Lá estava ela, preocupada, olhando para todos os lados sem saber o que fazer. Olhava para as paredes do quarto de uma garota que havia conhecido há 2 dias pensando se realmente aquilo tinha acontecido. Isabella Harris de 18 anos estava desamparada, pensando porque fez o que fez, mas tudo bem, não deveria ser tão ruim, nada de ruim aconteceria. Isabella estava sentada em uma cama sozinha, num quarto de três paredes brancas e uma roxa, tinha um criado-mudo do lado da cama com um abajur ligado e um lençol sujo com algumas gotas de sangue.
Isabella havia ido a uma festa de uma colega de classe, uma garota que não parecia ser uma boa influência, porém tinha um sorriso amigável. Isabella era uma garota exemplar, a garota que todo pai queria ter como filha, extremamente inteligente e estudiosa. Isabella não tinha muitos amigos, apenas alguns que eram filhos de amigos de seus pais, todos ricos e um pouco arrogantes, mas nada que ela não pudesse aguentar. Desde pequena ela sempre foi esforçada e aplicada, tocava piano, violão e fazia ballet, nunca deixou os pais decepcionados. Até decidir ir na festa de Alicia, onde tudo começou.
Isabella estava na escola, sentada e prestando atenção na matéria, como de costume. O sinal da saída tocou e Isabella guardou suas coisas, colocou a mochila nas costas e foi em direção a porta. Ao chegar na porta a garota é rapidamente parada por uma loira, alta de olhos castanhos. A loira sorriu para ela, sendo amigável e a oferecendo ajuda para levar seus materiais, mas Isabella recusou, disse que poderia carregar sozinha. Isabella continuou andando e a loira a seguiu até seu carro super caro que seu pai havia a dado de aniversário.
A loira se apresentou, seu nome era Alicia e estava na mesma turma de cálculo que Isabella. As duas conversaram um pouco sobre uma festa que teria na casa de Alicia no sábado. Isabella nunca havia sido convidada então ficou um pouco nervosa, mas apenas pegou o endereço da casa da loira. Estava desconfiada por ser convidada assim do nada, porém apenas ficou feliz por ser convidada.
Isabella guardou o papel na mochila e ligou o carro, dirigindo até sua casa. Chegando lá, a morena deu um breve abraço na mãe e no pai, logo subindo as escadas para seu quarto. Isabella abriu a porta de seu quarto, que estava como sempre impecável, colocou a mochila em sua mesa e deitou-se em sua cama. Buscou pelo fone de ouvido enrolado no seu celular novo que estava no bolso e começou a olhar alguns de seus aplicativos, logo optando por escutar música mesmo. Isabella não era fã de música clássica, muito pelo contrário, ela odiava música clássica, gostava de músicas atuais então colocou para tocar a canção “Replay” de um grupo que gostava muito, SHINee. Isabella foi se deixando levar pela música e acabou dormindo, acordando apenas quando já era noite. Percebendo que não havia feito nada produtivo, Isabella começou a fazer suas lições até q seu celular apitou com uma mensagem de um número desconhecido.
“Harris, aqui é a Alicia, você vem?”
A mensagem era simples e tentadora, não faltava muito tempo para a festa, era quinta-feira. Isabella olhou para seus cadernos e livros, sabia de toda a matéria e um pouco mais, não tinha necessidade de evitar uma pequena diversão pelo menos uma vez, então logo respondeu a mensagem.
“Pode contar comigo J”
As horas se passavam e Isabella se perguntava que tipo de roupa as garotas usavam em festas, já que nunca havia ido em uma. Pensou, pensou e pensou, até que nada parecida apropriado. Acabou separando uma saia simples, uma blusinha branca e um saltinho preto, estava bom para ela. E então a noite passou e sexta-feira chegou, todos na escola falavam de como iria ser “irada” essa festa da Alicia.
A manhã passou voando e quando percebeu, Isabella já estava em casa novamente, pensando e sonhando sobre como seria uma festa de ensino médio. Assim como o dia, a noite passou rápido, fazendo o sábado chegar, Isabella estava ansiosa e quando a noite chegou ela pegou seu carro e foi dirigindo até a casa de Alicia.
Chegando lá, Isabella foi recebida calorosamente por Alicia e apresentada a alguns amigos da loira, entendendo um pouco mais sobre o ciclo social. Então eles ofereceram bebida para ela, que aceitou depois de alguns pedidos de “por favor”, Isabella não poderia negar algo a Alicia que estava sendo tão amigável. Depois de algumas bebidas Isabella estava tonta andando pela casa de Alicia sozinha, sem rumo ou sem saber o que fazer. Então Isabella tombou numa parede e foi de encontro ao chão, sentindo uma gigantesca dor nas pernas. A morena soltou um gemido de dor e logo sentiu uma mão em seus braços, a puxando para cima com um pouco de dificuldade.
- Parece que alguém está tendo alguns problemas com a bebida. – Um garoto loiro disse, um loiro muito bonito por sinal.
- Me desculpe, eu nunca bebi antes. – Isabella responde com dificuldade.
- Não precisa se desculpar, venha eu te ajudo. – Falou o garoto, levando Isabella até um sofá próximo. – A propósito, sou o Jae. – Ele sorriu para a morena.
- Isabella. Não me lembro de você da escola, acho que me lembraria de alguém tão bonito. – Disse Isabella sendo levada pela bebida.
- Eu sou da faculdade. – Falou rindo pelo comentário da garota. – Acho que essa bebida está alterando sua visão também. – Riu brincando. – Fique aqui, buscarei um pouco de água. – Disse se levantando, indo em direção a cozinha.
Isabella ficou lá sentada, sem mal conseguir se mover. Foi quando um garoto alto e moreno apareceu e sentou ao lado de Isabella, já colocando uma de suas mãos na perna de Isabella.
- Soube que você é a nova amiga da Alicia, bonita você. – Disse o garoto conquistador.
- Obrigada. – Isabella respondeu baixo pela bebida.
- Aqui está um pouco barulhento e desconfortável, você não quer subir para ficar um pouco mais à vontade? – Ele perguntou sorrindo.
- Por mim tudo bem. – Respondeu Isabella, sem perceber as segundas intenções do rapaz.
Os dois subiram as escadas e entraram em um quarto que encontraram, já sentando na cama. Enquanto isso no andar de baixo Jae procurava por Isabella, que havia sumido. Isabella e o moreno se beijaram, tudo ficou mais intenso e depois tudo se apagou da memória da garota.
Ainda olhando para todos os lados, Isabella percebeu o que aconteceu. Olhou para o relógio, ainda era madrugada, 5 da manhã. A festa ainda acontecia e Isabella não conseguia pensar direito no que havia acabado de acontecer, ela havia perdido sua virgindade com um homem que sequer ela sabia o nome. Então Isabella não se conteve e se jogou de volta na cama, chorando todas as lágrimas que ela tinha.
Isabella, ainda com a cabeça enterrada no travesseiro, ouviu um barulho atrás de si. Era um garoto loiro, bonito, de óculos, parecia familiar mas ela não conseguia lembrar de onde o conhecia.
- Isabella, aconteceu alguma coisa? – O loiro perguntou preocupado. Na hora que Isabella ouviu aquela voz ela soube quem era, e estava aliviada por ele estar ali.
- Jae... – Isabella mal conseguia falar.
- O que aconteceu? – Falou sentando na cama e retirando as cobertas que a escondiam. Ao tirar as cobertas Jae viu algumas gotas de sangue, Jae era inteligente o suficiente para entender a situação. – Isabella, me diz quem fez isso com você. – Perguntou olhando nos olhos da morena.
- Se pelo menos eu soubesse. – Disse soluçando. – Era um moreno alto, não sei mais nada sobre ele. – Olhou para baixo com vergonha.
- Foi sua primeira vez? – Jae perguntou e a morena assentiu. – Você estava de acordo com isso ou ele fez sem sua vontade. – Perguntou e Isabella demorou um pouco para raciocinar.
- Acho que sim, acho que eu sempre quis fazer algo assim. – Isabella então parou de chorar.
- Venha, vou te levar para casa. – Jae estendeu a mão para Isabella, para que ela pudesse levantar-se.
Os dois deixaram a festa e Jae levou Isabella para casa. Chegando na porta de Isabella eles trocaram números, aparentemente Jae a deixava segura de um jeito que ninguém nunca deixou. Isabella estava acabada, esperava nunca mais fazer algo parecido na vida, estava decidida a se dedicar aos estudos.
Após algumas semanas, Isabella não estava mais normal como antes. Ela estava fraca, enjoada e com constantes dores, até que um dia passou mal e desmaiou quando estava sozinha. Ela acordou depois de um bom tempo, seus pais haviam viajado e ela não estava nada bem, então decidiu ligar para seu novo amigo, Jae. O loiro foi até a casa de Isabella e a levou em um médico, e foi lá que a notícia bombástica veio.
- Você está grávida. – Disse o médico.
Isabella então saiu correndo do consultório, deixando Jae lá sozinho sem saber o que fazer. Isabella correu até o carro e parou quando se chocou contra o mesmo, caindo no chão e permanecendo lá, abraçando seus joelhos e chorando. Depois de alguns minutos Jae a encontrou lá, a abraçou a disse que tudo ficaria bem, Isabella negou dizendo que sua vida estava acabada. Depois de alguns minutos de choro os dois entraram no carro, Isabella ainda em choque e Jae pensando no que fazer.
Semanas se passaram e Isabella estava determinada a seguir o conselho de Jae, contar aos pais o que havia acontecido. Depois de uma longa conversa lágrimas rolaram, gritos ecoaram pela sala e finalmente uma ordem estabelecida.
- Quero você fora da minha casa. – Disse Robert Harris, o pai de Isabella.
E foi isso que Isabella fez, arrumou as malas, levou muitas de suas coisas e pesquisou por passagens de avião. Estava decidida a pegar o próximo voo para Las Vegas, não importa como iria se virar lá. Isabella pegou suas malas, entrou em seu carro e dirigiu até a casa de Jae. Chegando lá ele a recebeu com todo o carinho de sempre.
- Malas? Onde está indo? – Perguntou desconfiado.
- Las Vegas, só por um tempo. – Mentiu, Isabella sabia que não voltaria mais.
- Eu vou com você. – Disse Jae decidido.
- Não, não vai. – Isabella o cortou. – Vou ser uma boa mãe sozinha, só preciso ficar longe desse país por um tempo. – Disse suspirando.
- Por favor, não demore para voltar. – Falou o loiro entristecido. – Se você demorar, eu vou te buscar. – Falou rindo.
- Jae, não brinque, eu realmente preciso. – Disse Isabella olhando para baixo.
- Isabella, porque? Eu posso te ajudar, você não pode ficar sozinha numa hora como essa. - Falou Jae tirando as malas da mão de Isabella.
- Não, Jae. O que você faria? Não tem o que fazer. – Disse Isabella.
- Eu assumo esse filho por você. – Disse Jae segurando as mãos da morena. – Nós damos um jeito, podemos fazer funcionar tudo isso. – Falou com esperança.
- Desculpe, Jae, não posso. – Disse Isabella, olhando para baixo. – Não posso prejudicar você por um erro meu. Eu não te conheço há muito tempo, mas eu já amo você, não quero estragar tudo para você. – Quando Jae iria falar alguma coisa, Isabella o parou. – Não diga nada, eu estou indo. – Pegou as malas no chão, deu um beijo na bochecha de Jae e foi embora.
No dia seguinte acordou cedo e foi direto para o aeroporto. Se ela sentiria falta da Austrália? Com certeza, mas ela tinha que fazer o que era certo, ser independente. Entrou no avião assim que seu voo foi anunciado e olhou para a janela pensando como seria sua vida agora. O avião decolou e Isabella, que nunca teve medo de altura começou a entrar em pânico e ter falta de ar, até que sentiu sangue escorrer. Foi nesse momento que Isabella teve um aborto espontâneo.
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