1. Spirit Fanfics >
  2. How to not to hate rain >
  3. The beginning: How it started

História How to not to hate rain - The beginning: How it started


Escrita por: Hellscy

Notas do Autor


"Primeiro a chuva, depois o arco-íris. Se acostume, a ordem é essa"
— Caio Fernando Abreu

Capítulo 1 - The beginning: How it started


Juvia nunca gostou de chuva.

Na verdade, ela odiava aquele clima cinzento e frio. Desgosto esse que vinha desde a infância.

A dona de exóticos cabelos azuis corria apressada pelas ruas vazias de Magnólia lutando contra a chuva e o vento forte. Apenas carros a acompanhavam, dirigidos por pessoas secas e confortáveis, com certeza mais felizes do que ela. Quem seria o louco de enfrentar aquela chuva forte? Apenas Juvia Lockser.  Entretanto, por mais que fosse lógico não sair ou o fato dela odiar dias chuvosos, Juvia não podia ficar no 7-eleven para sempre.

Enquanto corria ela não pode deixar de amaldiçoar cada gota que teimava em cair do céu escura cada vez que uma delas se estilhaçava sobre seu fiel guarda-chuva ou a molhava. No meio da correria desesperada Juvia tropeçou e foi de encontro ao chão. Bateu o cotovelo e sentiu as palmas das mãos e os joelhos arderem, deviam ter ralado. Soltou um “ai”, mas tinha vontade de falar um palavrão.

Se levantou com cuidado sentindo leves dores, não teve animo de ficar em pé então se sentou onde caiu, o guarda-chuva um pouco afastado a sua frente. Observou o vestido sujo e fez um check-up rápido pelo corpo vendo melhor seus leves machucados. Um dos joelhos doía apesar de não estar tão ralado e o cotovelo sangrava.

Suspirou pesadamente, desaminada. Levantou a cabeça para o céu recebendo as frias gotículas d’água direto sobre o rosto. O vestido já molhado e sujo ficou ainda mais encharcado tornando-se rente ao seu corpo, as ondas azuis de seu cabelo perdiam o volume extremamente molhadas, alguns fios grudavam-lhe a face e mesmo que não desse importância, começava a sentir frio graças ao vento que ia contra a sua pele cada vez mais molhada.

Juvia concentrava o olhar no céu escuro como se quisesse ver além dele. Ver um céu aberto e agradável de primavera. Como se isso a fizesse recuperar a esperança.

A chuva lhe trazia maus pensamentos e péssimas lembranças.

Era triste.

Respirou fundo pronta para ir para casa. Estendeu a mão para o cabo rosa de seu companheiro e única proteção, porém antes que tivesse chance de alcança-lo uma rajada de vento o levou embora. Ele foi ficando mais e mais distante e ela não tinha disposição para correr atrás. Vendo seu guarda-chuva ir embora Juvia se sentiu solitária.

Ainda assim se levantou devagar, não tinha o que fazer, enfrentaria a chuva sozinha. Se abraçou em busca de calor e começou a andar. A chuva já havia a atingido, não literalmente, mas sim em suas memórias e coração, tirando toda a sua vontade de correr. Andava lentamente, cabisbaixa e travando uma luta interna. Por mais que tentasse não conseguia não pensar no passado, ainda que forçasse sua mente a não relembrar de coisas que já devia ter esquecido, coisas que só viam à tona em dias como esse. Se ela não fosse forte, choraria.

De repente parou de chover. Bom, ela ainda podia ouvir o barulho das gotas caindo, o vento batendo e até o som de alguns trovões, mas não se sentia atingida. Logo, o único som que ouvia era o de chuva batendo contra uma proteção de plástico, todo o resto pareceu ser indiferente exceto aquele que segurava sobre sua cabeça seu adorado guarda-chuva.

Na sua frente apareceu um alguém. Um rapaz moreno tão encharcado quanto ela.

- Não está com frio? – perguntou sorrindo.

O rapaz se aproximou, encolhendo-se ao seu lado para que pudessem dividir o guarda-chuva. Ele esfregou um dos braços esperando que só aquilo o esquentasse e continuava a sorrir para a garota. Juvia não respondeu, mantinha uma conexão com seus olhos, escondidos atrás do cabelo negro molhado, tentando entender sua presença ali. Subiu um pouco o olhar.

- Meu guarda-chuva... – sussurrou encarando o objeto.

- Ah. Então é seu. – ela o encarou outra vez – Eu achei ele voando por ali. – disse apontando na devida direção. – Eu peguei para me proteger. Não esperava encontrar a dona aqui.

O moreno estendeu minimamente o guarda-chuva na direção de Juvia para que não acabasse saindo debaixo do mesmo, porém a garota não se mexeu. Ele teve que pegar sua mão e colocá-la no cabo rosa para que pudesse soltá-lo. Aquele rápido toque fez as bochechas de Juvia corarem de leve. Ela perdeu sua pose de confusa e até se esqueceu um pouco da chuva.

Ele era... gentil.

- Mas e essa chuva que não passa?! – comentou esfregando, agora, ambos os braços com mais força. Ele estava um tanto curvado já que Juvia era mais baixa que ele e, portanto, segurava o guarda-chuva um tanto quanto baixo também.

A garota logo reassumiu aquela postura sem vida e deprimente de minutos atrás, encarava o chão sem necessariamente vê-lo de verdade. Sua cabeça estava em outro lugar, outra época.

- Ei. Não importa o que esteja pensando, todo pode melhorar.

Instantaneamente os olhos de Juvia se arregalaram e ela virou o rosto de uma vez na direção do moreno. Ele que a fitava já há alguns segundos sério, mantinha a mesma expressão passando confiança e veracidade em suas palavras.

- Como você pode saber que estou tendo pensamentos que devem melhorar?

- Sei lá. – ele deu de ombros desviando o olhar dela para a rua deserta na sua frente – Apenas parece.

- Está tão na cara assim? – Juvia voltou a olhar pro chão dando um sorriso triste. Sentia-se patética.

Como não havia sido uma pergunta direta para ele, ele não respondeu.

- O que eu sei é que eu já passei por muita coisa ruim, mas eu continuo aqui. Seguindo em frente. – ele lhe sorriu, um sorriso que ela não conseguiu descrever o qual a deixou sem fala. 

Juvia o encarou por demorados minutos tentando organizar seus pensamentos e sentimentos.

Tanto as palavras, quanto o sorriso e o próprio desconhecido a abalaram mais do que a chuva.

- Bom, agora é melhor eu ir. Tenho que correr se quiser ter chances de não pegar um resfriado. – disse risonho – A não ser que você aceite me dar uma carona, mas é obvio que eu não vou abusar de v...

- Eu dou! – respondeu firme, sem pensar duas vezes. Em um impulso já segurava o antebraço do rapaz.

- Oe. Eu estava brincando, não precisa – sorria envergonhado, um pouco desconfortável já que agora parecia que ele armara aquilo.

-Tudo bem. Eu não me importo. – Juvia segurou o cabo de seu guarda-chuva com mais força, um tanto nervosa e tímida. – Onde você mora?

- Sério, vai parecer que eu estou abusando da sua gentileza.

- Sério, não tem problema – afinal, para Juvia, parecia que ela havia abusado da gentileza do moreno.

Surpreso, ele viu naqueles destemidos olhos azuis que ela não iria desistir, logo foi ele quem se deu por vencido indicando brevemente o caminho de sua casa. Enquanto caminhavam, espremidos, tentando dividir o mesmo guarda-chuva igualmente, o qual o rapaz passou a carregar, ele disse:

- Já que está me ajudando, se não se importar, posso cuidar desses machucados quando chegarmos na minha casa. - Juvia ficou um tanto rubra com o convite de ir para a casa daquele homem – Não precisa ficar com medo, pode confiar. Eu sou residente de medicina. É meu agradecimento por estar sendo gentil comigo e me ajudando. – quando ela ia abrir a boca para negar ele continuou - E não adianta dizer não. Não depois de não me deixar fazer o mesmo.

Juvia estava fazendo aquilo porque foi ele quem havia sido gentil com ela e a ajudado.

Ela apenas aceitou com as bochechas ainda rosadas.

O resto do caminho foi silencioso. Afinal do que dois estranhos poderiam conversar?

Bom havia uma gama de opções, mas nenhum dos dois conseguia pensar em alguma coisa naquela situação um tanto constrangedora e inusitada.

Na cabeça de Juvia outra coisa ocupava sua mente, em vez de tópicos para conversa. Ela imaginava o quanto aquele rapaz era gentil por ajudar uma pessoa com quem ele nunca falara. Ela não estava se referindo a dizer palavras de consolo ou se prestar a cuidar de seus medicamentos, mas sim desde o começo quando ele colocou o guarda-chuva rosa sobre sua cabeça mesmo sem saber que ela era a dona.

Enquanto se perdia em pensamentos a chuva foi se tornando mais rala. Em poucos instantes o céu se abria e uma imensidão azul rasgava as nuvens pesadas obrigadas a irem embora para darem espaço ao sol, ainda um pouco fraco, porém aconchegante. Aquilo fez com que Juvia sorrisse inconscientemente.

- Viu? – ele lhe chamou a atenção se referindo a chuva parando – Tudo pode melhorar. – deu outro sorriso que a deixou sem chão.

Ela retribui o sorriso a altura. Encantadora.

- Sim, obrigada...

- Gray. Gray Fullbuster.

- Juvia. Juvia Lockser.

- É um prazer, Juvia.

Gray achou que para alguém que parecia não gostar de chuva ela tinha um nome bem irônico.

- Igualmente, Gray.

Para Juvia, Gray não tinha nada a ver com ele. Ele parecia ser alguém bom e gentil demais para ter um nome cinza.

Gray. A primeira coisa boa que lhe aconteceu na chuva.

Ou melhor, ele era a coisa boa que a afastava da coisa que mais odiava.

Sorriu. 


Notas Finais


Holi.
Eu voltei com mais uma pequena fic Gruvia. Eu amo esse casal. ❤️
Ai me vem o Hiro-troll-sensei brincar com meu coração. Não quero dar Spoiler nem nada então eu só sugiro que leiam o último capítulo do mangá e se preparem os coraçõezinhos para o próximo. Caso já tenha lido eu vou adorar discutir teorias, xingar o Hiro um pouquinho e me desesperar com você.
Pode me mandar mensagem ou me procurem em alguma das minhas redes sociais que eu vou tentar responder o mais rápido que eu puder. Sério... vou ficar louca até a próxima segunda.
Bom, sobre a fic.
Essa fic é um remake de uma antiga minha que eu quando eu reli deu uma vontade de reescrever ela melhor, tanto no enredo quanto na gramática. Ela era uma One-shot e é praticamente esse primeiro cap.
Entretanto, "How to not to hate rain" vai ser três capítulos. O ideal é que eu poste o próximo daqui uma semana, ou seja, segunda que vem junto com o capítulo de FT, mas eu ainda não estou satisfeita com algumas coisas então pode demorar um pouco mais. Vou ficar dando notícias no meu Twitter.
Apesar desse primeiro capítulo ser um tanto dramático, o próximo vai ser mais leve e talvez mais divertido com as insinuações da Juvia sobre o Gray.
Eu não consigo não escrever sem ressaltar os dotes do Gray, cara ele foi meu primeiro crush de Fairy Tail. Me dêem um tempo. Quem já leu "Naked" sabe do que eu tô falando.
Espero que tenham gostado de ler tanto quanto eu gostei de escrever.
Até a próxima.
Bjuks! =*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...