História How To Love a Little Girl - 9

No dia seguinte, Aria foi para a escola com o mesmo ânimo estressado que tinha toda a manhã. As aulas passaram lentamente, quase como uma tortura para ela, e quando o termino do expediente acabou, seu animo não melhorou nem um pouquinho já que sabia que teria que aguentar um Horan chato, dizendo a ela o que fazer. Além do mais, ele deveria estar bem irritado por ela ter montado um “quarto” para Haley como vingança por ele tê-la trancado em sua casa.

- Psiiiu. Aria!

Estava saindo da escola, indo junto com o fluxo de alunos quando seus ouvidos captaram seu nome. Ela parou na metade da escadaria que levaria a calçada, olhando em volta enquanto seu nome era repetido mais algumas vezes. Seus olhos pararam atrás de uma moitinha. Um cara que usava boné preto, óculos escuros e tinha um bigode bem estranho na face, a encarava. Aria deu um passo para trás, imaginando que aquele estranho mexicano – já que parecia muito um, por causa do bigode – iria assalta-la.

- Aria! Vem aqui!

O cara deu um passo para o lado e só então Aria viu que ele tinha um bebê pendurado no peito, em uma bolça estilo canguru. A pobre garota arregalou os olhos assim que percebeu que se tratava de Horan e Haley, ali, atrás da moitinha, em sua escola, os dois juntos, em público.

Segurou a vontade de pegar seu celular e tirar uma foto daquela cena hilária e deu um passo a frente, pronta para ir na direção de Niall. No entanto, ouviu outra voz a chamando, dessa vez mais alto e claramente. Olhou para o lado e viu Tayler correndo em sua direção, atravessando o mar de alunos para alcança-la.

- Tyler, oi. – disse Aria, assim que ele se aproximou. Seu olhar passava na moita para o namorado.

- Oi... – ele sorriu e assim que captou seu olhar, virou a cabeça na direção de Horan.

Niall se enfiou atrás da moitinha antes que Tyler pudesse vê-lo ali.

- Hm... – Tyler se voltou para Aria – Está tudo bem? Não te vi o dia todo e...

- Tudo ótimo, por que não estaria? – perguntou ela, sou tom de voz saiu ansioso demais. Não era sua culpa, Niall estava escondido na moitinha da sua escola, querendo, provavelmente, falar com ela.

- Não sei. Achei que tivesse acontecido alguma coisa. Você não veio para a escola ontem e não respondeu minhas mensagens nem minhas ligações anteontem. Esqueceu que iriamos sair? – disse Tyler. – Bem, não importa. Fiquei preocupado.

Foi como se tivessem jogado um balde de água fria em Aria.

- O encontro! – ela bateu com a mão na testa – Tyler, eu sinto muito mesmo. Me esqueci... Eu... Me desculpe. – falou com sinceridade, tinha realmente esquecido. Culpa do Horan, pensou ela. – Passei mal ontem de manhã e... Meu celular está... Sem bateria desde segunda... O carregador quebrou. Por isso não vi as mensagens, nem nada. Desculpe... De novo.

- Tudo bem. – respondeu Tyler, mas sua expressão era um tanto quanto confusa – Aria, você está realmente bem? Parece nervosa.

Um barulho fino, agudo e irritantemente reconhecível se propagou pelo ar. O choro de Haley. Escutou Niall praguejar um palavrão e Tyler começou a virar a cabeça, de volta para a moitinha.

- Foi a prova de hoje! – falou ela, segurando no ombro do namorado – Me deixou nervosa. Uau. Álgebra. A gente até sua, não?

- Sim... Eu... – Tyler franziu a sobrancelha – Está escutando choro de bebê?

- Ah... É o novo toque do meu celular.

- Mas disse que seu celular estava sem bateria.

Aria quis pular de uma janela naquele momento. Droga de cabeça ruim!

- Estou com o celular do Liam, enquanto meu novo carregador não chega. – falou ela, usando todo o seu dom de atriz para fazer Tyler acreditar. Ele pareceu convencido. – E, nossa, olha a hora! Preciso ir, Ty, ligo para você mais tarde. – ela se aproximou dele, lhe dando um beijo rápido na boca – Te amo, tchau.

Aria não deixou que Tyler respondesse. Ela correu para a calçada, saindo do campo de visão do namorado. Ela se escondeu atrás do portão e esperou que ele saísse de lá, confuso e, aparentemente, chateado. Automaticamente, Aria ficou chateada também. Não gostava de mentir para Tyler, ela o amava, mas prometera para Horan que não contaria para ninguém sobre o bebê. E ela era, sempre, fiel a sua palavra! Ninguém nunca poderia duvidar da sua confiança sobre um segredo.

Assim que a barra ficou limpa, ela voltou para a moitinha e abriu um espaço entre as folhas com as mãos, encarando um Niall completamente irritado, balançando o bebê de um lado para o outro.

- O que pensa que está fazendo aqui, Sr. Discreto? – perguntou ela – E não a balance assim, seja mais calmo nos movimentos. Você quer fazê-la parar de chorar, e não transformar os seus órgãos internos em milk-shake.

Niall bufou, mudando seu jeito de acalmar Haley.

- Vim te buscar. – respondeu ele, como se fosse óbvio.

- Me buscar pra quê, Horan? Não precisa duvidar de mim, estava indo para sua casa agora.

- Não. Marquei um horário no laboratório de exames da cidade. Eles fazem teste de DNA. Preciso que leve a anã de jardim pra tirar o sangue e ver se é compatível com o meu. Tirei meu sangue já, se é o que está se perguntando, não posso arriscar em entrar num laboratório, com câmeras. – disse Niall.

- Você está em uma escola onde estudam centenas, milhares de garotas que são fanáticas por você, mas não quer entrar em um laboratório? Não posso acreditar nisso. Você usa drogas que atrofiam o cérebro ou você é burro por natureza? – perguntou Aria, passando uma das mãos na testa.

- Cala a boca, Payne. Eu só estava sendo gentil, querendo te levar para o laboratório e me certificar que você não será perseguida por nenhuma pessoa.

- Nós vamos tirar sangue, não roubar a rainha. Como você é tapado! Eu poderia ir sozinha, sabia?

- Mas não vai. – ele saiu de trás da moitinha – Vamos, não podemos perder tempo. Tenho uma entrevista em uma rádio hoje à noite. Já estou atrasado, de acordo com meu agente.

- Tanto faz, vamos logo.

Niall tinha um plano simples na cabeça. Ele conhecia um médico no laboratório que cuidaria de tudo para ele. Aria entregaria o sangue dele, depois iria acompanhar Haley para que ela tirasse o dela, e assim, aquele único médico, que já havia cuidado de todas as papeladas, analisaria tudo para Horan. Niall deu um nome falso, falando que era para fazer aquilo por um amigo dele, já que acreditava que no final, o sangue da criança não combateria com o sangue que ele deu na amostra.

Parecia um plano perfeito, e só uma coisa poderia estraga-lo. E se o sangue fosse compatível?

- Você instalou a cadeirinha no carro? – Aria franziu o cenho quando Niall abriu a porta de trás para colocar o bebê.

- Olha. – ele se virou para a garota – Posso ser muitas coisas, mas não sou assassino de bebês. Não posso viajar de carro com ela no colo. Além de que posso bater meu carro e estragar todo ele, ela pode acabar voando com tudo no vidros e puf. Niall Horan mata bebê. Isso não seria algo bom de se ler nos jornais.

- Ou colocaria “Niall Horan. Cantor ou Assassino?”. Dá mais impacto. – falou Aria, sorrindo ao terminar de concluir o título da manchete.

- Há-há-há. Muito engraçado.

Os dois entraram nos bancos das frentes.

- Vai ser o seguinte. Você vai entrar e pede para chamarem o Dr. Maxel, aí você dá minha amostra de sangue e fala que o Jony Went mandou, amigo de Niall Horan. Aí você mostra o bebê, ele tira sangue dela e daqui um mês me livro dessa praga. Fim. – ele ligou o carro, girando o volante para a rua movimentada.

- O velho truque de falar que o seu problema é, na verdade, o problema do seu amigo? Você realmente nasceu burro. – falou Aria, rindo daquela história ridícula.

Niall revirou os olhos, preferindo não responder àquilo. Então, o carro acabou ficando em silêncio. Haley já tinha acabado de chorar a tempos e Aria não ficaria surpresa se ela estivesse dormindo no banco de trás. Aliás, ela deveria estar exausta, ou morta de tédio, já que passar a noite e manhã toda com Horan deveria ser um saco. Isso também fez Aria imaginar que ela deveria estar sem comer ou coisa do tipo. Precisava ensinar, urgentemente, Niall a alimentar a criança, antes que ela acabasse morta.

Niall ligou o rádio para acabar com o silêncio, provavelmente. Por ironia do destino, uma de suas músicas começou a tocar na rádio, preenchendo todo o carro. Ele fez uma cara convencida e começou a cantarolar junto com a música. Estranhamente, Aria se lembrou do plano que tivera noite passada, de juntar a One Direction. Parecia que havia bolado aquilo há dias, mas não passava de apenas um. Ela precisava, alguma hora, botar o plano em ação. E aquela hora pareceu perfeita para a ocasião.

- Hm... Niall? – ela falou por cima da música – Posso fazer uma pergunta?

- Além desta que você já fez? Não. – ele sorriu amarelo, voltando a cantar.

Aria revirou os olhos.

- É verdade que Zayn Malik morreu? – perguntou ela, inocentemente – Vi ontem... Em... Um site.

Niall fez uma careta mista. Havia espanto, surpresa, ironia e uma tremenda vontade de gargalhar... Ou soltar pum, Aria não se decidiu. Também não conseguiu entender se ele sentiu aquilo por menção de ouvir o nome ou da notícia mesmo.

- Por acaso já contou quantas vezes eu já morri na Internet? – ele falou, revoltado – Claro que... Zayn Malik não morreu. Quantos anos você tem, Payne? Dois?

- Só queria saber. – ela deu de ombros – Ele tá há tanto tempo fora da mídia, pensei que, sei lá, pudesse ser verdade.

- Lógico que não está mais na mídia, ele não é mais famoso. – Niall sorriu vitoriosamente, mas Aria pode ver seu lábio tremer na lateral, como se sorrir daquela maneira fosse errado. Ponto pra mim, pensou ela.

- Você... Você já parou pra pensar o caminho que eles seguiram. Os outros meninos. Quer dizer, você virou... Isso daí... – apontou para ele todo – Liam mora com a irmã mais nova e tem uma gravadora. Já vi aqueles dois filmes meio ruins que o Louis fez, além de vê-lo toda hora nas revistas de moda... Também fracassadas... Só não sei de Harry e Zayn.

Niall apertou mais as mãos contra o volante. As dobras de seus dedos ficaram brancas e Aria não pode deixar de reparar no desconforto que ele sentia a ouvir cada palavra que saía da boca dela, como se fosse uma tortura.

- Sei lá, a vida deles não me importa. – ele respondeu, grosso – Mas, se serve de consolo, soube uma vez que Zayn largou tudo e começou a estudar história. – Niall riu, como se achasse ridículo – Ele está trabalhando como estagiário em um museu aí.

Mais um ponto para mim!

- Como sabe disso? Pensei que a vida deles não te importasse. – falou Aria, provocante. – Sabe de Harry?

- Sei porque me falaram. Um amigo próximo meu que já foi próximo dele um dia. – respondeu Niall, ainda mais grosso – E não. Não sei de Harry, e não quero saber. E por que estamos falando disso? Seu irmão nunca te ensinou a parar de ser chata? Você é muito irritante.

Aria virou o rosto para a janela, escondendo um sorriso. Estava muito contente com as informações que tinha conseguido, não conseguia nem elaborar uma resposta digna para as provocações de Niall.

Ela apenas deu de ombros e disse:

- É. Eu sei.