História How To Love a Little Girl - 7

- Payne. Payne. Payne. Payne!

Aria sentiu algo cutucar seu ombro. Ela abriu os olhos lentamente, sentindo um peso enorme sobre suas pálpebras.

- Payne! Acorda, Payne!

- Hum?

Ela esfregou os olhos, deixando com que sua visão entrasse em foco, e a primeira coisa que viu foi a cara impaciente de Horan. Bufou, irritada, nem nos sonhos ele dava uma trégua para ela?

- Sai do meu sonho, Horan. – ela reclamou, voltando a fechar os olhos.

- Isso não é um sonho, sua idiota.

Aria abriu os olhos. Como assim não era um sonho? Claro que era um sonho. Por que Horan estaria em seu quarto se não fosse um simples sonho? Ah não ser que... Ué. Por que exatamente ela estava dormindo no sofá na casa de Niall Horan e não na sua cama em seu quarto? Rapidamente, se sentou e sua cabeça doeu no segundo seguinte. Será que Niall tinha chapado ela com dipirona também?

Foi então que as lembranças voltaram para sua cabeça. Horan ficou irritado; ele subiu para o seu quarto xingando; Aria montou o berço sozinha; Haley estava elétrica de mais porque havia dormido a tarde toda; Haley não queria dormir; Horan não decia; Aria teve que ficar cuidando da bebê que só queria brincar até ambas caírem no sono.

- Eu não acredito que dormi aqui! – ela limpou a baba no canto de sua boca – Devo ter caído no sono assim que Haley dormiu. – se levantou rapidamente, passando as mãos desesperadas pelo cabelo. – Liam deve estar furioso... Espera! Que horas são?

- Cinco da manhã. – Niall respondeu mal humorado – Desci para tomar café e encontrei você morta no sofá. Me lembre de comprar um sofá novo amanhã.

- Eu preciso ir pra casa me arrumar para a escola. – resmungou Aria – Isso é tudo culpa sua! Se tivesse aqui em baixo eu poderia ir para casa sem me preocupar de larga-la sozinha.

- Querida, você é a babá. Você que cuida dessa coisa, não eu.

Aria respirou fundo três vezes. Ela estava preocupada de mais para discutir com aquele homem chato.

- Eu vou para casa. – respondeu, por fim.

- Opa. Opa. Opa. – Niall agarrou seu braço – Não vai não. Quem vai cuidar do anão de jardim enquanto eu estiver fora?

- Se vira, Horan, não sou babá de tempo integral!

- Não, não. Você vai ficar aqui e ponto final. – ele virou a xícara de café na boca – Ou vai mesmo deixar aquele lindo bebê sozinho?

- Eu preciso ir para a escola!

- E eu preciso ir para um shoot. Além de ter umas dez entrevistas hoje.

Niall foi até a porta, pegando seu casaco pendurado em um cabideiro. Ele vestiu a peça de roupa e bagunçou o cabelo.

- Eu não vou faltar por sua culpa! – Aria caminhou até ele – Tenho aulas importantes hoje e...

- Não ligo e não quero saber. – ele colocou a xícara vazia na mão de Aria – Ou você fica aqui ou descontarei ainda mais do seu salário.

A garota engasgou.

- Como assim descontar mais?

- Pra sua informação, querida, eu descontei do seu salário o valor que você gastou com todas essas coisas ridículas para bebê.

- Como assim? Você não tinha esse direito!! – Aria estava a ponto de jogar a xícara em Niall.

- Assim como você não tinha direito de comprar tudo isso. – ele sorriu, vitorioso. – Aproveita que você vai ficar aqui e da uma lavadinha na louça.

Niall guardou algumas coisas no bolso e saiu pela porta. Aria segurou na maçaneta, tentando abri-la, mas o irlandês fora mais rápido e a trancou no segundo seguinte.

- HORAN! ABRE A PORTA! – ela bateu contra a madeira, girando a maçaneta infinitamente. – HORAN! EU VOU TE MATAR! ISSO É SEQUESTRO! HORAN?

Não houve mais respostas.

Aria se afastou da porta xingando Niall. Ele não podia trancá-la em sua casa! Aquilo era crime! Poderia culpa-lo de sequestro e quem sabe ele não seria preso e deixaria ela em paz. Se perdesse a aula, provavelmente ligariam para sua casa para saber o motivo, isso deixaria Liam ainda mais louco. Ele deveria estar bravo e incrivelmente preocupado a ponto de mata-la quando ela voltasse para casa. Mas ela não podia simplesmente deixar um bebê sozinho em casa. Seria muita crueldade da parte dela.

- Você me paga, Horan.

Irritada, Aria se voltou para a sala, encarando o grande cômodo com total fúria. Haley dormia em seu berço no canto perto da entrada para a cozinha e provavelmente demoraria um pouco para ela acordar. O que raios ela faria ali o dia todo? Apodreceria naquele sofá de couro nojento onde provavelmente Horan já teria usado como local de acasalamento várias e várias vezes.

Aria fez uma careta de nojo ao pensar naquilo.

No segundo seguinte se lembrou de Liam novamente. Precisava avisa-lo de que estava bem. Seu celular havia ficado em sua bolsa, que acidentalmente ela largara em sua casa antes de sair desesperada até Niall. Tinha consciência de que estava muito encrencada.

Aria pegou o telefone em cima da mesa ao lado do sofá e discou o número que sabia de cor, levando o aparelho a orelha logo em seguida.

Cinco toques depois, Chris finalmente atendeu.

-Alô? – ela tinha uma voz embriaga, provavelmente por culpa do sono.

- Chris! Sou eu! – Aria falou rapidamente – Está acordada?

- Aria!! Agora estou. – respondeu a amiga, um tanto quanto nervosa e aliviada – Vem cá, Aria, onde você se meteu? Liam me ligou ontem à noite atrás de você. Falei para ele que você estava aqui e que estava dormindo. Imaginei que estivesse com Tyler e acabou dormindo na casa dele sem querer ou sei lá. Não sei se ele ligou para a Mia também... Acho que não, se não ela teria me ligado. – a voz dela era de tédio – Tentei te ligar, mas não atendeu. Você está bem não está? Está na casa dele?

Aria suspirou aliviada. Era por isso que amava sua amiga.

- Bem... Eu... Esqueci o celular em casa. – respondeu enquanto andava de um lado para outro – É uma longa história, Chris. Muito obrigada por ter falado isso para o Liam, me salvou completamente.

- Você está com voz de encrenca. Está na casa do Tyler, não está, Aria?

- Falo com você mais tarde. Não se preocupe, estou bem. – falou, simplesmente – Te amo, tchau. – e dito aquilo, desligou.

Um problema a menos, pensou Aria. Liam iria perceber que ela não tinha ido para a escola, claro que ia. Tinha largado sua bolsa na cozinha! Era questão de tempo até ele descobrir e ficar bem, bem, bem furioso. Liam andava muito estressado, era capaz de esse pequeno acidente o fizesse perder a paciência e manda-la de volta para a casa dos pais.

Aria lembrou que havia uma porta para a piscina e foi imediatamente em direção a mesma porta de vidro que tinha usado como entrada no dia em que queria roubar a cueca. Esse maldito dia, pensou.

Tentou arrastar a porta para o lado, mas ela nem se quer mexeu. Colocou a outra mão no puxador e tentou com mais força.

- Abre...

Lógico que foi em vão. Estava trancada. Não havia como negar: Aria estava presa na casa de Horan.

Zeus chorou ao seu lado.

- Vou matar aquele desgraçado.

Irritada, ela voltou para perto do sofá. Pegou a caneca que tinha largado em qualquer lugar e a levou direto para a cozinha, pensando seriamente em tacá-la na parede.

Ela atravessou a porta bufando, parando ao se deparar com a imagem da pia. Já tinha ido para aquela cozinha na noite anterior, mas não tinha reparado na quantidade de louças acumuladas na pia. Estava um total terror, um terror nojento e sujo. Como uma pessoa milionária podia viver em um lugar como aquele?

- Credo. – Aria tampou o nariz quando se aproximou da pia.

Ela deixou a xícara ali em cima e saiu de lá antes que vomitasse. Aquilo lá era extremamente nojento.

Ao pisar na sala, seus olhos deram de cara com o elevador que, provavelmente, levava ao andar de cima. A sua parte curiosa despertou dentro do seu peito. Se ela teria que passar o resto do dia ali, acreditava que conhecer a casa não seria tão ruim assim. Seria? Ah, mas e daí? Não ligava para Horan e seu coração de pedra! Dane-se se ele ficasse bravo!

Aria lançou um olhar para Haley e a mesma parecia que não iria acordar nos próximos cinco minutos. Feliz com isso, a garota foi até o elevador e apertou o botão que indicava uma seta para cima. As portas se abriram para ela e sem perder tempo, entrou no espaço razoável e fitou os botões que tinha a sua escolha: G, 1 – que era aquele andar –, 2, 3 e 4.

Acreditava que a garagem seria o botão G, então apertou para ir para o quarto andar. As portas se fecharam e o elevador subiu, demorando apenas alguns segundos para se abrir novamente, revelando uma espécie de quartinho de ferramentas. Aria caminhou para fora do elevador e olhou em volta.

Era um espaço pequeno, com algumas ferramentas de jardinagem jogadas no chão ou em algumas prateleiras. O teto era triangular e de vidro, diferente das paredes que eram de tijolos. Tinha uma pequena janela de vidro perto de uma prateleira com alguns alicates gigantes e uma porta de madeira na parede da frente.

Aria foi em direção a porta, girando a maçaneta e a empurrando. A porta não se mexeu, estava trancada. Por que toda porta naquela casa tinha que estar trancada? A garota bufou e tentou abrir mais uma vez, sem sucesso. Irritada e derrotada, ela voltou para o elevador e apertou o terceiro andar, demorando apenas três segundos para chegar ao local de baixo.

Agora, a sua frente, havia outra sala, enorme. Tinha um sofá encostado na parede e alguns quadros com discos pendurados sobre a parede vermelha. Uma mesinha de centro de encontrava cheia de revistas e na outra parede tinha uma porta de vidro grande, que parecia levar a uma espécie de mini-academia.

Ao lado da sala, existia um corredor amplo que levava a duas portas, uma em cada ponta. Aria foi em cada uma. A da esquerda era uma sala cheia de instrumentos e com a parede forrada de espuma, enquanto a da esquerda era apenas um spa particular, com jacusi, sauna e todas essas coisas que existem em spas. Aquilo era surpreendente! Ele tinha um spa na sua casa!

Já no segundo andar, Aria deu de cara com o primeiro quarto da casa. O quarto de Niall. Ele era todo branco, com alguns quadros como o da sala de baixo pendurados pela parede. A cama era de casal e estava completamente desarrumada. Havia uma sacada enorme do lado esquerdo e um closet maior ainda no lado direito. Ao lado do closet, havia outra porta, só que pintada de branco para combinar com o quarto. Aria foi até ela, conseguindo abri-la. Era outro corredor, repleto de outras portas. Quando abriu uma delas, deu de cara com um grande quarto de hospedes, e foi o que encontrou em todas ali. Havia cinco quartos de hóspedes. E no fundo do corredor, para não atrapalhar a privacidade do dono, tinha uma escadaria que levava diretamente para o corredor que separava o banheiro de uma sala do primeiro andar, que Aria descobrira que era um mini-cinema-particular.

- Isso que é casa... – suspirou, voltando para a sala.

Sua casa era grande, mas não como aquela. Tinha apenas dois andares e não incluía elevador. Liam já morou em casas maiores, mas ao passar do tempo, ele decidira ter uma vida mais humilde. Talvez já fosse algum efeito da gravadora falindo.

Aria se jogou no sofá, encarando Haley ainda adormecida em seu novo bercinho. Ela era uma criança tão adorável, era uma pena Niall despreza-la tanto... O que era mais engraçado ainda. Aria tinha algumas lembranças, poucas, do Niall antigo, e uma coisa que parecia que ele nunca seria, era quem ele era no momento. Um mesquinho, arrogante, irritante, sem coração e mimado. Ele era tudo aquilo e um pouco mais. Ele a trancou em sua casa! Que tipo de pessoa faz isso?

Lógico que Aria não deixaria barato, mas continuava indignada da mesma maneira.

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Niall destrancou a porta lentamente, abrindo-a com a maior cautela possível. Ele colocou a cabeça para dentro e ao conferir que não seria atacado, entrou de vez, fechando a porta atrás de si. Zeus veio ao seu encontro rapidamente. Niall acariciou os pelos do animal e olhou em volta, procurando uma Aria bem irritada para mata-lo com uma colher, em uma morte bem lenta e dolorosa.

- Payne? – chamou-a ao perceber que não havia ninguém na sala. – Payne?! – falou mais alto, mas não obteve respostas.

Tudo passou por sua cabeça. Ela provavelmente ficou bem irritada e fugiu de algum jeito, contando para todos que ele tinha, supostamente, uma filha e sua carreira desceria por água a baixo. Ele mataria Aria assim que descobrisse onde ela...

- Que é, Horan? – a garota apareceu na sala, vindo do corredor.

Niall arqueou a sobrancelha.

- Você... Você ainda está brava?

- Deixa eu pensar... – ela andou na direção dele – Você me trancou na sua casa o dia inteiro, me fez perder aula e provavelmente o FBI deve estar me procurando porque meu irmão provavelmente acha que fui sequestrada por cafetões da máfia chinesa. Não. Não estou brava! Pra que preocupação?

- Ok. Você está brava, mas não tive escolha. – Niall tirou o casaco, jogando-o no sofá – Precisava que alguém ficasse com o anão de jardim. E não reclame! Sei que amou perder aula.

Aria revirou os olhos.

- Me escute. Trabalho de babá para você, mas só depois que eu sair da escola. Não posso simplesmente largar minha vida por sua culpa, Horan.

- Claro que pode!! Estou te pagando.

- A escravidão foi abolida, sabia?

Aria pegou a chave do carro em cima da mesa.

- Tenho que ir pra casa. Volto amanha depois das três.

- DEPOIS DAS TRÊS? O que vou fazer??? Eu acordo às cinco da manhã.

- Se vira. – Aria abriu a porta da frente, mas se virou assim que se lembrou de um detalhe – Haley está lá em cima, no quarto dela. Já dei banho, troquei a fralda e dei mamadeira. Se ela sentir fome de noite, esquente um pouco de leite para ela. E falando em leite, fiz uma limpeza na sua cozinha e joguei algumas bebidas que estavam na geladeira, você não se importa, certo?

- Espera... – Niall piscou várias vezes – Você disse quarto? Como assim quarto? Como assim jogou fora? Minhas bebidas? O que você fez aqui, garota?

Aria sorriu malignamente para ele, se virando e saindo pela porta. Aquilo era por tê-la mentido trancada o dia todo.