História How NOT Escape Fate (Summer Camp - Second Season) - Máquina de passar vergonha.

Nina point of view 

Depois que Shawn e eu saímos do prédio de Princeton, caminhamos à pé até uma praia que ficava á poucos quarteirões dali. 

Assim que chegamos na areia, tiro os chinelos que estavam eu meus pés e os seguro na minha mão. Vejo Shawn deixar os seus largados.

- Vão roubar. - aviso, e o moreno dá de ombros, agora tirando a camisa.

Abro a boca em um perfeito "O" com a imagem de Shawn sem camisa. Ele com certeza cresceu. 

- Ainda bem que olhar não tira pedaço, se não a única ladra aqui seria você. - Shawn brinca, me fazendo fechar a cara.

Ou tentar, já que mais um sorriso besta era arrancado de mim.

- Vem, vamos caminhar. - ele me puxa pela mão para caminhar na areia.

Olho para seus chinelos á poucos metros de nós e nego com a cabeça, rindo fraco.

- Podemos tomar um banho... - Shawn murmura, olhando para a água.

- Acabamos de tomar café da manhã, espera um pouco. 

- Você parece minha mãe falando. - ouço sua voz emburrada, seguida de um bufado, o que me faz rir alto - Bom, já que não vamos pra água agora... - murmura, me puxando pela cintura para aproximar nossos corpos, os deixando frente á frente com a maior facilidade - Poderíamos pular para a parte que começamos a nos beijar e não paramos mais, o que acha?

O observo por alguns segundos, surpresa. Seu rosto ficava ainda mais lindo com todo o sol batendo nele, fazendo Shawn franzir fortemente seu cenho. 

Eu gosto tanto dele. 

Parece que toda a confusão que ele fez na minha vida sem nem ao menos saber quando o acampamento acabou, o tempo, as circunstâncias, nada apagou o sentimento. 

Levo minhas mãos para seu ombro, sorrindo abertamente enquanto o via fazendo o mesmo com meu gesto, e aproximo nossos rostos.

- Eu adorei a ideia. - digo baixo, antes de juntas nossos lábios, e me sentir completa ali, com ele.

Shawn me aperta firme na cintura no momento em que nossos lábios se juntam, e quase suspiro sentindo a textura gostosa dos seus lábios nos meus. Passo a mão pela sua bochecha, fazendo um carinho, e ele não consegue segurar um sorriso, quebrando o beijo. Aproveito o momento para respirar fundo, sorrindo também.

- Acho que estou começando a gostar de você. De novo. - rio fraco, confessando algo que não chegava nem na metade do que eu sentia por ele.

- E eu tenho certeza que nunca deixei de te amar.

(...)

Luiza point of view 

- Chega, Luiza! - Tori grita agoniada, pulando na cama e me encarando furiosa.

Faço meu melhor biquinho angelical, a olhando.

- Eu só quero que você saia dessa cama e me acompanhe pro cabelereiro. 

- Não faz essa cara. - Victoria diz séria, e eu sorrio internamente.

Mais uma batalha ganha graças ao meu rostinho lindo.

- Precisamos de roupas novas para visitar meus pais, vão achar que somos mendigas! 

- Com a grana que gastamos com a xerox do nosso seminário ontem, estamos quase mendigas mesmo. - Victoria brinca, enquanto se levantava da cama - Tá legal, só esperar eu tomar um banho. 

Sorrio animada, dando um tapa em sua bunda quando ela passa por mim para ir no banheiro, ouvindo mais um grito furioso. 

Amo ela.

- Vou pegar um café para você no refeitório! - aviso, saindo do quarto as pressas.

Corro até o refeitório lotado de pessoas, respirando ofegante quando chego em um balcão com uma velhinha.

- Um café com leite, por favor. - digo, mostrando o cartão de universitária que estava no bolso da minha calça jeans.

Ela assente, indo preparar.

- Luiza? - ouço a voz de Matthew, e estremesso ao ver indo até mim, olhando para os lados de maneira nervosa.

O porquê? Nem eu sei.

- E aí? - digo o olhando rápidamente, e logo desviando para a senhora com o copo de café, a olhando como se tivesse salvado minha vida.

- Luiza, eu queria con....

- O que, Matthew? - o encaro séria, buscando toda coragem dentro de mim para falar o que sentia - A Inah te dispensou e agora você vai pra segunda opção, é? Ou melhor, você tá carente? Quer sexo fácil? - explodo, vendo Matthew arregalar os olhos, junto com a moça do café, que assistia tudo - Pois deixa eu te falar uma novidade - me aproximo, olhando no fundo dos seus olhos - Eu. Não. Sou. Um brinquedo. 

Matthew abre a boca diversas vezes para falar algo, corando completamente.

- Eu só ia pedir pra você pegar outro café pra mim, porque eu esqueci meu cartão de universitário pra pegar de graça. - ele diz, ainda chocado.

Agora quem arregala os olhos sou eu, sentindo uma vontade imensa de cavar um buraco ali mesmo e me enfiar para sempre, ou jogar o café quente na minha cara, ou melhor, sair correndo pra deitar em posição fetal em minha cama pelos próximos oitenta e quatro anos.

Me atirar de para-quedas e não ligá-lo nunca pareceu uma ideia tão convidativa.

Não acredito nisso.

Eu sou definitivamente uma máquina de passar vergonha. É oficial.

- Eu... - tento falar, mas nada sai, apenas um riso nervoso.

- Não, tudo bem. - Matthew murmura rápido, coçando a nuca - Eu vou pegar o meu. - diz, antes de sair depressa dali, tão corado quanto eu.

Olho para a mulher de trás do balcão, que prendia um riso.

- O que foi? Nunca pagou um mico, não? - murmuro, saindo dali as pressas antes de ouvir sua resposta, que certamente iria me deixar mais envergonhada ainda.

Passo as pressas pelo corredor, me enfiando no dormitório o mais rápido que consegui, encontrando uma Victoria com cabelos escovados e já vestida, aliás, com o meu vestido de oncinha.

Mania de usar a roupa das outras, essa eu, Nina e Victoria dominamos.

- Que cara é essa? Parece que passou vergonha... - a morena ri fraco, tirando o copo da linha mão trêmula - O que houve?

- Passei vergonha. E o pior: com o Matthew. 

- O que você fez, sua louca?

- Falei horrores pra ele, porque entendi alguma coisa errada. - choramingo - Eu achei que ele queria transar comigo, mas ele só queria café.

Após minha fala a morena em minha frente desabou em gargalhadas, me constrangindo mais ainda.

- Vem, vamos logo comprar roupas - a puxo pela mão, saindo dali - Vou aproveitar e comprar uma passagem só de ida pra China, depois dessa. 

Saímos pelo corredor ao som da risada de Victoria, que só parava de rir para beber o café, e durante esse momento eu tentava resistir a tentação de engasgá-la com o café e matá-la ali mesmo.

Antes de chegarmos no portão meu olhar cai em um Dylan perto da piscina junto á Sammy, apenas de bermuda.

- Você ficaria brava comigo se eu desse pro Dylan? - pergunto para Victoria, que me olha confusa - Pra ele e pro Sammy, ao mesmo tempo.

- Claro que não, vai nessa. - responde, dando de ombros.