História How Not to Fall in Love For A Hybrid - Porque Agora Nós Somos Família

Jeon estava a caminho do aeroporto. Hoseok era quem dirigia o volante enquanto fazia perguntas para Yoongi sobre Taehyung. Jeon se mantinha desligado o tempo todo. Não conseguia pensar em nada. 

– Jungkook, você tem certeza que não quer que eu o acompanhe? – Hoseok perguntou.

– Yoongi não pode ficar sozinho. – Respondeu simplório.

– Tudo bem, mas... – Jeon o cortou. 

– Hyung, você pode por favor parar de falar? Eu não consigo pensar em nada no momento. 

– Tudo bem. – Suspirou.

(...)

Os dois chegaram no aeroporto. 

– Fique bem, Jeon. 

– Eu vou, Hyung. 

E assim ele partiu para Daegu. 

Duas horas e meia foram o suficiente. Ele já estava na cidade natal de Dara. 

Pediu um táxi e indicou ao motorista o endereço que Dara havia lhe passado.

Mais meia hora e ele finalmente chegou ao local indicado. 

Jeon agradeceu ao motorista e pagou pela corrida. Adentrou ao lugar a passos ligeiros logo se deparando com Baekhyun sentado em uma cadeira em um longo corredor. 

– Baek! – Jeon chamou. Pela primeira vez usara um tom gentil com o garoto. – Você está bem?

– Eu... Jeon... Eu estou bem, mas Taehyung... – Foi só então que ele notou que o garoto chorava. 

– Onde ele está? – Jeon mal sabia onde ele mesmo estava, mas estava mais preocupado com o híbrido. 

– Naquela sala. – Apontou para uma porta branca onde o nome do híbrido estava escrito.

– Você não quer vir comigo? – Jeon perguntou, mas o híbrido negou com a cabeça.

Jungkook se dirigiu até o quarto de Taehyung, logo abrindo a porta. 

A sala era totalmente branca, incluindo os móveis e a poltrona que estava ao lado da maca, Dara se mantinha sentada nessa mesma poltrona. 

Jungkook caminhou calmamente até o garoto. Ele estava dormindo. Observou todos os detalhes de seu rosto, de como seus olhos estavam inchados e de como estava pálido. 

– Jeon. – Dara cumprimentou. – Ele está dormindo. Estava chorando até pouco tempo atrás. Queria muito te ver. Ficava chamando o seu nome. 

– Dara! Por que você o levou? Por que não pediu minha permissão? Por que você fez isso? – Bombardeou a mulher de acusações, mas logo lembrando-se que estava preocupado. – Ele está bem? Eu fiquei tão preocupado. Por Deus!

– Jungkook, ele havia me dito que havia conversado com você. Eu realmente acreditei nas palavras dele. Antes de adormecer, ele mencionou que havia mentido. Eu sinto muito de verdade. Eu mesma devia ter falado com você. 

– Tudo bem, tudo bem. – Suspirou. – Como ele está?

– Jeon eu fiquei aterrorizada com tudo o que aconteceu. Eu fiquei com tanto medo de que algo acontecesse com ele. Eu estou me sentindo extremamente culpada. – Dara abaixou o rosto. – Eu quero pedir desculpas.

O garoto suspirou como resposta. 

– Está tudo bem. – Respondeu. – Mas e Taehyung? Ele está bem? – Notou que a mulher parecia fugir do assunto. 

– O médico saiu daqui faz alguns minutos e... Eu não sei como dizer isso, Jeon... – Dara não terminou sua fala. 

– Kookie? – Taehyung chamou, sua voz estava fraquinha. O outro então notou que ele segurava o pato que havia ganhado de si no dia do parque de diversões. – Kookie, você realmente está aqui? – O híbrido parecia surpreso. 

Jeon não soube entender o porquê daquele aperto em seu coração. De repente tudo pareceu ter se aliviado. Era como se naquele momento sua felicidade, seu sentimento de alívio dependessem somente de Taehyung. O mais novo não conseguiu segurar seu sorriso ao se deparar com os olhos caramelados do pequeno e então pôde entender que talvez já não conseguiria mais viver sem a presença dele. Taehyung podia viver consigo, certo? Eles podiam ser amigos. Jeon podia cuidar do pequeno. Ele tinha capacidade para isso.

– TaeTae! – Jeon sorriu ao finalmente ouvir a voz do pequeno. Se virou para ele e o abraçou, sequer sabia como seus atos afetavam o baixinho. – Tae, você está bem? Como está se sentindo? Eu... Por Deus, Taehyung! Quantas coisas podiam ter acontecido! Eu fui até a casa de Dara para me desculpar com você e sabe como eu me senti ao não encontrá-lo lá? Eu achava que você tinha ido embora! Pensei que nunca mais fosse voltar. Pensei que havia sido sequestrado. Caramba, eu pensei tantas coisas. 

O pequeno sorriu fraco.

– Uau, Kookie. Você realmente se preocupou tanto assim? 

– Sim. – Jeon respondeu e só então notou que ainda estava agarrado ao pequeno. – Só não faça mais isso.

– Isso quer dizer que nós ainda vamos morar juntos, Kookie? Isso é sério? Como uma famíliazinha?

– Sim, TaeTae. Nós vamos. 

Jeon nunca havia visto o pequeno sorrir tão largo. 

– Isso é demais, Kookie! E então quando vamos para a casa? 

– Sobre isso... – Dara se pronunciou e mais uma vez foi interrompida, o médico havia entrado na sala, um ponto que Jeon achou estranho era que o médico tinha orelhas. Orelhas bem pequenininhas e pontudas em cima da cabeça. Aquilo era um hospital para híbridos?

– Olá. Eu vim aqui checar sobre o estado do paciente. 

– Eu ainda não contei para eles... – Dara se pronunciou. 

– Ah... Eu sinto muito. – O médico curvou-se em sinal de respeito. 

– Contou o que, Noona? – Jeon perguntou, curioso. 

– Jeon, o caso de Taehyung é um pouco mais grave. Parece que após a estante de mamãe cair em cima dele, ele bateu um nervo da coluna e... As pernas dele... Taehyung perdeu o movimento das pernas, Jeon.

O mais novo arregalou os olhos. 

– Como assim? – Taehyung perguntou baixinho, logo puxando os cobertores que tapavam seu tronco para baixo. O híbrido parecia fazer uma certa força, já que seu rosto instantaneamente ficou vermelho. 

Jeon ainda estava de olhos arregalados. 

– As minhas... As minhas pernas. Eu não tenho m-mais pernas?

– Tae... – A mulher não sabia como continuar sua frase. – Isso pode ser temporário. Você vai começar a fazer fisioterapia em Seul. Não há nada certo ainda.

– AS MINHAS PERNINHAS. EU NÃO TENHO MAIS MINHAS PERNAS, NOONA? O QUE ACONTECEU? – O garoto de repente começou a gritar . Lágrimas deslizavam incessantemente pelas suas bochechas. Jeon ainda estava calado, encarando o chão. – Noona, eu agora não posso mais andar?

De repente, Jungkook saiu as pressas da sala. O garoto não queria que Taehyung visse suas lágrimas. Como aquilo podia estar acontecendo? Por que com Taehyung?

Ele se dirigiu até o banheiro masculino e deixou para desabar lá. Deixou tudo o que estava sentindo sair com as lágrimas. 

Ao sair do banheiro, deparou-se com Dara na porta. 

– Noona... – Foi cortado.

– Jeon, há um tempo atrás você havia pedido para eu encontrar uma família para Taehyung. Na manhã passada um casal me ligou. Disseram querer adota-lo. Jeon, eu já entendi o quão irresponsável você é sobre o garoto, então se você achar que essa situação está sendo dura demais para você, vamos resolver isso agora. – A mulher foi dura e direta. 

O mais novo suspirou, passava as mãos pelo cabelo nervosamente.

– Taehyung fica comigo. Eu decidi que ele fica comigo. – Respondeu. 

Dara sorriu, um pequeno sorriso. 

– Você tem certeza disso? Você está se responsabilizando por uma vida, Jungkook. E se as coisas ficarem complicadas? Você sabe pelo que Taehyung está passando agora?

– Se as coisas ficarem complicadas, nós levamos aos poucos. Dara, eu já tomei a minha decisão, Taehyung agora é a minha família.

– Eu fico feliz por isso.

Os dois se encaminharam para o quarto do híbrido e mais uma vez ele estava dormindo. 

– Ele precisa ir para a casa.

– Nós já podemos ir? – Jeon perguntou.

– Podemos sim. Separamos um avião especial para ele. O dono desse lugar é um grande amigo meu e eu pedi sua ajuda.

– Eu quero muito te agradecer, Noona. 

A garota concordou. 

(...)

Jeon entrou em seu apartamento, empurrando Taehyung pela cadeira de rodas. 

O híbrido ficara calado durante toda a viagem de volta de Daegu para Seul. 

– Está tudo bem, Tae? 

Mas o híbrido não o respondeu, apenas se empurrou por conta própria até a sala. 

– Tae? 

– Você sabe o quanto eu gosto de você, Jeon? No tempo que eu estive no hospital, eu só conseguia pensar em você. Então eu cheguei a conclusão que eu realmente gosto de você. Muito mais do que um amigo. Muito mais que um dongsaeng. Eu gosto de você. E eu realmente estava otimista sobre morarmos juntos, Kookie. Eu realmente esperava que tudo fosse dar certo. Que você você no fim acabasse gostando de mim também. Eu não sei quando isso surgiu ou sequer como surgiu. Eu só simplesmente gosto de você. E eu estava bem apenas gostando de você, Kookie. Tudo bem, eu pensava, talvez ele nunca sequer chegue a gostar de mim, talvez no final ele nem sequer queira ficar comigo e me mande para uma casa de adoções ou para uma família mesmo, mas uma pequena faísca ainda acreditava que nós poderíamos ficar juntos, Kookie, como uma família, mas agora eu sinto que essa pequena faísca apagou. Eu realmente me sinto um inútil agora, Jeon. Eu não quero que você fique comigo. Eu não quero mais ficar perto de você, Jeon. Porque gostar de você, esperar mais de você está acabando comigo. Eu não quero ser um estorvo para você. Eu me sinto um ninguém, me sinto totalmente sem importância, eu estou com vergonha de mim mesmo. Eu só quero me sentir bem. Quero sentir que eu pertenço a um lugar, que eu faço bem para as pessoas e não só elas fazem para mim. Eu decidi que não quero mais que você seja minha família, Jeon. E eu também não desejo mais ser a sua. – Ao final de sua frase, Taehyung finalmente virou o seu rosto, podendo olhar Jungkook nos olhos. Nunca esperava ver aquilo do garoto, não por sua causa pelo menos.

Ele chorava.

Taehyung arregalou os olhos. 

– Eu não vou deixar você, TaeTae. Mesmo que você não queira ficar comigo, eu não vou deixar você, porque nós somos família e famílias não de desfazem assim. Eu espero que você aprenda a lidar com isso a partir de agora, porque isso não vai mudar. Você é a minha família e não pode me abandonar assim. – Jeon disse e deu as costas para o pequeno. Era óbvio que queria continuar com ele, mas sabia o quanto ele iria espernear para ter o que queria e Jeon não daria a ele o que ele queria. 

Eles agora eram família.