História How To Save a Life - The Night We Met

Estava sentada em minha cama, observando o céu estrelado pela janela do meu quarto. Olhei a tela do meu celular e percebi que havia duas novas mensagens de Marlene;

Lene<3: Lily!

Lene<3: Em menos de dez minutos eu chego ai! Esteja pronta.

Lily: Ok!

Olhei-me no espelho pela centésima vez, só para ter a certeza de que estava tudo no lugar. Eu usava um short preto, uma t-shirt vermelha e sapatilhas da mesma cor. O cabelo solto, estava sem paciência nenhuma para o arrumar. Coloquei um pouco de perfume e avisei meus pais que iria a uma festa com Alice e Marlene, ou melhor, a festa do namorado de Alice.

Logo um carro prateado parou em frente a minha casa, corri até ele e abri a porta do carona. A música que tocava no carro invadiu meus ouvidos. Entrei e fechei a porta após cumprimentar Lene, seguimos mais um monte de quarteirões cantando muito errado e um tanto quanto desafinado.

Assim que chegamos na festa, eu percebi que não seria o tipo de festa que meus pais aprovariam. Na verdade, não era como se eu me importasse naquele momento. Jovens bêbados estavam por todos os lados, uns até mesmo se drogando, varias garotas correndo semi-nuas pelas escadarias e outras tantas dançando em cima das mesas.

Logo, Lene sumiu no meio de todas aquelas pessoas e Alice apareceu me puxando pelo braço e me levando até onde Frank conversava com um amigo. Logo após cumprimentar o namorado da minha amiga eu reparei no garoto parado ao seu lado. Ele era alto e infernalmente bonito. Os olhos castanhos eram os mais penetrantes que eu já havia visto em toda a minha vida, cabelos negros curtos e rebeldes, pele bronzeada e lábios rosados. Eu provavelmente estava babando. Frank riu e nos apresentou.

- Lily, esse é James, meu amigo! – Eu sorri. – E James, essa é Lily, amiga minha e da Lice! E pelo amor de Deus, pare de comer a garota com os olhos!

- Muito prazer! – Falei estendendo a mão para que ele a apertasse.

- O prazer é todo meu, Lily! – Em vez de apertar a minha mão como o esperado ele a beijou. Eu podia jurar que meu rosto virou um tomate. Fomos interrompidos por Alice que riu de forma maldosa.

- Frank, venha temos que falar com os outros convidados! – Disse lançando um olhar para mim e James. Entendi o que ela estava fazendo. Aquela adorável diabinha!

- Temos? – Alice lançou um olhar ao namorado e ele pareceu entender tudo. – Sim! Nós temos! Fiquem ai que logo estaremos de volta! – Ele nem terminou de falar e foi puxado pela garota.

Depois disso, ficamos sozinhos e em silencio. Se não fosse a música alta, poderia ouvir o som da respiração do lindo garoto que estava a minha frente.

- Eu juro que vou bater na Alice até que toda a agua oxigenada saia daquela cabeça! – Murmurei.

- Já eu, irei agradecer eternamente a Lice por ter um momento a sós com você! – Ele sorriu de uma forma fofa, com direito a covinhas e tudo!

- Ai, meu Deus, pare de flertar comigo! – Eu ri, citando A Culpa é das Estrelas.

- Tudo bem, senhorita Augustus Waters! – Ele riu também. – Agora me diga, Lily, quantos anos você tem?

- Eu tenho dezenove! E você? – Perguntei.

- Tenho vinte! – Ele sorriu ainda mais e eu ficava cada vez mais apaixonada pelas suas covinhas.

- E de onde conhece Frank? Não queria dizer nada, mas você parece um pouco perdido aqui.

- Bem, é uma historia meio longa, mas vou tentar resumir pra você. Na infância nós frequentamos o mesmo internato em Manchester, lá nos conhecemos e nos tornamos amigos. Quando terminamos o ensino médio, ele e os garotos resolveram voltar para Londres para estudar e eu quis viajar pela América do Sul antes de pensar em fazer faculdade, esse passeio se estendeu um pouco e eu acabei morando no México por dois anos. Então, algumas semanas atrás eu recebi uma ligação do meu pai, falando que eu deveria voltar e estudar para assumir os negócios da família, então eu voltei, reencontrei meus amigos e já estou matriculado na faculdade. Bem, é isso eu acho! – James disse em um folego só.

- Minha nossa, você deve ter vivido mais emoções nos últimos anos do que eu vivi na minha vida inteira! – Falei.

- É, acho de precisava disso depois de passar toda a vida em um internato! – Ele disse e riu, mas na sua voz havia uma ponta de tristeza.

- Então senhor universitário, o que pretende cursar? Administração? - Perguntei, só para não deixar o assunto morrer.

- Na mosca! Afinal, ordens são ordens. – Disse com um revirar de olhos. – E a senhorita, o que faz da vida?

- Estou no primeiro semestre de jornalismo, mas o que eu gosto mesmo é de fotografar! – Contei com certa empolgação na voz.

- Então a senhorita fotografa aceita algo para beber? – James ofereceu com um sorriso de canto e a mão estendida convidando-me.

- Algo me diz que eu não deveria, mas aceito. – Segurei sua mão estendida e deixei que me guiasse pela casa lotada.

Ele me levou até a cozinha da casa de Frank, onde alguns meninos faziam uma competição de quem bebia mais e varias garotas rebolavam ao som da musica do DJ. Ele me ofereceu uma cerveja e eu aceitei, James segurou minha mão novamente e me levou para os fundos da casa onde havia um quintal grande e pouco iluminado. Sentamos no chão, embaixo de uma das poucas lâmpadas que o local possuía.

- Agora é a hora em que você, o cara extremamente bonito que eu conheci em uma festa me traz para um lugar escuro da casa, me beija e me pede em namoro? Segundo algumas adolescentes escritoras de fanfics é exatamente isso que acontece agora! – Digo enquanto ele levanta uma sobrancelha e ri de mim!

- Claro! E depois de alguns meses de namoro você engravida, casamos e vivemos felizes para sempre com nosso casal de filhos! – Revirou os olhos e bebeu mais um gole de sua cerveja.

- Acho que antes de você me beijar eu devo saber seu sobrenome, não acha? – Sorri de canto e bebi mais um gole também.

- James Potter, ao seu dispor. – Ele fez uma reverencia exagerada.

- Potter? Tipo a Potter Corporation?

- Sim, meu pai é o dono da empresa. E você Lily, qual é o seu sobrenome?

- Evans, sou Lily Evans! – Sorri com a cara que ele fez ao saber todo o meu nome.

- Tipo, você é parente do fulano e da fulana Evans? – Ele ligou os pontos e olhou fixamente para o mim.

- Eles são meus pais! – Sorri docemente ao ver o espanto em seu rosto.

- Esse mundo é pequeno pra caralho! A garota que vem me roubando o ar desde que entrou aqui é filha do maior inimigo do meu pai! – Ele parecia incrédulo.

- Isso foi um elogio. Não foi Potter? – Pisquei para ele.

- Isso foi mais uma afirmação do que uma interrogação. Não foi Evans? – Ele levantou uma sobrancelha e sorriu torto. Eu comecei a pensar que todos os seus sorrisos eram lindos e que nada naquele garoto poderia ser feio.

- Parece que você sabe brincar.

- E você parece o tipo de garota que gosta de brincar. – Por conta da proximidade não foi preciso muito para que ele estivesse sussurrando em meu ouvido e me deixando completamente arrepiada. – Então, Lily, me fale um pouco sobre a sua historia.

- Na minha vida nunca houve nada realmente interessante, sempre fui a boa filha, a boa aluna, a boa amiga, a boa irmã... – James me olhava de forma inquisidora –Talvez a boa irmã nem tanto... Mas tudo sempre foi muito regrado, até meus relacionamentos, amizades, tudo...

- E o que você acha disso? – Ele parecia genuinamente interessado naquela conversa.

- Acho que pelo menos uma vez eu deveria sair do controle, fazer uma loucura daquelas que eu poderia lembrar no futuro e falar: Minha nossa eu fiz isso! – Percebi que já estava começando me perder no assunto e resolvi parar. – Bem, eu pretendo cometer essa loucura, mas não hoje! Alias, já deve ser bem tarde, preciso procurar Marlene para irmos embora!

- Mas já!? Você realmente não pode ficar um pouco mais? – James baixou os olhos e encarou o piso no qual estávamos sentados.

-Eu até gostaria, mas amanha vou fotografar um casamento logo pela manha e preciso estar em pé cedo! – Ele se levantou e me deu a mão para que eu me levantasse também.

Entramos na casa e procuramos por Marlene que já estava bêbada e dançava com um cara completamente aleatório, peguei as chaves do seu carro só por precaução, para o caso de ela querer dirigir para algum lugar. Alice estava sóbria e se divertia com Frank e seus outros amigos, entreguei a chave para ela e pedi que levasse Lene para casa no fim da noite. Avisei que precisava ir e nos despedimos com um abraço.

James me acompanhou até a entrada da casa, onde eu chamei um taxi e ele me explicou que só não se oferecia para me levar para casa, porque também estava de carona com um tal de Sirius. Nos sentamos na calçada e ficamos olhando a rua e jogando conversa fora, nunca na minha vida eu havia sentido uma conexão igual a que eu senti com o garoto dos cabelos negros.

Assim que avistei meu taxi vindo ao longe, me pus de pé e ele também. Não havia clima para despedidas. Quando o taxi parou a nossa frente eu tomei coragem e disse:

- Foi um prazer conhece-lo James! Obrigada por me fazer companhia hoje.

- Digo o mesmo Lily! Não precisa agradecer. – Ele tinha as mãos nos bolsos e olhava firme nos meus olhos.

Eu me inclinei para frente, para beijar sua bochecha. Tamanha foi a minha surpresa quando nossos lábios se encontraram! Uma espécie de choque elétrico percorreu meu corpo e mesmo que fosse só um selinho pareceu diferente de tudo que eu já havia vivido. Foi envolvente, confortável, maravilhoso e infelizmente durou apenas alguns segundos.

Me afastei completamente envergonhada e abri a porta traseira do taxi, olhei para o seu lindo rosto uma ultima vez e falei:

- Boa noite Potter. – dei uma risada leve enquanto me ajeitava no banco e colocava o cinto.

- Boa noite Evans! – Ele sorriu torto enquanto eu fechava a porta e o carro partia em direção ao fim da rua.

Dei as coordenadas da minha casa ao taxista e ele seguiu dirigindo. Fechei meus olhos e deitei minha cabeça sobre o encosto do banco. As imagens daquela noite rodavam em minha mente e eu só conseguia pensar no garoto lindo de lábios rosados e cabelos castanhos.