História How Not to Fall in Love For A Hybrid - É Perigoso Dormir Na Mesma Cama

– Jeon? Por que fez isso? – Taehyung perguntou, afastando-se do mais novo. 

Jeon se manteve calado nos primeiros constrangedores segundos que se passaram. 

– Eu acho que gosto de você, Taehyung. 

– O quê? – O híbrido arregalou os olhos. 

– Eu acho que gosto de você, Tae. De verdade. 

– O quê? – Ele perguntou de novo, realmente não estava acreditando. 

– Tae, isso também é confuso para mim, mas por favor, tente entender. 

– Eu gosto de você, Jeon. Como nós ficamos?

– Eu não sei. Só vamos continuar como estamos, ok? Eu não quero tornar as coisas esquisitas. 

– Ok, Kookie. – Taehyung sorriu. 

– Vamos dormir agora?

– Vamos sim. – Ele respondeu e já ia saindo com a cadeira de rodas do quarto.

– Tae, você pode dormir aqui. – Jeon proferiu, envergonhado. 

– Sério? Tudo bem então. 

Jungkook posicionou o híbrido na cama e jogou alguns cobertores no chão para servirem de cama para si. 

– Por que você não vai dormir na cama, Kookie?

Alguns segundos se passaram com ambos se encarando.

– Tae... Ham, como explicar isso? Agora você sabe que eu gosto de você e eu sei que você gosta de mim. Mantemos sentimentos um pelo outro, então eu acredito que não seja conveniente dormirmos na mesma cama.

– Por quê?

– Muitas perguntas, hein? Só vamos dormir logo. – Jeon finalizou aquela série de perguntas. Não queria explicar ao garoto que para o seu psicológico jovem e cheio de hormônios dormir com ele não era coisa boa. Taehyung era inocente. – Boa noite, Tae. 

O híbrido bufou. 

– Boa noite, Kookie. 

(...)

Jeon acordou na manhã seguinte com um peso em cima de si. Tentou empurrar a coisa prostrada em seu peito ainda de olhos fechados e assustou-se ao sentir com as mãos a maciez das orelhinhas de Taehyung. Jeon abriu os olhos e deparou-se com a cena mais fofa que teria contemplado em anos – senão na sua vida inteira. 

Kim Taehyung suspirava calmamente enquanto dormia com o rosto enterrado em seu peitoral. Jungkook percorreu o olhar ´pela sua face. Seus olhinhos pequenos extremamente puxados e agora fechados. A pinta na lateral do nariz do garoto. Tão belo. Jeon levou a mão até a cabeça do pequeno e a acariciou. 

– Como você veio parar aqui, coisinha? – Sussurrou quase inaudível para si mesmo. Não queria que o outro acordasse. 

– Eu caí no meio da noite, Kookie. Sabe como é, né? Eu até tentei, mas não consegui voltar para a cama. – Jeon assustou-se ao ver o híbrido abrir os olhos rapidamente e respondê-lo. 

– Ora, seu... Você estava fingindo dormir, Tae? Que feio.

– Eu? Eu nunca faria isso, Kookie. Eu estava até sonhando. Eu durmo facilmente, ó. – O híbrido disse e logo fechou os olhos roncando falsamente como um porquinho. 

Jungkook gargalhou alto. 

– Você é uma criança mesmo. – ... – Está com fome, TaeTae? 

– Siiiiiiiim. – O híbrido respondeu, prolongando a única vogal. 

– Eu não sei porque eu ainda pergunto. Você está sempre com fome. 

– Que rude da sua parte dizer isso, Kookie. – Tae comentou, fazendo um bico se formar em seus lábios. Jeon quis muito morder aquele bico, mas não sabia se era o certo a se fazer, mal havia beijado o híbrido. Aquilo ultrapassava sua cota de "coisas que eu não sei se devo fazer, mas mesmo assim quero". Jeon realmente tinha uma lista de coisas e apelidava essa lista assim. No topo dela, obviamente, naquele momento se mantinha morder a boca de Taehyung. – Você vai fazer panquecas, certo?

O outro demorou um pouco para responder, ainda imaginando como seria ter os seus lábios em contato com os lábios alheios naquele momento, até notar que Taehyung o encarava. 

– Ah sim, sim. Vou sim. 

– Demais! – E Taehyung deu um selinho em Jungkook, o surpreendendo. Ele sorriu com o ato do híbrido retribuído-o com um segundo selinho. 

– Agora vamos comer. – Jeon comentou, levando o híbrido até a cozinha no colo e o posicionando na bancada da cozinha, ao lado da pia. 

Taehyung queria parecer feliz, mas não estava. Não conseguiria viver daquele jeito. Ele gostava demais de Jungkook, era vergonhoso para si aquela situação. Qualquer coisa ele precisava pedir para o mais novo, aquilo o incomodava muito. Taehyung já sabia o que faria, mas precisaria conversar com Dara antes. 

– Eu estava quase me esquecendo. – Taehyung mentiu. – Hoje já é quarta-feira, Jeon. Eu tenho fisioterapia. 

– Tem mesmo, Tae. – Jeon sorriu. – Está nervoso? Eu vou ficar com você lá, então não precisa se preocup... – Não conseguiu terminar sua fala, pois Taehyung o cortou. 

– Na verdade, Kookie... Dara se ofereceu para me levar. Eu acho que seria melhor eu ir com ela. – Taehyung finalizou sua fala, virando o rosto. Jeon o encarava profundamente. Às vezes o híbrido sentia medo das íris do jovem, pareciam duas órbitas negras habitando suas íris. 

– Por quê? Você não se sente confortável comigo? – Jeon se aproximou do pequeno, quase se encaixando entre as suas pernas. 

Taehyung ficava nervoso com tanta aproximação. Quer dizer, ele se sentia nervoso quando Jeon se aproximava. Jungkook fazia o híbrido sentir coisas estranhas que ele mesmo não entendia. 

– N-Não é isso, Ko-Kookie. Eu só acho que... – Foi a vez de Jungkook o cortar. 

– Não importa. – Ele sorriu falsamente. – Está tudo bem. – Realmente havia ficado magoado com o híbrido. Finalmente estavam próximos como nunca e Taehyung estava levantando uma barreira invisível na sua volta e afastando Jungkook.

– Que horas é a fisioterapia? – Taehyung perguntou, mudando o rumo da conversa. 

– Às dez horas da manhã. – Jeon encarou seu relógio da cozinha. – Daqui três horinhas. 

– Tudo bem. 

(...)

Taehyung já estava devidamente vestido. Quando Jeon se ofereceu para ajudá-lo a se vestir, Taehyung recusou praticamente gritando. Ele estava frustrado, irritado e extremamente triste. Ele podia se arrumar sozinho. Qual era a de Jungkook? 

– Você tem certeza que não quer que eu vá?

– Não. – O híbrido respondeu duro. 

Jeon abaixou um pouco mais o olhar. Taehyung estava diferente e aquilo estava o deixando maluco. 

– Tudo bem. – Ele finalizou antes de levar Taehyung até o apartamento vizinho. – Noona! Como tem passado? Eu vim trazer Taehyung para que você possa levá-lo para a fisioterapia. 

Dara cumprimentou Jeon e Taehyung que apenas acenou com a cabeça para ela. 

– Nós vamos sair agora. – Dara comentou. – Vamos Baek! – A mulher chamou o híbrido. 

Jeon sentiu-se extremamente irritado. Então tudo bem para Taehyung se Baekhyun for mas não está tudo bem se ele for? 

– Tchau, Jeon! – Dara despediu-se. Baekhyun acenou para o mais novo e Taehyung nem sequer o olhou nos olhos. 

(...)

Jungkook estava sentado em seu fofá, aflito desde que Taehyung havia saído. Já havia se passado uma hora e o garoto estava ansioso e aflito. De repente ouviu três batidas na porta de sua casa.

Correu até ela com um sorriso no rosto, imaginado que seria Dara com Taehyung, mas apenas sorriu fraco ao de deparar com Jimin prostrado de frente para si. 

– Kookie! Como está? 

– Ah, oi, Jimin. 

– Que desanimação é essa? Eu vim aqui para te ver. – Jimin olhou para todos os lados. – O pirralhinho não está? Ótimo, nós podíamos aproveitar isso tudo e... – Jimin foi se aproximando do garoto cada vez mais. Naquele exato momento, Taehyung que estava prestes a abrir a porta para entrar parou ao ouvir a voz de Jimin lá dentro. O híbrido se mantinha praticamente escorado na porta de entrada de Jeon, porém pelo lado de fora. Por ser um híbrido, sua audição era muito boa. Ele conseguia ouvir claramente cada palavra que os dois trocavam.

– Aproveitar o quê, Jimin? 

– Que Taehyung não está aqui, ué. Ah, qual é? Vai dizer que você não gostou de acordar comigo quase sem roupas do seu ladinho? Jeon eu senti tanto a sua falta no tempo que eu estive fora. Eu só... Queria ficar com você.

– Se eu gostei? Jimin, você está bêbado? Você se aproveitou que eu estava dormindo e foi se jogando para cima de mim, vindo dormir do meu lado. – Taehyung arregalou os olhos, entendendo completamente o que tinha ocorrido na manhã que encontrou os dois juntos.

– Por que você está assim, Jeon? Ah, qual é? Eu soube que você sentiu minha falta no tempo que eu estive fora. Parou de ir a festas, parou de se divertir, você não era assim. 

– É, Jimin. Porque eu nunca gostei de festas, nunca gostei dessa vida de ferra que você levava. 

– Não, é? Você parecia gostar. Quando você estava muito bêbado e eu te tocava. Ah, sim. Você parecia gostar. – Taehyung ouvia tudo cautelosamente. – Quando dançávamos como loucos até amanhecer, quando estávamos tão inconscientes dos nossos atos que até roubamos um carro e logo depois batemos com ele. Ah, você parecia muito bem gostar disso. Quando fodiamos loucamente até nossas pernas doerem e nossos músculos parecerem pasta, quando nó– Nesse momento, Jeon deu um soco na cara de Jimin. Ele tinha coisa demais acumuladas dentro de si. Nunca imaginou isso do garoto, nunca imaginou que ele fosse assim. Jeon guardava tanto ódio dentro de si que não tinha mais lugar para acumular, ele tinha que explodir. 

O mais novo começou a desferir uma série de socos no rosto do mais velho que já se encontrava no chão. 

– EU NUNCA FUI ASSIM! EU NUNCA GOSTEI DISSO! VOCÊ ME DÁ NOJO, PARK JIMIN! DESDE O MOMENTO QUE VOCÊ DISSE QUE SE EU BEBESSE EU ME SENTIRIA MELHOR, DESDE O MOMENTO QUE VOCÊ DISSE "TUDO BEM SE NÓS FIZERMOS ISSO". DESDE O MOMENTO QUE VOCÊ ME FEZ EXPERIMENTAR TODO E QUALQUER TIPO DE DROGA. DESDE O MOMENTO QUE VOCÊ ME VIU TOTALMENTE INCONSCIENTE E DECIDIU CONTINUAR COM AQUILO. E DECIDIU CONTINUAR TIRANDO AS MINHAS ROUPAS. E DECIDIU QUE TUDO BEM ABUSAR DE MIM. EU TE ODEIO PARK JIMIN. EU QUERO VOCÊ LONGE DE MIM. NÓS NUNCA TIVEMOS UM RELACIONAMENTO. E EU CANSEI DE FINGIR QUE ESTÁ TUDO BEM, POIS NÃO ESTÁ. VOCÊ FERROU COM O MEU PSICOLÓGICO. EU LEMBRO QUE EU ACREDITAVA QUE PRECISAVA DE VOCÊ OU EU MORRERIA. EU TE COLOCAVA EM PRIMEIRO LUGAR SEMPRE! EU FIZ DE TUDO PARA TENTAR TE FAZER FELIZ. VOCÊ FODEU COM TUDO O QUE EU ACREDITAVA, COM AS MINHAS CRENÇAS, COM AS MINHAS MORAIS. EU FUI CONTRA TUDO O QUE ME DISSERAM POR VOCÊ, JIMIN. MAS EU CANSEI DE FINGIR QUE ESTOU BEM. VOCÊ ME FEZ ACREDITAR NAS SUAS MENTIRAS E É POR ISSO QUE EU TE ODEIO, ODEIO, ODEIO, ODEIO, ODEIO – Cada palavra repetida era mais um soco desferido na face do jovem.

Jeon finalmente deu um último no soco no garoto e levantou-se de cima dele. Andou até o seu banheiro e buscou uma toalha branca, logo jogando no rosto ensanguentado do garoto. 

– Nunca mais abra a boca para mencionar o nome de Taehyung, ou você vai se arrepender, Jimin. Agora vá embora daqui. E nunca mais ouse voltar aqui de novo. 

Jimin levantou-se lentamente. 

– Você está diferente, Jeon. – Ele falava tudo com dificuldade. – Torça para isso não ferrar com você. Eu só não entendo o porquê de tanta preocupação com Taehyung de repente. Está dormindo com o garotinho, é? Que feio, Jungkook. Um pouco contraditório você, hein?

– Saia daqui, Jimin. Agora. 

Taehyung estava com os olhos arregalados. Rapidamente andou com a cadeira de rodas até o elevador e fingiu que tinha chegado naquele momento. Se dirigiu para o apartamento de Jungkook e notou quando a porta foi aberta e um Jimin com a boca totalmente cortada tentando estancar o sangramento saiu andando como se nada tivesse acontecido.

Como se fosse em câmera lenta, Taehyung notou quando ele abaixou seu olhar para si e sorriu de lado. O híbrido sentiu cada molécula do seu corpo se arrepiar. Perverso. 

Entrou no apartamento de Jungkook e notou que ele estava ajoelhado no chão da sala. Sua mão estava banhada em sangue. Taehyung notou que o outro chorava. 

– Jeon? – Mas o outro nem levantou a cabeça. – Vai ficar tudo bem, Jeon. 

O outro levantou-se rapidamente e abraçou o híbrido.

– Ta tudo bem, Kookie. Tudo vai ficar melhor amanhã.

Jungkook tinha um passado confuso com Park Jimin, um passado confuso e insano. Mas ali, Taehyung conseguia ver apenas o seu coração ferido e ele faria o possível para curá-lo. 

(...)

A noite já havia chegado, Jeon estava dormindo na sala e Taehyung não parava de encará-lo. Taehyung estava ciente de todos os acontecimentos daquela manhã, mas eles precisavam conversar. O mais novo havia dormido o resto do dia inteiro. Inclinou-se com dificuldade sobre o garoto e beijou sua testa, nenhum sinal de vida. Logo o híbrido levou sua destra para a bochecha direita de Jeon, iniciando lá uma série de carícias. Assustou-se quando Jungkook agarrou seu pulso o parando.

– O que está fazendo? – Ele perguntou. – Quando você chegou? Senti sua falta. 

– E-eu estava vendo se você está bem. – O mais novo estranho de repente o híbrido estar tão calmo e conversando consigo – E... Você não se lembra? Eu cheguei faz um tempo já. Você estava ajoelhado na sala e chorando. – Jeon arregalou os olhos. 

– Você viu o Jimin? Viu minha briga com ele?

– Não. – Taehyung mentiu. Não queria que Jungkook soubesse que ele havia ouvido tudo pela porta. 

– Ah, tudo bem então. Você está com fome? Como foi a fisioterapia?

– Não estou com fominha não, Kookie. – Jeon estranhou – E é sobre a fisioterapia que eu quero falar com você...