História Human Universe (Steven Universe) - Submarino

Era cedo quando acordei com um incômodo na barriga. Sentia uma dor. Me virei de barriga para cima, passando a mão no local. Peridot estava tão enrolada com minha festa que nem ao menos quis pensar em casar comigo. Será mesmo que ela me queria como esposa? Suspirei.

-Calma aí bebê.- sentia certa angústia com isso.

Talvez eu devesse falar com ela. Olhei para a cômoda e vi aquele submarino. E se ela planejou algo? Peguei o objeto tão bem feito e comecei a mexer nele. Que coisa difícil de abrir era essa? Na verdade, onde abria? Passei um bom tempo mexendo naquela merda e nada de achar um jeito de abrir. Estava quase desistindo quando aquilo finalmente abriu. Dentro havia um papel, abri um sorriso desdobrando para ler em voz alta.

-Passamos por tanta coisa juntas, gostaria muito de agradecer a você por ser tão forte quanto eu, principalmente com nossa falta de tempo e esse estresse tremendo. Se conseguiu abrir quer dizer que insistiu muito, sei foi um pouco difícil, mas um relacionamento é assim. Pode ser difícil no início, mas com calma e paciência superamos os momentos difíceis. Tenho uma surpresa para você, pensa que acabou não é? Mas quero lhe dar o melhor presente de aniversário. Antes de terminar de ler peço que pegue o que tem dentro do submarino.- nem esperei já fui ver o que era.

Para minha surpresa era uma simples chave, bem detalhada por sinal. Fiquei observando ela intrigada, devia ter mais alguma coisa, mas não. O que aquela baixinha planejava? Tornei então a ler de onde parei.

-Deve estar se peguntando de onde é essa chave. Bom pode me encontrar por trás dela. Hoje, até as vinte horas estarei desaparecida e essa chave pode me libertar. Como vai me achar? Siga seu coração. Estou em um lugar que você gosta, mas eu não. Um lugar onde foi o início de nosso fabuloso relacionamento. Estou lhe esperando, só não me deixe muito tempo aqui, tenho pavor desse lugar.- franzi a testa, queria colocar fogo naquele papel. Por que ela não parava com esse drama e vinha me agarrar logo?

Comecei a pensar, com certeza ela estaria no fundo do oceano naquele submarino besta. Mas a questão é? Pra quê tudo isso? Espera.. ela sabia que minha memória não era das melhores, portanto fazendo todo esse drama, com certeza não ia esquecer. Aquela capetinha, queria dar uns tapas nela.. mas também uns beijos, foi tão romântico.

Melhor comer algo antes que esse filhote de dragão devore meu estômago. Fui até a cozinha, havia café posto na mesa, com sanduíches, panquecas, suco natural e café. Próximo a comida havia um bilhete escrito “para meu amorzinho, beijos”. Quanta doçura, me sentei para comer. Acabei devorando tudo, a fome era tanta, até me sentia uns dois quilos mais gorda.

Uma dor ainda me incomodava, será que era fome ainda? Acho que devia me trocar para ir nadar, mas claro que descansaria antes. Subi até o quarto. Tirei minha blusa e fiquei olhando minha barriga no espelho, estava crescendo e isso me animava, pra mim cada dia estava maior, mas sabia que era um exagero. Mal podia esperar para ficar com aquela barriga grande e poder sentir o bebê. Minha garotinha vai ser linda, tenho que lembrar de comprar algumas roupinhas, ganhamos algumas, mas ainda quero mais, vou mimar bastante esse ser, mesmo que Pery diga que prefira não mimar muito.

Após me vestir, descansei um pouco. Já era hora de voar. Minhas asas então surgiram as costas, mas quando fui voar senti uma dor, elas imediatamente sumiram. Será que aquela criança estava me impedindo de usar minhas habilidades? Argh, um brilho saía de minhas costas e novamente as asas estavam ali. Dessa vez consegui erguer voo. Em pouco tempo sobrevoava o oceano, com o medo dela, sabia que não estaria embaixo da água, mas sim pela superfície em algum lugar. E tinha razão, consegui ver o submarino do alto.

O que não esperava era minhas asas sumirem e eu despencar com tudo na água. Por sorte não me feri, mas o impacto chegou a doer um pouco.

-Calma bebê.- reclamei levando a mão na barriga, teria que nadar um bom pedaço.

Respirei fundo e então comecei. Demorou para que pudesse alcançar o submarino, era bem mais longe do que pensava. Finalmente subi em cima dele, havia uma tranca na porta, cujo precisava da chave. Agora era só abrir e xingar Pery, mas antes, me joguei em cima da lataria para respirar, estava tão cansada.

Bem.. agora seria a hora. Mas.. onde está a chave.. ahh não brinca. Deixei ela em cima da cama. Só pode ser zoeira. Soltei um grito raivoso, ele ecoou pela praia inteira. Uma enorme onda me levou, claro que controlava ela, a mesma me deixou na praia. Saí pisando fundo, minhas asas apareceram e voei.

Quanto estava quase chegando em casa despenquei, mas que merda. Se não fosse Morgana em baixo pra me segurar, teria caído com tudo ao chão.

-Chovendo Lazuli?- ela pareceu confusa.

-Me deixa.- disse irritada.

-Está bem?- a expressão da amiga ruiva dela era de preocupada.

-Ela está com o rosto avermelhado, isso é um bom sinal?- falou a ruiva.

-Devia ir no médico. Posso chamar minha mãe.- Morgana se ofereceu.

-Só quero encontrar Pery.- comecei a me debater, foi onde ela me colocou ao chão.

-Qualquer coisa pode ligar pra ela, está disposta a ajudar. Sapphire está muito mal e está sendo cuidada por ela.-

-Não quero saber.- disse bufando, entrei novamente em casa.

Peguei aquela merda de chave, fui ao quintal, tentei voar, as asas de água se formavam, mas “choviam”, não ficavam do jeito que eu queria.

-Podemos te ajudar.- a ruiva estava sentada em cima dor muro.

-Argh o que querem?- reclamei.

-Mamãe disse que quer consultar as duas. Ela disse que pode ser uma gravidez de risco, ela acha que não deviam ter misturado seus DNA's assim.- Morgana pulou em cima do muro.

-Pouco me importo.- cruzei os braços. -Só quero gerar essa criança.-

-Mesmo que morra?- reforçou a dos cabelos rosa, me irritei, joguei uma pedra nela, mas não acertou.

-Ela vai nascer saudável e ser feliz conosco.. pare de besteira.- comecei a chorar.

-Hey.. calma.. - ela saltou para dentro, ainda acho que Pery devia ter ligado a cerca elétrica em cima.

-Me deixa.- sentei ao chão escondendo o rosto.

-Mamãe vai conversar com a Pery, elas vão tentar diminuir o risco, inventam alguma coisa, vai ficar tudo bem.- franzi a testa e olhava pra ela.

-Por que quer me animar? Você nunca fala com ninguém mesmo. Só se importa com você.-

-Olha, aprendi que me afastar das pessoas pode ser bom pra minhas habilidades, mas não para minha mente. Eu começo a ficar louca. Só quero te ajudar pois super considero Pery, ajudei ela com algumas coisas, eu não conseguiria ajudar ela se perder você. É o mais importante pra ela.- a mesma estava abaixada em minha frente, sem expressão, queria empurra-la, mas me senti um pouco melhor.

-Pode me ajudar a achar o submarino com a surpresa dela?- falei baixo mostrando a chave a ela.

-Gwen, venha aqui.- a garota correu para próximo. -Faça aquilo novamente.- as duas se entreolharam.

-Tem certeza?- só agora que notei que a ruiva tinha muitas marcas no pescoço, mesmo com um lenço amarrado pra esconder, ainda dava pra ver um pouco, pareciam marcas de seringas, era esquisito.

-Claro.- a ruiva fechou os olhos.

-Se afasta um pouco.- Morgana ficou em minha frente, curiosa me levantei para observar o que aconteceria.

A ruiva em minha frente começou a crescer, em poucos segundos ela havia se transformado em um tigre enorme, bem maior que um tigre normal. Ele tinha o corpo fino e do cotovelo pra baixo era bem largo. Diria que desproporcional. O rabo balançava de um lado a outro, os olhos finos focaram na Morgana.

-Tigress.. calma.- ela colocou a mão ao focinho do enorme animal, os olhos dele vibraram, era como se tivesse algumas recordações, em pouco tempo o mesmo abaixou a cabeça.

-Temos uma carona.- disse subindo em cima do animal que se abaixou.

-Como faz pra controlar?- perguntei.

-Ela que controla, só faço ela se lembrar de quem é.. bom.. longa história.- ela deu de ombros, mas achei aquilo muito estranho.

O animal correu rapidamente, enquanto eu dizia para onde ir. Chegando no oceano, aqueles braços longos pareciam mais remo. Quase que esqueço de mencionar, diferente de um tigre, o corpo parecia mais ereto, com os braços mais longos que as pernas, era beeeem estranho, mas legal.

Em pouco tempo estávamos no submarino. Morgana me deixou ali e voltou com aquela ruiva estranha. Dei de ombros e usei a chave para abrir. Entrei no local, onde estava minha amada? Olhei ao redor, não a vi.

Procurei mais um pouco e achei ela dormindo encostada no banco, ela tinha um livro de poesia na mão, será que ia ler pra mim? Beijei a testa dela, que acordou no susto.

-Lazuli? Ahh.. eu dormi.- falou sem graça, ela tentava procurar alguma página, mas tirei o livro dela.

-Quero que diga com o coração.- sorri e ela corou.

-Todo esse tempo juntas, foi especial pra mim. E quero ser uma família, já está esperando nosso filho, agora só falta nos casarmos. Por isso quero lhe pedir que aceite casar comigo.- toda desastrada ela se jogou ao chão e ficou de joelhos. Se bem que ela gritou toda aquela frase, foi estranho, mas era seu nervosismo.

-Claro que aceito.- ela retirou uma caixinha do bolso e colocou em meu dedo um anel com uma pedra de lápis-lazúli, ela sabia que adorava aquilo.

-Faltou isso.- retirei do meu biquíni uma caixinha, cujo dei a ela um anel de prata com uma pequena peridoto, era tão verde quanto os olhinhos dela, cujo brilhavam.

-A-adorei.- ela colocou aquele anel. -Comprou pra mim esse tempo todo?- perguntou corada.

-Eu queria te pedir.. mas.. queria que você pedisse.- abracei a mesma e dei um selinho nela.

-Foi difícil pra mim pedir.. mas.. vamos pra casa, estou com um frio na barriga.- ri enquanto ela se sentou para pilotar o submarino. Claro que sentei no colo dela e atrapalhei um pouco sua pilotagem com alguns beijos e carinhos no seu cabelo.