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História House Of Wolves - Tão Perto e Tão Longe


Escrita por: WantedKilljoy21

Notas do Autor


AMORES DO MEU CORAÇÃO!!!

Desculpem a ausência, mas as duas últimas semanas foram um caos pra mim. Mas parece que, finalmente, as coisas estão voltando pro lugar.

Quero pedir desculpas pra quem não teve o comentário respondido. Não tive condições mesmo. Mas responderei entre hoje e amanhã, sem falta!!!

Queria mandar um BEIJO ENORME para a linda ~Watermelon96 que fez aniversário semana passada!!! Felicidades sempre, minha linda!!! Tudo de bom pra ti.

Bem, sem mais delongas, segue o capítulo!!!! Espero que gostem.

Boa leitura, nos vemos lá embaixo.

Capítulo 21 - Tão Perto e Tão Longe


Fanfic / Fanfiction House Of Wolves - Tão Perto e Tão Longe

O sábado amanheceu com céu aberto e clima ameno, cenário ideal para uma caminhada. Então Gerard, depois de acordar, ir à feira e preparar o café da manhã, ligou para Jason e perguntou se Frank já estava liberado para pequenas caminhadas. O médico garantiu que, se o rapaz se mantivesse hidratado, parasse para descansar a cada 20 minutos e não encarasse nenhuma trilha extenuante, ele estaria totalmente liberado para voltar à sua rotina de caminhadas aos finais de semana. E foi o que Gerard se programou para preencher a manhã.

Acordando Frank com beijos e carinhos na barriga, o senador conduziu o amado até o banheiro, onde Frank realizou seu ritual de higiene matinal. Os dois, então, desceram e se deliciaram com o farto café da manhã. Já alimentados, Frank seguiu para colocar uma roupa mais apropriada para a caminhada, enquanto Gerard arrumou a mochila que os dois levarão para o passeio. 

Após o susto com Frank durante a semana, Gerard ficou extremamente cauteloso com o passeio, mas durante a uma hora de caminhada, Frank se sentiu muito bem, completamente renovado e disposto. Como combinado, de tempos em tempos, eles paravam para se hidratar, comer algum lanche leve e descansar. Nesse ritmo, os dois percorreram cerca de quatro quilômetros, contando a ida e a volta.

De volta em Refúgio, foi a vez de Frank comandar o fogão, enquanto Gerard conferia alguns documentos enviados por June. O Senador Beckett marcou algumas reuniões durante a semana e dois jantares especiais do partido, o que significa que Gerard terá que comparecer com Bethany. Um frio lhe corre a espinha e seu semblante se fecha. Por mais que ele queira se esconder do mundo junto com Frank, logo logo eles precisarão voltar à realidade e lidar com o problema "Bethany". Mas Gerard ainda não está pronto pra isso. Ele ainda não está pronto para deixar seu conto de fadas, especialmente ao erguer os olhos do computador e ver Frank na cozinha. Ele sorri para a imagem.

Frank está descalço, com uma calça de flanela que cai perfeitamente em seus quadris, exatamente abaixo da linha onde começa seu baixo ventre. Uma camiseta branca, de tecido bem leve, faz o contorno perfeito de seu corpo. Com uma mão, ele mexe a colher do ensopado que borbulha no fogão, com a outra, ele passeia por sua barriga, provavelmente sentindo os chutes do bebê. Há um sorriso radiante em seu rosto, daqueles que fazem Gerard perder o fôlego. O senador só percebe que se perdeu em seus pensamentos, quando o jovem precisa erguer um pouco a voz, para chamar sua atenção.

- Gerard! - ele chama.

- Oi, amor! Desculpa, eu estava distraído.

- Eu percebi. - Frank sorri.- Está tudo bem?

- Está sim, eu só me distraí pensando em você. Em como você é lindo, em como eu te amo e em como eu sou o homem mais sortudo do mundo por ter você e nosso bebê. - ele diz, fazendo o rapaz ruborizar e sentir os olhos marejados.

- Gee, eu estou começando a ficar cheio de hormônios no corpo. Assim você vai me fazer chorar. - ele diz, cobrindo o rosto e fazendo Gerard largar o notebook e seguir para a cozinha, envolvendo o rapaz em seus braços.

- Oh, meu amor! - ele diz, beijando a ponta do nariz do rapaz. - Não precisa ter vergonha, afinal de contas essa é uma reação natural do seu corpo. E mesmo se não fosse, eu não quero que você esconda suas lágrimas de mim nunca. Eu te amo dos pés à cabeça, não tem um único fio de cabelo seu que não seja perfeito pra mim. - ele diz, limpando as lágrimas do rapaz.

- Você é fantástico. - Frank sorri.

- Não tanto quanto você. Mas me diga, você precisa de mim pra alguma coisa?

- Eu só queria sabe se podia colocar açafrão no ensopado.

- Claro que pode. Eu adoro, e os benefícios pra você e pro bebê são ótimos. - ele diz, vendo Frank polvilhar o tempero na panela.

- Então tá bom! E os emails que a June mandou, alguma coisa importante? - ele pergunta e Gerard gela. Ele não está pronto para mencionar que terá que comparecer a dois eventos com Bethany durante a semana.

- Nada de mais. Só umas reuniões com o pessoal do partido e com o Senador Beckett. - ele diz, sentindo o coração apertar por ter que esconder isso de Frank nesse momento.

- Okay, depois você me passa.

- Na segunda a gente vê isso.

- Por mim tá ótimo! Bem, o ensopado tá pronto. Vamos comer?

- Vamos, estou morrendo de fome.

Gerard ajuda Frank a colocar a mesa e os dois dividem uma refeição deliciosa juntos, enquanto conversam sobre trivialidades. Entre alguns assuntos, o casal debateu que já está mais do que na hora do bebê revelar se é menino ou menina, pois apesar deles terem a intenção de decorar os dois quartos com temas neutros, é preciso pensar em roupas e, especialmente, em nomes.

- O que você acha de Noah? - pergunta Frank.

- Noah é um nome masculino. - responde Gerard.

- Sim, porque existe 50% de chance do nosso bebê ser menino, então acho que devíamos ter algumas opções masculinas e femininas.

- Tudo bem, você está certo! Noah? - diz Gerard, reflexivo. - Noah é um belo nome. Simples. Gostei.

- Noah Iero. Gostei também.

- Ás vezes eu esqueço que o bebê só vai ter o seu sobrenome. - diz Gerard, suspirando resignado.

- Gee, você sabe...

- É, eu sei. - ele força um sorriso. - Que tal Elizabeth? Nome de rainha. Mas podíamos chamá-la de Lizzie.

- Eu gosto, mas como você mesmo disse, é nome de rainha. Muito pomposo. Eu gosto de algo mais simples, mais delicado.

- Então podemos descartar William também, se seguirmos essa linha.

- Concordo! E Ryan?

- Simples demais. Ainda prefiro Noah. O que acha de Ava?

- Lindo! Podemos colocar na lista. E Samuel? Podíamos chamá-lo de Sam.

- Eu gosto de Sam. Pode colocar na lista. E nomes ligados à natureza?

- Como assim?

- Como Summer, Daisy, Rose, Poppy?

- Eu não sabia que você gostava de nomes exóticos. - diz Frank, sorrindo.

- Não são exóticos, são ligados à natureza. Nosso bebê vai passar muito tempo em meio à natureza. E tem nomes masculinos assim também. Tem River, Bear, Forrest.

- Uau, bem diferentes. Vamos lá! Eu gosto de Summer e Daisy, para menina, e River para menino. Eu não me vejo colocando o nome do nosso filho de Bear ou Forrest.

- Okay, então Summer, Daisy e River estão na lista. Como estamos até agora?

- Temos Noah, Samuel e River, para meninos. E Ava, Summer e Daisy, para meninas. O que mais?

- Madison, Grace, Harper, Lyla...

- Eu gosto de Harper e Lyla. - diz Gerard- E Benjamin? Podemos chamá-lo de Ben ou Benny. Ou David? Henry?

- Gostei de Benjamin e Henry.

- Então chegamos numa contagem de cinco pra cada lado, é isso?

- Acho que sim!

- Recapitulando... Temos Noah, Samuel, River, Benjamin e Henry para meninos. E Ava, Summer, Daisy, Harper e Lyla para meninas.

- Eu gosto! É uma boa seleção! - diz Frank, satisfeito.

- A não ser que você queira um nome unissex.

- Como assim? Como Taylor, Bailey, Alex, Drew...

- Não! Sem nome unissex. Eu quero um nome que combine com a personalidade no nosso bebê. Se quando ele crescer, achar que precisa se transformar e encontrar outro nome que combine com ele, tudo bem. Mas por agora, eu quero um nome especial, pensado com muito carinho.

- Concordo com você. Bem, então temos uma lista com dez. O nome do nosso bebê pode ser um desses.

- É empolgante, não é?

- Muito! Não vejo a hora desse mistério todo acabar, pra gente decidir qual vai ser seu nome de verdade. - diz Gerard, colocando a mão sobre a barriga de Frank. - E pro seu pai parar de teimar comigo, e aceitar que você é uma menina.

- Ah, eu mal posso ver a sua cara, quando o Jason confirmar que é um menino. - diz Frank, rindo, e recebendo um beijo de Gerard.

Logo depois da discussão sobre os nomes, Frank fez um Facetime com os pais, e dessa vez, Jack estava presente. Quando perguntado sobre o que andava aprontando toda a tarde, o senhor se limitou a dizer que estava cuidando de alguns assuntos, que o neto sabia bem o que era, o que fez toda a família acreditar que ele estava passando as tardes paquerando no Centro Comunitário.

Entre uma conversa e outra, Frank se lembrou de perguntar à mãe detalhes sobre seu nascimento, o que rendeu quase duas horas de relatos com detalhes extremamente gráficos para o gosto dos dois homens. No final, Frank acabou sabendo que nasceu com 3,340kg e 51cm. Um bebê considerado relativamente grande, mas nada que se comparasse a Gerard. Christine riu dos dois e Harry aproveitou para sugerir uma aposta para descobrir quem se aproxima mais de determinar o peso e altura do bebê.

Frank e a família conversaram por mais algum tempo, até encerrarem a ligação e o casal resolver se entreter com séries de TV pelo final do dia.

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No domingo, Frank acordou ligeiramente indisposto. Nada muito grave, apenas um mal estar, mas que logo deixou Gerard em alerta. Rapidamente o senador ligou para Jason, que após realizar algumas perguntas, determinou que o mal estar fazia parte desse período da gestação. O obstetra recomenda repouso, bastante líquido e refeições leves.

Frank seguiu as recomendações e passou o dia deitado no sofá da sala, assistindo o Food Network, com os pés aconchegados sobre o colo de Gerard. Vez ou outra o senador levantava para preparar um lanche e uma bebida para os dois. Em uma dessas idas à cozinha, Gerard está entretido, preparando uma vitamina de frutas, quando sente seu celular vibrar em seu bolso.

Retirando o aparelho, ele vê que se trata de uma mensagem de Bethany. Seu sangue gela instantaneamente. Gerard pensa em apagar a mensagem, mas antes que se dê conta, seu dedo clica em abri-la.

"Olá, querido! Acabei de receber os convites para os jantares do partido. Estou ansiosa por isso. Estarei pronta pontualmente, como sempre, então espero que você também, caso contrário, eu posso ficar ansiosa e acabar ligando para o seu pai para matar o tempo. E eu pensei, se ele vai ficar furioso com a Courtney, imagina o que ele não deve fazer com seu precioso Frank? Mas nós não precisamos nos preocupar com isso não é? Bem, tenha um ótimo final de semana, aproveite ao máximo! Temos duas festas e quero você com o melhor dos humores."

O estômago de Gerard embrulha na hora. O telefone treme em suas mãos. Erguendo os olhos, ele vê Frank deitado no sofá, vendo televisão, completamente alheio ao real perigo que ele corre. Se Bethany contar sobre eles para Thomas, Gerard não pode nem imaginar do que o pai seria capaz de fazer. Um nó se forma em sua garganta e Gerard engole seco, seus olhos ardem ele precisa respirar fundo e recuperar a compostura o mais rápido possível. Ele precisa pensar em algo. E precisa pensar rápido. Ele precisa manter Frank e o bebê em segurança.

Voltando para o sofá, com os dois copos de vitamina, Gerard se senta ao lado do amado em silêncio, sentindo-se torturado por angústia. A mudança de comportamento não passa despercebida por Frank.

- Ei, você tá bem? - ele pergunta, ao receber seu copo de vitamina de forma mecânica.

- Estou sim. Não se preocupe. Eu só estou pensando nas reuniões dessa semana. - diz Gerard, forçando um sorriso.

- Tem certeza? - pergunta Frank, sem sentir muita segurança no senador.

- Absoluta, meu amor. Agora tome a sua vitamina. - ele diz, dando um beijo na testa do rapaz.

Sem querer se estender muito no assunto e parecer paranoico, Frank se concentra em sua vitamina e volta sua atenção para a TV, enquanto se aconchega em Gerard. Já Gerard, não consegue manter a atenção em mais nada. O dia terminou pra ele. 

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Gerard não pregou os olhos durante toda a madrugada. Cenários e mais cenário assustadores passaram por sua cabeça. Centenas de possibilidades onde Frank terminaria em perigo o atormentaram durante a noite. Ele jurou, ele fez uma promessa de que Frank e seu bebê seriam sua prioridade e que a segurança deles viria em primeiro lugar. E isso precisa ser feito, custe o que custar.

Sentado na bancada da cozinha, Gerard já está em sua terceira caneca de café e ainda não são nem 7:00h da manhã. Seus olhos estão perdidos e suas mãos ligeiramente trêmulas. Tanto que, ao sentir uma mão em seu ombro, ele quase derruba a caneca. Olhando pra trás, assustado, ele dá de cara com Frank, com uma expressão tão espantada quanto a sua.

- Me desculpe, eu não queria te assustar. - diz o rapaz.

- Não tem problema, a culpa é minha. Eu estava distraído.

- Você está distraído desde ontem. - comenta o rapaz, dando um beijo no rosto do senador e seguindo para os armários da cozinha, para preparar seu café da manhã. - Alguma coisa que eu possa ajudar?

- Não, infelizmente não tem nada que você possa fazer. Eu preciso resolver sozinho. - ele diz, chamando a atenção do rapaz.

- Você me deixa um pouco nervoso quando fala assim.

- Não fique. Vai ficar tudo bem. - Gerard finge um sorriso e volta sua atenção para seu café.

Imaginando que o amado tenha acordado de mau humor, Frank resolve não pressionar. Ele prepara seu café e se senta ao lado do homem, na bancada da cozinha. Enquanto come seu desjejum, Frank confere o jornal do dia, tarefa que os dois normalmente fazem juntos, mas dessa vez, Gerard parece só ter olhos para seu café.

Depois de quase 20 minutos de silencio total, Frank está quase terminando sua tigela de frutas, quando ouve Gerard falar num tom uníssono, quase sem emoção.

- Acho que devíamos dar um tempo essa semana. - ele diz, e se Frank não já não tivesse terminado sua colherada, com certeza teria se engasgado. Ele olha pra Gerard com os olhos arregalados.

- Como assim, dar um tempo?

- Você sabe, manter a distância um pouco.

- Você está terminando comigo? - a voz de Frank sai baixa e trêmula, o que parte o coração de Gerard.

- Não! De jeito nenhum. Mas com tudo o que aconteceu na sexta, com a Bethany em cima da gente, eu só acho que devíamos manter uma certa distância, sair um pouco do radar dela. Pelo menos até a poeira baixar. - ainda sentindo como se tivesse levado um soco no coração, Frank não pode negar que Gerard tem certa razão.

- E como você pretende que façamos isso?

- Eu não sei. Podíamos tentar não ficarmos a sós, ou fisicamente juntos no mesmo ambiente. Nos falarmos o estritamente necessário. - Gerard sugere, e o soco de antes, se transforma em um punhal que atravessa o peito de Frank, mas assim mesmo o rapaz mantém sua postura.

- Entendo.

- Não é pra sempre, Frank. É só até a poeira baixar. Até ela se acalmar.

- E você realmente acha que ela vai se acalmar até o bebê nascer? Ou quem sabe até o aniversário de um aninho dele? Ou pelos próximos 18 anos?

- Frank, não foi o que eu quis dizer. Eu só estou falando que está tudo muito recente. Ela está fervilhando de ódio no momento. Eu sei, eu a conheço. Eu só quero te proteger. - ele diz, fazendo Frank baixar um pouco a guarda, mas não diminuir a dor em seu coração.

- Okay, tudo bem! Você está certo. É melhor assim mesmo.  - ele diz, forçando um sorriso. - Bem, eu vou tomar um banho, não quero me atrasar pro trabalho. - ele diz, levantando da bancada e seguindo para o segundo andar.

- Frank... - Gerard até tenta chamá-lo de volta, mas é em vão, então o senador abaixa a cabeça sobre a bancada e torce para estar tomando a decisão certa.

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A breve despedida, que normalmente é doce e cheia de carinhos, foi seca e prática. Frank parou alguns segundos para que Gerard acariciasse sua barriga e falasse com o bebê, mas logo juntou suas coisas e seguiu para seu carro, dando a partida e sumindo pela estrada de cascalho. Era como se seu coração tivesse sido arrancado de seu peito. Gerard precisou engolir o nó em sua garganta e respirar fundo, antes de entrar na SUV e seguir para o Capitólio, minutos depois da partida de Frank.

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O clima pesado parece ter tomado conta de toda equipe de Gerard. Era notável como June e Adam estavam desconfortáveis durante a primeira reunião matinal. Conforme os dois passavam a agenda da semana e as estratégias midiáticas para o início da preparação da campanha de reeleição, eles não conseguiam evitar olhar para o casal, que optou sentar em pontos opostos do sofá e mal fizeram contato visual durante todo o período.

Após Adam fazer um check list de suas funções da semana, foi a vez de June passar a agenda do senador.

- O senhor tem uma reunião a portas fechadas com o Senador Beckett hoje, na parte da manhã. E na parte da tarde, tem seção no plenário.

- Okay. - ele diz, anotando na agenda de seu celular, enquanto Frank anota em sua agenda física.

- Amanhã o senhor tem duas entrevistas na parte da manhã. Uma para a CBS e outra para a CNN.

- O Adam precisará acompanhar o senador nas entrevistas, eu tenho compromisso na parte da manhã. - diz Frank, sem erguer os olhos da agenda, chamando a atenção de todos. O peito de Gerard se comprime, sabendo que Frank se refere à consulta com Jason.

- Tudo bem, eu posso acompanhar o senador. Aproveito e preparo o material para alimentar as redes sociais ao mesmo tempo.

- Ótimo! - diz Gerard. - Mais alguma coisa amanhã, June?

- Na parte da tarde o senhor tem uma reunião do partido e uma vídeo conferência com o Governador da Flórida.

- Certo. E na quarta?

- Quarta o senhor tem plenário a manhã toda e início da tarde. Debate e votação de projetos de lei. E a noite... - June começa, mas se cala. Frank ergue os olhos e Gerard engole seco.

- Algum compromisso a noite? - pergunta Frank.

- Na noite de quarta, o senador tem uma festa do partido. Sua presença e a da Sra. Way já foram confirmadas pela organização. - ela diz, e pela primeira vez desde o início da reunião, Frank se atreve a trocar um olhar com Gerard. Os dois homens tentam manter a expressão impassível, mas é quase impossível.

- Prosseguindo. - diz Frank. - Na Quinta?

- Quinta feira o senador tem compromisso externos durante todo o dia. Na parte dá noite, haverá um jantar na casa do Presidente do Partido. Sua presença e a da Sra. Way também já foram confirmadas. - diz June. Gerard lança um olhar para Frank, mas dessa vez ele não é correspondido.

- Sexta? - pergunta Frank, tentando disfarçar o tremor em sua voz.

- Sexta é o dia inteiro de plenário, apenas com pequenos intervalos.

- Certo! Então acho que encerramos por aqui. - diz Frank, fechando sua agenda e levantando-se o mais rápido que sua atual condição permite. Por estar mais próximo, é Adam que o ampara, sustentando-o pelo cotovelo, até que o rapaz retome o equilíbrio. O coração de Gerard quase para com a cena. - Obrigado, Adam. Centro de gravidade comprometido. - ele brinca, forçando um sorriso.

- Já estou acostumado. Minha esposa parecia um João-Bobo nos últimos meses. - diz o assessor de imprensa, conseguindo arrancar uma risada sincera de Frank.

- Bem, vamos trabalhar! - diz o RP. June e Adam deixam o gabinete rapidamente, deixando Frank pra trás.

Antes que o RP consiga alcançar a porta, Gerard o segura pelo braço, fazendo-o olhar para trás.

- Frank, você está bem?

- Claro. - ele diz, de maneira simples e suave.

- Você quase caiu ainda há pouco.

- Eu levantei muito rápido, me desequilibrei, só isso.

- Tem certeza?

- Absoluta. Bem, é melhor você começar a se preparar para a reunião com o Senador Beckett.

- E você?

- Eu vou preparar o material que você vai levar para o plenário.

- Okay. Eu peço pra June buscar, antes de eu seguir para o plenário.

- O que você achar melhor. Tenha um bom dia de trabalho. - ele diz, deixando o gabinete e seguindo para sua sala.

A porta do gabinete fica aberta e Gerard pode ver os olhares de June e Adam, após a partida de Frank. Claramente a dupla percebeu a mudança de comportamento do casal de sexta para cá e sabem do incidente causado por Bethany, mas Gerard não tem espírito para pensar nisso agora. Ele precisa se manter no plano, no que ele acha que será melhor para Frank, mesmo que não seja bom pra ele e mesmo Frank não consiga enxergar o seu lado por enquanto.

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Como era de se imaginar, a segunda feira foi a pior possível. Frank e Gerard mal se viram, e quando se viram, trocaram, no máximo, meia dúzia de palavras. Isso não colaborou com o humor do casal. Enquanto Gerard parecia distraído e melancólico, Frank parecia um cachorro que caiu da mudança.

Seja por culpa dos hormônios, ou de seu coração magoado, as idas ao banheiro durante o dia não foram poucas. Frank não podia se permitir chorar na frente de seus funcionários, então, quando as lágrimas ameaçavam, escapar, ele se trancava na privacidade do banheiro de sua sala e se permitia chorar por alguns segundos.

Em casa foi um pouco mais difícil esconder seu estado de espírito. JJ tem olhos de águia e notou de longe que havia algo errado. Mas após insistir algumas vezes e sempre receber a mesma resposta, de que estava apenas indisposto, a moça desistiu, mas suas antenas continuaram ligadas.

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Enfim chegou a terça feira e a consulta da 24ª semana. Normalmente Frank estaria empolgado, extasiado, no entanto, todo o caminho até o consultório foi feito em silêncio, com olhares perdidos e mente distraída.

Frank mal reagiu aos exames físicos que tanto o incomodam, e só realmente abriu um sorriso genuíno ao iniciar o exame de ultrassom. É impossível conter o sorriso ao ouvir o coração de seu bebê batendo alto e forte. Ele se concentra nesse som, tentando esquecer o resto do mundo. Sentir seu filho se mexer dentro dele, ouvir seu coração, o faz lembrar que ele nunca estará sozinho no mundo. Independente do que aconteça daqui pra frente, ele sempre terá alguém que tomará conta de seu coração e será seu grande amor pro resto da vida.

- Parece tudo ótimo por aqui, Frank. - diz Jason, operando a máquina de ultrassom.

- Que bom! - diz Frank.

- E o sexo? Alguma novidade? - pergunta JJ. Jason examina mais um pouco, mas respira frustrado.

- Nada ainda. Acho que esse é o bebê mais difícil que eu já lidei.

- Ah, puxou o pai com certeza. Tem certeza que não quer fazer o exame de sangue, Frank? - diz JJ.

- O resultado fica pronto em dias.

- Não, tá tudo bem. Eu realmente não me importo mais com o sexo do bebê. Nós só temos duas opções mesmo, não é? Não teremos grandes surpresas. - ele diz, na tentativa de fazer uma piada, mas não funciona muito bem, já que JJ e Jason parecem desconcertados com o comentário do rapaz. - Bem, nós já acabamos aqui? Eu realmente tenho que voltar ao trabalho. Minha semana está um caos.

- Sim, sim! Terminamos. - diz Jason, limpando o gel da barriga do rapaz. - Vou marcar sua próxima consulta para a 26ª semana, okay?

- Combinado! Bem, preciso trocar de roupa.

- Claro, vamos te dar um pouco de privacidade. - diz Jason, conduzindo JJ para fora da sala.

Os dois seguem até o consultório de Jason. O médico abre a porta, dando passagem para a namorada passar. Assim que fecha a porta atrás de si, ele se vira para JJ.

- Certo, foi impressão minha ou tem alguma coisa errada com o Frank?

- Que bom que não fui só eu que notei. Ele está assim desde ontem.

- Sabe se aconteceu alguma coisa?

- Que eu saiba não. Mas definitivamente ele está esquisito.

- Bem, fisicamente ele está bem, eu só estou preocupado mesmo com o emocional dele.

- Você acha que devíamos ligar pro Gerard?

- Acho que não. Pelo menos não por agora. Pode ser algo particular dele. Além do mais, eu tenho um código de ética a seguir.

- Eu não! - diz JJ, dando de ombros.

- Façamos o seguinte: vamos dar uns dias pra ele. Se nada mudar, a gente faz alguma coisa. Não vamos interferir agora. Não há nada de errado medicamente falando.

- Okay, okay. Alguns dias. Até o final da semana. Depois disso, eu vou descobrir o que está acontecendo, nem que tenha que interrogá-lo.

- Caso contrário, não seria você. - Jason sorri, beijando a namorada.

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E não há nada que esteja ruim o suficiente e que não possa piorar. Assim que sai do elevador, no andar do gabinete de Gerard, Frank segue até sua sala. Mas ao olhar para o corredor e ver a porta de Gerard aberta, seu coração para. As duas equipes de filmagem estão deixando o gabinete com seus equipamentos e pessoal. Logo atrás vem Adam com seu notebook e material. E por último vem Gerard. Mas o senador não está sozinho. Logo ao seu lado vem Bethany, plena e radiante, estampando um belo sorriso no rosto e segurando o braço do marido, como se o incidente de sexta não tivesse acontecido.

Frank quer correr, se trancar em sua sala, abrir um buraco sob seus pés e desaparecer, mas seu corpo está paralisado. O primeiro que o vê é Adam, que se apressa em sua direção.

- Sr. Iero. - ele chama, sem fazer muito estardalhaço. - As entrevistas correram perfeitamente bem. Será que podíamos ir até a sua sala e conversar sobre os detalhes? - ele pergunta, claramente tentando evitar um encontro entre Frank e o casal Way. Mas parece tarde demais. Antes que Frank possa seguir Adam para dentro de sua sala, uma voz feminina ecoa pelo corredor.

- Ah, Sr. Iero! Que surpresa maravilhosa encontrá-lo. - diz Bethany, com a voz recheada de ironia e veneno. Frank precisa engolir seco.

- Como vai, Sra. Way?

- Vou muito bem, obrigada! Eu vim fazer uma surpresa para o meu marido e acabei pegando-o durante uma entrevista. Você acredita que o pessoal da CNN insistiu para eu participar? E o pessoal do partido disse que é muito importante para o público me ver ao lado do Gerard, ver como somos um casal exemplo. Jovens, apaixonados e idealistas. Praticamente perfeitos um para o outro. - diz Bethany, sorrindo. Frank cruza o olhar com Gerard, mas não consegue decifrar o que o senador estar pensando. Rapidamente ele volta sua atenção para Bethany.

- É muito bom mesmo para a imagem dele. Bem, se vocês me dão licença, eu e o Sr. Carter temos trabalho a fazer.

- Ah, claro, não queremos incomodar. Além do mais, nós vamos aproveitar o tempinho livre do Gerard e vamos almoçar juntos. Coisa que não fazíamos há muito tempo, meu marido andava muito distraído com coisas supérfluas, mas ainda bem que esse período passou e eu tenho meu maridinho totalmente dedicado a mim e ao nosso casamento de volta. - ela diz, olhando dentro dos olhos de Frank, que sente o estômago embrulhar. Ele precisa sair rapidamente dali.

- Bem, bom almoço pra vocês. - ele diz, entrando em sua sala e sendo seguido por Adam.

Bethany e Gerard, então seguem para o elevador, e assim que as portas se fecham, Gerard se livra do braço da mulher.

- Nunca mais faça isso novamente!

- O que? Fazer meu papel de esposa dedicada? Achei que fosse esse o nosso acordo.

- Eu te disse para não falar com o Frank, eu te disse para nem ao menos pensar nele.

- Ah, Gerard, você é muito indeciso. Quando eu sou hostil, você reclama. Quando eu me esforço para ser gentil, você reclama também.

- Então não seja nada! Faça o seu papel, eu faço o meu, e nesse meio tempo, mantenha sua maldita boca fechada.

- É melhor você melhorar seu tom comigo, meu bem. Nunca se sabe quando eu posso me sentir ofendida e recorrer ao meu sogro. Pobre Courtney. Pobre Frank. Eu fico imaginando como eles vão ficar quando seu pai acabar com os dois. - ele diz, despertando a ira de Gerard. Mas antes que o senador possa reagir, a porta do elevador se abre. Bethany toma o braço do marido novamente e os dois seguem para o restaurante.

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Os dois dias seguintes passam num piscar de olhos, e quando Frank se dá conta já é quarta feira à noite. São 19:45h e o RP conseguiu terminar todo o seu trabalho do dia, com exceção de um documento que precisa da assinatura de Gerard. Frank não sabe se tem forças para encarar o senador, depois desses três últimos dias de um verdadeiro inferno, mas o dever fala mais alto e ele reúne todas as suas forças e parte em direção ao gabinete.

June está em sua mesa, quando vê Frank se aproximar e vê a pasta na mão do RP.

- O senhor quer que eu leve esse documento pra ele assinar? O senhor não precisa ir, se não quiser.

- Tudo bem, June. Obrigado. - ele diz, sorrindo e dá mais um passo na direção da porta, mas para novamente. - Ele está sozinho?

- Sim! Não tem ninguém na sala.

- Certo. - ele diz, antes de bater duas vezes e entrar.

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As reconhecidas batidas de Frank fazem o coração de Gerard parar por alguns segundos. Ele olha pra porta e vê o RP entrar, e precisa lutar com todas as forças para não tomar o homem em seus braços, lhe pedir perdão e beijá-lo apaixonadamente. Mas por mais que lhe doa, Gerard se mantém firme no que ele acha que é melhor para o homem que ama e seu bebê.

No entanto seu coração bate de forma descompensada, e ele não pode evitar se desarmar na presença do jovem.

- Oi. - ele diz, tímido.

- Oi. - responde Frank, da mesma maneira. - Eu já estava indo, mas ainda restou esse documento pra você assinar. - ele diz, entregando a pasta para o senador.

- Ah, sim! Só um segundo. - Gerard saca sua caneta e assina o documento, sem nem se importar em ler. - Aqui. - ele diz, devolvendo a pasta para Frank.

- Obrigado. Bem, tenha uma boa noite e aproveite seu evento. - Frank diz, virando-se e seguindo em direção à porta.

- Frank, espera. - Gerard chama, fazendo o rapaz parar no lugar. - Por favor, não faça isso.

- Eu não estou fazendo nada. - ele diz, mas muda a postura. Ele se vira e encara o senado. - Na verdade, estou sim. Estou fazendo exatamente o que você pediu. Você pediu distância, pediu um tempo e é isso que eu estou te dando. E você parece estar aproveitando muito bem.

- Você sabe muito bem que não é isso. Eu não pedi um tempo ou distância pra ficar longe de você e curtir a minha vida, como você acha que eu estou fazendo. Eu pedi isso pra te proteger.

- Ótimo! Eu estou me sentindo muito protegido.

- Frank, por favor, tenta me entender.

- A única coisa que eu tenho feito no último ano é tentar te entender, Gerard. Eu acho que você não pode mais me pedir isso. Minha vida se resume a tentar te entender.

- Eu juro que nós vamos conversar. Eu juro que vai fazer sentido quando eu te explicar. Só me dê mais um tempo, por favor. Você sabe que eu te amo, você sabe que eu não consigo viver sem você. - diz Gerard, com os olhos marejados.

- Eu também te amo.

- Tempo, Frank. É tudo que eu te peço.

- O problema é esse. Nós estamos ficando sem tempo. - ele diz, passando a mão pela barriga, virando-se de costas e seguindo para fora da sala.

- Como está o bebê? - pergunta Gerard.

- Está bem. - diz Frank, antes de sair e fechar a porta atrás de si.

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Assim que chega em casa, Frank sente como se o peso do mundo o estivesse esmagando. Ele larga sua pasta na sala e segue direto para o quarto. Praticamente arrancando a roupa do corpo, ele toma um longo e demorado banho, deixando a água escorrer por seu corpo, como se fosse capaz te retirar toda a carga negativa que está sobre ele.

Após o banho, e já vestido com seu pijama, Frank se sente tão esgotado, que a única coisa que ele é capaz de faz é deitar em sua cama, se enterrar embaixo do edredom e liberar as lágrimas presas há três dias.

Algum tempo depois, ele sente a cama afundar na sua frente e braços o envolverem. O rosto de JJ encosta no seu e ela sussurra.

- Quer conversar?

- Não. - ele responde, baixinho.

- Eu preciso matar alguém? - ela pergunta, arrancando uma risada leve do rapaz.

- Também não.

- O que você precisa?

- Só preciso que você fique aqui comigo.

- Tudo bem. Eu não vou a lugar nenhum. - ela diz, dando um beijo no rosto do rapaz e permanecendo abraçada com ele pelo resto da noite.

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A quinta foi um verdadeiro inferno. Frank e Gerard ficaram presos em compromissos externos, em que a presença de Frank era imprescindível. Os dois nunca se sentirão tão distantes, tão afastados, mesmo estando no mesmo lugar. Olhares de soslaio eram feitos, quando o outro não estava olhando. Sorrisos eram forçados, quando precisavam cumprimentar alguém. Nunca foi tão difícil ser uma figura pública.

Quando a maratona de compromissos externos finalmente chegou ao fim, Gerard e Frank voltaram ao Capitólio. Frank seguiu imediatamente para sua sala, enquanto Gerard seguiu para seu gabinete, conferir alguns documentos. No entanto, a tarefa parecia impossível, já que Gerard parecia incapaz de se concentrar em nada.

Frustrado, ele deu uma braçada na mesa, jogando metade dos objetos no chão. Levantando-se, ele circulou o gabinete, correndo as mãos pelos cabelos. Será que ele está mesmo fazendo a coisa certa? Porque a sensação definitivamente não parece certa. Sacando seu celular, ele liga para a única pessoa com quem pode desabafar.

- Gerard? Oi, meu bem, como vão as coisas?

- Nada boas, Court! Nada boas!

- O que houve? - a voz da mulher exala preocupação.

- Eu fiz algo, achando que era o certo, mas acho que cometi um grande erro.

- O que você fez?

- Eu pedi um tempo ao Frank. Pedi que nos afastássemos essa semana.

- E por que, em nome de Deus, você fez isso?

- Por causa de toda a confusão com a Bethany! Eu achei que deveria dar um tempo, até a poeira baixar.

- E eu imagino que o Frank não tenha levado essa ideia numa boa.

- Court, parecia que eu tinha enfiado uma faca no peito dele. Eu nunca o vi tão magoado, tão triste. E agora é como se nós dois fôssemos completos estranhos, nós mal conseguimos ficar no mesmo ambiente sem ficar um clima péssimo entre nós.

- Oh, Gerard! Eu sei que você fez na melhor das intenções, mas você precisa consertar isso o mais rápido possível.

- Eu sei, mas eu não posso.

- Por que não?

- Essa semana começaram os eventos do partido por causa da época de eleição. Eu preciso comparecer nesses eventos com a Bethany.

- E daí?

- E daí que ela me mandou uma mensagem no domingo, dizendo que se eu não seguisse tudo, conforme o combinado, ela contaria tudo para o meu pai.

- Gerard, eu já falei que eu posso lidar com a Bethany. E você também pode, que eu sei. Alguém precisa colocar essa garota no lugar dela.

- Eu sei, Court! Eu posso lidar com ela. Você pode lidar com ela, por mais que eu não goste disso. Mas o Frank não.

- Do que você está falando?

- Ela ameaçou falar sobre o Frank e o bebê para o meu pai eu entrei em pânico. Eu surtei imaginando o que o meu pai poderia fazer.

- Gerard, eu sei que seu pai é muitas coisas, eu não acredito que ele seja um criminoso. Você realmente acha que seu pai seria capaz de atentar contra a vida do Frank?

- Eu não sei, Court, eu não sei. Mas eu sinto que não posso arriscar. Eu não posso deixar que nada aconteça com o Frank ou com o meu bebê. Eu não posso perder o Frank.

- Querido, você percebe que está perdendo ele agora, se mantendo afastado, não é? Eu sei que você está assustado, mas o Frank não é sozinho. Nenhum de vocês é. Vocês têm uma rede de pessoas prontas pra protegê-los. Vocês só não podem se proteger de vocês mesmos. Eu não estou dizendo para você chutar o balde e jogar tudo pro alto, só estou dizendo pra ser sincero com ele. Contar sobre a mensagem, sobre seus medos, porque eu garanto pra você que o que está passando pela cabeça dele nesse momento é muito pior. Você jurou amá-lo e protegê-lo, mas nesse momento, quem mais está causando sofrimento a ele é você. Vocês dois são uma equipe, hajam como tal. - ela diz, com aquele tom de voz de uma mãe dando uma bronca no filho, mas mesmo assim é capaz de arrancar um sorriso de Gerard.

- Eu te amo, Courtney!

- Eu também te amo, querido! - ela diz, e ele encerra a ligação, deixando seu gabinete e correndo em direção à sala de Frank.

Porém, para sua surpresa, a sala está vazia. Apressado, ele volta correndo até à mesa de June.

- June, onde está o Sr. Iero?

- Ele já saiu, senador. Há uns 20 minutos.

- Acho que eu consigo alcança-lo. - ele diz, mas a secretária o chama.

- Senador, hoje é o coquetel com o Presidente do Partido. A... A Sra. Way já ligou confirmando o horário. - ela diz, e Gerard leva um balde de água fria. Mas ele respira fundo. Só mais um dia e tudo vai se esclarecer.

- Obrigado, June! Avise a Sra. Way que eu já estou indo pra casa. - ele diz, seguindo para o corredor, mas parando no meio do caminho e se virando para a secretária novamente. - Ah, meu gabinete. Eu...

- Não se preocupe. Eu mando dar um jeito nisso. - ela diz, e sorri. Gerard sorri de volta. Provavelmente seu último sorriso sincero do dia.

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Os planos de Gerard de conversar com Frank na sexta foram totalmente frustrados. Quando o senador estava preso em mais uma seção maçante do plenário, Frank estava em sua sala, apenas conferindo documentos. Quando Gerard conseguia uma pequena folga e escapulia por alguns minutos, Frank estava comprometido e preso em algum lugar do Capitólio. E foi assim que a sexta feira se resumiu.

Ao final do dia, Gerard fez uma nova visita à sala de Frank, apenas para descobrir que o rapaz já havia ido embora. Sentindo-se frustrado, covarde e culpado, Gerard começou a achar que os dois últimos desencontros não haviam sido à toa. Talvez fosse melhor que Gerard procurasse Frank no sábado, em sua casa, onde os dois terão privacidade e bastante tempo para conversar.

O senador, então, juntou suas coisas e partiu para casa.

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No entanto, ao chegar em casa, Gerard é recebido por uma surpresa das menos agradáveis. Bethany mandou preparar um verdadeiro banquete com a presença de seus pais. Quando a porta do elevador se abre para dentro da sala, Gerard é recebido pela esposa com duas taças de champagne nas mãos e com os sogros, sorridentes, portando suas próprias taças de champagne.

- Surpresa! - os três gritam ao mesmo tempo.

- O que é isso? - pergunta Gerard, claramente incomodado com a situação.

- Meus pais vieram da Califórnia, especialmente para nos ver. - ela diz, forçando um beijo nos lábios do marido e lhe entregando a taça de champagne.

- Como você precisou ir embora com pressa do aniversário do seu pai, nós achamos que seria uma ótima ideia visitá-los em casa. - diz Phillip.

- Além do mais, é sempre bom matar a saudade dos nossos queridos. - diz Barbara, beijando Gerard no rosto. - Mas vamos entrar. Minha Bethany mandou preparar uma mesa linda pra gente.

Diz a sogra, enquanto segue com o marido para o interior do apartamento. Bethany segue os passos da mãe, mas Gerard a puxa pelo braço.

- Que palhaçada é essa?

- Palhaçada nenhuma! Meus pais resolveram nos visitar.

- Bethany, definitivamente eu não estou com saco pra bancar o anfitrião nesse momento.

- Bem, é uma pena, pois você vai fazer assim mesmo. Vem, meus pais estão esperando. - ela diz, soltando o braço e seguindo para a sala.

Furioso, Gerard respira fundo. Ele joga a champagne dentro de um vaso de planta e segue para a sala, onde encontra Bethany e os pais em um animado bate papo.

- Querido, você não vai acreditar! Meus pais acabaram de nos dar de presente uma segunda lua de mel no Castelo Lionard, em Florença, na Itália. Não é maravilhoso?

- Ah, vocês dois merecem esse mimo. - diz Barbara.

- Mas eu confesso que tenho segundas intenções com esse presente. Eu sei que a Beth tem planos, mas eu adoraria que vocês me encomendassem um netinho nessa viagem. - diz Phillip.

- Ah, seria perfeito! - completa Barbara.

E é nesse momento que Gerard chega ao seu limite. Ele não se importa mais com as consequências ou com as ameaças, ele simplesmente precisa sair dali, imediatamente.

- Phill, Barbara, eu peço perdão, mas precisarei pular o jantar. Tem outro lugar que eu preciso estar nesse momento. Aproveitem o jantar. - ele diz, deixando a sala, sem nem dar chance para os sogros reagirem. No entanto, quem corre atrás dele é Bethany.

- O que você pensa que está fazendo? - ela diz, puxando Gerard pela camisa.

- O que eu já deveria ter feito há muito tempo.

- Você vai atrás dele? Você se esqueceu dos meus avisos?

- Não, não me esqueci. Eu simplesmente não me importo. Você quer ligar para o meu pai, pois ligue! Mas eu te garanto que você tem muito mais a perder do que eu. Isso eu te garanto! - ele diz, entrando no elevador.

- Você vai se arrepender, Gerard. Eu juro por Deus!

- Vá em frente! Faça a ligação. - ele diz, antes da porta do elevador de fechar. Deixando pra trás uma Bethany totalmente tomada pela raiva. 

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JJ está na sala, quando ouve a campainha tocar. Preguiçosamente, ela deixa seu ninho no sofá e segue para abrir a porta, de deparando com um Gerard ansioso e desesperado.

- Gerard?

- Onde ele está? Eu preciso falar com ele?

- Frank? Ele não está em casa.

- Como assim, não está em casa? Onde ele está?

- Ele foi pro Refúgio.

- Sozinho?

- Ele disse que precisava de um tempo sozinho pra pensar. Gerard, o que está acontecendo?

- Eu prometo te contar tudo, mas primeiro eu preciso encontrar o Frank. Eu preciso falar com ele.

- Então vai logo, se apressa! Mas eu ainda quero minha explicação.

- Pode deixar! - ele diz, plantando um beijo no topo da cabeça da moça, antes de correr de volta para seu carro.

Da porta, JJ observa Gerard entrar no trânsito cantando pneu e sorri. Seja lá o que esteja acontecendo com Frank, parece que está prestes a acabar.

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Frank está sozinho no Refúgio. Sabendo que a chance de Gerard aparecer é praticamente zero, ele escolheu se isolar no Refúgio, o único lugar capaz de ajudá-lo a colocar as ideias no lugar e lhe dar clareza para reavaliar sua situação. Essa última semana foi uma das piores de sua vida, Frank nunca pôde imaginar que seu coração doeria tanto. Ele realmente não sabe o que fará daqui por diante se esse afastamento de Gerard for definitivo. Ele não sabe nem o que está se passando na cabeça do senador.

Olhando pra baixo, ele acaricia seu ventre, sentindo seu bebê chutar sobre sua palma.

- Eu sei que você está confuso, filho, eu também estou. Eu não sei o que fazer. Eu só sei que nós vamos dar um jeito, okay? Nem que seja só eu e você. Mas olha, seja lá o que esteja acontecendo com seu pai agora, não significa que ele não te ame, tá bom? Seu pai te ama demais. Mais do que você pode seque imaginar. Mas ele tem algumas questões complicadas pra resolver, coisas que vão muito além da vontade dele. - ele diz, plantando a mão onde o bebê está chutando. - Então, se por um acaso seu pai e eu... - ele engasga nas palavras. - Se seu pai e eu não pudermos ficar juntos, eu só quero que você saiba que nós dois te amamos demais. - ele diz, vendo algumas gotas de lágrimas caírem sobre sua barriga.

Frank está tão concentrado na conversa com seu bebê, que nem nota o carro se aproximando do lado de fora da casa. Recostado no sofá, com as mãos na barriga e os olhos fechados, Frank é arrancado de seus pensamentos quando a porta se abre abruptamente. Assustado, ele olha para a entrada e se espanta ao ver Gerard, afobado e ansioso, vindo em sua direção.

- Gerard? - ele mal pergunta, antes de sentir os braços do homem o envolverem e o colocarem de pé, sem o menor esforço.

- Me perdoa, Frank! Por favor, me perdoa! Eu sinto muito, eu sinto muito de verdade. Eu achei que estava fazendo a coisa certa, achei que estava te protegendo, mas a única coisa que eu fiz foi te causar sofrimento. Por favor, eu te imploro, me perdoa! - apela Gerard, desesperado.

- Gerard, se acalma! Fala devagar, eu não estou te entendendo.

- Eu realmente achei que estava te protegendo, te mantendo seguro.

- Me protegendo de quem? - Frank pergunta, e Gerard lhe entrega o celular com a mensagem de Bethany. Frank mal pode acreditar no que lê.

- Ela ameaçou contar pro seu pai. Você achou que eu estaria em perigo. - ele diz, olhando pro senador, com os olhos marejados. E foi como se ele pudesse respirar novamente.

- Eu entrei em pânico. Eu não sabia o que fazer. Eu tentei tirar o foco dela de cima de você. Se ela achasse que estava no controle, não faria nada nesse nível.

- Bem, deu certo. Ela teve você pela maior parte da semana. Há meses que vocês não se veem com tanta frequência.

- Eu sei e foi insuportável. E hoje eu cheguei em casa e ela tinha armado um jantar surpresa com os pais, que ainda inventaram de dar uma viagem de lua de mel pra gente. Foi aí que eu pirei. Eu tinha que sair de lá.

- E o que ela fez?

- Ela ficou furiosa, ameaçou ligar de novo. Mas foi então que eu cheguei a uma conclusão. Ela nunca vai contar pro meu pai, seria humilhante demais pra ela. E mesmo que, num surto psicótico, ela contasse, meu pai não causaria grandes estragos.

- Gerard, seu pai...

- Meu pai morreria antes de assumir publicamente que o filho é gay. Ele viria atrás de mim, provavelmente tentaria me agredir, falaria uma sorte de ofensas, mas nunca levaria isso a público. E quanto a você, ele saberia que qualquer atentado à sua segurança, me faria ir diretamente a público. Ele poderia tentar te chantagear, ou coisa do tipo, mas nunca te machucaria. Não por clemência ou humanidade, mas para evitar um escândalo.

- Mas e a Courtney? A Bethany ameaçou a ela também.

- Como eu disse, contar para o meu pai não vai beneficiar a Bethany em nada. Eu precisei de uma semana para entender isso. Uma semana te causando sofrimento. Eu sinto que nunca vou poder parar de me desculpar com você.

- Por que você não me contou isso antes? Por que não me contou isso no domingo, quando recebeu a mensagem? Nós dois teríamos pensado em algo juntos.

- Porque eu sou um idiota. Porque eu tenho essa necessidade de te proteger do mundo, e esqueço o homem forte, inteligente e independente que você é. - ele diz, arrancando mais um sorriso de Frank. - Você pode perdoar esse idiota que é completamente apaixonado por você?

- Você é mesmo um idiota, Gerard Way. - ele diz, cruzando os braços ao redor do pescoço do senador. - Mas é o meu idiota, e eu te amo! - ele diz e os dois se beijam, um beijo que estava guardado há dias, um beijo cheio de amor, saudade e urgência.

O beijo só é interrompido, quando Gerard sente um chute contra seu abdômen. Se separando de Frank, ele olha pra baixo, impressionado.

- Oh! Ei, meu amor, olá! Eu também senti sua falta, mas o papai está aqui agora. - ele diz, colocando a mão sobre a barriga de Frank. - E como foi a consulta? Deu tudo certo? Vocês dois estão bem?

- Estamos ótimos, não se preocupe. O bebê está com 30cm e cerca de 500g.

- E isso é normal?

- O Jason disse que é um pouco pequeno, mas está dentro do esperado, por conta da minha condição. E ele também disse que ainda há bastante tempo pro bebê crescer e ganhar peso. Então nada com que se preocupar. Só sem revelação de sexo ainda.

- Não tem problema. - Gerard sorri. - Você filmou ou tirou alguma foto? - ele pergunta e o rosto de Frank se entristece.

- Na verdade, não. Eu realmente estava sem cabeça essa vez. A JJ se ofereceu, mas eu recusei. Me desculpe.

- Por favor, não me peça desculpas. Está tudo bem. Eu posso ver da próxima vez. Agora, eu só quero curtir você, nosso bebê e recuperar esse tempo perdido.

- Eu acho uma ótima ideia! - diz Frank, sorrindo, enquanto Gerard o toma nos braços e o leva até o sofá.

Rapidamente suas roupas estão no chão. Entre beijos e carícias, Gerard se encaixa dentro de Frank da maneira mais delicada possível. Apesar da urgência e da saudade, seus movimentos são lentos, suaves, quase como uma dança sensual. Com um braço ao redor do peito de Frank e outro sustentando sua barriga, Gerard sussurra palavras carinhosas no ouvido do rapaz, enquanto os dois se movimentam juntos.

Não demora muito para Frank sentir seus músculos internos contrairem, ele tenta atrasar o clímax, mas Gerard fala em seu ouvido.

- Não segura. Eu quero ver você se soltar pra mim. Quero ver você se desmanchar todo pra mim. - e como uma deixa, o corpo do jovem entra em espasmos e ele se libera, amolecendo nos braços de Gerard. O senador atinge o auge logo depois, mas continua segurando Frank com braços firmes.

Saindo com delicadeza de dentro do rapaz, Gerard acomoda o amado em uma posição confortável no sofá e se aconchega atrás dele, trazendo-o para descansar sobre seu peito. Se momentos assim são a recompensa, vale a pena lutar em qualquer batalha que virá. 


Notas Finais


Esse capítulo teve um gostinho agridoce, não é mesmo? Espero que vocês tenham gostado!!!

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MEGA BEIJOS PARA TODOSSSSSSSSSSSSSS


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