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História House Of Wolves - O Lado Bom Da Vida


Escrita por: WantedKilljoy21

Notas do Autor


AMOREEEEEEEEEEEEEEESSSSSS!!!!!

Viu, voltei cedo de novo!!!! Tô loucaaaaaaa da digitação, esse é o maior capítulo até agora... ON FIRE!!!!

Bem, espero que gostem!!!!

Nos encontramos lá embaixo! Boa leitura!!!

Capítulo 19 - O Lado Bom Da Vida


Fanfic / Fanfiction House Of Wolves - O Lado Bom Da Vida

Como de praxe, Gerard acordou junto com o sol de domingo. Olhando para baixo, ele sorri ao ver Frank aninhado em seu peito. Erguendo um pouco o edredom, ele vê a barrada da camiseta do rapaz um pouco suspensa, revelando parte da curvatura de seu abdômen. Um enorme sorriso se forma no rosto do senador. Ajeitando Frank na cama, Gerard tem acesso livre à barriga do rapaz. Ele se inclina até que sua boca esteja próxima ao umbigo de seu amado.

- Bom dia, bebê. - ele sussurra. - Como você passou a noite? Espero que bem. Eu sei que ontem foi um dia difícil pra você, mas saiba que seu pai está fazendo de tudo para te manter em segurança e assegurar que você cresça e fique bem forte, para que daqui alguns meses, você possa sair e conhecer o mundo aqui fora. Eu sei que nem tudo aqui fora é perfeito, mas eu prometo que tentarei transformá-lo num lugar melhor pra você. É por isso que eu nem sempre estarei por perto, e isso me dói demais. Mas se eu faço isso é porque quero que você viva num lugar onde exista liberdade e segurança, pra você amar quem você quiser, assim como eu amo o seu pai. Mas eu prometo que essa situação não será pra sempre. Um dia nós três estaremos juntos o tempo todo. E seremos uma família completa e feliz. Eu te amo demais, meu amor. Nunca duvide disso. - ele diz, dando um beijo na barriga de Frank, que se remexe um pouco em seu sono, mas não desperta. - Bem, vamos deixar seu pai dormir mais um pouco, tá bom? Eu vou lá embaixo, ver o que posso preparar pra gente comer. Descansa mais um pouquinho. Te amo! - ele diz, dando outro beijo no ventre do rapaz, antes de deslizar para fora da cama, sem perturbar o sono de Frank.

Saindo do quarto, ele faz o mínimo de barulho possível, sabendo que JJ ainda está dormindo. Pé ante pé, ele segue para o andar de baixo e direto para a cozinha. Em cima da bancada há um pacote com a medicação que a farmácia entregou na noite anterior e uma lista com todas as recomendações médicas. Ele lê a lista atentamente, mas assim mesmo resolve ligar para Jason, para tirar algumas dúvidas. Sacando seu celular, ele clica no número do médico, que atende no segundo toque.

- Oi, Gerard, bom dia!

- Bom dia, Jason! Me desculpe ligar tão cedo, eu te acordei?

- Na verdade, não. Eu acabei de sair do plantão, estou indo pegar meu carro pra ir pra casa.

- Imagino que tenha sido um dia corrido ontem.

- E foi mesmo. Falando nisso, como está o Frank?

- Está dormindo no momento. Ele apagou logo depois de chegar em casa.

- Foi a medicação. E é muito bom que ele descanse mesmo. Quanto mais relaxado, melhor pra ele e pro neném.

- Sim, eu concordo com você. E é sobre isso mesmo que eu queria conversar, eu estou com a sua lista de recomendações aqui nas mãos. Eu vi que você passou uma dieta rica em ferro e alguns suplementos, fora o aumento da dosagem da medicação da pressão. Esse aumento da dosagem não é perigoso para o bebê?

- Nós aumentamos a dosagem da medicação dele ontem e monitoramos o bebê de perto, mas graças a Deus, não houve nenhuma alteração. O bebê respondeu muito bem ao tratamento. Durante os próximos dias nós vamos manter essa dosagem, pra equilibrar os números do Frank, mas depois disso, nós vamos reajustar a medicação para algo um pouco mais leve, entre a medicação de agora e antiga. Quanto à dieta, o Frank apresentou um quadro de IRC, um dos rins dele estava ameaçando falhar, mas nós revertemos isso rapidamente. Com a crise renal, os resultados dos exames mostraram um quadro leve de anemia, nada realmente preocupante, e que pode ser tratado tranquilamente com uma dieta rica em ferro e alguns suplementos.

- Certo! E agora ele já está totalmente fora de risco?

- Gerard, eu vou te ser sincero, o Frank só estará totalmente fora de risco depois que o bebê nascer. Até lá, todo cuidado é pouco. Precisamos manter os dois olhos nele, mas também é importante não sufocá-lo com excesso de zelo, isso pode deixá-lo estressado. Cuide dele, mas também cuide de você. Se você se mantiver calmo, ele ficará calmo também.

- Okay. - diz Gerard, respirando fundo.

- Eu recomendei repouso absoluto pelos próximos três dias, mas se ele responder bem à medicação, na segunda ele já pode ser liberado para caminhar pela casa, com toda cautela, é claro. E eu preciso que a pressão dele seja monitorada de hora em hora. Qualquer coisa assim de 14x09 é sinal de alerta. Quanto ao trabalho, eu realmente gostaria que ele só voltasse na quarta feira.

- Sem problema. Ele voltará na quarta, e só meio período.

- Perfeito! Olha, eu estou de folga hoje, então você pode me ligar a hora que quiser. Qualquer emergência com o Frank ou qualquer dúvida da sua parte, por favor, me ligue.

- Obrigado, Jason. Obrigado por tudo.

- Sem problemas. Até mais, Gerard.

- Até mais! - ele diz, encerrando a ligação.

Ele, então, abre o pacote com a nova medicação de Frank e confere cada um dos frascos. Indo até à sala, ele encontra um caderno sobre a mesa de centro e volta para a cozinha, onde cria uma planilha com todos os horários de cada remédio que o rapaz precisa tomar. Com a planilha pronta, Gerard toma a liberdade de conferir a geladeira e despensa da casa do amado. No bloco de notas de seu celular, ele faz uma lista com mantimentos recomendados por Jason, incluindo alguns suplementos e itens a mais que eles costumam ter no Refúgio.

Sem querer deixar Frank sozinho, Gerard liga para Robert.

- Bom dia, Senador Way.

- Bom dia, Robert. Escute, eu estou de volta a Washington e preciso que você me faça um favor que não necessariamente faz parte de suas funções.

- Sem problema nenhum, senador. Eu estou à disposição para o que o senhor precisar.

- Eu preciso que você vá ao mercado e compre alguns itens pra mim. Tudo bem pra você?

- Claro! Só me enviar a lista.

- Estou te mandando agora por mensagem.

- Eu levo as compras para sua casa?

- Não, eu não estou em casa. Isso é outra coisa que eu preciso conversar com você mais tarde, mas no momento, eu preciso da sua discrição.

- Não se preocupe, senador. Basta me mandar a lista e o endereço.

- Muito obrigado, Robert! Estou te enviando tudo por mensagem. Quando estiver chegando, me ligue e eu irei recebê-lo.

- Combinado. Até mais.

- Até mais.

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Aproximadamente 40 minutos depois o celular de Gerard toca com uma mensagem avisando que Robert está a poucos minutos do endereço marcado. Gerard segue para a entrada da casa no momento em que o motorista estaciona o carro na calçada da casa de Frank. Robert ajuda Gerard a descarregar as compras e segue com o senador para dentro da casa, sem fazer barulho para não acordar Frank e JJ.

Após colocar todas as compras sobre a bancada, Gerard agradece a ajuda e discrição do motorista que, mais uma vez, reforça sua lealdade ao senador. Robert se oferece para ficar, caso o senador precise de algo, mas Gerard dá o dia de folga para o motorista, em sinal de agradecimento. Robert se despede, deixa a casa e Gerard parte para arrumar as compras e preparar o café da manhã.

Após deixar o café fresco na cafeteira, Gerard se serve de uma xícara, enquanto degusta uma torrada com manteiga e ovos mexidos. Ele aproveita o silêncio na casa para conferir seu celular. Há mais de 20 mensagens de Bethany e Thomas, que Gerard se apressa em apagar. Ele, então, segue para ler as notícias dos principais jornais online.

Após terminar seu café da manhã e lavar a louça, ele parte para preparar o café de Frank. O tempo com o jovem no Refúgio lhe deu certa experiência na cozinha e o qualificou para preparar refeições com um nível médio de dificuldade. O cardápio da manhã é um suco verde, com acerola, laranja, abacaxi, couve e espinafre, uma omelete com recheio de tomate cereja e manjericão, e uma tigela de cereais com frutas secas.

Arrumando tudo em uma bandeja, junto com a medicação referente ao horário, ele segue para o andar de cima. Com certo malabarismo, ele abre a porta do quarto e encontra Frank ameaçando acordar, mas ainda bastante sonolento. Gerard coloca a bandeja sobre a cômoda, sobe na cama e começa a acariciar o rosto do rapaz, até despertá-lo.

- Bom dia, meu príncipe. - diz Gerard, com um lindo sorriso.

- Você está aqui. - ele diz, surpreso, porém sorrindo.

- Eu disse pra você que não iria a lugar nenhum nesse domingo. E eu sou um homem de palavra.

- Você é mesmo. - Frank sorri. - Bom dia! - ele se estica e beija Gerard nos lábios.

- Como se sente, meu amor?

- Bem melhor. Eu ainda estou com uma dorzinha de cabeça chata, mas de resto eu estou bem. Eu e o bebê estamos bem.

- Ah, eu sei. Nós dois conversamos mais cedo. - ele diz, colocando a mão sobre a barriga do rapaz.

- Você conversou com o bebê?

- Claro! Os livros dizem que é preciso conversar com os bebês, assim eles reconhecem a nossa voz depois de nascerem.

- E o que você disse?

- Eu disse que sabia que o dia de ontem não tinha sido dos melhores e que eu sentia muito por não estar por perto. Disse também que sempre que eu estiver longe é porque estou lutando para deixar um mundo melhor, mais seguro e justo, um mundo melhor do que o que nós crescemos. Mas eu também disse que essa situação não vai durar pra sempre. Um dia nós três vamos ficar juntos e sermos uma família de verdade, como tem que ser. - ele diz, deixando Frank emocionado.

- Você disse isso mesmo?

- Claro que disse! E eu ainda pedi pra ela se comportar e deixar você dormir mais um pouco.

- "Ela"? Você ainda acha que vai ser uma menina?

- É claro que vai ser uma menina! Quem mais aguentaria o que vocês aguentaram ontem, sem se abalar? Ela é forte e durona! Minha pequena princesa guerreira.

- E se for um menino? Eu meio que acho que vai ser um menino.

- Eu vou amar um menino tanto quanto vou amar uma menina. Tudo que vier de nós dois será a criatura mais perfeita já criada e me terá na palma da mão.

- Disso eu não tenho a menor dúvida. - ele diz, beijando Gerard de novo.

- Bem, liguei para o Jason e conversei melhor sobre o que aconteceu ontem. Ele me orientou sobre como podemos cuidar melhor de você.  Hoje você fará repouso absoluto, só sairá da cama para ir ao banheiro e com a minha ajuda. Se você reagir bem à medicação, estará liberado para caminhar pela casa. Mas quando eu digo caminhar, é da cama pro sofá e do sofá pra cama, entendeu?

- Sim, senhor!

- E nós precisamos checar sua pressão de hora em hora, só pra ter certeza que você está reagindo bem à medicação.

- Tudo bem.

- Okay, então pra começar o dia, que tal um café da manhã? - diz Gerard, levantando da cama e seguindo para a cômoda, onde pega a bandeja.

- Você preparou o café da manhã?

- Mas é claro! E eu segui tudo que o Jason disse. Uma dieta rica em ferro. Tem suco verde, omelete e cereais com frutas secas. - ele diz, vendo Frank fazer cara feia pro suco. - Sim, eu admito que o suco não é dos melhores, mas pensa no nosso neném.

- Eu acho que vou precisar de um pouco de água, pra ajudar esse suco a descer melhor.

- Tudo bem, eu pego pra você. Enquanto isso, comece a comer.

- E você?

- Não se preocupe comigo, eu já comi. Agora é sua vez, bom apetite. - ele diz, dando um beijo na testa do amado e seguindo para a cozinha, buscar uma garrafa de água para o rapaz.

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Com a garrafa de água em mãos, Gerard faz seu caminho de volta para o quarto, mas para no meio da sala ao ouvir seu celular tocar em seu bolso. Ele retira o aparelho e sorri ao ver o nome da madrasta surgir na tela.

- Oi, Court!

- Oi, meu querido! Tudo bem? Como estão as coisas? Eu fiquei tão preocupada ontem.

- Eu sei, me desculpe não ter ligado para dar notícias.

- Não precisa se desculpar, meu bem, só me diga o que houve? Como está o Frank?

- Ele está bem. Está se recuperando. Eu estou na casa dele nesse momento.

- E o bebê?

- O bebê está bem, graças a Deus!

- Ah, obrigada, Jesus! Eu rezei tanto para que desse tudo certo. Graças a Deus!

- Obrigado pelas orações, com certeza fizeram a diferença.

- Mas o que aconteceu, afinal de contas?

- O quadro dele evoluiu para pré-eclampsia grave. Mas o nosso obstetra conseguiu controlar a situação antes que algo mais grave acontecesse. Agora ele está em repouso, mas está em casa, isso que importa.

- Que bom, meu filho! Fico muito aliviada. E você, como está?

- Eu confesso que ontem foi um dos piores dias da minha vida. Eu acho que nunca senti tanto medo, como senti ontem. Mas agora, com o Frank em casa e nosso bebê fora de perigo, parece que o peso do mundo saiu das minhas costas.

- Você está com ele?

- Sim, eu vou passar o domingo com ele. E sinceramente, eu não sei como farei para ir embora amanhã.

- Eu imagino, querido. Mas se serve de consolo, terça feira eu irei a Washington te visitar. E se possível, conhecer o Frank.

- Está falando sério?

- Sim! Seu pai vai para a Georgia por uma semana, então eu vou aproveitar esse período de "férias" para visitar você e, finalmente conhecer o Frank apropriadamente. Eu só o vi uma vez, meses atrás, quando você levou aquele tiro. Eu quero conhecê-lo oficialmente.

- Claro, claro! Eu vou falar com o médico dele, e combinamos um lugar que seja bom para todos.

- Maravilha! Mal posso esperar.

- E Court, como ficaram as coisas depois que eu fui embora?

- Ah, querido, conversaremos sobre isso na terça, tá bom? Agora foque apenas no seu amor, combinado? - ela diz, e Gerard solta um sorriso cansado, já prevendo o que vem pela frente.

- Combinado. Nos vemos na terça.

- Até terça! Um beijo, meu anjo.

- Outro pra você! - ele encerra a ligação e guarda o celular no bolso.

Ele vira na direção da escada, mas é pego de surpresa ao trombar com JJ. E sem dúvida o susto é mútuo.

- Jesus Cristo! - exclama a moça, levando a mão ao peito. - Você está tentando me matar do coração, Way?!

- Como eu ia saber que você ia acordar agora? Não são nem 10h da manhã ainda!

- Eu... tenho um assunto pra resolver. - ela diz, fazendo Gerard erguer uma sobrancelha.

- Está tudo bem?

- Sim, não se preocupe. E o Frank?

- Ele está bem. Acordou ainda pouco e agora está tomando o café da manhã.

- Você preparou o café da manhã?

- Sim. Tem café fresco na cafeteira, torradas, manteiga, frutas frescas e ovos mexidos.

- Se você se separar da sua esposa, eu juro que te peço em casamento. - ela diz, arrancando uma gargalhada de Gerard.

- Eu juro que pensarei com carinho.

- Pensa só, eu, você, Frank e o bebê Iero-Way-Parker. Poliamor é o futuro, Gerard. Escreva o que eu estou dizendo. - ela diz, fazendo Gerard rir.

- E o Jason? Onde vamos encaixá-lo nesse relacionamento?

- Okay! Iero-Way-Parker-Martin, pronto, resolvido.

- Coitado do meu bebê, só vai conseguir aprender a escrever o sobrenome na faculdade.

- A gente abrevia. Deixamos Bebê IWPM.

- Você já ouviu falar de bullying?

- Ele vai ser filho do presidente dos Estados Unidos. O primeiro a praticar bullying vai sumir numa van preta e nunca mais será visto.

- Eu não sei se o Serviço Secreto funciona assim, mas tudo bem. - ele ri. - Bem, eu vou levar essa água pro Frank. Você vai subir pra falar com ele?

- Eu vou resolver um assunto na rua, mas na volta eu vou lá, ver como ele está.

- Okay! Até mais.

- Tchauzinho. - ela diz, seguindo direto pra saída, sem ao menos parar para tomar café. Gerard estranha, mas logo faz seu caminho de volta ao quarto de Frank.

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Apesar de todo o café da manhã estar delicioso, o tal suco verde se mostrou um verdadeiro desafio. Após alguns goles, Frank se viu em uma batalha para manter seu café na manhã no estômago. Apesar do gosto indecifravelmente ruim, Frank sabe que o suco é necessário para sua saúde e para a saúde de seu bebê. Então, com um esforço hercúleo, ele vira o copo todo, como quem toma o mais amargo dos remédios.

Quando Gerard entra no quarto, Frank está com os olhos fixos no teto, mantendo um ritmo de respiração padronizado, inspirando pelo nariz e expirando pela boca. Gerard se preocupa imediatamente.

- Ei, qual o problema? Está passando mal?

- Por favor, não me faz falar nesse segundo... - ele engole seco. - Eu estou não perder o meu café da manhã. - ele diz, e Gerard pode ver lágrimas se formarem nos cantos dos olhos do rapaz.

Rapidamente Gerard se senta ao lado do rapaz e começa a esfregar suas costas. Vez ou outra, ele planta um beijo em sua têmpora e sussurra palavras de encorajamento. Após uns bons 10 minutos, respira fundo, sentindo que não há mais perigo de um acidente. Imediatamente Gerard lhe entrega a garrafa de água.

- Pequenos goles, bem devagar. - ele instrui e Frank segue a recomendação.

- Obrigado. Deus, esse suco é horrível.

- Eu imaginei. Mas é bom pra você e pro bebê e são duas vezes por dia, por três dias. Quarta feira você volta à sua programação normal.

- Eu vou poder voltar ao trabalho?

- Sim, mas só no período da tarde. Não vamos abusar.

- Tudo bem.

- Falando em programação normal, a Courtney ligou.

- O que ela disse?

- Ela vem pra Washington na terça feira, e ela gostaria muito de te conhecer.

- Está falando sério?

- Eu não tive a chance de te falar, mas eu contei pra ela sobre nós e sobre o bebê.

- Oh, Deus! E aí?

- Ela ficou muito feliz por nós. Ela me ligou ainda pouco para saber como você estava. Ela ficou muito preocupada ontem.

- Gee, eu sei o quanto ela é importante pra você, então eu vou adorar conhecê-la.

- Jura?

- Claro!

- Eu vou falar com o Jason e ver se você poderá receber visitas na terça.

- Tudo bem.

- E já que estamos falando nisso, eu vou manter o que nós conversamos na sexta feira. Amanhã eu vou me reunir com a June, o Adam e o Robert e vou contar sobre nós.

- Para o seu motorista também?

- Ele não é só meu motorista, ele é meu segurança também. Então eu quero que ele possa te proteger, caso seja necessário.

- Se você acha que é uma boa ideia, por mim tudo bem.

- Nós precisamos nos cercar de pessoas confiáveis, pessoas que possam nos dar suporte, que possam cuidar de você, se eu não estiver por perto. Eu sei que eu prometi que não viajarei mais pra longe sem você, mas ás vezes eu posso estar do outro lado do prédio, ou numa reunião ou em um evento externo, e eu quero ter a certeza de que você e o nosso bebê estarão cercados de proteção e suporte. - ele diz, deixando Frank emocionado.

- Eu te amo com todo o meu coração, você sabe disso, né?

- E eu amo você com todo o meu coração e minha alma. Você e a nossa filha!

- Ou nosso filho.

- Acredite, é uma menina.

- Quer apostar?

- Bem, se prepare para perder um dinheiro, Sr. Iero.

- Eu não teria tanta certeza. - diz Frank, puxando Gerard para a cama, onde os dois riem e trocam carinhos.

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Brad estranha ao ouvir a campainha tocar. Ele raramente recebe visitas, especialmente num domingo de manhã. Ainda vestindo seu pijama e com a cara amassada de sono, ele segue para a porta e a abre, sem se lembrar de olhar pelo olho mágico. Para sua surpresa, a primeira coisa que ele se dá conta é de um barulho estalado do lado direito de seu rosto, seguido por uma sensação de ardência. Imediatamente alerta, ele se espanta ao dar de cara com JJ parada na sua porta.

- Você enlouqueceu? - ele esbraveja, enquanto cobre o rosto com a mão.

- Eu sabia que você não tinha mudado. Eu sabia! Mas o Frank estava tão feliz. Ele estava tão satisfeito com a sua melhora que eu deixei a minha guarda baixar. Por um segundo, eu também acreditei que você tinha mudado. Mas ninguém muda de verdade. Você continua um sujeito egoísta, mentiroso e egocêntrico. Como você pôde fazer isso? Como você pôde brincar com os sentimentos de um pai que estava em pânico, achando que tinha perdido seu filho? Não restou nenhum resquício de humanidade em você? De empatia?

- O que você queria que eu fizesse? Colocasse um tapete vermelho pra ele passar e bancar o amante preocupado? Que eu jogasse flores enquanto ele passava num cavalo branco, com sua armadura brilhante, enquanto fui eu que socorri o Frank? Eu! Se ele se importasse mesmo com o Frank, estaria do lado dele, como eu fiquei!

- Isso não tem nada a ver com o relacionamento deles. Isso tem a ver com honestidade e caráter! O Frank perguntou se o Gerard tinha ligado e você disse que não! Você fez o Gerard acreditar que o Frank tinha perdido o bebê, mesmo depois de saber que os dois já estavam fora de perigo! Você brincou com os sentimentos de duas pessoas que estavam vivendo o pior momento da vida delas! Isso ultrapassou os limites do ciúme e da competição. Isso é crueldade.

- Você fala isso por nunca amou ninguém, do jeito que eu amo o Frank. Você nunca dedicou a sua vida a alguém, do jeito que eu dediquei a minha vida a ele. Quando ele me ligou, eu larguei tudo e corri pra socorrê-lo na mesma hora. Enquanto isso o que o Gerard estava fazendo, hein?

- Sim, você socorreu o Frank, ficou no hospital aguardando notícias. Parabéns por isso! Mas nós dois sabemos que você não fez unicamente pela bondade no seu coração. Você fez pra impor a sua presença. Pra provar pro Frank que ele precisa de você.

- E ele precisa! Ele precisa de mim! Eu sou o único que o ama de verdade, que pode cuidar dele de verdade!

- Engraçado, você diz isso, mas em nenhum momento você se importou com o bebê que o Frank carrega. Em nenhum momento você sequer perguntou pelo bebê. - ela diz, deixando o homem desconsertado.

- Eu... Eu... Eu me importo sim pelo bebê. Eu só estava mais preocupado com o Frank, afinal de contas, o bebê não sobreviveria se alguma coisa de mais grave acontecesse com o Frank.

- Você pode tentar se enganar, Brad, mas você não me engana. E sabe o que é pior? Nesse momento, o Gerard está lá em casa, cuidando do homem que ele ama e do filho que eles estão esperando. E você está aqui, sozinho, amargurado, mergulhado em ressentimento. O Frank gostava tanto de você. Ele torceu tanto para que você se reerguesse. E a única coisa que você está fazendo e acabando com esse sentimento. Ninguém mais tá fazendo isso. Nem eu, nem o Gerard... só você. - ela diz, virando as costas e indo embora, deixando Brad com a sensação de que foi atropelado por um trem.

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O domingo transcorreu da melhor maneira possível, com Frank seguindo todas as recomendações médicas, deixando a cama somente para ir ao banheiro, e assim mesmo com a ajuda de Gerard. Da rua, JJ ligou avisando que passaria o dia na casa de Jason, aproveitando para dar privacidade ao casal. Durante o dia, Gerard tentou manter Frank o mais entretido possível, o que não foi tarefa difícil. Os dois viram filmes, leram juntos livros sobre gestação e cuidados com recém-nascidos e ainda buscaram por mais ideias de decoração para o quarto do bebê.

As refeições deliciosas de Gerard só não foram perfeitas graças ao suco verde que Frank precisou encarar mais uma vez. Mas fora isso, os dois conseguiram aproveitar o domingo como se estivessem no Refúgio.

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E se o domingo foi mega agradável, a manhã de segunda não foi das melhores. Precisando retornar ao trabalho, Gerard sentiu uma grande dificuldade em se despedir de Frank e deixar o amado para trás. Mas Frank garantiu que está se sentindo muito melhor e prometeu ligar de tempos em tempos, para acalmar o coração de Gerard. Mesmo não sendo o melhor dos cenários, Gerard precisou aceitar a sugestão do amado.

Como o senador veio direto da Califórnia para a casa de Frank, Gerard precisou ligar para June e pedir que a secretária providenciasse um terno para o dia, o que não foi difícil, já que Gerard mantém um pequeno guarda-roupa em seu gabinete para qualquer eventualidade. Gerard aproveitou para avisar que Frank está em licença médica pelos próximos dois dias e que só retornará ao trabalho na quarta feira, na parte da tarde.

Após encerrar a ligação, o rapaz se despede do amado com um beijo apaixonado e o faz prometer entrar em contato várias vezes durante o dia. Com o coração apertado, Gerard ligou para Robert vir buscá-lo e seguiu em direção ao Capitólio.

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Assim que atravessa o corredor que leva ao seu gabinete, Gerard encontra June a postos. Com sua agenda nas mãos, ela aguarda a chegada do senador.

- Bom dia, Senador Way!

- Bom dia, June! Como foi o final de semana?

- Foi muito bom, obrigada por perguntar. E o do senhor?

- Não foi dos melhores, infelizmente. Mas no final deu tudo certo.

- Sinto muito saber disso.

- Tudo bem. - ele sorri.

- Eu deixei seu terno separado no cabideiro do seu gabinete, assim como o senhor pediu.

- Muito obrigado, June.

- Já que o Sr. Iero está de licença, que horas o senhor gostaria de marcar a reunião para passarmos a agenda da semana?

- Falando nisso, June, eu gostaria sim de fazer uma reunião com você, o Adam e o meu segurança, Robert. A portas fechadas.

- Tudo bem, senhor. Mas aconteceu alguma coisa?

- Nada de grave. Mas discutiremos isso durante a reunião. Só me dê 20 minutos para tomar trocar de roupa e eu já chamo vocês.

- Sim, senhor. - ela diz, deixando a sala.

Rapidamente Gerard troca de roupa, vestindo seu elegante terno. Antes de convocar os funcionários para a reunião, ele saca o celular e manda uma mensagem para Frank.

De Gerard: "Prestes a entrar em reunião. Hora da verdade. Me deseje sorte!"

De Frank: "Boa sorte! Espero que tudo corra bem. Nosso filho e eu estamos mandando boas vibrações."

De Gerard: "Você e nossa filha são meu amuleto da sorte! Se cuide. Amo vocês!"

De Frank: "Nós também te amamos. Mande notícias. Bjs."

Ele sorri e guarda o celular no bolso. Sacando o telefone fixo, ele disca para a secretária.

- June, você pode vir à minha sala, por favor? Peça ao Adam e ao Robert que venham com você.

- Sim, senhor. - diz a secretária.

Menos de 10 minutos depois, Gerard ouve batidas na porta.

- Pode entrar. - ele diz. June é a primeira a entrar no gabinete, seguida por Adam e Robert. - Obrigado por virem, por favor, sentem-se. - ele diz, indicando os dois sofás no centro da sala.

- Está tudo bem, senhor? - pergunta Adam.

- Está sim, não se preocupe. A conversa que vamos ter agora já deveria ter acontecido há bastante tempo. Para que o nosso trabalho dê certo, é preciso que haja confiança mútua. Vocês precisam confiar que eu farei o meu trabalho da maneira correta e que honrarei o voto de vocês, e eu preciso confiar que vocês sejam mais do que funcionários, eu preciso confiar que nós sejamos uma equipe leal uns aos outros.

- Senhor, se algum de nós já deu motivos para o senhor desconfiar da nossa lealdade... - começa Robert.

- Não, Robert, nenhum de vocês me deu motivos para desconfiar de nada. O que eu quero dizer, aonde eu quero chegar é que nós formamos uma equipe e que vocês são mais que funcionários pra mim, vocês são meus aliados fiéis, pessoas a quem eu posso confiar minha vida, como você, Robert, ou você June, que me conhece melhor do que a maioria das pessoas, e até mesmo você, Adam, que chegou por último, mas que veio altamente recomendado por uma pessoa de confiança do Frank.

- Obrigado, senhor. - diz Adam.

- Então dito isso, existem algumas coisas que vocês precisam saber. A primeira delas é que... - ele respira fundo. - Eu sou gay. Meu casamento com a Sra. Way é de fachada, uma jogada política para garantir a minha eleição à presidência. A Sra. Way está ciente da minha opção sexual, ela mesma fez suas escolhas pessoais, que foi um dos motivos que levou à transferência do Sr. Jackson e a contratação do Sr. Carter. Eu não sei se isso muda alguma coisa na visão de vocês... - ele começa, mas June ergue a mão e o interrompe.

- Senador Way, eu já trabalho diretamente com o senhor há anos e preciso dizer que essa informação não é nenhuma novidade pra mim. E respondendo a sua pergunta, não, isso não muda absolutamente nada. O senhor continua sendo o mesmo homem honesto, digno, correto e justo para quem eu jurei dedicar o meu trabalho. E eu me sinto honrada em ser digna de sua confiança em um assunto tão pessoal. - ela diz, deixando Gerard comovido.

- Obrigado, June.

- Bem, eu não sei dizer belas palavras como a Srta. Blake, então eu apenas corroboro o que ela disse. - diz Robert.

- Eu também faço minhas, as palavras da Srta. Blake. - completa Adam.

- Muito obrigado, de verdade, isso significa muito pra mim. Mas minha confissão ainda não acabou, eu tenho mais duas coisas a dizer. A primeira é que eu e o Sr. Iero estamos em um relacionamento sério há pouco mais de um ano e nós estamos esperando o nosso primeiro filho juntos. A decisão de revelar, não só o nosso relacionamento, mas a gravidez do Frank foi algo muito discutido entre nós dois. E a decisão foi tomada porque vamos precisar de ajuda. Da ajuda de vocês. Frank tem uma condição pré-existente de saúde que classifica sua gravidez como de risco. E como eu nem sempre poderei estar por perto, eu preciso contar com a ajuda de vocês. Eu preciso que sejam meus olhos e ouvidos. Preciso saber que o Frank estará sempre protegido e que poderá contar com o apoio de vocês. - ele diz, com um tom levemente ansioso.

- Senador, faz parte das minhas funções proteger o senhor e sua família. Se o Sr. Iero é parte da sua família, eu ficarei honrado em proteger a ele e ao seu filho que irá nascer. E parabéns pelo bebê.

- Obrigado, Robert! Muito obrigado.

- O senhor também pode contar comigo para qualquer coisa. - diz Adam. - O senhor e o Sr. Iero podem contar com meu total apoio e discrição. E sim, meus parabéns.

- Obrigado, Adam! Bem, senhores, eu acho que é isso. Robert, você está liberado. Eu sairei hoje ás 20h e irei direto pra casa.

- Sim, senhor. Se precisar de mim, estarei no lobby. - diz o motorista, se retirando.

- Adam, por favor, pegue o material com que iremos trabalhar essa semana. O Sr. Iero só retorna na quarta feira, na parte da tarde. Eu preciso que você assuma algumas tarefas dele.

- Sim, senhor. Eu vou buscar o material e já volto. - diz Adam, seguindo para sua sala.

- June, nós podemos... - a frase do senador é interrompida por um abraço da secretária, que pegou o homem totalmente de surpresa.

- Parabéns, senador! Eu estou muito feliz pelo senhor e pelo Sr. Iero. - ela diz, fazendo o senador sorrir e retribuir o abraço.

- Obrigado, June. Isso significa muito para nós.

- E eu espero que o Sr. Iero e o bebê estejam bem e que ele possa voltar logo. Nós sentimos muita falta dele aqui.

- Acredite, eu também sinto muita falta dele. E sim, ele e o bebê estão bem. Nós tivemos um pequeno susto no final de semana, mas já passou. Ele só precisa fazer um pouco de repouso. Mas já está tudo sob controle.

- Que bom! Fico muito feliz em saber. Bem, vou buscar minha agenda para começarmos a reunião. Com licença! - ela diz, saindo da sala.

Sozinho novamente, Gerard se sente incapaz de tirar o sorriso do rosto. Ele saca o celular e manda uma mensagem para Frank.

De Gerard: "Tudo saiu melhor do que eu imaginava. Estão todos do nosso lado e muito felizes por nós."

De Frank: "Jura?"

De Gerard: "Juro! Eu até ganhei um abraço da June. Ela disse que sente sua falta."

De Frank: "Nossa, que bacana! Eu sempre gostei dela :) E como está tudo aí?"

De Gerard: "Nós vamos entrar em reunião agora, para tratarmos dos assuntos da semana. Enquanto isso, o senhor vai continuar aí, quietinho, cuidando da nossa filhinha."

De Frank: "Pode deixar, nosso filho e eu não pretendemos sair da cama. A JJ está vindo pra casa e vai trazer uma salada pra mim, e eu tenho a quadrilogia de Jurassic Park engatilhada no DVD do quarto. Então você não tem com que se preocupar comigo."

De Gerard: "Fico feliz que seu dia vai ser confortável e aconchegante. Eu queria poder estar com você, mas o dever me chama. Se cuida! Te amo demais. P.S.: Eu sempre vou me preocupar com você."

De Frank: "É por isso que eu te amo ainda mais."

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Após um final de semana inteiro fora e um dia de trabalho puxado, Gerard está a caminho de casa. De dentro do carro, ele faz uma última ligação para Frank, para avisar que está indo pra casa e perguntar como foi o dia do rapaz. Agora que sua equipe já sabe sobre seu relacionamento, Gerard sente-se a vontade para falar abertamente com seu amado, sem se preocupar em ser discreto. A ligação termina com Frank desejando uma boa noite e que Gerard mantenha a calma ao encontrar com Bethany. A última coisa que ele precisa nesse momento é uma briga com a esposa.

Mas apesar dos apelos de Frank, Gerard sente como se estivesse indo para o matadouro. Conforme o elevador que o levará para a cobertura sobe os andares, o clima vai ficando cada vez mais pesado. Só resta a Gerard torcer para que a conversar mantenha o mínimo de decência possível.

A porta se abre direto para a sala de estar. Tudo está em silêncio e a maioria das luzes estão apagadas, o que dá a Gerard a falsa ilusão de que Bethany pode ter deixado o confronto para um outro dia. No entanto, o som de vidro arrastando sobre a pedra atrai Gerard para a bancada do bar, próximo à cozinha.

Assim que ele se aproxima, a imagem de Bethany circulando um copo de whisky sobre a bancada de mármore surge, iluminada por uma arandela. A mulher dá mais um gole em sua bebida, antes de voltar sua atenção para o marido.

- Finalmente teve a decência de voltar pra casa. O que houve? Seu amante o colocou pra fora?

- Bethany, eu sei que você está brava e eu não tiro a sua razão. Mas essa discussão é entre nós dois, não precisamos envolver ninguém nisso.

- Não? Talvez você devesse ter pensado melhor, antes de envolver 150 pessoas nessa situação. Você tem ideia da humilhação que eu passei ao ter que explicar para todos os convidados, o porquê do meu marido não estar na festa de aniversário do próprio pai. Você tem noção dos cochichos, das fofocas, dos olhares?

- Bethany, você não me ama desde a semana após o nosso noivado, e você deixou de se importar comigo e com o meu bem estar a muito tempo. Então por que se incomodar com o que as pessoas pensam sobre nós dois? O nosso casamento já acabou há muito tempo. O que nós temos é um acordo. Você posa de esposa dedicada, e eu transformo você em Primeira Dama. O que acontece nesse meio tempo não importa. O que as pessoas pensam, não importa.

- Importa! Importa sim! Porque esse gigolô de quinta categoria está virando a sua cabeça, te deixando relapso, desleixado e imprudente! - ela grita, e ele dá um passo intimidador na direção da mulher.

- Primeiro, nunca mais, eu disse nunca mais se refira ao Frank dessa maneira. Melhor ainda, não fale sobre ele em hipótese alguma. Nem sequer pense nele. - ele diz, olhando-a fixamente nos olhos.

- Oh, Deus! Você se apaixonou por ele. Você se apaixonou pelo Iero. Seu desgraçado! Seu nojento desgraçado! - ela berra e Gerard precisa contê-la.

- Bethany, abaixe a voz! Você vai acordar os empregados.

- E qual o problema? Você está com medo deles descobrirem que você não passa de um viadinho pervertido.

- Você acha que me chamar de gay é um xingamento? Você acha que está me ofendendo com isso? Sim, eu sou gay e eu tenho orgulho disso! E sim, eu estou apaixonado pelo Frank e ele por mim.

- Eu juro por Deus, Gerard, se você quebrar o nosso acordo, eu vou acabar com você. Eu vou...

- Mais uma vez você me subestima, Bethany. Esse é o seu maior erro. Você acha que eu sou igual ao meu pai, que estou nessa pelo status, pelo poder. Eu estou nessa para fazer a diferença, para que no futuro, existam mais pessoas como o Frank, como a Courtney, como a Gemma e menos pessoas como você e como o meu pai.

- Isso nunca vai acontecer! Porque pessoas como eu e como o seu pai comandam o mundo. Nós ditamos as regras, nós decidimos quem manda em quem obedece, nós estamos no topo da cadeia alimentar e sempre estaremos. Pessoas como nós destroem pessoas como o seu precioso Frank como formigas e nem olhamos pra trás.

- Isso é o que nós vamos ver. - ele diz, com um olhar desafiador. - Aproveite o seu drinque, querida. Eu vou para o meu quarto. Tente não abusar muito e dormir tarde demais. Ninguém gosta de uma esposa troféu com olheiras de ressaca. - ele diz, dando as costas e seguindo para o quatro, deixando pra trás uma Bethany furiosa.

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A manhã de terça foi corrida, com Gerard comparecendo há duas reuniões seguidas, praticamente uma emendada na outra. O senador teve apenas tempo para tomar uma vitamina de abacate, ir ao banheiro e mandar uma mensagem para Frank, para se certificar de que estava tudo bem.

Já passa das 14:35h, quando Gerard finalmente entra em seu gabinete e deixa o corpo cair sobre sua cadeira. Frank não faz falta somente sentimentalmente, mas profissionalmente também. Adam tem se esforçado bastante para suprir a falta do RP, mas há tarefas que apenas Frank consegue cumprir, então Gerard não vê a hora de ter seu amado de volta, não só para tê-lo por perto, mas também para realizar o trabalho que só ele faz com perfeição.

Gerard está conferindo um email, quando o ramal de seu telefone toca. Ele já sabe que é sua secretária.

- Oi, June!

- Senador, sua madrasta, a Sra. Courtney Way está aqui fora. O senhor está livre?

- Sim, June! Claro. Mande-a entrar, por favor! - ele desliga e já levanta da cadeira, caminhando para a entrada do gabinete. June abre a porta da sala e abra passagem para Courtney, que se apressa em abraçar o enteado.

- Gerard, meu querido! - ela diz, sendo envolvida pelo abraço acolhedor do enteado.

- Court, que maravilha ter você aqui! Nossa, estou muito feliz de verdade.

- Eu também, querido, eu também!

- Por favor, sente-te, fique a vontade.

- Obrigada, querido!

- E como foi de viagem?

- Foi ótimo! O tempo está uma maravilha, o voo foi tranquilo. Eu sempre gosto de viajar com o Conrad, ele é um excelente piloto.

- Ele é mesmo. Inclusive, eu preciso falar com ele. Estou precisando trocar o meu Legacy para um modelo mais equipado e mais confortável. Vou pedir uns conselhos a ele.

- Faça isso, meu bem. E você, como está?

- Estou bem, um pouco enrolado hoje, já que o Frank não está aqui.

- Ah, e como ele está?

- Está bem melhor, graças a Deus! O médico já liberou para ele dar pequenas caminhadas dentro de casa e já está reduzindo a dosagem da medicação.

- Ah, graças ao bom Deus!

- Sem dúvida! Foi um pesadelo terrível, mas que felizmente acabou. Ele e o bebê vão ficar bem.

- Que ótimo! Eu fiquei tão angustiada, não consigo nem pensar em como você se sentiu.

- Eu senti como se meu coração tivesse sido arrancado do peito. Eu nunca me senti tão impotente em toda a minha vida. Mas isso me serviu para abrir os olhos e começar a tomar algumas providências. Frank e o bebê são minha prioridade número um e eu estou trabalhando para que eles estejam sempre cercados de pessoas de confiança, que cuidem e protejam eles a qualquer momento, especialmente se eu não estiver por perto.

- Você está mais do que certo, meu bem. É o dever de um pai cuidar e proteger seus filhos. - ela diz, fazendo Gerard se tencionar.

- E falando nisso, qual foi o tamanho do estrago depois que eu fui embora?

- Bem, como era de se esperar, seu pai fez um escândalo quando percebeu que você não voltaria mesmo. Ele ficou furioso, proferiu alguns xingamentos, mais uma vez ameaçou te renegar, mas quando os primeiros convidados chegaram, ele se distraiu e aproveitou a festa como se nada tivesse acontecido.

- Nada como centenas de pessoas bajulando o Sr. Thomas Arthur Way para fazer com que ele esqueça o resto do mundo.

- Pois é!

- E a Bethany?

- Bem, Bethany tentou parecer inabalável, distribuiu desculpas para sua ausência para a maioria dos convidados, se autoproclamou sua representante na festa, mas eu pude ver dentro dos olhos dela aquele ódio de arrepiar a espinha.

- Eu conheço bem esse olhar. Mas eu não tenho medo dela. Nessa situação, ela tem tanto a perder quanto eu, então duvido que ela tente alguma coisa.

- Não esteja tão certo disso, Gerard. A Bethany é uma mulher perigosa, sem limites e capaz de tudo para chegar ao poder. Por favor, tome cuidado com ela. - pede Courtney, com uma preocupação real no rosto.

- Pode deixar, eu ficarei de olho nela. Não se preocupe.

- Bem, como você disse que seu dia está corrido, eu não quero te prender mais. - ela diz, se levantando.

- Mas você já vai? Poxa vida, eu adoraria passar mais tempo com você.

- Eu também. É por isso que eu tenho um convite.

- Um convite? Qual?

- Venha jantar comigo hoje. Eu estou hospedada no Four Seasons.

- Eu irei com certeza! Pode contar comigo.

- E traga o Frank também, se for possível. Eu adoraria conhecer o meu genro. - ela diz, dando uma piscadela e arrancando um sorriso de Gerard.

- Eu vou ligar para o nosso médico e perguntar se ele está liberado para sair. Aposto que ele vai adorar te conhecer.

- Eu espero que sim. Bem, eu vou indo. Te espero mais tarde. Ás 21h é um bom horário?

- Perfeito! Eu te mando uma mensagem confirmando se o Frank poderá comparecer também.

- Ótimo! Ficarei esperando. Até mais, meu querido. - ela diz, dando um beijo no rosto do rapaz.

- Até mais, Court! - ele retribui o beijo e abre a porta para a madrasta. 

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Assim que conseguiu mais um minuto de folga, Gerard ligou para Jason para saber se Frank estaria liberado para acompanhá-lo ao jantar com sua madrasta. Como o rapaz mostrou uma boa evolução nos últimos dias, Jason liberou a saída, mas com uma série de recomendações, que Gerard garantiu que serão cumpridas.

Ao final do dia, em seu carro, seguindo para casa, Gerard liga para Frank, para avisá-lo sobre o jantar. O rapaz fica apreensivo de primeira, mas o senador o tranquiliza.

- Não se preocupe, meu príncipe. Ela vai te adorar, eu tenho certeza.

- Espero que sim. Eu realmente quero causar uma boa impressão para sua madrasta.

- Você já causou a melhor das impressões, só sendo você. - ele diz, e pode ouvir Frank sorrindo do outro lado da linha.

- E como vai ser? Vamos jantar no restaurante? Não é arriscado?

- Não, a Courtney está hospedada na cobertura do Four Seasons, o jantar será servido lá, onde teremos bastante privacidade.

- Okay. E que horas está combinado?

- Eu marquei com ela ás 21h.

- Certo, então eu saio de casa ás 20:30h.

- De jeito nenhum. Eu já combinei com o Robert. Ele vai me deixar no hotel ás 20:40h e seguirá para te buscar.

- Gerard, você não precisa mandar seu motorista ir me buscar, eu posso ir com o meu carro.

- Absolutamente não! Eu prometi ao Jason que você faria o mínimo de esforço possível. O Robert vai te buscar e depois de levar em casa.

- Eu não me sinto a vontade usando o seu motorista.

- Pois então acostume-se. A função do Robert agora é proteger tanto a mim, quanto a você. Novas regras, Frankie.

- Você é impossível. - ele diz, mas acaba rindo. - Okay, estarei pronto ás 21h.

- Ótimo! Mal posso esperar pra te ver. Estou morrendo de saudades de você e da nossa filha.

- Nosso filho e eu também estamos morrendo de saudades de você. - ele diz, e Gerard ri com a provocação.

- Até mais tarde, meu amor.

- Até mais tarde! Te amo.

- Eu te amo ainda mais. - ele diz, encerrando a ligação no momento em que Robert estaciona na garagem do prédio.

- Chegamos, senhor.

- Obrigado, Robert! Bem, eu preciso de meia hora para me arrumar. Você pode fazer um lanche enquanto isso. Nos encontramos aqui na garagem em trinta minutos.

- Combinado, senhor. - ele diz, e os dois seguem caminhos diferentes.

Assim que o elevador se abre para a sala de estar da cobertura de Gerard e Bethany, o senador tenta fazer seu caminho direto para seu quarto, mas é interceptado pela esposa, que possui uma expressão serena no rosto, que nem de longe lembra o ataque de fúria da noite anterior.

- Boa noite, querido!

- Boa noite, Bethany.

- Eu pedi à Patty que preparasse aquele espaguete à carbonara que você tanto gosta. Gostaria que eu pedisse que o jantar fosse logo servido?

- Eu agradeço a delicadeza, Bethany, mas eu não vou jantar em casa. - ele diz, fazendo a mulher desmontar a pose e enrijecer.

- Aonde você vai?

- Courtney está na cidade e eu combinei de jantar com ela.

- Ah, eu não sabia que a Courtney estava em D.C.! Que horas vocês combinaram? Me dê uma hora para me arrumar e sairemos juntos. Vai ser ótimo!

- Bethany, me desculpe, mas o convite não foi estendido para você.

- O que? Você está brincando, certo?

- Não, eu não estou brincando. Minha madrasta raramente consegue um tempo longe do meu pai para me visitar e essa é uma das raras oportunidades que temos para colocar a conversa em dia e aproveitar a companhia um do outro. E eu realmente gostaria de ter esse momento só pra nós.

- Você está me afrontando deliberadamente, Gerard. Você vai se arrepender por isso.

- Eu não estou te afrontando, Bethany. Eu sinto muito que você se sinta ofendida. Mas eu realmente preciso de um momento de paz, longe de todo o drama que é a nossa relação. Agora, se você me der licença, eu preciso me arrumar. Eu não quero deixar a Courtney me esperando. - ele diz, contornando a mulher e seguindo para seu quarto.

Tremendo de ódio, Bethany sobe as escadas da cobertura e segue para sua suíte master. Trancando a porta atrás de si, ela saca seu celular e clica no nome de Cole. O amante atende a ligação no terceiro toque.

- Beth, você está bem? O que houve?

- Troque de roupa agora e venha me buscar. Nós vamos sair.

- Aonde nós vamos?

- Seguir o meu marido.

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Conforme o combinado, Gerard chega ao Four Seasons ás 20:40h em ponto. Ele segue para dentro do hotel, enquanto Robert parte para buscar Frank. Assim que se identifica na recepção, Gerard é conduzido ao elevador exclusivo que o levará direto para a cobertura. Quando a porta se abre, Courtney o está aguardando ansiosamente.

- Ah, meu querido! Que bom que você chegou. - ela diz, abraçando o enteado.

- Eu prometi que vinha, não é? Estava ansioso por encontro. - ele diz, dando um beijo no rosto da madrasta e lhe entregando um buquê de flores.

- Lírios, meus favoritos! Muito obrigado, querido. Você é sempre muito gentil. Vou pedir que coloquem em um vaso. - ela diz, seguindo para o interior da luxuosa suíte. - Mas venha, entre, fique a vontade.

- Obrigado!

- Aceita algo para beber?

- Um Brandy, por favor.

- Clarence, por gentileza, coloque essas flores em um vaso e peça que tragam uma taça de Conhaque Brady e uma de Chardonnay, por gentileza?

- Sim, senhora. - diz o concierge.

- E o Frank, não pôde vir?

- Não, ele virá sim. Eu pedi que meu motorista fosse buscá-lo. Ele ainda não está 100% e eu não me sentiria seguro com ele dirigindo por aí.

- Fez muito bem. E imaginando que ele viria, eu pedi que o chef preparasse algo bem leve pra ele, totalmente vegetariano e sem sal.

- Obrigado, Court, é muito delicadeza sua. - ele sorri.

- Com licença! - diz um garçom se aproximando. - O conhaque do senhor, e o vinho da senhora. Eu posso oferecer alguns aperitivos, enquanto o jantar está sendo preparado.

- Por favor! - diz Courtney.

- Eu já volto. - diz o garçom, deixando o ambiente. Courtney e Gerard erguem suas taças e fazem um brinde.

- Ao amor e à família. - ela diz.

- Ao amor e à família. - ele repete, encostando as taças.

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Frank senta ligeiramente desconfortável no banco de trás da SUV de Gerard. Constrangido, ele arrisca alguns olhares para o espelho retrovisor, mas Robert permanece com toda a atenção voltada para o trânsito. Essa não é a primeira vez que Frank e Robert dividem o carro, mas as circunstâncias agora mudaram. Robert está ciente de seu relacionamento com Gerard e, não só isso, ele também está ciente da gestação de Frank, o que deixa o RP bastante intimidado.

Ele se remexe no banco, tentando encontrar uma posição mais confortável, numa tentativa de diminuir a sensação de sufocamento que começa a nascer dentro de seu peito. Uma sensação de que ele não pertence a esse lugar.

Olhando pelo retrovisor, Robert nota o desconforto do rapaz. Com toda cautela, ele troca de faixas até se aproximar do meio-fio, onde para o carro. Frank é pego de surpresa pela atitude do motorista, que retira o cinto de segurança e vira o corpo pra trás, para encarar o rapaz.

- O senhor está bem, Sr. Iero?

- Estou sim, Robert. Obrigado por perguntar.

- O senhor está sentindo algum desconforto? Gostaria que eu ligasse para o Senador Way?

- Não, não! Eu estou bem, de verdade. É só que... - ele respira fundo. - Para ser sincero, eu estou me sentindo um pouco deslocado.

- Deslocado?

- Eu sei que o Gerard contou a vocês sobre nós e sobre... Bem, você sabe. - ele diz, levando uma das mãos à barriga. - Mas eu não me sinto a vontade fazendo com que vocês agreguem ainda mais funções, especialmente quando a função em questão sou eu.

- Sr. Iero, se o senhor me permite dizer, eu trabalho no ramo de segurança há pouco mais de 20 anos. Eu trabalhei para todo o tipo de pessoa, e de longe, o Senador Way é um dos homens mais dignos e honrados com que eu já trabalhei. É um privilégio servir a ele e à sua família.

- Mas eu...

- O senhor está carregando o filho dele, Sr. Iero. Acredite, o senhor é a família dele. - diz, Robert, deixando Frank comovido.

- Obrigado, Robert.

- E se o senhor precisar de alguma coisa, qualquer coisa, por favor, só me avisar.

- Pode deixar. - Frank sorri.

- O senhor está pronto pra ir, ou precisa de mais alguns minutos?

- Não, nós podemos ir. Não quero deixá-los esperando. - ele diz. Robert, então, se reacomoda em seu lugar, coloca o cinto de segurança e continua seu trajeto em direção ao Four Seasons.

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Exatos 15 minutos depois, a SUV estaciona na entrada do luxuoso hotel. Rapidamente Robert desce do carro, circula o veículo e abre a porta para Frank. Apesar de ser primavera, um vento frio corta a noite de Washington, fazendo Frank abraçar o paletó ao redor do corpo, o que acaba escondendo sua barriga proeminente. Com Robert ao seu lado, Frank segue para dentro do hotel, sem notar o carro estacionado do outro lado da rua.

A respiração de Bethany é rasa e oscilante. Seus olhos estão vidrados de ódio. Além da audácia de se apaixonar por Frank, Gerard ainda teve a petulância de colocar seu motorista e segurança a serviço do amante, e, para completar o cenário absurdo, Courtney não só está ciente, como está acobertando os dois.

Sentindo Bethany vibrar de ódio ao seu lado, Cole coloca a mão sobre a coxa da mulher, que o repele imediatamente. Mesmo assim, Cole mantém a calma.

- Vem, vamos embora daqui.

- Não! Eu quero entrar. Quero confrontá-los. Desmascarar essa palhaçada. Eu quero acabar com eles e com a vagabunda da Courtney!

- E fazer um escândalo? Expor o Gerard e perder sua grande chance, seu sonho? Você precisa pensar com calma. Precisa planejar seu próximo passo com sabedoria. Enfrente-os sozinhos, sem ninguém por perto, use a Courtney como trunfo, faça o Gerard comer na sua mão. Seja esperta, Bethany! - ele diz, e a mulher respira fundo.

- Você está certo! Tudo bem, vamos embora.

- De volta pra sua casa?

- Não, nós vamos pra sua casa. Essa noite eu preciso de uma distração. - ela diz, fazendo o homem abrir um sorriso lascivo.

- A senhora quem manda. - ele diz, dando a partida e saindo cantando pneu.

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Gerard aguarda, ansioso, conforme o elevador percorre os andares em direção à cobertura. Assim que a porta se abre, um enorme sorriso brota em seu rosto e, rapidamente, ele toma Frank em seus braços, beijando-o de forma apaixonada.

- Deus, como eu senti a sua falta! - diz o senador, tocando sua testa na testa de Frank.

- Eu também senti muito a sua falta.

- Eu sei que foram só dois dias, mas pareceu uma eternidade.

- Acredite, eu conheço a sensação.

- E como você está se sentindo? O bebê está bem?

- Eu me sinto muito bem. O bebê está ótimo.

- Ótimo! É assim que eu gosto. - ele diz, quando o concierge se aproxima. - Aqui, príncipe, deixe o Clarence guardar o seu paletó. - diz Gerard, ajudando Frank a despir a peça.

- Obrigado. - ele agradece, ajeitando o suéter de cashmere que marca seu corpo, deixando a curvatura de sua barriga ainda mais evidente.

Sorrindo ao ver o ventre distendido do rapaz, Gerard coloca a mão sobre sua barriga. - Oi, meu amor! Papai sentiu tanta saudade de você. Você sentiu saudade de mim?

- Pode apostar que sim! - ele diz, recebendo mais um beijo do senador.

- Mas vem, vamos entrar. Eu quero que você se sente.

- Gerard, eu estou bem.

- Recomendações médicas, Frank. Eu prometi ao Jason que seguiria todas elas. - ele diz, fazendo Frank revirar os olhos, apesar de sorrir. - Além do mais, tem alguém que eu quero muito que você conheça. - ele diz, conduzindo Frank até a sala de estar da cobertura do hotel, onde Courtney aguarda por eles igualmente ansiosa.

Pela segunda vez na noite Frank sente-se intimidado. Além de ser dona de uma beleza estonteante e de uma imponência digna da realeza, Courtney é uma pessoa muito importante na vida de Gerard, o que faz Frank se sentir na obrigação de causar uma boa impressão. Mas se havia alguma dúvida de que os dois se dariam bem, ela foi logo descartada quando a mulher avançou sobre o casal e tomou Frank nos braços, dando-lhe um abraço acolhedor. Apesar do susto inicial, o rapaz retribui o abraço.

- Oh, meu Deus! Você é ainda mais bonito do que eu me lembrava. - ela diz, separando o abraço e dando um passo pra trás, para analisar Frank dos pés à cabeça. - Deve ser a gravidez. Você está com aquele brilho no rosto. Absolutamente radiante!

- Obrigado! A senhora também é uma mulher lindíssima, Sra. Way.

- Muito obrigada! E por favor, me chame de Courtney, ou Court, como o Gerard gosta de me chamar.

- Okay, Courtney. - Frank sorri.

- Mas venha, vamos nos sentar! Aceita alguma coisa pra beber? Uma água, um suco, um chá gelado?

- Um copo de água seria ótimo.

- Com folhas de hortelã, rodelas de pepino, com gás, sem gás? Como você prefere? - ela pergunta, atenciosa, fazendo Frank se sentir cada vez mais acolhido.

- Sem gás e com folhas de hortelã, por favor.

- Ótima escolha. - ela sorri e se vira para o concierge. - Clarence, você pode providenciar a bebida do Sr. Iero e mais uma taça de vinho pra mim e uma taça de conhaque para o Gerard, por gentileza?

- Sim, senhora! - diz o homem, deixando o recinto. Courtney volta sua atenção para Frank.

- Então, Frank, como você está se sentindo? Eu fiquei tão preocupada quando o Gerard me contou o que houve. Graças a Deus que o pior já passou.

- Foi um susto horrível. Os piores momentos da minha vida, e imagino que a do Gerard também. - ele diz, segurando a mão do senador. - Mas nosso bebezinho é um guerreiro e não se deixou abater, resistiu bravamente e nos deixou muito orgulhosos. - ele diz, sorrindo, colocando a mão livre sobre a barriga.

- Eu estou tão feliz por vocês. Eu sempre torci para que o Gerard encontrasse alguém que o amasse do jeito que ele merece e eu tenho certeza que vocês dois serão muito felizes juntos. Leve o tempo que levar. E esse bebezinho só veio pra coroar esse amor

- Eu também acredito disso. - diz Gerard, beijando a têmpora do rapaz.

- Falando nisso, com quantas semanas você está, Frank?

- Exatamente 23 semanas hoje. - ele diz, sorrindo.

- Ah, parabéns! Nós precisamos comemorar. E eu preciso comprar um presente bem bonito para o meu netinho. - ela diz, fazendo Gerard rir.

- Nossa, isso é tão estranho! Você é nova demais pra ser avô. Você é apenas 12 anos mais velha do que eu. - diz Gerard, fazendo Courtney rir.

- Me desculpe a indiscrição, mas você tem 46 anos? - pergunta Frank, espantado.

- Sim, 46 anos. - ela responde.

- Uau, eu nunca poderia imaginar. Eu não daria mais de 40 anos pra você.

- Você é muito gentil, querido. Bem, com 46 ou não, esse bebezinho será meu neto e como já estou prevendo que serei uma avó bem coruja, vou escolher um presente bem lindo pra ele.

- Não precisa se incomodar com isso, Court.

- Ah, por favor, se não for meu netinho, quem eu vou mimar, hein? A propósito, vocês já sabem o sexo?

- Ainda não. O bebê está se fazendo de difícil.

- Mas o Gerard aposta que será uma menina.

- É mesmo? Por quê?

- Eu não sei, acho que é instinto, sei lá! Tenho quase certeza que teremos uma garotinha. Já o Frank acha que vai ser um menino.

- Eu fiquei em muito em cima do muro, mas de uns tempos pra cá, estou com a sensação que será um garotão. Tão lindo quanto o pai.

- Independente de ser menino ou menina, puxando qualquer um de vocês dois, tenho certeza que esse bebê será lindíssimo.

- Concordo com você. - diz Gerard, quando o concierge se aproxima novamente.

- Com licença, Sra. Way! O jantar está pronto para ser servido. Eu devo pedir que os drinques sejam servidos agora ou junto com a refeição.

- Pode pedir que sirvam junto com a refeição, por favor.

- Sim, senhora! A sala de jantar já está liberada e o jantar será servido imediatamente.

- Obrigada, Clarence. - ela agradece com um sorriso. - Vamos, meus queridos! Uma bela refeição nos aguarda. - ela diz, e os três seguem para a sala de jantar.

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Após um farto e delicioso jantar, Courtney conduz Frank e Gerard para o lounge no terraço da cobertura. Assim que o trio se acomoda nas confortáveis poltronas, um garçom se aproxima com uma bandeja contendo um bule de prata com café fresco, outro com água quente, uma caixa com diversos sabores de chá, três xícaras de porcelana, açúcar, adoçante, uma travessa com biscoitos amanteigados e outra com chocolates finos.

- Uau, está tudo muito lindo. - diz Frank.

- Você quer uma xícara de chá, meu amor? - pergunta Gerard.

- Por favor!

- Camomila com baunilha e mel? - ele pergunta, já sabendo a resposta. Frank sorri e dá um leve beijo no rosto do rapaz.

- Prove um dos biscoitos, Frank. São deliciosos. - diz Courtney, enquanto se serve de uma xícara de café.

- Obrigado, mas acho que não consigo comer mais nada. Estou cheio.

- Eu vou pedir que o Clarence prepare uma cesta com biscoitos e chocolates pra você levar.

- Não precisa o incômodo, Courtney.

- Não é incômodo nenhum. Além do mais, será um agrado pra você e para o Gerard. Ele adora esses biscoitos. Eu lembro que ele costumava se esconder no closet e comer uma lata inteira sozinho. - ela diz, fazendo os dois rirem.

- Então me conte, Courtney, como o Gerard era quando pequeno?

- Ele era o menino mais doce do mundo. Tímido, acanhado, mas muito gentil e delicado. - ela diz, com ternura no olhar.

- Quantos anos ele tinha, quando você se casou com o pai dele?

- Eu me casei com o Thomas aproximadamente quatro anos após a morte da mãe do Gerard. Ele tinha acabado de completar 12 anos.

- Nossa, você se casou com 24 anos? Tão nova.

- Pois é! Eu tinha 24 e Gerard tinha 12. Éramos duas crianças atravessando tempos complicados.

- A chegada da Courtney lá em casa tinha tudo para dar errado. Eu ainda estava em luto pela morte da minha mãe, meu pai havia se tornado distante e negligente. Eu me sentia cada vez mais sozinho dentro da minha própria casa. - diz Gerard, melancólico. - Quando a Courtney chegou, eu entrei em pânico. Eu não estava pronto para substituir a minha mãe. Mas então, um dia, ela entrou no meu quarto e pediu para conversar. Eu me neguei de primeira, mas ela segurou a minha mão, olhou dentro dos meus olhos e me disse que aquela situação era tão assustadora pra ela, quanto era pra mim. Ela me disse que não iria substituir a minha mãe, ela apenas gostaria de ser minha amiga. Eu vi sinceridade nos olhos dela. E foi aí que tudo mudou pra nós. Eu consegui enfrentar os anos mais difíceis da minha vida na casa do meu pai, graças a ela. Ela cumpriu a palavra dela e hoje se tornou mais do que minha amiga, ela é minha verdadeira família. Ela nunca substituiu a minha mãe, ela se tornou uma segunda mãe pra mim. - ele diz, deixando a mulher emocionada.

- E você é o filho que Deus meu de presente. - ela diz, comovida, enquanto Gerard pega sua mão e lhe beija o nós dos dedos.

- Você nunca quis ter filhos, Courtney?

- Logo quando me casei, sim. Mas o Thomas descartou essa possibilidade. Ele fez uma vasectomia meses após o nosso casamento. Então filhos biológicos estavam fora do futuro.

- Me desculpe, eu sei que estou lhe enchendo de perguntas, mas como vocês dois se conheceram?

- Eu vivia apenas com a minha avó em Louisiana, e quando ela faleceu, eu me mudei para Nova York, para tentar ser modelo. Foi difícil por um tempo, mas as coisas começaram a dar certo e em pouco mais de três anos, eu finalmente atingi o auge da minha carreira, acumulando capas de revistas, ensaios fotográficos e desfiles para a alta costura. Eu frequentava todas as festas e convivia com a nata do meio artístico de NY. E foi em uma dessas festas que eu conheci o Thomas. Ele era tão charmoso e cavalheiro, e se esforçou tanto para me conquistar. Eu achei que ele fosse um príncipe encantado.

- Mas ele não era. Ele nunca foi. - diz Gerard, amargurado.

- Eu sei que seu pai não é perfeito. Eu sei que ele é uma pessoa difícil. Mas ele é meu marido, e tudo que me restou nessa vida. - ela diz, com certa tristeza na voz. Gerard se estica e toma a mão da madrasta mais uma vez.

- Você sabe que isso não é verdade. Você tem a mim e essa nova família que eu estou formando. Quando você estiver pronta, leve o tempo que levar, minhas portas sempre estarão abertas pra você. - ele diz, deixando a mulher com os olhos marejados.

- Você é um verdadeiro presente de Deus, meu querido. - ela diz, mas logo limpa as lágrimas, muda a postura e sorri, tentando aliviar o clima. - Ah, mas vamos mudar de assunto. Frank, querido, eu posso te oferecer mais alguma coisa? Outro chá, água, alguma sobremesa?

- Não, muito obrigada, Courtney. O bebê e eu estamos mais que satisfeitos. - ele diz, e apesar de estar emocionado com o relato de Courtney, o rapaz força um sorriso, sabendo que este é um assunto delicado tanto para a mulher, quanto para Gerard.

- E quando você volta ao trabalho?

- Amanhã, na parte da tarde. Meu médico ainda quer que eu pegue leve.

- Ele está certo.

- Por mim, o Frank só voltaria na segunda, mas ele insiste em voltar amanhã.

- Eu amo o meu trabalho. E além do mais, o que eu faço raramente requer qualquer esforço físico.

- Mas te expõe há um certo nível de stress. - diz Gerard.

- Eu juro que se sentir que preciso recuar, você vai ser o primeiro a saber.

- Tudo bem. Eu sei que não posso te manter numa bolha pra sempre. Eu só quero que você tenha cuidado, okay?

- Eu prometo! - ele diz, dando um leve beijo nos lábios do senador.

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A visita dura mais uma hora, até Gerard notar o cansaço estampado no rosto de Frank e decidir encerrar a noite. Abraçando a madrasta e agradecendo pela hospitalidade, ele segue para buscar os casacos, enquanto Courtney se despede de Frank com um caloroso abraço.

- Frank, querido, foi muito bom te rever e te conhecer oficialmente.

- Eu digo o mesmo, Courtney. O Gerard sempre falou tão bem de você e agora eu entendo por que.

- Eu quero que você me veja como uma amiga, alguém com quem você sempre poderá contar. Você e esse bebezinho lindo que está pra chegar. - ela diz, acariciando a barriga do rapaz.

- Eu digo o mesmo pra você. - ele diz, no momento em que Gerard volta com os casacos.

- Está pronto, meu amor?

- Pronto.

- Court, muito obrigado pela noite maravilhosa. Vamos tentar nos ver antes de você ir embora, okay?

- Sim, vamos tentar. Eu tenho alguns compromissos, mas tentarei escapulir um pouquinho para dar um abraço em vocês dois. - ela diz, acariciando o rosto dos dois. - Bem, agora vão, descansem e cuidem muito bem do meu netinho.

- Pode deixar! - diz Gerard. - Um grande beijo.

- Um beijo enorme nos dois. Nos três na verdade. - ela diz, acompanhando os dois até o elevador e assoprando um beijo antes da porta se fechar.

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A SUV mal entra no trânsito de Washington e Frank pega no sono com a cabeça encostada no ombro de Gerard. O senador sente o coração aquecido ao ver o homem que ele ama dormindo de forma tão pacífica. Infelizmente, cerca de meia hora depois, quando o carro estaciona na porta da casa de Frank, Gerard é forçado a acordar o rapaz. Mesmo com Frank dizendo que não há necessidade, Gerard insiste em acompanhá-lo até o quarto, esperar que o rapaz tomasse uma chuveirada rápida e colocá-lo na cama. Bastam alguns minutos de carinho na cabeça, para que Frank pegue no sono novamente.

E por mais que seja extremamente difícil ir embora, Gerard sabe que ele terá Frank com ele novamente em poucas horas. Então, com um doce beijo na testa, ele se despede e parte, torcendo para que a quarta feira chegue logo.

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No dia seguinte, sem ter a obrigação de chegar cedo ao Capitólio, Frank se permitiu acordar ás 9:30h da manhã. Com toda a calma, ele tomou um banho revigorante, fez sua refeição matinal, conferiu as notícias do jornal, seus emails e ainda assistiu alguns trechos de programas matutinos.

Por volta dás 11:45h, JJ desceu as escadas e fez seu caminho até a cozinha, onde se muniu de uma caneca de café e voltou para encontrar Frank no sofá.

- Bom dia. - diz o rapaz.

- Bom dia. - responde a moça, ainda com um leve resquício de mau humor matinal. Após o terceiro gole da bebida, JJ já está um pouco mais sociável. - Então, pronto para voltar ao trabalho?

- Mais do que pronto! Eu não aguento mais ficar em casa sem fazer nada.

- Você não está fazendo nada, você está assando um bebê.

- Assando um bebê? - ele pergunta, gargalhando. - Quando o seu arsenal de metáforas para a minha gravidez vai chegar ao fim?

- Quando você pipocar essa criança pra fora. - ela diz, arrancando mais risadas do rapaz.

- E você, o que vai fazer hoje?

- Vou até a galeria para remarcar a segunda parte da palestra. - ela diz, e o semblante do rapaz se fecha na hora.

- JJ, eu sinto muito que você teve que abandonar sua palestra no meio por minha causa.

- Você é tão idiota ás vezes, Iero. Eu abandonaria um noivo no altar por sua causa. Você é meu irmão, eu te amo, e eu faria tudo de novo, por você. Além do mais, se alguém tem que se desculpar aqui, esse alguém sou eu. Eu deveria ter deixado meu celular idiota ligado e ás vistas o tempo todo. Me desculpe por você ter passado por tudo aquilo sozinho. - ela diz, realmente sentida. Frank puxa a amiga pra perto e planta um beijo no topo de sua cabeça.

- Que tal nós dois pararmos de nos desculpar? Vamos enterrar esse episódio e nunca mais pensar nele.

- Apoiado.

- Que tal almoçarmos juntos? Podemos ir naquele bistrô no Centro, depois eu vou pro trabalho e você vai pra galeria.

- Ótima ideia! Que horas saímos?

- Eu estou livre agora.

- Então eu vou me arrumar, nos encontramos em 20 minutos.

- Combinado. - ele diz e os dois levantam do sofá e partem para seus respectivos quartos.

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Frank levou um pouco mais de 20 minutos para vestir seu terno e se aprontar para o serviço. Quando ele chega à sala, JJ já está aguardando por ele.

- Finalmente! Achei que a princesa estivesse se maquiando. - brinca a jovem.

- Tente abotoar as calças com uma bola de futebol no meio do caminho.

- Ah, para de drama. Nem deve ser tão complicado assim. - ela diz, e Frank ri.

- Eu mal posso esperar pra te ver grávida, JJ. Aí a gente conversa.

- Eu não esperaria em pé, Iero. Isso não vai acontecer tão cedo.

- Eu sou um cara paciente. - ele diz, com um sorriso travesso no rosto.

- Bem, vamos?

- Vamos! Meu carro ou o seu?

- Pode ser o seu. Eu posso pegar o metrô até a galeria.

- Tem certeza?

- Absoluta!

- Então vamos. - ele diz, seguindo para pegar sua pasta, enquanto JJ coloca a mochila nas costas.

Os dois estão caminhando em direção à porta, quando Frank parece congelar no lugar, sentindo seu corpo todo paralisar. Quando vê que o amigo não a alcançou na porta, JJ olha para trás e a imagem que ela vê a deixa imediatamente alarmada.

Frank está paralisado, com os olhos arregalados e a boca entre aberta, como se tentasse decidir entre gritar, respirar ou pedir ajuda.

- Frankie? Frankie, o que houve? - pergunta JJ, nervosa. Lentamente o rapaz leva uma das mãos à barriga, bem abaixo do umbigo.

- Tem... Tem algo errado. - ele diz, com a voz trêmula. Imediatamente JJ larga a mochila e corre ao socorro do rapaz.

- Como assim tem algo errado? É o bebê? O que você está sentindo?

- Tem alguma coisa errada aqui. Eu não sei, não sei explicar. Meu bebê, JJ! Oh, meu Deus, está acontecendo de novo! - ele dispara, em pânico, prevendo um novo episódio de pré-eclampsia.

- Fica calmo! Por favor, tenta ficar calmo. Eu vou ligar pro Jason agora mesmo. Respira fundo! - ela pede, enquanto saca o celular e liga para o namorado.

- Oi, JJ! - atende o médico, com seu bom humor natural, que é logo atropelado pelo nervosismo de JJ.

- Jason, tem algo errado com o Frank!

- Como assim?

- Nós estávamos saindo, e de repente ele parou, colocou a mão na barriga e disse que tem algo errado com o bebê.

- Ele está sentindo dor? Está sangrando?

- Espera! - ela pede, virando sua atenção para o amigo. - Você acha que está sangrando? Está sentindo dor?

- Eu não sei! Eu não sei! Mas tem algo errado, eu sei que tem algo errado! - ele diz, à beira das lágrimas.

- Jason... - JJ volta sua atenção para o namorado.

- Ele consegue se mexer? Você consegue colocá-lo no carro? Traga-o para o consultório agora mesmo. Se ele não conseguir andar, você chama uma ambulância, okay?

- Okay! Okay! Nós estamos indo. Tchau! - ela desliga e volta a amparar o rapaz. - Vamos, Frankie! Eu vou te levar para o consultório. O Jason está esperando por nós.

- Por quê? Por que isso está acontecendo de novo? Eu não quero perder o meu filho, JJ!

- Eu sei, amor, eu sei! Mas você não vai perder o seu filho, eu juro. Você consegue andar?

- Acho... Acho que sim. - ele diz, ensaiando alguns passos.

- Então vamos! Eu vou te colocar no carro, nós vamos ver o Jason e ele vai cuidar de você. Vem, Frankie. Vai ficar tudo bem. Eu prometo! - diz JJ, tentando disfarçar seu próprio nervosismo.

Com cuidado, os dois seguiram para o carro de Frank. JJ acomodou o amigo no banco do carona e correu para o lado do motorista. Aflita, ela saiu cantando pneu e cortando o trânsito como uma motorista de corridas clandestinas. Durante todo o trajeto, Frank não ousou tirar as mãos da barriga. Ele manteve os olhos fechados, fazendo uma prece silenciosa para que seu bebê aguentasse até chegar ao consultório de Jason.

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Por sorte o último paciente da manhã já havia partido e o consultório estava vazio. Jason e sua assistente aguardam, ansiosos a chegada de JJ e Frank. Assim que a porta do elevador se abre, Jason corre em direção à dupla.

- Lisa, me ajuda aqui! - ele pede, colocando um dos braços de Frank ao redor de seu ombro, enquanto sua assistente faz o mesmo.

Os dois conduzem Frank para a sala de exames, com JJ logo atrás, angustiada pelo amigo.

- Lisa, me ajude com as roupas dele! - ele pede, e a enfermeira começa a despir as calças e abrir os botões da blusa social. Jason volta sua atenção pra Frank. - Frank, quando as dores começaram?

- Eu não sei se é dor! Eu não sei o que é! Eu só sei que não é normal. Eu nunca senti isso antes.

- Okay, tudo bem! Mas quando começaram?

- Quando estávamos saindo de casa. - diz JJ, olhando no relógio. - Uns 20, 25 minutos atrás.

- Ele não está sangrando, doutor. - diz a enfermeira, e só então Frank percebe que a mulher está posicionada entre as suas pernas.

- Certo! Frank, eu vou apalpar o seu abdômen. Me diga onde dói, ou onde você sente o desconforto, okay?

- Okay! - ele diz, tampando o rosto com um dos braços. Sua mão livre logo é envolta pela mão de JJ.

- Aqui dói? - pergunta o médico, pressionando um ponto no baixo ventre do rapaz.

- Não.

- E aqui?

- Também não. - diz Frank, e JJ sente a mão do amigo tremer junto à sua.

Jason encosta em mais um ponto do abdômen de Frank, quando sente algo sob seus dedos. Imediatamente o rapaz dá um pulo e se exaspera novamente.

- É isso! É isso! Você sentiu? - diz Frank, erguendo levemente o torço.

- Sim, eu senti. - diz Jason, com uma expressão bem mais tranquila do que a de minutos atrás.

- O que é, Jason? Por favor, o que é isso?

- Lisa, você pode preparar a máquina de ultrassom pra mim, por favor?

- Sim, senhor.

- Oh, meu Deus! Oh, meu Deus! O que está acontecendo? - Frank cobre o rosto com o braço novamente, lutando contra as lágrimas que queimam seus olhos. Ele sente a mão de Jason em seu ombro.

- Frank, olhe pra mim. - pede o médico, com uma voz suave. Frank hesita, mas acaba descobrindo o rosto e olhando pro médico. - Primeiro de tudo, eu preciso que você se acalme, okay? Você não pode ficar nervoso assim.

- Mas...

- Por favor, Frank, respire fundo. Você pode fazer isso por mim? Inspire pelo nariz, conte até três e expire pela boca. Vamos lá, faça junto comigo. - pede o médico, incentivando o rapaz a imitá-lo.

Após quatro repetições, Frank já está relativamente mais calmo, mas seu medo ainda é latente. Ele olha assistente de Jason preparar o aparelho de ultrassom e tenta controlar sua ansiedade.

- Jason, por favor, só me diga se meu bebê está bem.

- Seu bebê está bem, Frank.

- Você tem certeza?

- Certeza absoluta.

- Doutor Martin, o aparelho está pronto.

- Obrigado, Lisa. - ele diz.

- Seu bebê está bem, Frankie. Eu te disse que ia ficar tudo bem. - diz JJ, beijando a testa do rapaz.

- Mas o que está acontecendo?

- Eu já vou te mostrar. - diz Jason, derramando um pouco do gel na barriga do rapaz e espalhando com o transdutor. - Primeiro ouça isso! - ele diz, aumentando o volume e fazer o som do coração do bebê ecoar pela sala. Frank solta um soluço de alívio. Mas sua expressão logo muda ao sentir a estranha sensação novamente.

- Aí! Está acontecendo de novo. - ele diz, quase prendendo a respiração.

- Frank, olhe para o monitor. - Jason pede, e Frank e JJ fixam os olhos na tela do aparelho. - Você consegue ver isso? - ele pergunta, apontando para um ponto da imagem.

- São as perninhas do meu filho?

- Sim, são as perninhas do seu filho. - diz Jason, sorrindo. - Seu bebê está chutando, Frank.

- O... O que? - pergunta o rapaz, perplexo.

- Seu bebê está forte o bastante para chutar e fazer você sentir pelo lado de fora.

- Oh, meu Deus! Meu bebê está chutando.

- Seu bebê está chutando. - Jason sorri, enquanto limpa o gel da barriga do rapaz. - E é melhor você ir se acostumando, porque a tendência é ele ficar cada vez mais forte e ativo.

- Eu não acredito que meu bebê está chutando. Chutando de verdade.

- Frankie, eu... eu posso? - pergunta JJ, fazendo o amigo sorrir.

- Claro que pode. - ele diz, e a moça coloca a mão sobre a barriga do rapaz. Segundos depois o sorriso dela se ilumina.

- Oh, olá! Olá pra você aí dentro. Você realmente gosta de grandes emoções, não é? Bem, então acho que você está na família certa. - ela diz, fazendo todos sorrirem.

- Gerard! - diz Frank de repente. - Eu devia ligar pro Gerard.

- Sim, sim, claro! Pede pra ele te encontrar no Refúgio. - diz JJ.

- Mas e você? Eu não posso te deixar sem carro.

- Eu me viro, Frankie. Não se preocupe. Agora vai, liga pra ele e corre pro Refúgio.

- Eu farei isso! Obrigado, JJ! E obrigado você, Jason. Desculpe pela confusão.

- Imagina! É pra isso que eu estou aqui. - diz o médico, sorrindo. - Bem, nós vamos te dar privacidade para se vestir, depois você está livre pra ir. - diz Jason, deixando a sala de exames com JJ e Lisa.

Sozinho na sala, Frank rapidamente se veste, sentindo novamente certa dificuldade para fechar as calças. Quando já está completamente decente, Frank saca seu celular e liga para Gerard, que atende no segundo toque.

- Oi, meu príncipe! Eu estava pensando em você nesse minuto.

- Eu... Eu também estava pensando em você agora mesmo. - ele diz, com a voz ainda um pouco trêmula, o que não passa despercebido pelo senador.

- Amor, está tudo bem?

- Gee, eu preciso te pedir um favor.

- Claro! Qualquer coisa.

- Você pode me encontrar no Refúgio agora?

- Por quê? O que houve?

- Eu te explico quando chegar lá. Apenas pare tudo o que você estiver fazendo e me encontre no Refúgio.

- Frank, por favor, você está me assustando! Pelo menos me diga que você está bem!

- Eu tô bem, eu juro. Só me encontre no Refúgio, por favor. Agora.

- Eu estou indo! Estou indo nesse momento. - ele diz, e Frank pode ouvir a movimentação e a respiração ofegante de Gerard, que provavelmente já está correndo pelos corredores.

- Eu te vejo lá! Te amo!

- Eu também te amo! - ele diz, encerrando a ligação. E com isso Frank não perde tempo e se apressa para seguir para o Refúgio.

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O trajeto até o Refúgio foi o mais angustiante da vida de Gerard. A cada 20 minutos, ele pedia para Robert acelerar o carro, mesmo sabendo que o motorista já estava no limite legal de velocidade. Ainda assim Robert fez o que pôde para chegar o mais rápido possível, cortando veículos, ultrapassando alguns sinais vermelhos e até pegando um atalho desconhecido por Gerard.

Um pouco mais de uma hora e meia depois, a SUV entrou pela pequena estrada de cascalhos e seguiu até a entrada do Refúgio. A primeira coisa que Gerard viu foi o carro de Frank estacionado. Robert mal teve tempo de parar a SUV totalmente, antes de Gerard saltar do carro e correr para dentro da casa.

- Frank! - ele chama, freneticamente, quando irrompe porta adentro. - Frank!

- Aqui. - diz o rapaz, levantando do sofá. Gerard corre ao seu encontro.

- O que foi? Você está bem? O bebê está bem? Qual o problema? - ele pergunta, aflito.

- Aqui, me dá a sua mão. - diz Frank, sereno, guiando a mão do senador até sua barriga, bem abaixo do umbigo.

- O que foi? Tem algo errado com o bebê?

- Só espere um minuto. - ele diz, sentindo o corpo de Gerard vibrar em ansiedade.

Alguns segundos se passam e Gerard já não pode controlar seu nervosismo. Ele se prepara para dizer alguma coisa, quando uma trepidação sob a palma de sua mão o faz se calar. Seus olhos se arregalam e ele perde totalmente a linha de raciocínio. Ele olha para a barriga do amado, em completo choque. Quando o movimento acontece novamente, ele sente seu coração pular uma batida. Ele ergue os olhos, encontrando o rosto emocionado de Frank sorrindo pra ele.

- Isso... - começa Gerard, engasgando em suas palavras. - Isso é o que eu estou pensando?

- Depende. Você está pensando que é o nosso bebê chutando? - pergunta Frank, com o maior sorriso do mundo.

- Oh, meu Deus, Frank! Nosso bebê está chutando. Nosso bebê está chutando de verdade. Eu posso sentir.

- Eu também, acredite.

- Dói? Você está bem?

- Não dói, mas definitivamente me pegou de surpresa. Eu entrei em pânico achando que era outro episódio de pré-eclampsia. A JJ me levou correndo no consultório do Jason. Ele me examinou e disse que era só o nosso neném mostrando que está ficando cada vez mais forte.

- Oh, Deus! Obrigado! Obrigado por esse presente lindo. - ele diz, tomando o rosto de Frank e beijando-o de forma apaixonada.

- Mas eu não fiz nada.

- Você fez tudo! Você está gerando o nosso bebê. Está cuidando, nutrindo, protegendo e deixando que cresça e fique cada vez mais forte. Você é incrível, Frank! - ele diz, puxando o rapaz para um abraço.

Logo em seguida ele se ajoelha na frente de Frank e coloca as duas mãos na barriga do rapaz. Ele encara a barriga por alguns segundos, até sentir outro chute sobre sua mão, o que o faz abrir um enorme sorriso.

- Oi, bebê! Ah, eu estou tão feliz por finalmente poder sentir você. Seu pai e eu esperamos tanto tempo por isso. Você está nos fazendo muito feliz. Ainda mais feliz, pra dizer a verdade. Nós te amamos tanto, bebê! Mal podemos esperar para te ter nos braços. - ele diz, e o bebê chuta de novo.

- Eu acho que ele gosta da sua voz.

- Sério?

- Sim. Ele tem chutado bem mais forte, desde que você chegou.

- Nós vamos ser um time, não é? Você vai ser a garotinha do papai.

- Ou o garotinho. - diz Frank, e Gerard ri.

- Eu realmente não me importo se você é menino ou menina, eu só quero que você venha com muita saúde e seja muito feliz.

- Nós vamos fazer de tudo para que ele seja feliz, não é? Nós vamos dar uma família de verdade pra ele, não vamos? - pergunta Frank, com a voz oscilante. Gerard se levanta, toma o amado nos braços e beija sua testa.

- Nós vamos dar o mundo pra ele. Eu te prometo.

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Após o grande evento de quarta feira, Gerard e Frank se sentiram incapazes de voltar ao trabalho. Os dois se isolaram no Refúgio e passaram o dia curtindo o novo marco na vida de seu bebê. A cada chute os papais não conseguiam conter a alegria e a emoção. Eles só romperam sua pequena bolha particular para fazer um Facetime com a família de Frank e contar a novidade.

Sem grandes surpresas, Christine caiu em prantos e mal conseguiu proferir uma única frase coerente. Já Harry tentou se fazer de durão, mas sua emoção era evidente. Gerard e Frank conversaram mais um pouco com os pais de Frank, mas optaram em deixar o episódio da pré-eclampsia fora por enquanto. Esse é um momento de felicidade. Assuntos sérios podem ficar pra depois.

Frank perguntou pelo avô, mas Harry disse que Jack andava ocupado com alguma coisa e que tem passado quase todas as tardes fora de casa. Frank perguntou o que era, mas Harry não soube dizer. Ele, então, pediu que o pai contasse a novidade ao avô e avisasse que Frank retornaria o Facetime durante o final de semana, assim eles poderiam conversar melhor. Harry prometeu que daria o recado e os quatro se despediram com muitos beijos e desejos de felicidades.

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A quinta feira chegou e Frank finalmente voltou ao trabalho. Para sua surpresa, o rapaz é recebido com um abraço caloroso e felicitações tanto de June, quanto de Adam. Emocionado, ele agradece o apoio e o carinho da equipe. Após um breve resumo sobre a condição de Frank, incluindo as últimas novidades, a equipe pôde, enfim, voltar ao trabalho, e correr para colocar em dia o trabalho atrasado.

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Quando Cole acordou na manhã de sexta feira, ele se remexeu na cama, mas encontrou o lado de Bethany vazio. Erguendo o corpo e olhando pelo quarto, ele viu a porta do banheiro entre aberta. Saltando da cama e enrolando o lençol ao redor da cintura, para cobrir suas partes íntimas, ele seguiu até o banheiro, onde encontrou Bethany vestida e se maquiando de frente ao espelho.

- Bom dia. - ele diz, com os cabelos bagunçados e a cara amassada de sono.

- Bom dia. - ela responde, olhando para o homem de cima abaixo pelo reflexo do espelho. - Eu vou acreditar que isso tudo é alegria em me ver. - ela diz, fazendo o homem cobrir seu fenômeno natural matinal.

- O que você está fazendo acordada há essa hora? E melhor, por que está arrumada?

- Porque eu vou ao Capitólio, confrontar o meu marido e o gigolô dele.

- Agora?

- Sim. Eu resolvi seguir o seu conselho e pegá-los em um momento desprevenido. O Gerard jamais esperará me ver no Capitólio depois das duas discussões que tivemos essa semana. Eu vou pegar os dois no flagra e acabar com eles. Humilha-los. Destruí-los. Mas na privacidade do gabinete do meu marido, sem o risco de qualquer dano irreversível. Essa nojeira termina hoje. - ela diz, terminando de passar seu batom vermelho. Cole se aproxima e a abraça por trás.

- Assim que eu gosto de te ver. Você me deixa excitado quando fala assim.

- Bom saber. 

- Bem, agora se você me der licença, eu preciso tomar um banho e resolver... bem, você sabe. - ele diz, olhando pra baixo.

- Tá bom, só não demore muito. - ela diz, recolhendo seus pertences. Antes de sair, ela para ao lado do homem e sussurra em seu ouvido. - E não desperdice tudo. Nós vamos usar mais tarde. - e com isso, ela sai, fechando a porta do banheiro atrás de si.

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Após se reunir com a equipe pela manhã e traçar a estratégia de trabalho para a próxima semana, que promete ser uma semana bem agitada, com o início da preparação para o lançamento da candidatura de Gerard para a reeleição do Senado, o senador delega as funções de cada um.

Adam ficará responsável por alimentar as mídias sociais e agendar entrevistas com jornais, revistas e programas de TV especializados. June vai roteirizar todas as reuniões do senador e eventos que ele precisará comparecer durante a semana. E Frank vai trabalhar diretamente na estratégia de campanha do senador, enquanto supervisiona o trabalho da equipe.

Com a reunião encerrada e as tarefas delegadas, Gerard dispensa Adam e June, ficando sozinho com Frank em seu gabinete. A primeira coisa que o RP faz é abrir o paletó, esticar o corpo e sorrir, ao sentir o filho chutar. Ele leva a mão à barriga e esfrega círculos no local onde o bebê desfere seus chutes.

- O bebê está chutando? - pergunta Gerard.

- Sim, ele está agitado hoje. Aqui, sente só! - diz Frank, colocando a mão do senador sobre a barriga. Uma expressão de surpresa surge no rosto de Gerard.

- Uau! Eu acho que os chutes estão ficando mais fortes.

- Eu concordo. Ele está ficando mais forte a cada dia.

- Que bom! E você, como está se sentindo?

- Eu me sinto bem. Ainda não me acostumei 100% com os chutes, ele ainda me pega de surpresa de vez em quando, mas eu estou bem. Estou ótimo, pra dizer a verdade.

- É isso que eu gosto de ouvir. - ele diz, dando um leve beijo nos lábios do rapaz.

De repente, uma pequena comoção do lado de fora chama a atenção do casal. Duas vozes femininas, ligeiramente alteradas ecoam através da parede e no segundo seguinte, a porta do gabinete se abre, revelando Bethany e June logo atrás.

- Sra. Way, a senhora não pode entrar, eu preciso... - diz a secretária, tentando conter Bethany, que claramente a desdenha.

- Desde quando eu preciso ser anunciada, garota? Eu sou a esposa do senador, eu posso entrar no gabinete do meu marido a hora que eu quiser. - ela declara, invadindo a sala, para total choque de Frank e Gerard.

- Bethany, o que você está fazendo aqui? - pergunta Gerard, tentando disfarçar seu nervosismo.

- Ora, meu querido, eu vim porque precisamos conversar.

- Nós podemos conversar depois ou em outro lugar.

- Não, nós vamos conversar aqui e agora! Eu, você e seu... - ela diz, direcionando seu olhar para Frank pela primeira vez desde que entrou no gabinete.

Os olhos de Bethany pairam sobre o rosto assustado do rapaz, mas lentamente vão descendo para algo que lhe chama a atenção. A mulher sente o sangue gelar ao scannear o torço do homem. Com o paletó aberto, a barriga de 23 semanas de gestação de Frank se destaca através da camisa. O choque que estampavam os rostos de Gerard e Frank, agora é dividido por Bethany.

Vendo Bethany virar a cabeça lentamente em sua direção, Gerard vê a expressão da mulher mudar de choque para repulsa e então para raiva.

- Oh, meu Deus! - ela diz, levando a mão à boca. - Ele está grávido. 


Notas Finais


Eeeeeeeeee... BOOOOOMMMM!!!!!

Bem, meus amores, pra quem estava se perguntando quando esse momento chegaria... Agora não temos mais como fugir! O segredo foi revelado!!! E agora?? O que vai ser???

MIL BEIJOS PARA VOCÊS!!!!!!!!


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