegando o carro e aguardo vocês na entrada do hospital.

- Valeu, Brad. - diz Frank.

- Eu já disse que não tem nada que eu não faria por você. - diz o advogado, antes de deixar a sala, fazendo Frank, JJ e Jason trocarem um olhar desconcertante.

--------------------------------

Brad corre até o estacionamento e leva o veículo até a entrada do hospital, onde aguarda Frank e JJ. Ele salta do veículo e aguarda do lado de fora. O silêncio da espera é interrompido pelo toque do celular de Frank. Sacando o aparelho do bolso, ele vê o nome de Gerard surgir na tela. Um sorriso de canto de boca surge no rosto do rapaz, antes dele aceitar a ligação.

- Alô!

- Redford, meu avião acabou de pousar no Ronald Reagan. Devem liberar os passageiros nos próximos minutos. Em que hospital o Frank está? Eu estou indo pra aí imediatamente!

- Não há necessidade, Way. Frank já recebeu alta e eu o estou levando pra casa.

- Alta? Mas como assim? Como ele está? E o bebê?

- O médico recomendou repouso absoluto e receitou um monte de remédios. Eu ligarei para a farmácia, assim que deixá-lo confortável em casa.

- Eu estou indo pra casa dele. Avise que eu chegarei em aproximadamente 45 minutos. - ele diz, encerrando a ligação, para a total frustração de Brad. No entanto o rapaz disfarça quando vê Frank e JJ se aproximando.

- Você tem certeza que quer nos levar? Nós podemos pegar um taxi, sem problemas. - diz Frank.

- Absolutamente. Por favor, entrem! Vocês dois podem sentar no banco de trás, eu sei que a Julia gostaria de ficar ao seu lado. - ele diz, abrindo a porta traseira do carro.

- Obrigado, Brad. - diz Frank, entrando no carro e se acomodando. JJ entra logo atrás do amigo.

- Obrigada. - ela se limita a dizer.

Com Frank e JJ acomodados, Brad parte em direção à casa de Frank, sabendo que tem pouco tempo para agir, antes de Gerard chegar.

--------------------------------

Assim que chegam em casa, Brad se apressa em ajudar JJ a guiar Frank para o andar de cima da casa. Felizmente o trajeto é feito sem nenhum contratempo e Frank chega a seu quarto em segurança. Quando Frank manifesta a vontade de tomar um banho, para tirar o resíduo do hospital, JJ se apressa em se oferecer para supervisionar o amigo, ao notar que Brad estava pronto para assumir a tarefa.

Com JJ responsável em cuidar diretamente de Frank, Brad assume outras funções. Ele liga para a farmácia para pedir os remédios que Jason receitou e começa a preparar uma farta e nutritiva refeição, que ele pretende levar para o ex-namorado na cama. Quando está tudo encaminhado, Brad sobe até o segundo andar, na intenção de ver como Frank está, mas seu caminho é interrompido quando ele cruza com JJ no corredor.

- Oi! Como ele está?

- Tomando banho.

- Mas ele deveria estar sozinho? Ele acabou de sair do hospital. Alguém deveria estar com ele.

- Primeiro, o Frank sabe tomar banho sozinho. Segundo, eu só vim buscar umas toalhas e já estou voltando.

- Tem mais alguma coisa que eu possa fazer? Você precisa de alguma coisa?

- Na verdade, tem sim. Eu preciso que você pare.

- Como assim?

- Isso! - ela diz, gesticulando na direção dele. - Esse personagem que você criou, muito solícito, muito altruísta. Isso está além de ajudar ou querer cuidar do Frank. Essa é a maneira que você encontrou para penetrar na vida dele novamente.

- Você realmente não gosta de mim, não é?

- Não! Nem um pouco. E eu sei que o sentimento é mútuo. Só estamos nós dois aqui, não precisamos fingir nada. Eu não gosto de você e eu não confio em você, mas o Frank está começando a confiar em você de novo. Ele sofreu muito quando você estava mal e ver você se recuperando e se tornando um ser humano decente é muito importante pra ele. Então não estrague isso. E apesar de qualquer ressalva que eu tenha com você, eu realmente agradeço por tudo que você fez pelo Frank hoje. Só não ponha tudo a perder de novo. - ela diz, mas a conversa é interrompida pela campainha.

- Vá ver o Frank, eu atendo a porta. Deve ser a farmácia. - ele diz, dando meia volta e descendo as escadas, enquanto JJ segue para ajudar Frank a sair do banho e se acomodar na cama.

--------------------------------

Brad desce as escadas com calma, enquanto a campainha é tocada de forma desesperada. Abrindo a porta, ele dá de cara com um Gerard totalmente transtornado. O senador avança para dentro da casa de Frank, olhando para os lados de forma frenética, procurando algum sinal de Frank.

- Onde ele está? Onde ele está?

- Ele está no quarto, repousando. Ordens médicas.

- O que diabos aconteceu?

- Você saberia se estivesse aqui. Mas eu esqueci, você é casado e pessoas casadas têm compromissos. O que foi dessa vez? Algum tipo de boda?

- Redford, por favor, eu não quero briga, Eu só quero saber do Frank!

- Cadê aquela postura prepotente de antes, hein, Way? Cadê aquele jeito intimidador?

- Redford, por favor... - ele começa, mas é interrompido pela chegada de JJ.

- Admita que você não é bom pro Frank, Way! Admita que ele nunca será sua prioridade! Enquanto você estava lá, curtindo o seu final de semana romântico com a sua esposa, eu estava na beira da cama do hospital dele, cuidando dele, como eu sempre fiz.

- O que está acontecendo aqui? Gerard? O que você está fazendo aqui?

- Eu vim assim que soube! Por favor, JJ, como está o Frank e o bebê? Por favor!

- Bem, eu acho que já vou indo! A farmácia deve chegar trazendo os remédios do Frank, que eu já deixei pagos, jantar dele está no forno e o suco na geladeira. Se precisarem de mim, sabem onde me encontrar. - diz Brad, saindo pela porta da Frank, deixando Gerard em JJ absolutamente confusos.

- Gerard, eu não sabia que você estava vindo. Na verdade, eu nem sabia que você estava sabendo.

- Eu liguei dezenas de vezes. Eu estou desde o meio dia ligando, contando o fuso horário. Eu liguei sem parar, até uma hora em que ele atendeu e disse que o Frank estava no hospital, e que estava perdendo o bebê.

- Meu Deus, Gerard! Não, o bebê está bem! - JJ, simpatiza com o sofrimento do senador. - O bebê está bem. Foi com o Frank que eles se preocuparam. Mas o pior já passou.

- Oh, Deus! Ah, meu Deus! - ele puxa JJ para um abraço apertado e reconfortante. - Eu saí correndo. Deixei a festa, meu pai, a Bethany, todos pra trás, peguei o primeiro voo de volta para Washington. Eu continuei ligando, mas ninguém atendia, e quando ele atendeu, disse que já estava trazendo o Frank pra casa. Por favor, JJ, onde ele está? Eu preciso vê-lo! Saber como ele está! Saber do... Saber do nosso bebê. - a voz do senador embarga.

- Claro, claro! Ele está no quarto, descansando. O Jason determinou repouso absoluto pelos próximos três dias. Mas vai, ele precisa de você. Vai! - ela diz, e Gerard corre e direção ao quarto sem nem pensar duas vezes.

Enquanto Gerard vai em direção a Frank, JJ pensa no que Gerard falou. De repente tudo de faz claro em sua mente: Brad mentiu! Apressando o passo para o lado de fora da casa, ela vê o carro do advogado cruzar a esquina e sumir no trânsito de Washington. Ela respira fundo, contendo a fúria dentro de si. Isso não vai ficar assim.

--------------------------------

Gerard sobe as escadas da casa de dois em dois degraus. Ele corre até o quarto de Frank e abre a porta num supetão, com uma força capaz de arrancar o objeto de lugar. Seus olhos imediatamente recaem sobre o jovem deitado na cama, acomodado sobre uma montanha de travesseiros. A expressão de Frank é de total surpresa ao ver Gerard parado na porta de seu quarto, especialmente no estado em que o senador se encontra.

Gerard está pálido, com olhos inchados e vermelhos. Seu peito sobre e desce rápido demais para ser algo saudável. E antes que Frank possa falar alguma coisa, Gerard se lança sobre a cama, enterrando o rosto no peito de Frank e, enfim, liberando um pranto sofrido, que estava preso na garganta desde a primeira ligação perdida.

Mesmo sem entender a reação do senador, Frank acaricia os cabelos do homem e esfrega suas costas, numa tentativa de tranquilizá-lo, mas Gerard chora como uma criança que acabou de perder os pais. Seus soluços são altos e descompensados, seu corpo convulsiona e ele se segura a Frank como se sua vida dependesse disso.

- Shhhh, está tudo bem! Gerard, por favor, se acalma. Eu tô bem, o bebê está bem. Por favor, meu amor, se acalma.

- Eu... Eu... Frank, eu sinto... Eu achei... Oh, Deus... - as palavras saem de forma incoerente, entre os soluços do senador.

- Ei, olha pra mim. - Frank pede, mas Gerard parece incapaz de se mexer. - Por favor, meu amor, olha pra mim. Eu estou bem aqui, basta você levantar a cabeça. Olha pra mim, por favor, eu quero ver você. - Frank repete o pedido de uma forma delicada.

Após alguns segundos, o choro histérico de Gerard vai dando lugar a leves soluços. As lágrimas ainda rolam, mas agora o senador parece, ao menos, conseguir controlar a respiração. Ele ergue o rosto, encontrando a expressão serena de Frank.

- Oi. - diz o jovem, com um leve sorriso no rosto.

- Frank, eu sinto muito. Eu sinto muito mesmo. Eu nunca vou me perdoar por isso. 

- Ei, me dá sua mão. - ele pede, e o senador obedece. Frank abaixa um pouco o edredom, ergue a camiseta, revelando a curvatura de sua barriga e espalma a mão de Gerard sobre seu ventre. - Nosso pequeno foi um verdadeiro guerreiro hoje. Ele se manteve firme e aguentou a barra como o lutador que ele é. Nosso bebê está bem. - ele diz, fazendo Gerard soltar mais um soluço involuntário. Ele abraça o torço de Frank, colando os lábios na barriga do rapaz.

- Obrigado, meu amor! Muito obrigado! Eu não sei o que teria sido de mim se algo acontecesse com você, enquanto eu estivesse longe. Você nem chegou aqui e eu já tenho tanto orgulho de você. Por favor, continue firme aí dentro, crescendo e ficando cada vez mais forte. O papai já te ama tanto e não saberia mais viver sem você. Obrigado por ser tão forte quanto seu pai. - ele diz, dando um beijo na barriga do rapaz, que sorri emocionado.

- Ele também te ama muito. - diz Frank, acariciando os cabeços do senador. Gerard, então, ergue a cabeça, toma o rosto de Frank com as mãos e o beija de forma apaixonada.

- Eu te amo! Eu te amo demais!

- Eu também te amo demais.

- Agora me diga o que aconteceu?

- Eu sei que você vai ficar bravo comigo, mas ontem, um pouco depois de você viajar, eu comecei a me sentir mal. Muita dor de cabeça, vista embaçada, e uma sensação de ardência no estômago, como se eu tivesse comido algo que me deu azia. Eu avisei à June que sairia mais cedo. Então cheguei em casa, tomei meu remédio e tentei descansar um pouco, mas o mal estar não ia embora. Quando a JJ chegou, ela perguntou se eu queria ir ao médico e eu disse que não precisava.

- Frank... - Gerard fecha os olhos em reprovação.

- Eu sei, eu sei. Nós resolvemos assistir um filme e o mal estar começou a melhorar, então eu fui dormir. Hoje de manhã, tudo voltou com força total. Eu acordei com a minha cabeça explodindo. Era tanta dor que eu acabei vomitando. Eu procurei a JJ, mas ela já tinha saído para a palestra, então eu tentei manter a calma, tomei meus remédios e resolvi tentar relaxar, mas horas depois eu acordei com os mesmo sintomas e ainda com uma dor muito forte na lateral da barriga. Eu entrei em pânico achando que estava perdendo o bebê. - ele conta e Gerard pode sentir a dor na voz do jovem.

- Oh, meu príncipe. - Gerard toma a mão do rapaz e beija os nós de seus dedos.

- Eu estava desesperado, Gee. Eu tentei o celular da JJ várias vezes, mas já estava desligado. E antes que você me pergunte por que eu não te liguei, isso não teria ajudado nenhum de nós dois. Você estava do outro lado do país. Você não conseguiria chegar a tempo de me socorrer e eu só teria te deixado desesperado. Então, a primeira pessoa que me veio à cabeça foi o Brad. Ele vive há minutos aqui de casa. Então ele veio e me levou para o hospital. Me desculpe ter ligado pra ele...

- Ei, por favor, não se desculpe! Você fez o que deveria ter feito pra salvar a vida do nosso filho. Eu não me importo que você tenha ligado pro Brad ou pra qualquer outra pessoa, eu só me importo que você chegou ao hospital em segurança. - ele diz, e Frank sente que um peso foi tirado de suas costas. - Mas o que os médicos disseram? O Jason te atendeu?

- Sim! Ele estava fazendo um parto quando eu cheguei, mas ele logo foi me atender. Ele fez vários exames, consultou meus médicos e chegou à conclusão que eu estou com pré-eclampsia grave. - ele diz, para o horror de Gerard.

- E agora? O que isso significa pra você e pro bebê?

- Bem, agora eu vou ter que redobrar os meus cuidados, mais uma vez a dosagem dos meus remédios vão ser alteradas e o Jason me colocou de repouso absoluto pelos próximos três dias.

- Tudo bem, eu vou ficar aqui com você. Eu vou cuidar de vocês dois.

- Gerard, não precisa. Nós estamos bem agora. Você tem outras coisas com que se preocupar. Aposto que seu pai e a Bethany não ficaram felizes em você largar tudo e voltar pra casa no meio da festa.

- Eu não me importo com meu pai, muito menos com a Bethany. Você e o nosso neném são muito mais importante do que qualquer coisa. Eles podem dar o ataque deles a vontade, eu posso aguentar.

- Eu não quero que você se prejudique por isso.

- Nenhum prejuízo será maior do que perder você ou o nosso bebê. Aliás, a partir de agora, algumas providências mais sérias precisarão ser tomadas.

- Como assim?

- Eu não quero mais ficar longe assim de você. Eu não quero estar há horas de distância se algo desse tipo acontecer de novo.

- O que quer dizer?

- Quer dizer que eu não viajarei mais pra longe enquanto o bebê não nascer.

- O quê? Gerard, mas e o seu pai, seus compromissos de campanha?

- Se for algum compromisso de campanha, você irá comigo. Eu darei um jeito para que você viaje da maneira mais confortável possível, tratarei você como um Ovo Fabergé, comprarei um avião particular melhor e com mais estrutura e conforto.

- Você não precisa fazer isso.

- Claro que preciso. Seu dever é cuidar do nosso bebezinho, e o meu dever é cuidar de vocês dois, então eu farei o que for necessário. E quanto o meu pai e seus eventos idiotas, eu não dou a mínima. Eu tenho coisas mais importantes pra fazer aqui, do que servir de marionete pros circos que ele arma.

- Gerard, eu não acho uma boa ideia você desafiar o seu pai assim.

- Frank, sempre que pode, meu pai faz questão de mostrar que eu não significo nada pra ele, a não ser mais um degrau para sua obcessão de estar sempre no topo. Nós já deixamos de ser pai e filho há muito tempo. Então a minha decisão de me afastar apenas reforça o tipo de relação que nós temos.

- Ele pode não ser um bom pai, mas ele é, definitivamente, um importante aliado político. Sua família comanda a Califórnia há muito tempo, nós precisamos do apoio do colégio eleitoral de lá.

- Eu sei e eu encontrarei outra maneira de conseguir o apoio da Califórnia, mas meu pai não fará parte disso. Se ele quiser vir a Washington e atuar no seu papel de pai apoiador, ótimo! Mas eu não vou mais jogar conforme as regras dele. Eu não saio mais daqui sem você, para absolutamente nada. - ele diz, olhando fundo nos olhos do rapaz. Frank dá um leve sorriso.

- Como seu Relações Públicas e chefe de gabinete, minha vontade é te dar um puxão de orelhas e um sermão sobre como isso pode prejudicar a sua candidatura. Como o homem que te ama e pai do seu filho, minha vontade é te beijar até perder o ar.

- Eu fico com a segunda opção. - Gerard sorri, puxando Frank para um beijo longo e apaixonado.

Os dois separam o beijo, mas mantém as testas unidas enquanto controlam a respiração. Logo em seguida, Gerard retira os sapatos, sobe na cama e traz Frank para se acomodar em seus braços. Ele mantém uma mão espalmada na barriga do rapaz, enquanto a outra acaricia seus cabelos. Os dois permanecem assim por algum tempo, respirando no mesmo ritmo, sentindo o calor um do outro, até Gerard quebrar o silêncio.

- Foram as piores horas da minha vida.

- Foras as piores horas da minha vida também. E não ter você do meu lado foi simplesmente terrível.

- Eu sei, meu príncipe. Mas eu prometo que você nunca mais vai passar por isso sozinho. Nunca mais.

- Gerard, eu não quero que você sofra nenhum tipo de retaliação vinda do seu pai, muito menos da Bethany.

- Deixa que eu me preocupo com isso, tá bom? Você só precisa se preocupar em cuidar do nosso filhote, eu cuido do resto.

- Mas, Gerard...

- Ei, ordens médicas! - diz Gerard, erguendo a mão, mas com um sorriso no rosto.

- Okay, você venceu! - ele diz, recebendo um beijo na testa.

- Bem, já que eu vou passar o final de semana aqui, eu posso ficar no seu quarto, ou devo ir pro quarto de hóspedes?

- Você está louco se acha que vai sair dessa cama. - diz Frank, puxando Gerard mais pra perto.

O rapaz deita a cabeça no peito do senador, ouvindo as batidas de seu coração, sentindo-se embalado pelo ritmo calmo e contínuo. Sentindo-se totalmente seguro pela primeira vez, Frank sente os olhos pesarem e, finalmente, se entrega ao sono profundo, deixando pra trás o pesadelo que foi esse dia.

 


Notas Finais


É minha gente, Brad já não é mais um maníaco psicótico, mas ele continua sem ser flor que se cheire. Mas acho que essa atitude não vai ficar impune.

Já Frank e Gerard passaram por momentos bem tensos, mas que já passou, graças a Deus! E como dizem que há males que vêm para o bem, Gerard já está começando a tomar algumas providências mais sérias. Ainda tem um longo caminho pela frente, mas já é um começo.

Bem, só pra avisar que o próximo capítulo já está em andamento, quase 1/3 pronto. Então não devo demorar a postar novamente.

Espero que tenham gostado e que eu já tenha permissão para deixar meu esconderijo nas montanhas...

MIL BEIJOS, AMO VOCÊS!!!!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...