Matthew Espinosa point of view
- Estão liberados. - a velha gorda resmunga, logo depois de apagar todo o texto no quadro.
Suspiro aliviado, jogando a mochila no ombro e saindo dali com pressa.
Assim que coloco o pé fora da sala, vejo Luiza caminhando no corredor apressada com uma garota que aparentava ser asiática, e sorrio de lado, mesmo sabendo que ela não me veria. Melhor assim, eu poderia admirá-la em segredo. Eu ando muito fazendo isso.
Seu cabelo estava em um coque alto e assanhado, ela usava um suéter verde em cima de um vestido florido que ia até a metade das suas coxas, e que coxas.
- Matthew? - ouço a voz de Inah, e vejo a mesma chegando ao meu lado, me dando um selinho - Tá tudo bem? Você tá parecendo um tonto parado aqui. - ela ri.
Encaro seu sorriso, negando com a cabeça.
Droga, eu amava ele.
É confuso. Em uma hora Luiza estava colada na minha cabeça e a única garota que penso é ela, mas aí vejo Inah e tudo vira de ponta á cabeça.
- Só tô cansado. - dou de ombros, começando a andar.
Inah me acompanha, e deixo ela em sua sala antes de ir parao meu quarto. Estou exausto.
Passo por alguns corredores e logo estou em frente ao quarto.
Ao entrar nele, arregalo os olhos ao ver Nash deitado, ainda de pijama.
- Cara, você não foi pra aula? - bufo, jogando minha mochila em suas costas.
Acho que ela estava mais pesada do que pensei, já que Nash soltou um gemido alto de dor.
- Aí, droga. - ele resmunga, se sentando na cama.
Gargalho alto, ou melhor, grito alto. As vezes até eu me assusto com essas minhas risadas estranhas.
- Por que não foi pra aula, Hamilton?
- Eu até ia, mas cruzei com Dylan no corredor e minha paciência foi pro espaço. - Nash bufa, e eu reviro os olhos.
- Sério, Nash? No máximo ele roubou um selinho da Victoria, aposto. - murmuro, tirando minha camisa enquanto caminhava pro banheiro - Vocês nem namoram, por que esse drama todo? Qual é!
- Eu sei que ela não me deve nada, mas porra! Justo ele?
- Ah, claro, se fosse outro seria melhor. E se você eu? - brinco, trancando a porta do banheiro.
Termino de tirar minhas roupas e entro no box, suspirando pesado ao sentir a água gelada batendo nas minhas costas quentes e cansadas.
- Ah, foda-se. Você sabe que eu...
- Que é louco por ela? Nunca percebi. - grito - Mas relaxa, eu estou bem mais ferrado.
- Está? - ouço a voz de Nash mais próxima, e sei que ele está no closet.
- Sim, Inah e Luiza, cara. Inah e Luiza. - suspiro pesado.
- Sabe qual seu problema? - Nash pergunta, entrando no banheiro.
Ué, achei que tinha trancado a porta. Ando com a cabeça na lua, mesmo.
- Todos.
- Você confunde amor, com carinho e atração. - Nash continua, me ignorando.
Franzo o cenho, pensando nisso. É, talvez ele estivesse certo.
Mas o problema é: qual eu amo e qual eu só sinto carinho e atração?
- Tá, mas qual é qual? - pergunto.
- Eu não sei, não sou você. - Nash ri, saindo do banheiro.
- Espero que Victoria e Dylan se casem.
- Espero que você se foda.
Pego uma toalha e saio do banheiro a amarrando na cintura, quando a porta bate com força, e Shawn entra como um furacão no quarto.
- Eu odeio a Nina! - ele rosna, se jogando na cama.
- Você não trocou nenhuma palavra com ela desde que ela chegou aqui, o que ela fez pra merecer esse ódio todo? - Nash pergunta, enquanto nós dois sentamos ao seu lado na cama.
- Nasceu. E com uma grande sorte genética, já perceberam o quanto o sorriso daquela filha da puta é maravilhoso? - disse com voz abafada pelo travesseiro.
- Realmente, a genética dessa família deve ser muito abençoada... - Nash suspira, com um sorriso de bocó que me faz rolar os olhos.
- Vocês, hein? Quanto fogo.
- Enfim, cuida aí do desabafo super mascúlo do nosso filho, que eu vou resolver uns assuntos. - Nash se levanta, sorrindo presunçoso.
- Que assunto? - Shawn levanta a cabeça do travesseiro, olhando confuso para Nash - O que eu perdi?
- Dylan e Victoria se beijaram. - falei, e Shawn arregalou os olhos.
- Nash, quer que eu dê outra surra nele? Não me lembro muito porque estava bêbado, mas...
- Mas a culpa é sua. - Nash trava o maxilar - Sério Shawn, você é meu melhor amigo desde que me conheço por gente, mas se bancar o babaca de novo...
- A culpa é minha? Nash, foi ele quem beijou ela, não eu! - Shawn se senta na cama, bufando.
Engulo em seco, nervoso. Odeio presenciar brigas, principalmente dos meus dois melhores amigos.
- Não vou discutir com você, Mendes. - Nash diz, saindo do quarto e Shawn me olha indignado.
- Você viu?
- Cara, ele tava estressado, desencana. - dou dois tapinhas no seu ombro - Você sabe que ele te ama.
Nash point of view
Saio pelo corredor, e sorrio de lado ao ver Dylan amarrando o cadarço de seu all star com dificuldade, já que em sua mão esquerda tinha um gesso.
Caminho até ele, e assim que o mesmo me vê, se levanta, arrumando a mochila preta em seu ombro.
- E aí, Nash, não é?
- É. - sorrio completamente falso - Vem cá, qual é a tua com a Tori?
- Tori? - ele franze o cenho, e eu rolo os olhos.
- Victoria. - corrijo.
- Ah, ela. O que tem ela?
Bufo impaciente. Esse cara é burro ou se faz?
- O que você tem com ela?
Dylan sorri, olhando para mim com um olhar que me fez querer socá-lo.
- Não é da sua conta.
Tranco o maxilar, o encarando mortalmente.
- Fica longe dela.
- Por que? Você não é nada dela.
Passo a mão no rosto, buscando paciência. Infelizmente ele tinha razão, mas quem disse que eu ligo?
- Vem cá, a surra que Shawn te deu não adiantou? Quer levar outra?
- Olha, a surra que Shawn me deu me rendeu bastante... Se quiser dá outra vai em frente. - ele se afastou, enquanto gesticulava com as mãos.
Nego com a cabeça, olhando em volta. O pátio estava repleto de pessoas, já que era hora do almoço.
- Eu sei o que você quer. - sorrio, enquanto me tocava do seu planinho - Olha, só quero que você saiba que você pode ter sido o primeiro beijo do ano, mas eu fui o primeiro da vida. - pisco, dando meia volta.
Idiota.
Marly point of view
Saio da sala quase derrubando pessoas, atrás de Sammy, que estava mais na frente.
- Ei, pra onde vai assim? - digo quando o alcanço, segurando seu braço.
- Ah, oi Malry. Eu nem te vi, desculpa. - ele ri, me puxando para passar o braço pelo meus ombros - Quero falar urgente com o pessoal do trabalho, acredita que já temos seminário para apresentar na semana que vem? Que saco!
Caminhamos pelo corredor, até que Dylan vem até nós.
- E aí, gente? Vocês viram a...
- Como está sua mão?
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